Como cidadãos que somos, temos uma enorme responsabilidade
diante de tudo isto. Somos, é, claro, individualmente, pouco significantes no
processo. Mas, mesmo os cristãos que creem na absoluta soberania de Deus – e
nós, os presbiterianos, ao menos nominalmente o cremos, temos esta mesma
responsabilidade. Não como Igreja, mas como indivíduos, como cidadãos que tem,
entre outras funções, a de serem sal e luz.
Nossa Igreja historicamente tem se mantido à margem dos
conchavos e acertos políticos – ao menos em tese nossos pastores não se vendem
a este ou àquele candidato. A instituição, a Igreja não tem título de eleitor.
Sua função é outra: proclamar as virtudes daquele que nos libertou do império
das trevas e nos trouxe pro reino do filho do seu amor, Jesus Cristo. Enquanto
isto, devem viver de maneira justa, santa e piedosa, dando glória a Deus e
levando outros a fazê-lo.
Enquanto age como sal e luz, a Igreja deve adotar o
procedimento não de "apoiar politicamente" candidato "A",
"B" ou "C", mas orar pelos seus governantes para que eles
não usurpem atribuições que não lhes pertencem, louvar a Deus pelos acertos dos
mesmos e ao mesmo tempo ser voz profética rejeitando os seus erros –
especialmente quando estes erros são mais que políticos, são morais e
espirituais.
Aos mestres da Igreja cabe orientar a Igreja quanto às
propostas que tem sido apresentadas, seja de forma direta, seja através de
programas "ocultos", mas, jamais, determinar que os membros votem em
qualquer candidato que seja. Não tem este direito, os mestres ensinam, mas não
são senhores da consciência de ninguém.
Uma das maneiras de se sustentar a democracia é o voto. No
Brasil os cidadãos têm o privilégio e o dever de exercer esta
responsabilidade, e isso deve ser feito consciente e livremente.
Votar com liberdade significa que cada cidadão pode escolher
em quem votar independente da vontade do poder econômico ou político que
possui, à hora, a supremacia. Mas votar com liberdade também quer dizer que o
individuo precisa ter as informações necessárias para fazer uma escolha
consciente. Sabe-se muito pouco sobre a trajetória política, pessoal e moral de
muitos candidatos. E o atual modelo de campanha facilita, em muito, este
esconder. Ora, os candidatos [do latim "candidus", puros] deveriam ser pessoas de reputação ilibada.
Lembremos que os partidos políticos não são igreja. Mesmo
que se denominem cristãos em suas siglas, estão longe de ser uma igreja. Pior
que isso, usam indevidamente o nome de Cristo, que afirmou que seu reino não é
deste mundo [Jo 18.36]. Nenhum partido vai poder fazer da tribuna
púlpito. Estamos tratando de entidades com natureza completamente diferente – o
que não significa que devam ser antagônicos, embora haja partidos que se
coloquem como anticristãos em seu programa de governo mas não ousem afirmar
isto publicamente.
A Igreja é o reino de Deus – nenhum partido político
pode mudar isso, nem mesmo fazer de uma nação o reino de Deus. Ele é mais do
que isso – e este não é o intento do Senhor. Em breve teremos que exercer o
direito e a obrigação de votar. Como então, escolher um candidato? Os motivos
elencados para fazer tais escolhas são muitos: interesses pessoais, econômicos,
familiares, indicação de terceiros, afinidade
política, amizade, simpatia, história de vida do candidato, religião,
etc. Sei que algumas escolhas já estão feitas, e que estas não mudarão – e nem
pretendo fazê-las mudar. Mas creio ser necessário observar se as candidaturas
propostas têm, realmente, propostas de governo que podem ser homologadas pelo
voto de um cristão? Se és cristão, reflita nestas questões?
i.
A candidatura em questão é contra ou a favor da família?
Ele sabe que no princípio Deus criou “homem e mulher”,
“macho e fêmea”. Embora existam em nossa pátria diferentes tipos de família, o
meu candidato reconhece não apenas a importância dos “papéis” de pai e mãe,
mas, sobretudo ele reconhece a necessidade da figura do pai, macho, e da mãe,
fêmea, para a perpetuação da família conforme instituída pelo Criador. Meu
candidato aceita o matrimônio como algo sagrado e por isso mesmo não é um
incentivador da banalização do matrimônio pelo divórcio indiscriminado. Meu
candidato respeitará a diversidade das famílias, no entanto, não será um
promotor dos desvios de conduta e de comportamentos sexuais contrários à
natureza.
ii.
A candidatura em questão é a favor ou
contra o aborto?
