sábado, 29 de dezembro de 2012

i. DE DEUS OU DOS DEMÔNIOS: O DESAFIO DE PRIORIZAR O AMOR VERDADEIRO

i. PRIORIDADES ESPIRITUAIS AFETAM OS RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS.

Dito de outra maneira, quando um homem escolhe sua religião, ela vai inevitavelmente se refletir em que tipo de comunhão vai ter com seu próximo. Para o cristão, qualquer proximidade com a idolatria vai se refletir na sua comunhão com os irmãos. Observamos isto muito facilmente quando observamos as graves dificuldades vivenciadas pelos coríntios - é perceptível que a maioria deles girava em torno do que era central em suas vidas. Havia muito pouco da obediência aos mandamentos de Cristo de buscar em primeiro lugar o reino de Deus [Mt 6.33: ...buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas], e, diametralmente, havia muita busca pelas demais coisas, um amor desmedido pelas coisas do mundo [I Jo 2.15: Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele]. Isto se refletia no abandono da unidade e da fraternidade cristã, e na criação de grupos e partidos eclesiásticos. Pedro ou Paulo? Apolo ou Cristo? Esta sutil forma de idolatria dividia a Igreja, quebrava sua unidade, tornava ineficiente seu testemunho e envergonhava os verdadeiros evangélicos que tentavam viver, sob a graça de Deus, de forma santa, justa e piedosa [Tt 2.12: ...educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente], procurando levar outros a se converterem a Cristo.

Eles iam ainda mais longe, participando de tribunais pagãos e oferecendo seus libelos, seus sacrifícios. Iam às praças e mercados para tomar parte em seus banquetes cívicos, também eles parte de uma cultura pagã e idólatra sem se preocuparem em, sendo cristãos, tomarem parte em banquetes dedicados aos ídolos greco-romanos, numa atitude que escandalizava não apenas os crentes oriundos do judaísmo, mas também os novos convertidos e até cristãos ainda dotados de escrúpulos religiosos e que entendiam que a idolatria era evidente sinal de condenação de Deus sobre seus participantes [Ap 21.8: Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte], reprovados antecipadamente pelo Senhor [Dt 32.21: A zelos me provocaram com aquilo que não é Deus; com seus ídolos me provocaram à ira; portanto, eu os provocarei a zelos com aquele que não é povo; com louca nação os despertarei à ira].

Lamentavelmente continuavam em seu pecado, em sua rebeldia contra Deus, de maneira consciente, deliberada, sem se importarem de terem se tornado motivo para escândalo e vergonha, chegando mesmo a se vangloriar de sua liberdade, que, na verdade, era libertinagem [Jd 1.4: Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo], sinal da mais completa imaturidade espiritual - ou, possivelmente, de ausência de vida espiritual. Paulo lembra que todos os cristãos são parte de um corpo, comem de um mesmo pão, frutos de um mesmo sacrifício, mas alguns estavam tomando caminhos errados. Entre a carne dos bois nos banquetes pagãos e a comunhão dos santos, preferiam a idolatria. Entre a comunhão espiritual e os lugares nos banquetes, a visibilidade social, a paz mundana, preferiam o mundo e suas concupiscências. Entre o louvor ao Senhor e o convite para as festas, davam pouco caso ao chamado para a adoração. Já vimos na mensagem anterior que o pecado que mais atraia os coríntios era a idolatria e suas variantes, e talvez os crentes de hoje não se sintam atraídos para o mesmo afã, mas certamente há outros pecados que podem levar o cristão a fazer pouco caso da comunhão. Egolatria, hedonismo, preguiça, rebeldia pura e simples... Tantas formas de pecar - tantas formas de mundanismo, tantas formas de desprezar a comunhão.

Nenhum comentário:

FAÇA DESTE BLOG SUA PÁGINA INICIAL