COMO VIVER POR MODO DIGNO DO EVANGELHO E TRANSTORNAR O MUNDO PARA GLÓRIA
DE DEUS
7 Embora pudéssemos, como enviados de Cristo, exigir de vós a nossa manutenção, todavia, nos tornamos carinhosos entre vós, qual ama que acaricia os próprios filhos; 8 assim, querendo-vos muito, estávamos prontos a oferecer-vos não somente o evangelho de Deus, mas, igualmente, a própria vida; por isso que vos tornastes muito amados de nós.
9 Porque, vos recordais, irmãos, do nosso labor e fadiga; e de como, noite e dia labutando para não vivermos à custa de nenhum de vós, vos proclamamos o evangelho de Deus.
10 Vós e Deus sois testemunhas do modo por que piedosa, justa e irrepreensivelmente procedemos em relação a vós outros, que credes.
11 E sabeis, ainda, de que maneira, como pai a seus filhos, a cada um de vós, 12 exortamos, consolamos e admoestamos, para viverdes por modo digno de Deus, que vos chama para o seu reino e glória.
I Ts 2.7-12
Uma das coisas mais insistentemente ensinadas para os
crentes, e que os crentes devem aprender é que devem viver por modo digno de
Deus (Fp 1:27 - Vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo, para que, ou indo ver-vos ou estando ausente, ouça, no
tocante a vós outros, que estais firmes em um só espírito, como uma só alma,
lutando juntos pela fé evangélica). A pergunta que se nos impõe é: como podemos
fazer isso? Como saber se estamos realmente vivendo para glorificar a Deus e
não sendo apenas religiosos esforçados?
A melhor maneira de fazer isso é buscando um modelo adequado,
e ninguém melhor que os homens que Deus usou para anunciar o seu evangelho (I
Tm 1:16 - Mas, por esta mesma razão, me foi
concedida misericórdia, para que, em mim, o principal, evidenciasse Jesus
Cristo a sua completa longanimidade, e servisse eu de modelo a quantos hão de crer nele para a vida eterna),
aquele que chama os crentes a serem seus imitadores como ele próprio imitava a
Cristo e tinha tal consciência do cumprimento de seu chamado que afirmou, após
prosseguir resolutamente para o alvo (Fp 3:14 - ...prossigo para o alvo,
para o prêmio da soberana vocação de Deus
em Cristo Jesus) ter completado a carreira e guardado a fé (II Tm 4.7 -
Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé).
Este mesmo Paulo exorta, consola e admoesta os cristãos a
viverem por modo digno do evangelho.
Em primeiro lugar Paulo exorta (parakaleo), o que,
diferentemente do que estamos acostumados a pensar, não tem aqui o significado
de reprovação, de falar com o outro, mas de chamar a si mesmo para estar
ao lado de alguém, esforçando-se para, de forma humilde e sem orgulho,
satisfazer as necessidades de alguém (Is 40.11 - Como pastor,
apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeirinhos e os
levará no seio; as que amamentam ele guiará mansamente), instruindo-o para, de
forma humilde e sem orgulho, satisfazer as necessidades de alguém, instruindo-o
para que aja corretamente.
Em segundo lugar Paulo conforta (paramyteomai), isto é,
mais do que apenas consolar para que o choro cesse ou a dor seja mais
suportável ele incentiva aquele que sofre por estar fazendo a coisa certa a
continuar fazendo o que é certo, a continuar indo na direção do alvo mais
adequado sem se sentir desmotivado e não acabar desmaiando em suas almas (Hb
12.3 - Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição
dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa
alma).
E finalmente, em terceiro lugar, ele os
admoesta (martyrew), ele lhes
da testemunho para lhes servir de inspiração, conjurando-os a permanecerem
firmes em sua esperança, a continuarem amando abnegadamente, considerando os
outros como superiores a si mesmos (Fp 2:3 - Nada façais por
partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros
superiores a si mesmo), a continuarem tendo uma fé que era mais que
conhecimento de conceitos teológicos ou regras religiosas, mas uma fé operosa
que frutificava e era reconhecida por todos por toda a Acaia e Macedônia.
