domingo, 10 de outubro de 2021

PRODUZINDO, FIRMES, CONSTANTES E INABALÁVEIS, NA OBRA DO SENHOR

1Co 15:58 Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão.

Há alguns anos fui visitar uma comunidade nas margens do lago da represa da hidrelétrica de Tucuruí, no Pará. Enquanto fazia visitas observei que algumas casas eram construídas literalmente na beira de precipícios, sustentadas por longas e finas hastes de árvores. Aquilo dava uma sensação de insegurança, e conversando com um morador ele explicou que aquelas hastes de cerca de 30cm de diâmetro estavam inseridas em buracos feitos nas próprias pedras que formavam o terreno. Elas estavam bem fixadas, arraigadas, sendo muito difíceis de serem movidas.

Outra característica que o morador citou é que elas tinham um espaço definido entre elas e interligações de modo que os movimentos na casa, ventos ou chuvas não produziam qualquer tipo de abalo nas estruturas. Literalmente, estavam firmes na rocha. A figura de Paulo, neste texto, fala de uma arvore, firme, em lugar adequado, e remete sem dúvida ao salmo 1, mas me lembra também a afirmação de Jesus que ele é a rocha dos séculos e ao mesmo tempo a videira verdadeira, à qual esteamos ligados de maneira perfeita e inescapável, porque ligadas por sua soberana vontade. Como está sua fé? Firme em Jesus.

VEJA EM VÍDEO: https://youtu.be/TRjYRm8JbW0

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PRODUTIVOS. SEMPRE E ABUNDANTEMENTE

1Co 15:58 Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão.

A expressão “amados irmãos” é muito comum e cheia de significado no Novo Testamento. O que ela significa? O que Paulo quer dizer quando chama os coríntios de meus amados irmãos (adelfoi mou agapetoi)? Em virtude da vitória que recebemos por intermédio de Cristo, que nos faz irmãos, e por estes que foram feitos nossos irmãos também são amados por nós. Veja que sermos irmãos é o resultado da ação de Deus, mas amar os irmãos é um ato de obediência ao mandamento do Senhor: de nos amarmos uns aos outros como Ele próprio amou aqueles por quem ele deu a vida e salvou. Paulo diz que seus leitores, se são crentes, são obedientes ao mandamento que ele deixou para seus discípulos.

Esta deve ser a característica dominante da Igreja do Senhor Jesus: uma multidão de servos e servas de Deus que trabalham alegre, constante e firmemente porque tem absoluta confiança no seu Senhor que lhe garante a vitória sobre quaisquer forças deste mundo, sobre os efeitos danosos do pecado e sobre o terro da própria morte. Portanto meus amados, que foram feitos meus irmãos por meio de Cristo Jesus, andemos unidos e amorosamente trabalhemos na obra do Senhor, sem desanimar até obtermos os frutos de nossa milícia.

Veja em vídeo: https://youtu.be/TRjYRm8JbW0 

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NOSSAS RAZÕES PARA SERMOS PRODUTIVOS NA OBRA DO SENHOR

1Co 15:58 Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão.

O verso 58 começa com uma partícula consecutiva, ôstê, que aponta para uma razão inabalável e inquestionável que já foi expressa anteriormente. Do que Paulo está falando? Os cristãos podem e devem continuar trabalhando para o Senhor em sua obra por causa da vitória que Deus lhes dá por meio de Cristo Jesus, aquele que venceu o mundo. Conhecemos pessoas que se dizem à procura de motivação para fazerem determinadas coisas, para continuarem em seu trabalho e conseguirem exercer suas funções. Mas nem sempre esta motivação é encontrada e alguns acabam no alcoolismo, drogas ou depressão.

Mas aquele que crê em Jesus tem uma motivação permanente: ele sabe que seu Senhor venceu a morte em seu favor. Não pode haver nada mais valioso do que a vitória sobre a morte ao pagar o débito do pecador na cruz. O termo grego ôstê é usado para dizer que a motivação do crente é naturalmente decorrente da certeza da vitória. É como um time superior tecnicamente que ataca o adversário que teve 3 jogadores expulsos. Portanto, meus amados irmãos, motivação não vai faltar para os crentes em Cristo continuarem sempre firmes, inabaláveis e abundantes na obra do Senhor. A vitória é garantida e o trabalho não é em vão.

Em vídeo: https://youtu.be/-QA0oHkniSs.

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sábado, 17 de julho de 2021

COMO EVANGELIZAR COM UM VERSÍCULO: RM 5.18 [IV]

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TODA SATISFAÇÃO TRAZ JUSTIFICAÇÃO 

Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a JUSTIFICAÇÃO que dá vida.

Rm 5.18

SÓ QUEM CRÊ EM JESUS É JUSTIFICADO”. Eu creio, e você?

Existem duas formas de satisfazer uma exigência da lei: pessoal ou por um substituto. A primeira é o próprio devedor ir ao credor e pagar. O problema é que a ofensa feita já traz em si a condenação a morte eterna, de modo que a dívida será cobrada eternamente.

A segunda forma é alguém pagar a dívida no lugar do devedor. Mas a desobediência foi uma ofensa de valor infinito e só pode ser paga por uma obediência de valor infinito, que nenhum homem, por ser finito, limitado e condenado, é capaz de pagar.

Mas o próprio credor proporcionou um substituto satisfatório: Jesus, o filho de Deus, o justo, morreu em lugar dos injustos. Por sua obediência perfeita os injustos que creem nele são justificados e seus pecados perdoados, deixam de ser condenados e são adotados como filhos de Deus. Para receber esta bênção você só precisa crer em Jesus. Posso te falar mais sobre isso, se você desejar.

COMO EVANGELIZAR COM UM VERSÍCULO: RM 5.18 [III]

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TODA OFENSA EXIGE SATISFAÇÃO 

Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por UM SÓ ATO de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida.

Rm 5.18

NINGUÉM CONSEGUE SER JUSTO”, inclusive eu e você.

Um princípio muito importante da lei é que nenhum inocente deve sofrer punição. Ninguém pode ser punido por um crime ou pecado que não cometeu. A bíblia diz que Deus é justo e não tem o culpado por inocente, e, obviamente, não terá o inocente por culpado.

O problema é que não há ninguém que seja inocente em relação à lei de Deus. Todos pecaram, é o que a bíblia diz insistentemente. O pecado é uma realidade universal, presente em todos os lugares, em todas as culturas, e em todas as idades. Você não conhece ninguém que não peque, mesmo as pessoas mais respeitáveis cometem algum tipo de pecado.

Assim como uma ofensa fez o pecado entrar no mundo, uma obediência perfeita foi suficiente para tirar o pecado do mundo há cerca de 2000 anos. O Justo Jesus obedeceu a lei divina até o fim, sofrendo inclusive a punição merecida pelos transgressores.

COMO EVANGELIZAR COM UM VERSÍCULO: RM 5.18 [II]

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TODA OFENSA TRAZ CONDENAÇÃO 

Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para CONDENAÇÃOassim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida.

Rm 5.18

TODO PECADOR MERECE A MORTE”, inclusive eu e você.

Outro princípio fundamental da lei é que todo transgressor precisa ser julgado e se for culpado receber sentença condenatória.

Se todos são pecadores então todos merecem receber a sentença condenatória equivalente. A bíblia diz que a punição prevista em lei para a prática de qualquer pecado é a morte. Deus disse a Adão que se ele desobedecesse morreria. Ele desobedeceu, e morreu. E esta condenação foi estendida a todos os seus descendentes, que continuam na mesma prática, merecendo a mesma recompensa: o salário do pecado é a morte.