O aborto é uma ofensa a Deus, um crime, um assassinato. No
programa de governo ou na plataforma da candidatura há algum posicionamento a
respeito? Na história da candidatura proposta [não importa que grau de
afinidade tenhamos com a pessoa que se candidata] há algum posicionamento pró
ou contra a vida? Há diversas propostas tratando da descriminalização do aborto
do Brasil. Sabe-se quem as tem proposto, candidatos e ministros de estado,
especialmente da saúde, já demonstraram interesse em implantar esta prática no
Brasil, e dependendo do quadro político vigente em janeiro, é possível que o
tema volte a ser discutido. A candidatura que você pretende autorizar a
governar é a favor da vida e contra a descriminalização do aborto?
Esta candidatura entende que a vida é uma dádiva de Deus e
que qualquer tentativa de interrompê-la de maneira banal constitui-se num crime
contra o ser humano e contra o seu Criador? Ele se esforçará por preservar a
vida não fazendo e nem sancionado leis injustas, para legalizar o assassinato
de inocentes, anestesiando ou violando a consciência do povo com fraseologia
dúbia e pouco esclarecedora para justificar e institucionalizar o infanticídio?
iii.
A candidatura proposta é a favor ou
contra a castidade?
Na pauta da câmara dos deputados encontra-se projetos de lei
que envolvem a sexualização das crianças. Já há projeto conjunto do ministério
da saúde e da educação para distribuir preservativos nas escolas públicas com
crianças à partir de 8 anos de idade. Isto sem sombra de dúvida promove ao
menos a aceitação como natural da promiscuidade.
De que adianta combater a pornografia infantil, a exploração
sexual de nossas crianças se o ministério da saúde e da educação se propõem a
incentivar a prática sexual ainda na infância? Que ninguém seja tolo ao afirmar
que isto acabará não incentivando a prática, mas que é só uma medida
educacional e preventiva. Tendo o instrumento à disposição, eles vão usá-los.
iv.
A candidatura proposta é a favor ou
contra a aberração homossexual?
Não estamos falando de indivíduos, mas da prática que, aos
olhos de Deus, é aberração [Lv 18.22]. Pretende-se institucionalizar o "dia do orgulho gay"
obrigando a sua comemoração em todas as instituições de ensino fundamental,
públicas ou particulares. Ainda há a pretensão de obrigar pastores e padres a
realizarem solenidades de casamentos homossexuais – quem não o fizer poderá ser
multado, preso e processado por "descriminação e desobediência
civil", respondendo ao processo em regime de detenção;
v.
A candidatura proposta é a favor ou
contra a liberdade de expressão, especialmente a liberdade religiosa?
Há projetos em vias de serem votados que proíbem cultos ou
evangelismo em locais públicos [parada gay pode], obriga-se à realização dos
cultos particulares com as portas fechadas, limitam o tempo dos programas
evangélicos televisivos e obrigam os pastores a possuir faculdade de jornalismo
[pode-se ser presidente da república semi-analfabeto] com limitação de
assuntos: não pode falar de dízimos, nem de ofertas, nem contra o espiritismo, a
feitiçaria e a idolatria ou contra abominações proibidas por Deus em sua
Palavra. Qualquer tipo de mensagem contra estas práticas contrárias à Palavra
de Deus pode ocasionar a eventual prisão do pregador. Estes projetos são tem
autores conhecidos, e contam com aval dos ministérios e secretarias de governo.
Eles não se contentam em mentir. Querem esconder a verdade.
vi.
A candidatura proposta tem reputação
ilibada e combate a injustiça social e a corrupção?
Estes são dois males endêmicos no nosso país. A mera
transferência de renda, o assistencialismo desenfreado que apenas encabresta os
menos favorecidos à uma esmola mensal não é a solução para as desigualdades
sociais. Quais as propostas dos candidatos na área de educação, saneamento,
geração de emprego e sustentabilidade econômica? Como o candidato trata as
questões de corrupção? Considera-a algo natural, finge não saber ou combate-a?
O que a história política dos candidatos em questão lhe diz a este respeito?
É necessário que o trato com ao bem público seja feito com
seriedade e transparência. Como os candidatos que estão pedindo seu voto se
relacionam com as leis e com as instituições? Denigre-as? Enxovalha-as? Ou as
respeita e valoriza?
vii.
Qual o posicionamento da candidatura
proposta em relação à família?
Não estou perguntando sobre como é família do candidato
[ainda que isto diga muita coisa, basta ver o que o jornalismo tem mostrado nos
últimos dias], mas me refiro ao que, como governante, proporia para família. O
esfacelamento familiar está em pauta nas leis que podem ser publicadas em breve
[dissolução instantânea casamento, retirada da autoridade paterna para educar e
corrigir os filhos – como se o estado tivesse competência para isso].
viii.
A candidatura proposta é a favor de
leis justas ou produzirá leis para atender a interesses inconfessáveis?