Mas como um crente comum pode alcançar isso se não tem nem
Paulo, nem Silvano, nem Timóteo para exortar, consolar e admoestar? Como um
crente no séc. XXI pode caminhar (peripatew), isto é, fazer o seu próprio caminho,
progredindo e fazendo bom uso da oportunidade e ensino para regular a própria
vida conduzindo-a de modo que glorifique a Deus em todas as coisas que fizer?
É verdade que não temos nem Paulo, nem Silvano, nem Timóteo,
e provavelmente isso não faria nenhuma diferença como não fez para os fariseus,
ou os judaizantes e, talvez, alguns aqui até se levantasse contra eles (Jo
19:15 - Eles, porém, clamavam: Fora! Fora! Crucifica-o! Disse-lhes Pilatos:
Hei de crucificar o vosso rei? Responderam os principais sacerdotes: Não temos
rei, senão César!) se eles se levantassem contra este cristianismo que não
afeta corações, não muda vidas, não se traduz numa confissão de pecados e
abandono das obras infrutíferas das trevas (Ef 5:11 - E não sejais cúmplices nas obras
infrutíferas das trevas;
antes, porém, reprovai-as).
Se Paulo fizesse aqui o que Pedro fez com Simão, quantos aqui
gostariam de tal atitude, quantos não tomariam partido de Simão, afinal, ele
era uma celebridade no seu tempo (At 8:21 - Não tens parte nem sorte
neste ministério, porque o teu coração não é reto diante de Deus) e seria um
enorme golpe de marketing tê-lo na igreja.
Se não temos os apóstolos, o que temos, então? Temos,
simplesmente, o mesmo poder, o mesmo Espírito, o mesmo Espírito que conduziu
Cristo, que conduziu Paulo e que deu Cristo como modelo a Paulo e lhos deu como
modelo para nós.
ATITUDE Nº I: AMAR
ABNEGADAMENTE
I Ts 2:7-8 - Embora pudéssemos, como enviados de Cristo, exigir
de vós a nossa manutenção, todavia, nos tornamos carinhosos entre vós, qual ama
que acaricia os próprios filhos; 8 assim, querendo-vos muito, estávamos prontos a
oferecer-vos não somente o evangelho de Deus, mas, igualmente, a própria vida;
por isso que vos tornastes muito amados de nós.
Como missionário o apóstolo Paulo podia viver recebendo sua
manutenção da Igreja, como, aliás, era algo comum no mundo antigo onde
filósofos sofistas alugavam seus talentos oratórios para quem estivesse
disposto a pagar por eles, podendo, inclusive, defender idéias antagônicas a
gosto do freguês. A Igreja de Tessalônica provavelmente não veria isto como
problema, e, mais ainda, tinha recursos pois alguns dos convertidos eram pessoas
de posses (At 17:4 - Alguns deles foram persuadidos e unidos a Paulo e
Silas, bem como numerosa multidão de gregos piedosos e muitas distintas
mulheres).
Mas o ministério de Paulo tinha algumas características
especiais. Apóstolo aos gentios, perseguido pelos judeus, perseguido pelos
gentios, desde o começo sofrendo com a desconfiança da própria Igreja,
inclusive de uma Igreja que ele próprio havia ajudado a estabelecer. Se andava
em companhia feminina seria questionado (I Co 9.3-5 - A minha defesa perante os que me interpelam é esta: 4
não temos nós o direito de comer e beber? 5 E também o de
fazer-nos acompanhar de uma mulher irmã, como fazem os demais apóstolos, e os
irmãos do Senhor, e Cefas?), se andasse com gentios era questionado, e,
certamente, se recebesse regularmente da Igreja, mesmo sendo digno, certamente
seria acusado de mercenarismo (I Co 9.6-7 - Ou somente eu e Barnabé não temos direito de deixar de
trabalhar? 7 Quem jamais vai à guerra à sua própria custa? Quem planta a
vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta um rebanho e não se alimenta
do leite do rebanho?).