Eu conheço pessoas muito boas, que tem um coração muito generoso, mas que não são perfeitas. Assim como por uma única ofensa a morte entrou no mundo, um só pecado faz o homem merecedor da sentença condenatória: a pena capital, a morte. Vamos pensar mais um pouco sobre isso.

COMO EVANGELIZAR COM UM VERSÍCULO: RM 5.18

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O HOMEM OFENDEU A DEUS

Pois assim como, por uma só OFENSAveio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida.

Rm 5.18

Você sabia que ‘TODOS SÃO PECADORES”, inclusive eu e você.

Um dos princípios básicos da lei é que o fato de alguém não conhecer ou discordar dela não o torna isenta de cumpri-la. Por exemplo, uma criança que não sabe de eletricidade e põe o dedo na tomada sofre as consequências como todos os demais sofrem.

Você pode, por exemplo, não acreditar no que a bíblia diz, mas conhece a existência do mal que ela chama de pecado. Quero que você me dê a oportunidade de lhe dizer algumas coisas que a bíblia diz. Depois você decide se elas são importantes ou não para você.

Em Rm 5.18 o apóstolo Paulo faz uma afirmação: por causa de Adão, o primeiro homem, nosso pai e representante, o pecado entrou no mundo e isto traz consequências para sua descendência. Por causa dele, que morreu, as sanções da lei que pune o pecado com a morte recaíram sobre seus descendentes, que são considerados pecadores, que também morrem. Mas tem mais. 

sábado, 15 de maio de 2021

CIDADANIA E A DITADURA DOS VELHACOUTOS

O que acontece quando os juízes são dignos de serem investigados? O que acontece quando são os juízes dignos de serem investigados decidindo sobre quem pode ou não ser investigado inclusive quando são eles próprios os alvos da investigação?

O que acontece quando os investigadores são, no conjunto, objeto de mais de dois mil processos e tem entre os inquiridos alguém que não é réu em nenhum processo e contra o qual não há nenhum fato determinante de inquisição?

O que sentir quando uma pessoa completamente imoral, de personalidade deletéria e capaz de renegar um dos filhos a um mero número na contabilidade de uma empreiteira querer dar lição de moral em um brasileiro que apenas tentava elucidar os fatos, mas cujas informações não estavam de acordo com a narrativa pretendida?

E, se é possível piorar, o que pensar quando o outro principal parceiro deste picadeiro teve esposa e familiares presos por desvio de verbas que deveriam ter sido usadas para diminuir as agruras dos amazonenses (justamente o estado que mais sofreu com a pandemia de COVID-19), escapando ele próprio da prisão por causa da impunidade parlamentar de que goza, e contou com apadrinhados para livrar a família de maiores conseqüências legais?

Como esperar justiça quando alguém é tratado como investigado e pré-condenado (sim, esta é uma nova figura jurídica da nossa selva legal inexistente, mas extremamente ativista) por não comprar uma vacina inexistente cuja eficácia não era (e continua não sendo) comprovada em um contrato que não teria segurança legal quando o chefe do picadeiro jurídico foi capaz de fazer pagamentos com vendas nunca realizadas de um rebanho nunca existente?

Qual o fim esperado de uma comissão liderada por um criminoso que só não está condenado às barras da prisão por causa da inércia e inépcia de líderes de outro poder usurpador numa troca de favores absurda?

É. Esse é o Brasil de hoje. Mas o circo de horrores não termina. Se nada mudar, volto no próximo sábado. Se mudar para melhor, volto para comemorar. Se mudar para pior, assunto é o que não vai faltar. Então, não se esqueça, inscreva-se, curta e compartilhe. Até o próximo.

sábado, 8 de maio de 2021

SOBRE A TIRANIA DA TOGA

Há muito tempo eu tenho me eximido de falar sobre política. Fiz isto durante muito tempo como, por exemplo, quando falei em 2003 que ainda veria o Lula ser conduzido para uma prisão, detido, e mesmo que ele saísse pela outra porta já teria sido uma vitória.

Teve gente que me chamou de louco, de alienado, de fascista, de sonhador, teve gente que não gostou do que eu disse e escrevi, disse-me que pastor não deveria falar sobre política [como se pastor não fosse cidadão e como se fosse possível separar qualquer área da vida entre sagrada e profana] e até disse-me para tomar cuidado.

Eu vivi e vi Lula ser preso. Vi a sua sucessora sofrer um processo de impeachment por improbidade administrativa e vi o petrolão assombrar o mundo. Vivi para ver o PT ser apeado do poder.

Mas vi outro poder se levantar. Um poder antes silencioso e que cumpria a com discrição a constituição, mas que, de repente se arvorou em superpoder supremacista nacional, como resultado de três ações específicas ocorridas durante o governo petista:

1. Aparelhamento estatal com nomeação de agentes escolhidos a dedo para determinadas funções, notadamente no judiciário;

2. Enfraquecimento sistemático do poder legislativo, com a grande maioria dos seus componentes com débitos com a justiça guardados nas gavetas dos tribunais;

3. Total desrespeito à letra da constituição em favor de um ativismo judicial.

Com os juízes torcendo o direito, que direito pode haver? Com a perversão dos fundamentos, que pode fazer o justo? Como saber o que é justo se o que está escrito não tem mais valor?

O resultado disto tudo foi uma nova forma de governo, desconhecida no Brasil até então: a juristocracia, o governo dos togados.

O Supremo Tribunal Federal, que existe para ser um tribunal constitucionalista, passou a ser um tribunal legislativo [criando e reinterpretando leis] e administrativo, interferindo até mesmo em que tipo de propaganda pode ou deve ser feita por um órgão público.

Acovardados [ou vendo seus interesses satisfeitos], com medo de seus processos saírem das gavetas, os membros do legislativo simplesmente aceitam esta usurpação de poderes por parte de pessoas que nunca foram eleitos e cujo poder emana, justamente, da concessão constitucional sob supervisão deste mesmo legislativo.

O Brasil foi sequestrado. Sabemos quem são os sequestradores. Mas não temos heróis. O gato serve o queijo para o rato, e o rato leva o peixe para o gato. Enquanto um rouba, o outro vigia, como na música de Martinho da Vila. Vale a pena ouvir. 

sábado, 3 de abril de 2021

A SANTA CEIA E A PÁSCOA: A ATEMPORALIDADE DA NOVA ALIANÇA

A ATEMPORALIDADE DA NOVA ALIANÇA

TEXTO: 1Co 11.23-26

23 Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; 24 e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. 25 Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim.

26 Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha.

Esta mensagem é, de certo modo, irmã bem próxima de outra em Lc 22.7-20. Nos versos 23 a 25 o apóstolo Paulo trata do conteúdo histórico e da doutrina da nova aliança em si mesma, o que ela significa. Na reflexão em Lc 22 analisamos a transição da antiga aliança consolidada na páscoa para a nova aliança, simbolizada na ceia e consumada na cruz.

Quase sempre mencionamos com muita ênfase os significados dos termos e ficamos preocupados em definir se há mudança ou não nos elementos, se Cristo está presente na ceia apenas como uma lembrança do que Cristo fez.

Alguns defendem a presença pessoal de Cristo com uma transformação real da essência dos elementos no corpo e no sangue de Cristo. Esta doutrina é chamada de transubstanciação. Outros defendem que não há transformação, mas Cristo está presente do mesmo jeito, em uma certa mistura. A isto chamam de consubstanciação.

De passagem, porque não é o propósito neste momento, afirmamos que a presença de Cristo é real, pessoal e espiritual. Cristo está presente de tal forma que o crente recebe os efeitos espirituais da ceia que tipificam seu corpo e seu sangue, abençoando e dando vitalidade aos que creem nele.