Ela aceita e defende os princípios estabelecidos na Carta
Magna da nação brasileira e não fará nem obrigará ninguém a promover mudanças
na lei que venham a prejudicar o direito estabelecido para favorecer a quem
quer que seja? Ela legislará e promulgará leis justas e sempre de acordo com a
consciência e nunca contrário a ela, pois a sua consciência é inegociável e
está sujeita não a homens ou a partidos políticos, embora pertença a um, mas a
Deus como governante supremo do universo?
ix.
A candidatura proposta concorda que
todos são iguais perante a lei ou defende que há alguns mais iguais que outros?
A candidatura que você defende concorda que ninguém deve ter
mais direitos ou regalias por outras, independentemente de qualquer condição,
seja de cor, idade ou origem social. Não existem brasileiros mais brasileiros
que outros, todos são iguais e devem ter direitos e responsabilidades iguais. A
candidatura proposta considera que deve valorizar o esforço e dar oportunidades
aos menos favorecidos para que alcancem seus alvos sem quotas que só promovem a
sensação de desigualdade?
A candidatura proposta defende que criminosos paguem por
seus crimes, independentemente da idade ou por serem mais favorecidos
financeiramente – o que deveria ser visto como um agravante e não como um meio
de se safar de punições legais?
x.
A candidatura proposta é comprometida
com a justiça social sem que com isso defenda luta de classes?
Esta candidatura sabe que não é correto tirar do pobre para
aumentar as já gigantescas fazendas dos ricos – mas também não vão vai tomar o
que foi conquistado com trabalho para dar ao desocupado. Ela se para que todos
os cidadãos brasileiros, natos ou adotados por essa pátria, tenham direitos
iguais: direito de se alimentar dignamente, de se vestir decentemente, de
receber uma educação digna e de qualidade, de ter acesso rápido e digno aos
serviços de saúde, direito de ter acesso a esses e a tantos outros direitos
básicos e fundamentais garantidos por lei.
xi.
A candidatura proposta demonstra compromisso
com valores democráticos, institucionais ou com a liberdade de expressão?
Os candidatos têm se mostrado respeitosos para com os
direitos dos cidadãos de saberem o que fizeram e fazem como pessoas públicas?
Há inúmeras tentativas de acabar com a liberdade de expressão em nosso país. A
censura à moda castrista, chavista e até mesmo kirschnerista [Argentina] é
aclamada como alguns como o modelo a ser seguido.
Reiteradamente há quem afirme que há liberdade demais para a
imprensa e para o povo expressar suas opiniões. Você concorda com isso? Sabe
quem não quer que você seja informado dos constantes escândalos envolvendo
praticamente todas as esferas da vida pública? Quando questionado nega-se a dar
explicações ou conta dezenas de vezes a mesma mentira na esperança de que você
acredite nela?
Por fim, não acredito em salvador da pátria, nenhum
candidato é perfeito, nenhum candidato deve ser visto como impoluto ou santo –
mas não vou me comprometer jamais em dar uma procuração em branco para nenhum
candidato comprovadamente comprometido com valores anticristãos, com metas de
governo e partidárias de acabar com a influência benéfica da fé cristã na
sociedade ocidental.
Em breve elegeremos nossos legisladores estaduais, federais,
senadores e governantes em cargos executivos. No próximo domingo, 06 de
outubro, “eu” votarei e elegerei os legisladores e os governantes do meu Estado
e da minha querida Pátria.
Sei que a minha responsabilidade é enorme, pois estarei
assinado uma procuração com firma reconhecida em cartório para que pessoas
possam me representar nos próximos anos – e por isso não posso cometer o erro e
o pecado de votar por causa de qualquer tipo de benefício que tenha recebido ou
tenha a esperança de receber porque sei que quem se vende sempre recebe mais do
que vale e não tem o direito de protestar depois quando incompetentes ou mal
intencionados dilapidarem o patrimônio público.
Bem pelo que você percebeu, não votarei num partido, mas sim
em pessoas – mas sempre considerando que estas pessoas estão agrupadas em
partidos e que os partidos expressam a verdadeira opinião (e não a opinião para
o público – dessas pessoas) – conheça a ideologia dos partidos, e, desde já,
recomendo que evite partidos que defendem uma ideologia marxista e, por isso,
incompatível com a fé cristã.
Espero que o eleito seja a expressão da vontade de Deus para
nosso bem, e não para mais disciplina, e que o eleito honre os valores cristãos
que sustentam nossa sociedade. Ao dar o seu voto tenha a certeza de que votou a
favor da família, a favor da vida e contra o aborto, a favor de leis justas e a
favor de uma vida mais digna para o povo brasileiro. Votando assim terás votado
a favor do Brasil e buscando a glória de Deus.
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