Gente disposta a criar-lhe problema certamente não faltaria -
havia até quem pregasse o evangelho (sabe-se lá com que resultados) para
acrescentar-lhe tribulações às suas cadeias (Fp 1.17 - ...aqueles, contudo, pregam a Cristo, por discórdia,
insinceramente, julgando suscitar tribulação às minhas
cadeias).
Entretanto, ao invés de receber Paulo estava ali para lhes
dar o que ele próprio havia recebido gratuitamente (Mt 10:8 - Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos,
expeli demônios; de graça recebestes, de graça dai)
porque aprendera que dar é mais bem aventurado do que receber (At 20:35 - Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é mister
socorrer os necessitados e recordar as palavras do próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que receber), e ilustra suas
ações com a figura de uma ama, uma mulher que dá de si mesmo para atender as
necessidades de uma criança que não é sua (I Ts 2:7 - Embora pudéssemos, como enviados de Cristo, exigir de
vós a nossa manutenção, todavia, nos tornamos carinhosos entre vós, qual ama que acaricia os próprios filhos), de um filho que não é
seu, dando-lhe não apenas o essencial mas buscando dar-lhe também conforto. Por
querer o bem da Igreja, por amá-la abnegadamente ele e os companheiros estavam
prontos a ofertarem-lhes as duas coisas mais preciosas que possuíam: o
evangelho e também a própria vida (I Ts 2:8 - ...assim, querendo-vos muito, estávamos
prontos a oferecer-vos não somente o evangelho de Deus, mas, igualmente, a própria vida; por isso que
vos tornastes muito amados de nós). E eles aprenderam a amar abnegadamente.
O que a Igreja está fazendo com semelhante exemplo. A quem a
Igreja do séc. XXI ama atualmente? A quem e como você, Igreja moderna e
ilustrada, ama?
ATITUDE Nº II: TRABALHAR CONFIANTEMENTE
I Ts 2:9-10 - Porque, vos recordais, irmãos, do
nosso labor e fadiga; e de como, noite e dia labutando para não vivermos à
custa de nenhum de vós, vos proclamamos o evangelho de Deus. 10 Vós e Deus sois
testemunhas do modo por que piedosa, justa e irrepreensivelmente procedemos em
relação a vós outros, que credes.
Como missionário escolhido pelo próprio Deus (II Tm 1:1 -
Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, pela vontade de Deus, de conformidade com a
promessa da vida que está em Cristo Jesus), reconhecido e enviado pela Igreja (At
13:1-2 - Havia na igreja de Antioquia
profetas e mestres: Barnabé, Simeão, por sobrenome Níger, Lúcio de
Cirene, Manaém, colaço de Herodes, o tetrarca, e Saulo. 2 E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito
Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado)
sob a direção do Espírito Santo (At 13:4 - Enviados, pois, pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e
dali navegaram para Chipre), e com um campo de trabalho imenso diante de si: o
mundo inteiro (At 9:15 - Mas o
Senhor lhe disse: Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para
levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de
Israel). E por isso Paulo trabalhou arduamente a ponto de poder dizer àqueles
que colocavam em cheque a autenticidade de seu ministério - curiosamente até
mesmo alguns de igrejas que ele plantou (I Co 9:1-2
- Não sou eu, porventura, livre? Não sou
apóstolo? Não vi Jesus, nosso Senhor? Acaso, não sois fruto do meu trabalho no
Senhor? 2 Se não sou apóstolo para outrem, certamente, o sou para vós outros;
porque vós sois o selo do meu apostolado no Senhor) que pela graça de Deus
trabalho mais do que todos os outros (I Co 15:10 - Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça,
que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que
todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus
comigo).