Estabelecer estas coisas é importante, mas o propósito aqui é chamar a atenção para o fato de que a mensagem da nova páscoa traz em si mesma uma mensagem que ultrapassa as barreiras do tempo. Afirmamos e vamos nos aprofundar nisto, que a mensagem da nova páscoa é uma mensagem que fala do passado, dos fatos a respeito da obra salvadora de Cristo.

Esta obra tem efeitos no presente, alicerçando a fé dos crentes que confiam na sua presença em seu meio e apontando para o momento mais desejado pelos crentes: o retorno de Cristo para reinar com os seus.

Paulo diz que levava consigo algumas certezas, e estas certezas lhe davam confiança para prosseguir em sua caminhada cristã. Sua fé tinha relações com o passado, com o presente e com o futuro.

PASSADO: FÉ ALICERÇADA NOS FEITOS DE JESUS

26 Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha.

Por que a Igreja celebra a nova aliança? Porque há uma ordem explícita dada pelo Senhor da Igreja para que isto seja assim. Jesus mandou, e a Igreja deve obedecer (Jo15.14). O verso começa com uma conjunção (gar). Tendo em vista que Jesus mandou que a Igreja fizesse essa celebração em sua memória, ou para que ele (e sua obra) fosse lembrado.

Os verbos comer (esquw), beber (pino) e anunciar (katagello) estão todos no presente ativo, algo está sendo feito mas todos os verbos se referem ao anúncio permanente de uma mensagem, e o crente deve se perguntar então: qual é esta mensagem? A mensagem é: anunciamos a morte do Senhor. Mais que uma lembrança a mensagem é um anúncio que exige um posicionamento, como foi feito pelos cristãos no dia do pentecostes (At 2.38) e era pregada por Paulo onde quer que ele passasse, independente da cultura, religiosidade ou classe social (At 16.20). A fé cristã se refere a eventos históricos, e, ainda mais que isto, a eventos que mudaram a história.

A história humana está profundamente marcada pelo que aconteceu naquela cruz nos arredores de Jerusalém. O brado de Jesus na cruz entregando o seu espírito e o que vem depois influencia pessoas e nações, num evento histórico de proporções cósmicas.

O centro da mensagem cristã para esta humanidade é o que Jesus fez. O alvo da mensagem cristã é levar todo pensamento a compreenderem quem é Cristo e o que ele fez (1Jo 5.11) e todo pecador a atender ao gracioso chamado de Cristo (Mt 11.28), arrependendo-se de seus pecados e entrando em aliança pactual com ele através da nova aliança do seu sangue.

A fé cristã não é baseada em mitos ou filosofias, aliás, tais mitos e filosofias são veementemente rejeitados como base do ensino cristão porque elas são fúteis, sem utilidade alguma para a fé (Tt 3.9).

A fé cristã não é alicerçada no esforço individual para, de algum modo, merecer uma recompensa positiva de Deus, o que é impossível porque não ninguém que consiga ficar sem pecar (Tg 2.10).

A fé cristã não é baseada em legalismo ou ascetismo, mesmo que isto possa impressionar as pessoas (Cl 2.23). Resumindo, a fé cristã não é baseada em nada que o homem possa fazer ou criar, porque isto pode até parecer bom e bonito, atrativo e impressionante, mas sem proveito algum.

REFLITA

A base da fé cristã é a confissão de Jesus como Senhor, recebê-lo como filho de Deus e salvador (Jo 20.31). Não cabe outra coisa a ser anunciada, nenhuma outra obra, somente a cruz de Cristo, poder de Deus e salvação de todo aquele que crê (1Co 1.24).

É nisso que se baseia a fé cristã. Em fatos. No inquestionável fato da encarnação, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Em história e não em estórias. Em eventos e não em mitos. A nova aliança aponta para a cruz de Cristo, para a vida pela morte de Cristo, para a ressurreição de Cristo mesmo que tudo isto pareça loucura – e sempre parecerá loucura para os que se perdem (1Co 1.18).

PRESENTE: FÉ SUSTENTADA PELA PRESENÇA DO SENHOR

26 Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha.

A segunda afirmação do tripé sobre a atemporalidade da fé cristã é que ela não se limita ao passado. Budismo, confucionismo e diversas outras formas de religiosidade se baseiam no que foi feito ou ensinado, mas nem Confúcio nem Buda estão presentes pessoalmente na vida dos seguidores dos seus ensinos, já que não podemos dizer ‘seus seguidores’.

Mas tal não é o caso dos cristãos: seu Senhor, Jesus Cristo, afirmou que sua presença seria constante com seus discípulos, que poderiam seguir com a certeza de sua companhia (Mt 28.20). A mensagem cristã não se resume a frases semelhantes a “como disse Jesus”, “como Jesus fez”. Ela vai muito além e diz: “Ele morreu, ele ressuscitou, ele vive, ele reina”. Foi esta mensagem que levou os judeus a perguntarem de coração compungido: “E agora, que faremos?” (At 2.37).

O cristão não é um contador de histórias ou de estórias, mas um proclamador da fé. Quando os discípulos celebram a nova páscoa, conforme mandato do Senhor, o fazem para não deixar ninguém esquecer que “Ele vive”. A celebração da ceia é uma profissão de fé. É a comunidade dos crentes dizendo que crê que Ele está vivo e presente, como expressou magistralmente o grupo Vencedores por Cristo numa canção chamada “Vinho e Pão”:

Quem serve o vinho e parte o pão é o próprio Cristo ressurreto e nosso irmão,

O Rei da Terra e céus é nosso anfitrião com vinho e pão nós celebramos comunhão.

Todos os verbos do verso 26 estão no presente (esquw), beber (pino) e anunciar (katagello). Os discípulos comem, bebem e anunciam a fé que está viva em seus corações e que impacta a sua vida.

Todos os atos da vida do cristão refletem a sua vida com Deus, na presença de Deus porque ele sabe que o seu Senhor não prometeu nada em vão, e se ele prometeu companhia até a consumação do século, ele não deixará de cumprir sua promessa.

Assim, o trabalho do cristão é na presença de Cristo (Cl 3.23-24). O comer e o beber do cristão, e até o seu lazer, tudo é na presença de Cristo (1Co 10.31). Se o trabalho é na presença de Cristo, e se o comer, beber e tudo o mais são na presença de Cristo, por que o culto não seria? Por que um dos momentos mais solenes do culto não contaria com a sua presença?

Na celebração da nova páscoa afirmamos enfaticamente: “Ele vive!” (2Co 13.4). Não é passado, não está limitado ao passado. Não é uma coisa que aconteceu e ficou na história. É uma certeza que marcou a história. Que mudou a história – e que conduz a história.

REFLITA

A nova pascoa é uma proclamação de fé. O crente participa desta celebração proclamando a sua fé viva no salvador que está vivo. Ele vai se reunir com os demais crentes na certeza de estar na presença do seu Senhor. Qualquer coisa diferente disto torna sua participação apenas mecânica e carnal. Pode cantar e honrar ao Senhor com os lábios, mas sua adoração não é aceita porque o coração está longe de Deus.

Quando você vai participar da ceia deve fazê-lo com firme confiança, e com fé, de que o seu grande Deus que é também seu salvador está presente (Tt 2.13), porque, sem fé, toda participação é inútil e não agrada a Deus, não recebendo, portanto, o galardão exclusivo dos crentes (Hb 11.6).

FUTURO: FÉ ESPERANÇOSA NAS PROMESSAS DO SENHOR

26 Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha.

