sábado, 4 de julho de 2009

SARNA, SENADO, MARANHÃO…

P5200049 O petismo, sem perceber, prestou um grande serviço à nação. Tião Viana, um inútil senador, um instrumento da politicalha petista, deu início a um verdadeiro tsunami no senado federal. Após perder a eleição para presidente do senado para seu “aliado” do PMDB, José Sarney, fez vazar informações comprometedoras sobre o funcionamento do senado. Não pretendo tratar das denúncias, isto cabe à polícia, ao ministério público e aos poderes legalmente constituídos.

Quero explorar um outro lado da questão: o método cama-elástica de fazer política dentro do PT. Os direitos e a honradez dos homens sobem e descem, a depender da proximidade com o petismo. Já houve quem disse que a política petralha é uma lavanderia de reputações: aliados, mesmo os mais imprestáveis e inescrupulosos [aliás, quanto mais inescrupulosos, mais fáceis de serem comprados, que o diga Roberto Jefferson, Severino Cavalcantti, Pauo Maluf, Fernando Collor, etc…] são tidos como homens de bem, e defendidos publicamente pelo lulo-petismo. Adversários são enlameados [e olhe que todos os adversários do petismo são light demais para o meu gosto] são atacados impiedosamente por todo tipo de calúnia e acusações, verdadeiras ou não – e isto não importa, pois o essencial é colocar os adversários na defensiva. Os aliados são considerados santos mesmo que os chifres sejam aparentes, adversários – e o petismo não admite divergência de pensamento – são tratados como demônios, embora seja sabido que nos corredores palacianos do planalto central não haja santos. Um exemplo e considerações:

O sabido [é diferente de sábio] Luis Inácio da Silva, atual presidente da república, disse que lugar de ex-presidente é dando palestras e descansando da vida política. Mas é aliado incondicional do atual presidente do senado, também ele um ex-presidente, ao lado de Fernando Collor. Qual a justificativa para tal atitude? Nenhuma, apenas faz, e os cegos seguidores não percebem a incongruência. Lula discursa, todos batem palmas, como micos amestrados. Lula fala exatamente o contrário, e todos continuam batendo palmas. As palmas não são para o que Lula fala, mas para o incrível Lula que fala.

As denúncias envolvendo o senado federal tornaram praticamente indefensável a posição do atual presidente da casa, o senador José Sarney [PMDB-AP]. Tida como certa sua queda, após três reuniões [Sarney – Dilma; Dilma – Lula; Lula –Sarney] ficou acordado que, para os petistas, Sarney é uma vestal, de uma pureza inatacável. Mais, mesmo que impuro, diga-se logo: a sujeira não é dele. É o método inaugurado por Lula quando do mensalão, ou do dossiê dos aloprados, ou do vazamento de informações de gastos da ex-primeira dama, Sra. Ruth Cardoso. Ele diz, sempre e candidamente [e há quem acredite]: eu sei, mas não sabia de nada.

Porque Sarney ainda não caiu?

Simples como dois e dois são quatro, desde que o PT NÃO esteja envolvido [porque o resultado dificilmente chegará perto de 3, dadas as inúmeras comissões cobradas e desvios efetuados]: Lula não quer as mais de 5.000 prefeituras administradas pelo PMDB oferecendo palanque para José Serra [e será Serra, apesar da vontade de Lula que seja Aécio, facilmente derrotável como as pesquisas já mostram]. Outro motivo: porque o PMDB sabe como funciona o governo, especialmente a super-máquina chamada PETROBRÁS. O PMDB, de fato, comanda o senado, por exemplo, desde os anos 80.

Um rompimento com o PMDB em vésperas de campanha é um quase-suicídio eleitoral. Aliás, é justamente confiando na força do PMDB – não se enganem, o maior ativo eleitoral da Sra. Dilma [falsa doutora, mentirosa como a suposa honra petista] Roussef [veja aqui e aqui] não é o petismo, nem mesmo a popularidade do presidente, nem os programas de cabresto eleitoral [as bolsas-qualquer coisa], mas o fato de, junto com o PMBD, controlarem cerca de 8.000 prefeituras. Sem o PMDB, todas as fichas serão jogadas no tal PAC [que um petista disse ser apenas um Programa de Ajuda aos Companheiros – mais é mais do que isso, é um meio de fazer a sra. Dilma aparecer na mídia, inaugurando até intenção de assinar um projeto de uma obra qualquer – algumas das quais, pela metodologia do tal PAC e pelo tempo que tem gastado, só ficarão prontos daqui a cerca de 900 anos].

Sarney tem culpa nas denúncias que têm sido feitas? Quem quiser que duvide, mas este não é o ponto. Ele está sendo acusado – e tem o direito de defender-se [concedo que este direito tem que ser estendido até aos petistas e aliados]. Mas ele não pode defender-se sendo o responsável por acatar ou não as denúncias. Isso é algo que nem precisa explicar: se ele é o acusado, como pode ser o responsável pelo julgamento das acusações? Mas já está decidido, a menos que as oposições light resolvam endurecer: Lula não apenas quer que Sarney continue [quanto mais enlameado o congresso menos se repara na sujeira do próprio]. Ademais, Lula não tem escolha, é refém de seu método toma-lá-dá-cá de fazer política. Negar apoio a Sarney signfica ganhar um inimigo que, se como amigo é muito útil, como inimigo pode fazer muitos estragos.

Sarney representa tudo o que Lula disse odiar: ele nasceu no nordeste, sabe o que é ver a população encabrestada por coronéis. Mas diferente de quem luta para vencer e mudar, ele preferiu copiar o método. É o ‘oprimido’ que aprendeu, copiou e desenvolveu o método, e agora explora os seus “iguais”, que de iguais não têm nada.

Mesmo depois de abandonar o Maranhão e criar um estado para si [deixando o desafortunado Maranhão para seus herdeiros, literalmente] o sarneyismo continua plenamente ativo: conseguiram que o governador Jackson Lago fosse deposto. E o próximo da fila de julgamento é ninguém menos que Roseana. Sobrenome? Sarney. E Lula os defende. Precisa de seus serviços. Ambos estão encabrestados, juntos. Pobre Maranhão, digo, Brasil.

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