Viajou mais, escreveu mais, sofreu mais (II Co 11:23.25
- São ministros de Cristo? (Falo como fora de
mim) Eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; muito mais em prisões; em
açoites, sem medida; em perigos de morte, muitas vezes. 24 Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites
menos um; 25 fui três vezes
fustigado com varas; uma vez, apedrejado; em naufrágio, três vezes; uma noite e
um dia passei na voragem do mar; 26 em jornadas, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de
salteadores, em perigos entre patrícios, em perigos entre gentios, em perigos
na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos
irmãos; 27 em trabalhos e
fadigas, em vigílias, muitas vezes; em fome e sede, em jejuns, muitas vezes;
em frio e nudez) - e ainda achou tempo e disposição para obter a própria
manutenção (At 18:3 - E, posto que
eram do mesmo ofício, passou a morar com eles e ali trabalhava, pois a
profissão deles era fazer tendas) - e mesmo assim ainda havia quem o criticasse
por isso (II Co 11:7 - Cometi eu, porventura, algum pecado pelo fato de
viver humildemente, para que fôsseis vós exaltados, visto que gratuitamente vos
anunciei o evangelho de Deus?).
Paulo não estava propondo aqui um modelo de manutenção
missionária porque em outras ocasiões ele tinha associados que ajudavam na sua
manutenção e não via isto como problema (II Co 8:21 - ...pois o que nos preocupa é procedermos honestamente, não só perante o Senhor, como também diante dos homens), como os
macedônios a quem, ele, ironicamente e em resposta a acusação de mercenarismo,
diz ter despojado, isto é, colhido os frutos de uma vitória (II Co 11.8-9 -
Despojei outras igrejas, recebendo salário, para
vos poder servir, 9 e,
estando entre vós, ao passar privações, não me fiz pesado a ninguém; pois os
irmãos, quando vieram da Macedônia, supriram o que me faltava; e, em tudo, me
guardei e me guardarei de vos ser pesado).
O modelo proposto não é financeiro, o modelo proposto é outra
coisa, é o de uma vida cristã frutífera no Senhor (I Co 15:58 -
Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na
obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão): é o de uma fé operosa, de uma fé que
impulsiona ao serviço do Senhor, de uma fé que, somada ao amor abnegado leva a
buscar incessantemente o bem de outras pessoas, o bem de toda uma comunidade.
Andando ao lado dos crentes Paulo os exortava a trabalharem
confiantemente como ele também trabalhava. A motivação era a mesma, a
capacitação vinha da mesma fonte, o Espírito Santo que tem exatamente o mesmo
poder e o mesmo propósito; assim como Ele queria que Paulo trabalhasse
incessantemente servido de modelo para os tessalonicenses, e eles servissem de
modelo para nós para que nós também servíssemos de modelo a outros que ainda
crerão. Esta é uma “corrente” que vale a pena passar adiante.
Você, que gosta tanto de passar irrefletidamente correntes
cibernéticas adiante, vai manter essa? Ou será que, se depender da Igreja do
séc. XXI ela não corre o risco de morrer agora?
ATITUDE
Nº III: TRABALHAR ESPERANÇOSAMENTE
11 E sabeis,
ainda, de que maneira, como pai a seus filhos, a cada um de vós, 12 exortamos, consolamos e admoestamos, para viverdes por modo digno de
Deus, que vos chama para o seu reino e glória.
Os tessalonicenses eram testemunhas do modo de viver de Paulo.
Aprenderam a vê-lo vivendo piedosamente (I Ts 2:10 - Vós e Deus sois
testemunhas do modo por que piedosa, justa e irrepreensivelmente procedemos em
relação a vós outros, que credes). Viram-no viver de maneira justa e piedosa. E
tudo isto motivado por uma esperança: a de que os tessalonicenses cressem e,
crendo, tivessem também a esperança da vida eterna que o Senhor dá aos que nele
creem (I Pe 1:3-7 - Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que,
segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva
esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, 4
para uma herança incorruptível, sem mácula,
imarcescível, reservada nos céus para vós outros 5 que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a
salvação preparada para revelar-se no último tempo. 6 Nisso
exultais, embora, no presente, por breve tempo,
se necessário, sejais contristados por várias provações, 7
para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito
mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em
louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo).