Já mencionamos os aspectos históricos e presenciais da celebração da ceia do Senhor. Resta-nos refletir sobre o fato de que chegará um dia que nenhum pastor presbiteriano, metodista ou de qualquer outra denominação poderá celebrar a ceia do Senhor – e não se trata de alguma proibição governamental, porque já houve tempo em que o culto cristão foi proibido e a Igreja não deixou de servir ao seu Senhor.

Chegará o dia em que os crentes celebrarão com o próprio Senhor (Mt 26.29). Paulo expressa esta verdade ao afirmar que a Igreja deve comer continuamente o pão e da mesma forma beber o cálice, e ao fazê-lo anunciar a morte do Senhor até que (axri) ele venha.

Nem todo comer pão e beber vinho é celebração da comunhão espiritual com o Senhor (1Co 11.20), mesmo que isto seja feito na igreja, como atestam as más práticas dos Coríntios (1Co 11.22).

O cristão não crê na morte de Cristo simplesmente por causa de sua morte substitutiva – e isto já é algo extraordinário. O cristão não celebra a ceia apenas para anunciar que crê nesta morte ocorrida há quase 2000 anos. Sua fé é maior que isso. Ela não se limita à história passada ou ao tempo presente (1Co 15.19).

Na realidade, a celebração da ceia do Senhor pelos cristãos deve ser feita numa alegre expectativa do retorno do seu Senhor e mestre, porque é assim que o crente quer ser encontrado, celebrando sua esperança junto com a comunidade dos eleitos de Deus (Mt 24.46).

Cada ministro cristão deve celebrar a ceia pedindo ao Senhor para que fosse sua última vez. Cada crente deve ser estimulado a participar da ceia do Senhor com a expectativa de que seja a última vez que a recebe das mãos do seu pastor para finalmente recebê-la das mãos do supremo pastor, quando ele finalmente se manifestar (1Pe 5.4).

E é este o sentido do verbo que aqui é traduzido por “venha” (elqh, de erxomai). Além do sentido de vir de um lugar para outro (ou de voltar), que é usual, ele também tem o sentido de aparecer, de se manifestar publicamente em lugar de influência. O modo que Paulo usa o verbo (2º aoristo) mostra que esta manifestação visível de Cristo será definitiva e com efeitos definitivos.

Será o fim da história e a entrada dos crentes na eternidade em glória. Então não haverá mais ceia ministrada por homens. Será o momento em que o rei convocará os súditos para entrarem definitivamente no seu reino (Mt 25.34) e participarem da ceia celeste.

REFLITA

A participação na nova páscoa é uma bênção de Deus para seu povo de todos os tempos enquanto aguarda a volta do seu Senhor. O cristão não deve desprezar esta oportunidade de ser abençoado. Mas lembre-se: ela é uma bênção temporária.

Mas diferente do que o adágio popular diz, que o que é bom dura pouco, no planejamento de Deus é diferente: o que já é muito bom é apenas a preparação para algo ainda melhor, como Paulo diz (Fp 1.23): experimentar as bênçãos de Deus aqui é bom, vive-las na eternidade é incomparavelmente (pollw mallon), isto é, disparadamente melhor. Mas só experimentará o melhor na eternidade quem usufruir fielmente do que é bom aqui e agora (Mt 25.21).

CONCLUSÃO

Passado, presente e futuro. O que Jesus fez, como vivemos na presença de Jesus e a nossa esperança na volta do Redentor, agora como Rei e Juiz de toda a terra.

Se desprezarmos o passado, os fatos do passado, como muitos fizeram e ainda fazem, tiramos da nossa fé aquilo que a sustenta. Tomar Jesus como um personagem fictício ou diferente daquele que as Escrituras mostram significa tornar-se inimigo de Cristo (1Jo 2.22) e destituir a Cristo de sua majestade e tornar a fé da Igreja vã e sua pregação inútil e até mentirosa (1Co 15.14-15)

Se desprezarmos o presente desprezaremos o ensino da Palavra de Deus (2Tm 3.16-17) e não atingir um dos alvos da manifestação da graça de Deus que é ensinar o homem de Deus a viver em seu tempo como discípulo de Jesus Cristo, numa vida equilibrada em suas decisões, justa diante de todos e piedosa com o Senhor seu Deus (Tt 2.11-13), num dever que sempre foi exigido dos crentes (Mq 6.8).

Mas se a Igreja se limitar ao passado e presente deixa de usufruir da esperança que só o Senhor dá. Ele é o redentor que oferece mais do que filosofia e ética. Ele oferece vida e vida eterna (Jo 6.54).

Não deixamos de olhar para a cruz, nossos olhos passam pelo túmulo, e vê-lo vazio não nos conduz à tristeza e ao choro como aconteceu com Maria Madalena (Jo 20.21) porque sabemos que ele vive.

Olhamos também para o céu, porque da mesma maneira que ele foi também voltará (At 1.11).

Portanto, até que o Senhor venha, não deixemos de congregar, de sermos abençoados, como é costume de alguns (Hb 10.25). Incentivemos uns aos outros, até o dia que o Senhor Jesus voltar para nós.

A SANTA CEIA E A PÁSCOA: A TRANSIÇÃO DA VELHA PARA A NOVA ALIANÇA

A TRANSIÇÃO DA VELHA PARA A NOVA ALIANÇA

PARA ASSISTIR O VÍDEO CLIQUE AQUI

Aprendi nas aulas de português com uma professora chamada Sara que a comunicação tem vários elementos: o emissor, o receptor, o veículo e a mensagem propriamente dita. No meio disto tudo é possível que um impostor se faça presente: o ruído, que pode estar em qualquer um ou em todos estes elementos ao mesmo tempo.

Então, para evitar os famosos mal-entendidos nada mais desejável do que perguntar para o emissor o que ele realmente quer dizer. E nem sempre isto vai resolver o problema, como a maioria de nós já sabe por experiências, às vezes bem desagradáveis.

Quando pensamos no significado da páscoa (e, acredite, não vale a pena perder tempo debatendo sobre coelho ou chocolate porque a bíblia nada fala sobre eles), vamos nos restringir à nossa fonte de ensino, à nossa regra de fé e prática, a bíblia sagrada.

Eu acredito que a última páscoa legitimamente celebrada ocorreu em Jerusalém quando o cordeiro de Deus foi morto pelos pecados do mundo (1Pe 3.18). O apóstolo Paulo escreve aos coríntios documentando o que ele aprendeu do próprio Senhor Jesus Cristo. E isto não pode ser desprezado. Mas, além do relato que ele faz, o que ele aprendeu mesmo de Jesus? O que Jesus fez ao estabelecer a primeira ceia em substituição à última páscoa?

Quero adiantar a você que meu entendimento a este respeito é que a páscoa celebrada com a instituição da ceia foi um ato de obediência do Senhor Jesus a todo o propósito de Deus (Jo 4.34), numa obra que ele realizava com prazer e satisfação em favor de pecadores que o Pai lhe deu, para que nenhum deles se perdesse. Portanto vamos entender a mensagem de Lc 22.7-20 como um ato de obediência voluntária de Cristo em nosso favor.

JESUS FOI OBEDIENTE

A primeira coisa que julgo necessário chamar a atenção sobre o que Jesus pensava a respeito daquele momento é que era um momento necessário embora em um dia diferente do que era comumente usado pelos judeus (Jo 19.14). Jesus celebrou a Páscoa numa quinta-feira, 13 de Nissan, e não na sexta, 14 de Nissan (Nm 28.16).