O alvo de Paulo era um só: o cumprimento do mandato de tornar
o nome de Cristo conhecido perante gentios e reis - e ele o fez (Pv 22:29 -
Vês a um homem perito na sua obra? Perante reis será posto; não entre a plebe).
Não foi desobediente ao chamado de Jesus, anunciou o evangelho incessantemente
aos pecadores para que eles se arrependessem de seus pecados, cressem e se
convertessem ao Deus vivo e verdadeiro e fossem capacitados a viver praticando
obras dignas que demonstrassem esse arrependimento (At 26:19-20 - Pelo
que, ó
rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial, 20 mas anunciei primeiramente aos de Damasco e em Jerusalém, por
toda a região da Judéia, e aos gentios, que se arrependessem e se convertessem
a Deus, praticando obras dignas de arrependimento) e isto não lhe trouxe
bênçãos, só problemas (At 26:21
- Por causa disto, alguns judeus me prenderam, estando eu no templo, e
tentaram matar-me) mas ele se manteve firme e não desanimou em seu trabalho (At
26.22 - Mas, alcançando
socorro de Deus, permaneço até ao dia de hoje, dando testemunho, tanto a
pequenos como a grandes, nada dizendo, senão o que os profetas e Moisés
disseram haver de acontecer).
A esperança de Paulo era que os tessalonicenses cressem e
tivessem a mesma esperança, que cressem no mesmo Jesus, que o seguissem e
obtivessem a mesma vida eterna (Hb 10:36 - Com efeito, tendes
necessidade de perseverança, para que, havendo feito a vontade de Deus, alcanceis
a promessa). E eles creram. E eles tinham a mesma esperança: a de verem se
completar o seu chamado para o reino que está preparado para os crentes (Mt
25:34 - ...então, dirá o
Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse
do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo). Certamente esta esperança
também deve estar presente nos crentes do séc. XXI.
Paulo usa outra ilustração, agora a de um pai que está
interessado no bem estar de seus filhos, que queria vê-los progredindo na
caminhada cristã e o que de melhor um pai (e Paulo era o que chamamos de pai
espiritual - I Co 4.14-15 - Não vos
escrevo estas coisas para vos envergonhar; pelo contrário, para vos admoestar
como a filhos meus amados. 15 Porque,
ainda que tivésseis milhares de preceptores em Cristo, não teríeis,
contudo, muitos pais; pois eu, pelo evangelho, vos gerei em Cristo Jesus)
poderia desejar além de que seus filhos tivessem aprendido com seu bom exemplo,
que o imitassem (I Co 4.16 - Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus
imitadores) e obtivessem os mesmos resultados: a vida eterna em Cristo Jesus.
Que melhor herança um pai pode desejar deixar para seus
filhos que um tesouro maior que ouro, e prata, e jóias, e posses, um tesouro que
governo não confisca, que ladrões não roubam e que não sofre corrosão ou
desgaste: a vida eterna em Cristo Jesus, que é onde deve estar o seu coração (Mt
6:20-21 - ...mas ajuntai para vós outros
tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam,
nem roubam; 21 porque, onde está o teu
tesouro, aí estará também o teu coração).
CONCLUSÃO
A Palavra de Deus diz que a estada de Paulo entre os
tessalonicenses impactou-lhes a vida. Mas isso só aconteceu porque ele esteve
entre eles vivendo de maneira justa e piedosa, ele lhes deu um bom modelo.
Recentemente dialogava com alguém que lembrava que, num passado não muito
remoto, ser conhecido como cristão era o mesmo que ser reconhecido por ser uma
pessoa confiável.
Paulo não foi um caloteiro, um beberrão, um sonegador, um
falsário. Talvez a sua ficha não o recomendasse para muitas igrejas de hoje:
conhecido por ser “transtornador do mundo”, volta e meia preso, já tendo estado
envolvido em assassinato e tendo dificuldade até mesmo com colegas de
ministério, como João Marcos, e Barnabé, e Pedro...