TEXTO I: Lc 22.7-13

7 Chegou o dia da Festa dos Pães Asmos, em que importava comemorar a Páscoa.

 8 Jesus, pois, enviou Pedro e João, dizendo: Ide preparar-nos a Páscoa para que a comamos.

 9 Eles lhe perguntaram: Onde queres que a preparemos?

 10 Então, lhes explicou Jesus: Ao entrardes na cidade, encontrareis um homem com um cântaro de água; segui-o até à casa em que ele entrar 11 e dizei ao dono da casa: O Mestre manda perguntar-te: Onde é o aposento no qual hei de comer a Páscoa com os meus discípulos? 12 Ele vos mostrará um espaçoso cenáculo mobilado; ali fazei os preparativos.

 13 E, indo, tudo encontraram como Jesus lhes dissera e prepararam a Páscoa.

Lucas traz um detalhe que os outros evangelistas não mencionam. Jesus afirma que importava (dei) celebrar a Páscoa. A palavra aqui traduzida por importava traz o significado de uma necessidade imperativa dada a natureza daquele caso específico. Dizendo de outra maneira, celebrar a Páscoa era um imperativo divino, um rito estabelecido pelo conselho e decreto de Deus para os judeus – e Jesus era judeu, um tipo especial e único de judeu, o único capaz de cumprir toda a lei (Mt 5.17). Celebrar a Páscoa não era um fim em si mesmo, mas era algo requerido para atingir um fim.

Outro detalhe é que o cordeiro deveria ser imolado. Isto está claro na palavra comemorar (quw), que significa literalmente imolar ou sacrificar o cordeiro. Naquela Páscoa um cordeiro, macho de um ano e sem defeito foi morto para que Jesus cumprisse tudo que estava prescrito. Na mesa de Jesus havia cordeiro (e não coelho), ervas amargas (e não chocolate), vinho e pão.

Foi somente depois de terem comido da carne do cordeiro com o molho de ervas amargas foi que Jesus considerou que aquela exigência estava devidamente cumprida. Havia chegado o momento da sombra (a páscoa dos judeus) dar lugar ao tipo (a ceia do Senhor). O que era celebrado com expectativa seria cumprido (o sacrifício do verdadeiro cordeiro de Deus) e uma nova celebração tomaria o seu lugar, como proclamação de fé em uma promessa que fora cumprida e uma nova esperança inaugurada.

REFLITA

A celebração da última páscoa e da primeira ceia foram atos de obediência aos propósitos de Deus e os que creem em Jesus devem ter a mesma atitude de obediência, que neste caso é a celebração e participação na ceia do Senhor porque reconhecem que Jesus não fez nada sem propósito, e assim como a páscoa foi durante séculos a celebração da milagrosa libertação efetuada por Deus, tirando os hebreus do Egito, o Senhor Jesus instituiu a ceia para que fosse meio de graça para fortalecimento da nossa fé naquele que os libertou do império das trevas (Cl 1.13-14).

JESUS FOI VOLUNTÁRIO

A segunda observação que desejo mencionar é que a celebração daquela páscoa era algo que o Senhor Jesus sempre havia desejado, na verdade, o anticlímax de sua missão (Mt 20.28).

TEXTO II: Lc 22.14-16

14 Chegada a hora, pôs-se Jesus à mesa, e com ele os apóstolos.

 15 E disse-lhes: Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa, antes do meu sofrimento.

 16 Pois vos digo que nunca mais a comerei, até que ela se cumpra no reino de Deus.

É verdade que a bíblia diz para não andarmos (merimnaw) ansiosos de coisa alguma (Lc 12.22). E não devemos andar ansiosos mesmo. Mas Jesus diz que ele desejou ansiosamente (epiqumia) celebrar aquela páscoa. Uma análise superficial pode levar o leitor a acreditar que a bíblia (e o próprio Jesus) incorre em contradição. Mas a verdade é que não há nenhuma contradição entre o que Jesus ensinou que devemos sentir e o que ele próprio sentia.

Quando Jesus diz para não andarmos ansiosos a palavra que Lucas registra não é a mesma de 22.15. A que ele usa (merimnaw) tem o sentido de preocupação, de ocupar a mente e o coração primordialmente tentando tomar providências e cuidados que podem ser tomados para evitar ou reverter uma situação prejudicial – sem buscar auxílio em Deus. Ele está falando do esforço humano de resolver o que deve ser entregue confiantemente nas mãos de Deus (Mt 6.27). E isto está de acordo com o que Paulo diz aos filipenses (Fp 4.6).

Embora a palavra ansiedade usada por Lucas em Lc 22.15 (epiqumia) frequentemente tenha o sentido de desejo ardente pelo que é proibido ela é usada aqui para expressar um desejo muito forte, um anelo da alma – e é o contexto que qualifica este desejo.

E a Escritura mostra que o desejo de sua alma era realizar a vontade do Pai, realizar o propósito redentivo que passava inevitavelmente pela sua paixão.

Como podemos provar isto? Porque antes de epiqumia Jesus usa outra palavra (etoimazw) que significa fazer todas as preparações necessárias, como os reis orientais costumavam fazer enviando mensageiros para que os vassalos consertassem (etoimazw) as estradas para que eles transitassem sem maiores problemas (Mc 1.13).

REFLITA

Jesus não estava ansioso com o coração tomado de preocupação, mas desejoso de completar a sua missão e salvar todos aqueles que o Pai lhe deu como o fruto do penoso trabalho de sua alma (Is 53.11). Apesar de orar angustiado no Getsêmani (Mc 14.36) Jesus sabia que o resultado seria de profunda e eterna alegria. Tomar parte da celebração da ceia do Senhor é celebrar a vitória do Cordeiro, para a qual a páscoa apontava.

JESUS FOI ALTRUÍSTA

A terceira constatação necessária é que a obra de Jesus tinha um propósito – beneficiar pecadores que não mereciam. Tudo quanto foi feito por Jesus tem um alvo determinado, que é manifesto pela repetição do pronome na segunda pessoa do plural: vós.

TEXTO III: Lc 22.17-20

17 E, tomando um cálice, havendo dado graças, disse: Recebei e reparti entre vós; 18 pois vos digo que, de agora em diante, não mais beberei do fruto da videira, até que venha o reino de Deus.

 19 E, tomando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: Isto é o meu corpo oferecido por vós; fazei isto em memória de mim.

 20 Semelhantemente, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este é o cálice da nova aliança no meu sangue derramado em favor de vós.

A primeira menção dos beneficiários da obra de Cristo são os seus discípulos (Lc 22.14). Somente aqueles que estavam totalmente comprometidos com o Senhor Jesus e que deixaram tudo por ele foram chamados para aquele momento (Mt 19.27).

No verso 17 a ordem é para que os discípulos repartam o cálice entre eles mesmos (eautou), passando uns para os outros. Não há repetição ou desarmonia quando o texto de Lucas menciona mais de um cálice, porque na pascoa judaica eles costumavam tomar 04 taças de vinho, cada uma com aproximadamente 90ml.

No verso 19 o Senhor Jesus lhes dá o pão, sem que eles tenham a obrigação de reparti-lo. É ele quem o faz – ele é o agente e discípulos são o alvo do derramar de sua graça. Ele o faz como um favor do qual eles são os beneficiários (umwn). Aqui os discípulos não são agentes, são os receptáculos do que o pão representa, inclusive seus benefícios: o corpo de Cristo que seria ferido e moído em seu favor (Is 53.4). É o anúncio do pagamento de uma dívida e do cancelamento de uma punição que para o pecador seria simplesmente insuportável.

Este padrão se repete no verso 20, quando os discípulos recebem um novo cálice e finalmente é mencionado que na morte de Cristo dá-se o estabelecimento de uma nova aliança sem a necessidade de repetição de sacrifícios de animais porque esta aliança era não apenas recente quanto à forma mas também de um tipo sem precedente quanto à substância (kainoj).

Era o mistério da graça de Deus sendo finalmente revelado e um novo pacto (diaqhkh) sendo estabelecido, com seus efeitos benéficos sendo plenamente derramadas sobre aqueles a quem Ele escolheu para si mesmo desde a fundação do mundo (Ef 1.4-6).

REFLITA

Tanto a páscoa quanto a ceia mostram um Deus gracioso que age em favor daqueles a quem ama. Se na páscoa podemos inadvertidamente ser tentados a torcer pelos pobres hebreus oprimidos contra os egípcios malvadões, na nova aliança somos claramente confrontados com a nossa própria indignidade. O justo dá a sua vida pelos injustos (1Pe 3.18), numa aliança na qual requer fé e obediência.

CONCLUSÃO

O medo do desconhecido causa ansiedade – e infelizmente isto é comum e até irresistível. Nada sabemos quanto ao que vai nos acontecer no restante deste dia ou até mesmo amanhã – e às vezes as perspectivas são sombrias e atemorizantes, até porque cada dia tem seus próprios males (Mt 6.34).

Precisamos compreender que Jesus já dispôs todas as coisas para que aqueles aos quais o pai amou sejam alcançados por todas as bênçãos a eles destinadas. Todas as coisas, tanto as do céu quanto da terra cooperarão para que o propósito de Deus seja realizado (Rm 8.28): a salvação dos eleitos e a glória do nome do Senhor sendo cantada em toda a terra. Jesus não temia o amanhã porque este não lhe era desconhecido, apesar do cálice angustiante que ele teria que experimentar. Ele queria que o amanhã chegasse logo porque sabia a recompensa por sua obra. Ele ansiava por aquele momento como um noivo anseia pelo encontro com sua amada na noite de núpcias.

E aos que creem nele ele apresenta a garantia da vitória sobre a morte e o gozo eternos. Porque, então, devemos temer quanto ao nosso destino eterno, ainda que haja sofrimento no tempo presente (Rm 8.18)?

A ansiedade de Jesus era para agir em nosso benefício, estar conosco. Devemos ansiar pelas mesmas coisas. Sabemos que a coroa está reservada, que os lugares celestiais estão preparados, então, não precisamos temer, basta-nos ser fiéis, e fiéis até a morte, fiéis até diante da morte, para recebermos a coroa da vida.

Esta é a mensagem da nova páscoa, da nova aliança. Foi esta mensagem que o apóstolo Paulo aprendeu e ensinou aos crentes em Coríntios como uma mensagem alicerçada no que Cristo fez, na qual celebramos a nossa fé certos da presença abençoadora de Cristo no tempo presente e ansiosos pela volta gloriosa do nosso Redentor.

Amém! Vem, Senhor Jesus!

segunda-feira, 22 de março de 2021

AME O SENHOR PORQUE ELE É DIGNO

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 Muito do que o ser humano se torna é influenciado por suas experiências, embora as experiências não definam aquilo que o ser humano é ou vem a ser. Dizendo de outra maneira: o meio não define o homem, mas o que lhe acontece faz parte dos elementos que definem sua personalidade.

Não é sábio, por exemplo, continuar a ir de encontro a ponta de aguilhões (At 26.14). Não é sábio esperar ajuda de onde já se esperou e tudo que se obteve foi silencio e frustração, como acontece, por exemplo, com aqueles que depositam suas esperanças em homens (Jr 17.5) em deuses que não são deuses, apenas objetos feitos por mãos humanas (Sl 115.4).

Aquele que conhece a Deus o ama, entrega seus caminhos em suas mãos porque sabe que ele é Deus que cuida daqueles que o temem (Sl 34.7). As ações de Deus o levam a confiar e esperar nele todos os seus dias, porque em seu Deus não há variação ou sombra de mudança (Tg 1.17):

Sl 116.2 Porque ele inclinou para mim os seus ouvidos, portanto     invocá-lo-ei enquanto eu viver.

DEVOCIONAL DA ESCOLA PRESBITERIANA SIMONTON - TAGUATINGA, DF

AME O SENHOR PORQUE ELE TE ATENDE

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É bastante provável que você já tenha tido a experiência de falar algo muito importante, contar uma conquista maravilhosa, compartilhar necessidade urgente ou apresentar um pedido a alguém e no fim notar que o seu interlocutor não estava prestando a mínima atenção, que não tem a menor noção do que lhe foi dito ou de qual é o seu desejo.

Fica-se com a sensação de falar com as paredes, de lançar algo no vazio, sem resposta e sem retorno. É ainda mais desagradável quando você busca auxílio cheio de expectativas, certo de que seus problemas obterão alguma forma de atenção e ajuda e tudo o que se percebe é um total desinteresse.

Isto também acontecia e acontece com quem confia em deuses que não são o Deus verdadeiro. Foi assim com os adoradores de Baal no monte Carmelo porque seu deus cego, surdo, mudo e estático não podia se inclinar para atendê-los. É por isto que o salmista diz que ama ao Senhor:

Sl 116.2 Porque ele inclinou para mim os seus ouvidos, invocá-lo-ei enquanto eu viver.

DEVOCIONAL DA ESCOLA PRESBITERIANA SIMONTON - TAGUATINGA, DF 

AME O SENHOR PORQUE ELE OUVE SUA SÚPLICA

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 Um fato que pode ser facilmente constatado é que ninguém no mundo é autossuficiente, embora existam necessidades que uma pessoa consiga satisfazer sem a ajuda de outras. Quase sempre é melhor fazer do que mandar, como diz o ditado: quem quer, faz, quem não quer, manda.

No entanto, há situações que não é possível nem fazer, nem mandar. Há momentos que a única ação possível é pedir, suplicar e até implorar – e passar pela angústia de aguardar ansiosamente uma resposta que pode ser frustrante. Para muitos é por demais degradante e humilhante.

Se pedir a homens que muitas vezes se fazem de surdos, se sentem importunados e não querem atender (Lc 18.2-5) já não é agradável, imagine aqueles que pedem a pedaços e paus e pedras, que tem ouvidos mas são incapazes de ouvir. Mas a bíblia diz que você tem a quem pedir. O salmista ensina que você deve amar ao Senhor Deus, dizendo:

Sl 116.1 Amo o SENHOR, porque ele ouve a minha voz e as minhas súplicas.

DEVOCIONAL DA ESCOLA PRESBITERIANA SIMONTON - TAGUATINGA, DF

AME O SENHOR PORQUE ELE OUVE SUA VOZ

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Há situação em que há a vontade de falar ou expressar algo mas simplesmente não se encontra alguém de confiança ou com capacidade para ouvir e entender determinadas coisas. Existe a vontade de falar, de expressar o que se passa na alma, mas a falta de ouvidos adequados resulta num angustiante silêncio – mesmo que haja muitas vozes e ouvidos ao redor.

Em outras pode-se estar entre várias pessoas, e todas se interrompendo ou sufocando-se por suas falas ao mesmo tempo, e fica a sensação de que ninguém ouve ninguém, num silêncio opressivo e barulhento.

Há quem crie seus próprios deuses, visíveis (Sl 115.4-7) ou escondidos nos corações, criam e expondo personagens nas mídias mas a bíblia apresenta uma solução mais simples e eficaz: há alguém que ouve em qualquer tempo e situação, como aconteceu com Daniel (Dn 9.19). E por isso seu coração se enterneceu por Deus, e ele o amava, como diz o salmista

Sl 116.1 Amo o SENHOR, porque ele ouve a minha voz e as minhas súplicas.
DEVOCIONAL DA ESCOLA PRESBITERIANA SIMONTON, TAGUATINGA - DF

AMAR A DEUS NÃO É OPÇÃO, É MANDAMENTO

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Várias vezes os que se afirmam serem povo de Deus desobedeceram a um importante mandamento: amar a Deus. Foi assim nos dias de Isaías (Is 29.13), de Malaquias (Ml 1.7) e do próprio Senhor Jesus (Mt 15.8). Talvez esta constatação também se aplique a muitos cristãos de nosso tempo que se tornaram apenas ouvintes mas não praticam nada da Palavra (Tg 1.22).