Mesmo frequentando as prisões como hóspede involuntário Paulo
sempre foi arrastado a elas por causa de sua fé, e não como malfeitor. Resistiu
a Pedro por causa da conduta reprovável deste. Rejeitou a João Marcos como
companheiro de viagem em benefício da segurança de sua missão. Tendo Cristo
como modelo, olhando para Cristo que desafiava seus inimigos a apontarem algum
pecado nele.
Paulo, embora reconhecendo-se pecador, na verdade, mais que
isso, reconhecendo-se um miserável pecador (Rm 7.24 - Desventurado homem
que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?) buscava imitar a Cristo e não
tinha a prática contumaz das obras da carne como estilo de vida, lutando contra
a inclinação de sua própria carne para glorificar seu Senhor.
E seu esforço, sua luta desesperada e consciente não foi em
vão. Seu modo de viver impactou o modo de viver de seus discípulos. O estilo de
vida dos tessalonicenses era fruto do modo de vida de Paulo entre eles.
Imaginemos a Igreja do presente século visitada pelos tessalonicenses. Será que
haveria como conviverem no mesmo ambiente, no mesmo culto, congregando no mesmo
prédio e chamando-se de irmãos?
Uma Igreja de fé operosa, amor abnegado e firme esperança
conseguiria viver com uma Igreja amortecida em sua disposição e amortecida pelo
conformismo mundano; uma Igreja sem amor genuíno e entranhado, uma Igreja que
provavelmente não gostaria nem um pouco se os céus se abrissem e o Senhor
iniciasse o seu julgamento hoje e agora porque isto frustraria seus projetos
pessoais.
Ou talvez fosse o contrário, a Igreja do séc. XXI talvez não
conseguisse conviver com uma Igreja de fé operosa, de amor abnegado e firme
esperança. Talvez se sentisse incomodada, e talvez expulsasse os outros irmãos,
ou talvez preferisse ir congregar em outro lugar.
E em sua nova congregação talvez continuassem sem viver a fé
de maneira operosa, sem amar abnegadamente e sem aguardar ansiosamente a volta
do Senhor Jesus. E assim continuariam a não falar da fé, do amor e da esperança
da Igreja nem na esquina, quanto mais na cidade ou no estado.
O único jeito disso ser mudado, e isso pode ser mudado, e
isso deve ser mudado, é cada um de nós, cada crente no Senhor Jesus, com
dezenas de anos de vida eclesiástica ou começando agora, começar a viver por
modo digno do evangelho em seu falar, em seu pensar, em seu agir, em seu
vestir, em sua fé e em suas obras (I Co 10.31 - Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra
coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus).
Sinceramente eu não gostaria que você viesse a mim e
dissesse: eu quero me tornar membro de sua Igreja, mas não quero que minha vida
mude! Talvez você só tenha coragem de falar a primeira parte da frase, e talvez
nem mesmo admita conscientemente a segunda - mas se você não quer mesmo viver
alegremente servindo ao Senhor Jesus, esperando o seu retorno e proclamando a
sua vontade, então, não há nenhuma razão para você fazer parte de uma Igreja,
de nenhuma Igreja, na verdade.
Mas, se você quer mesmo servir ao Senhor com alegria (Ne
12.43 - No mesmo dia, ofereceram grandes sacrifícios e se alegraram; pois
Deus os alegrara com grande alegria; também as mulheres e os meninos se
alegraram, de modo que o júbilo de Jerusalém se ouviu até de longe), se você
realmente quer confessá-lo confessar publicamente que Jesus é o seu Senhor (Hb
4:14 - Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote
que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão), você é bem-vindo à
Igreja de Cristo.
E só assim, só crendo realmente em Jesus Cristo, só
entregando a sua vida e estando disposto a viver a fé em toda e qualquer
circunstância você poderá cantar alegremente: “Maranata, vem! Vem Senhor
Jesus!”, e, se te perguntarem: “Você é um filho de Deus”, não responda com
palavras, mas com sua vida! Essa é a resposta que interessa. Responda com uma
fé operosa, com um amor abnegado e confessando Cristo com firme esperança!
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