Certa vez alguém disse que a sua religião era muito importante, e que não renunciava a ela por nada, mas que só conseguia sentir medo, temor. Ele não conseguia sentir amor a Deus. Isto é relativamente comum em uma cultura onde qualquer emoção mais forte de empatia logo é considerada amor.

Este tipo de pensamento não se aplica a Deus, porque quem é amado por Ele responde com amor (1Jo 4.19). Moisés ensina que o amor a Deus é, sim resultado de vontade (alma), atitude (força) e sentimento verdadeiro que vem do mais profundo do ser humano: seu coração.

Dt 6.5 Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força.

DEVOCIONAL DA ESCOLA PRESBITERIANA SIMONTON - TAGUATINGA, DF

sábado, 13 de março de 2021

RECONCILIADOS POR DEUS

 COMO SABER SE VOCÊ FOI RECONCILIADO COM DEUS

21 E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, 22 agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis, 23 se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes, não vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, me tornei ministro.

Cl 1.21-23

Há alguns anos acompanho minha primogênita em viagens, primeiro a Curitiba, depois a Goiânia, e em várias destas viagens tivemos que levá-la para realizar alguns exames por contraste de imagem. Exames nem sempre agradáveis, especialmente para ela. Em pelo menos um destes exames os médicos fazem-na tomar um 'contraste', isto é, um produto que, quando visto através dos aparelhos, realça alguns aspectos que precisam ser melhor observados. Não pretendo entrar em minudencias técnicas sobre os exames, apenas chamar sua atenção para o fato de que, quando queremos melhor visualizar alguma coisa, nós nos aproveitamos de comparações, de contrastes.

Fazemos isto com produtos que pretendemos comprar no supermercado escolhendo que características comparar – este é mais cheiroso, mas este é mais concentrado. Fazemos isto comparando atletas – fulano é mais rápido, mas beltrano é mais preciso. Fazemos isso com carros dizendo que aquele é mais forte, enquanto aqueloutro é mais econômico.

A bíblia também está cheia de comparações, colocando os homens em duas categorias: o bom e o mau, o justo e o ímpio, o crente e o incrédulo. Não há mais ou menos bom, não há mais ou menos justo nem mais ou menos crente. Mesmo os que possuem pequena fé são crentes – e mesmo alguns que possuam muitas obras continuam sendo incrédulos e não podem agradar a Deus (Hb 11:6 - De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam).

Paulo também nos apresenta o homem sob dois pontos de vista: os reconciliados ou os inimigos. Após apresentar Cristo de maneira magistral como aquele que revela Deus e que, sendo divino, reconcilia o pecador com Ele mesmo, o foco volta para os colossenses – os holofotes são lançados sobre nós. Somos chamados para olhar para Deus e em seguida olhar para nós mesmos, como Isaías havia feito séculos antes (Is 6:5 - Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos!). Diante desta exigência de uma comparação, vamos conhecer os dois estados possíveis um pouco melhor.

NÃO HÁ MEIO TERMO

Uma característica importante sobre Deus que precisamos inculcar em nossa mente é que ele é Deus zeloso e ciumento (Dt 4:24), Deus que não abre mão de sua glória e que não divide o que é seu com mais ninguém (Is 48:11).

Jesus a firma enfaticamente que não é possível servir a dois senhores (Mt 6:24). Não nos enganemos pensando que podemos servir a dois senhores, mas servir a Deus um pouco mais e assim aborrecer o inimigo. O fato é que o inimigo sempre aceita ser 'parte' da adoração, porque assim já está roubando a glória que é devida somente a Deus (Lc 4:8).

Idolatria e espiritismo podem andar juntos. Materialismo e ciência podem andar juntos. Idolatria e materialismo podem andar juntos. Falsos cristianismos podem andar juntos – até com espiritualismo, como budismo e outras formas de esoterismo. Mas o verdadeiro cristianismo se apresenta com exclusivismo porque o Senhor não aceita meia adoração (Jr 24:7).

Alguma dúvida quanto a isto? Então, examinemos as palavras do Senhor Jesus que são absolutamente diretas e impossível dizer isso de maneira mais clara (Lc 11:23 - Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha). Seguindo o nosso raciocínio até o momento, quem não foi liberto por Cristo é um ignóbil escravo do pecado e, portanto, do diabo. Isso é duro demais? Não, é apenas claro o suficiente – é apenas o contraste entre o que pertence à luz e o que pertence às trevas (Jo 3.20 - Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem argüidas as suas obras. Quem pratica a verdade aproxima-se da luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque feitas em Deus). Ainda não foi claro o suficiente? Então, eis mais uma clara afirmação da Palavra de Deus sobre o assunto: mediante o evangelho os olhos dos homens são abertos e eles podem sair das trevas para a luz, da escravidão a satanás para serem tornados filhos de Deus (At 26:18 - …para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim).

QUEM NÓS ÉRAMOS: ESTRANHOS (DE FORA)

Quem somos? Se a pergunta anterior era quem é Cristo para nós, agora a pergunta não é: quem somos nós para Cristo, mas quem somos nós, afinal? Precisamos nos conhecer, precisamos saber quem somos para conhecer as nossas debilidades e procurar corrigir ou sermos corrigidos (Mt 3:3).

Para que o homem se reconheça Paulo faz uma análise a partir de uma dimensão da qual nenhum homem pode escapar: o tempo. De imediato, ele aborda a questão do passado. A pergunta que Paulo responde é: quem éramos? E a resposta é que, antes de sermos encontrados por Cristo estávamos perdidos, tanto no sentido de sem direção como no de sem esperança (Lc 19:10) éramos estranhos às promessas de Deus, à sua aliança para a vida (Ef 2:12). Não havia qualquer intimidade entre nós e Deus por que não o conhecíamos e não o temíamos (Sl 25:14).

Como se isto não fosse suficiente, não bastando ser de fora, alienado e sem intimidade alguma, éramos, também, inimigos, agindo de modo a merecer, com justiça, a ira de Deus (Ef 2:3). Se amigos do Senhor são aqueles que fazem o que ele manda, obviamente quem desconhece sua vontade e não a cumpre não é seu amigo, está de outro lado, como opositor, inimigo (Lc 11:23).

Esta inimizade se manifesta de duas maneiras: a primeira é no entendimento, na mente, nos pensamentos contrários à vontade de Deus, com raciocínios nulos e pervertidos, preferindo a mentira ao invés da verdade revelada (Rm 1:18). Os sentimentos são contaminados e no lugar do amor e louvor que são devidos a Deus vamos encontrar rebeldia e tolice (Sl 10:4).

Mas o que o homem é em seu pensamento naturalmente se expressa em ações (Pv 23:7). E é através de ações que esta rebeldia mental se manifesta ao não darem a Deus a glória e a gratidão devidas (Rm 1.21) e acabam indo além, ofendendo-o com grosseira idolatria, mesmo que mal disfarçada em roupagens cada vez mais civilizadas, mas ainda assim, idolatria (Rm 1.23).

QUEM FOMOS TORNADOS: RECONCILIADOS (DE DENTRO DE CASA)

Do que éramos Paulo chama a atenção para o que fomos tornados pela vontade de Deus (Jo 1:13 - …os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus) que, em Cristo, nos chama e nos dá o poder de sermos feitos seus filhos (Jo 1:12 - Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome). A mudança é enfatizada por Paulo, contrastando o outrora com o agora. Já sabemos quem éramos, outrora. Agora, o que somos?

Reconciliados, restabelecidos a um relacionamento de comunhão. Se antes estávamos sem Deus no mundo agora quem foi reconciliado tem Deus, tem um pai celeste, tem uma nova família, faz parte de um novo povo (Tt 2:14). O principal aspecto que Paulo ressalta é que fomos reconciliados no corpo da sua carne, isto é, fomos reconciliados somente porque Cristo se entregou por nós na cruz. A metáfora usada na ceia “isto é o meu corpo” só poderia servir de tipo se houvesse a realidade – e a realidade foi Cristo pregado naquela cruz.

Ninguém podia leva-lo para aquele lugar se ele não quisesse – e sua oração ao pai mostra isso com absoluta clareza. Ele pede que, se fosse possível, ele não provasse daquele sofrimento, mas prevalecia a vontade do pai (Mt 26:39) porque ele sabia qual era a sua missão, ele não veio para cumprir a sua própria vontade, caso ela fosse diferente da vontade do pai (Jo 4:34) – o que, na verdade não podia ser porque ele afirma que ele e o pai são um (Jo 10:30).

A reconciliação só poderia feita mediante a morte de Cristo na cruz. A morte entrou no mundo pela desobediência de um homem, a morte deveria sair do mundo pela obediência perfeita de um homem – e ele foi obediente, obediente até a morte (Fp 2:8).

Sua vida – e sua morte- morte tinha um propósito (Mc 10:45) – apresentar-nos perante Deus, para nos colocar diante dele, santificados nele (I Co 1:2), sem carregar a culpa porque Cristo as levou sobre si na cruz e sem poder ser repreendido por quem quer que fosse, porque em Cristo todas as coisas foram feitas novas (II Co 5:17). 

CARACTERÍSTICAS PRESENTES NA VIDA DOS RECONCILIADOS

Mas como saber se você já foi reconciliado com Deus? É bem verdade que a realidade da reconciliação é comunicada ao coração dos crentes através do Espírito de Deus ao nosso espirito (Rm 8:16). Mas ainda assim encontramos pessoas que ainda não conseguem ouvir com clareza o testemunho interno do Espírito – e ficam procurando evidências externas desta realidade.

Deus, em sua imensa graça, não deixou de nos dar estes sinais externos – eles, por si só, não produzem justificação, não produzem reconciliação com Deus (Cl 2:23). Todavia, estes sinais externos são reflexos, acompanham a transformação interior e torna possível reconhecer quem é nascido de novo, quem foi reconciliado com Deus (Mt 7:20).

Paulo nos apresenta três sinais de que alguém realmente foi reconciliado com Deus. Ele as introduz com uma condicional: se, na verdade, se ao menos... estes sinais são obrigatórios na vida de um cristão que foi reconciliado com Deus por intermédio do sangue de Cristo na cruz do calvário.

O primeiro sinal é perseverança na fé. Pode parecer óbvio demais, mas só um reconciliado com Deus através de Cristo pode permanecer na fé. Somente pode permanecer na fé quem foi reconciliado com Deus. O poder para permanecer é fruto da reconciliação, mas é, também, um sinal desta reconciliação. Quem abandona a fé o faz porque nunca foi, realmente reconciliado (Hb 10:39). Pode até ter se encantado com a doutrina, com a Igreja, mas nunca nasceu de novo, são como as sementes lançadas à beira do caminho e em terreno pedregoso (Lc 8.12-14).

O segundo sinal é a firmeza na fé, é permanecer firme e inabalável mesmo no dia mau (Ef 6:13). Cristãos de bonança não são incomuns. Cristãos em busca das bênçãos de Deus são muito numerosos. Cristãos em busca do Deus das bênçãos também. Mas cristãos que estão dispostos a tudo sofrer, inclusive até ao sangue, por amor de Cristo não são tão facilmente encontráveis (Hb 12:4). Mas são estes que são os verdadeiros cristãos – somente aos vencedores é concedida a coroa da vida prometida (Tg 1:12).

O terceiro sinal é a esperança no genuíno evangelho porquê de nada adianta ter esperança em uma falsa promessa. Paulo estranha a atitude dos crentes da Galácia que estavam deixando o verdadeiro evangelho para abraçarem um caminho que, embora parecesse correto, não era o evangelho de Cristo (Gl 1:6). Os colossenses foram instruídos no evangelho por Epafras e deveriam continuar esperando de acordo com o evangelho que ouviram e nem mesmo ministro algum do evangelho, como Epafras e Paulo, ou um anjo tinha o direito de pregar outro evangelho (Gl 1:8). 

VOCÊ PRECISA SABER SE FOI RECONCILIADO

Ninguém poderia esperar alcançar as promessas do evangelho abandonando este mesmo evangelho, que é pregado não para deleite dos ouvidos, mas para restauração de vidas, transformação de caráter, para dar ao pecador nova vida. Por mais eloquente, por mais bonito, por mais organizada a exposição das Escrituras ela não é apenas isso – ela é a mensagem de Deus às suas criaturas. Ela é o chamado do rei aos seus súditos.

Como você pode saber se você foi reconciliado? Lembre-se de quem você era, de como você agia antes de conhecer o evangelho, antes de tomar a decisão de andar lado a lado com este povo que se chama pelo nome de Cristo. Lembre-se das obras infrutíferas das trevas nas quais estava o seu deleite, onde você encontrava o seu prazer. Lembre-se de suas companhias, conversações e atitudes. E então, responda: algo mudou?

Olhe para você mesmo e se pergunte: o que eu sou agora? Sou um filho da luz praticando as obras da luz? Vivo para glorificar a Cristo com o meu viver, não importando de sou marido ou esposa, funcionário ou patrão – seja o que for, tenho sido verdadeiramente um emissário deste ministério de reconciliação (II Co 5:20)?

Identifique os sinais de que você realmente é um filho de Deus, nascido de novo e reconciliado por Deus pela graça revelada na cruz de Cristo. Você é perseverante, firme e mantém sua esperança mesmo que todos os sinais externos digam para você desistir (Hc 3.17-18)

O QUE FAZER PARA SER RECONCILIADO

Acredito que muitos dos que estão aqui vieram porque já conhecem estas coisas, porque sabem que foram reconciliados ou, pelo menos, já ouviram tantas vezes falar sobre esta tal de reconciliação que sabem tudo – embora talvez não tenham a experiência real da intimidade com Deus (Sl 25:14).

Se você entrou aqui não por saber destas coisas, mas para saber destas coisas, esta palavra é para você – Deus, o todo poderoso apresentando uma santa convocação para que você renuncie à rebeldia e inimizade e se torne um filho do seu amor. Sim, aquele que tem sido ofendido por seus pecados, que tem sido rejeitado por você quando você transgride sua lei, quando você prefere as mentiras dos homens, suas próprias impressões e desejos em lugar de atender à vontade do Senhor te oferece, gratuitamente, a reconciliação. Aquele que tem poder de lançar sua alma no inferno (Lc 12:5) não apenas te estende a mão reconciliadora mas faz dela uma mão abençoadora, te fazendo assentar em lugares celestiais com Cristo Jesus.

Como ser reconciliado? Receba o oferecimento de perdão (Lc 23:34), atenda ao oferecimento para a vida eterna (Lc 23:43) e tenha seus pecados inteiramente pagos por Cristo, o filho de Deus (Jo 19:30).

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