domingo, 22 de dezembro de 2013

I: PESSOAS SÁBIAS PROCURAM A DEUS COMO PRIORIDADE

Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração.
Jr 29.13
Podemos observar, sem muito esforço hermenêutico, nos eventos relatados no nascimento de Jesus é que havia pessoas muito ocupadas em seus afazeres quando Jesus nasceu.
Os governantes procuravam governar da maneira que lhes fosse mais favorável, a ponto de um censo ter sido ordenado por César Augusto para tornar a cobrança de impostos mais eficiente (Lc 2.1-3: Naqueles dias, foi publicado um decreto de César Augusto, convocando toda a população do império para recensear-se. Este, o primeiro recenseamento, foi feito quando Quirino era governador da Síria. Todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade). Os donos dos hotéis procuravam hospedar o máximo de pessoas com a máxima presteza.
Os serviços do templo e das sinagogas estavam funcionando normalmente. Havia ofertas, sacrifícios, cânticos, estudos, pregações. Tudo acontecia como tinha que acontecer, como a tradição e a lei mandavam. Ninguém deixou ou deixaria suas funções.
Os pastores cumpriam a sua escala noturna, cuidando dos rebanhos na fria noite palestina. Eles sabiam que havia lobos e salteadores à espreita e não podiam descuidar dos rebanhos.
Muito longe, no oriente, estudiosos dos astros celestes continuavam a estudá-los. Havia religiosos que queriam conhecer a revelação de Deus (Cl 1:15: Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação) e outros que preferiram os seus livros. Havia de tudo naqueles dias, como, ainda hoje, há de tudo.
Os primeiros a receberem a notícia do nascimento do messias foram os pastores - que imediatamente deixaram o rebanho (provavelmente sob a guarda de alguns outros colegas) e correram para o local onde foram instruídos que deveria estar o menino, envolto em faixas, em uma manjedoura. Ver o menino era sua maior prioridade no momento. Esqueceram-se de quem eram, de qual era a sua função profissional - eram adoradores e iam adorar o messias recém-nascido.
Sua presença ali foi simples, singela, eram pobres e nada tinham a oferecer além do espaço em seu coração para a alegria de verem o salvador. Mas saem dali e contam para outros o que viram, em uma alegria incontida mas para a qual todos os demais fizeram pouco caso. Para os pastores Jesus era prioridade, para os demais moradores da pequena Belém, era noite de receberem seus parentes - a hospitalidade era uma obrigação levada a sério entre os judeus.
Não houve hospitalidade para o rei. Não que ele se importasse - ele não buscava a glória entre os homens, por isso escolheu a manjedoura e não o palácio. Ele não desejava bajulação, e sim adoração em espírito e em verdade. Ele não veio para disputar um trono, veio para ocupar seu trono.
Também os religiosos souberam da chegada do messias - Simeão e Ana estavam no templo quando o menino chegou para ser circuncidado - oito dias depois, segundo a lei (Lc 2:24: ...e para oferecer um sacrifício, segundo o que está escrito na referida Lei: Um par de rolas ou dois pombinhos). Deram testemunho de que aquele era o messias, aquele era o salvador aguardado. O templo nunca estava vazio, sempre havia sacerdotes, levitas, escribas, ofertantes, visitantes.
Simeão e Ana eram bem conhecidos, há décadas permaneciam por ali aguardando ver a chegada da “esperança de Israel”. E afirmam diante de todos que aquele menino era o redentor. Mas os religiosos estavam ocupados demais com sua religião, seu culto, suas cerimonias para darem ouvidos a dois velhos crentes.
Os religiosos do templo fazem pouco caso, como fizeram pouco caso os religiosos a serviço de Herodes que sabiam onde o messias nasceria, embora não se importassem em estar de prontidão para este nascimento.
Consultados, como bons técnicos e teóricos, deram a informação e voltaram aos seus livros. Se estranhos orientais acreditavam que o messias nascera, então, deveriam ir eles próprios procurarem em Belém da Judéia. Mas para eles isto era irrelevante - e eles não admitiam que estes estrangeiros soubessem mais sobre sua religião do que eles, afinal, eles eram "doutores da lei". O saber que possuíam não lhes movia o coração - nem mesmo os pés. Haviam chegado ao palácio, eram consultores reais, não havia desejo algum de lá sair - nem para ver o messias. Seus estudos eram sua prioridade.
Também os ricos souberam da sua chegada. Os magos orientais dispunham de recursos financeiros, tinham suas ocupações mas, mesmo assim, deixaram tudo para irem em busca do nascituro anunciado pela estrela. Foram recebidos no palácio, o que indica que possuíam uma comitiva que impressionou os judeus a ponto do próprio Herodes, em  toda a sua conhecida arrogância, aceitar recebê-los. Seus presentes eram valiosos, dignos de um rei - e para um rei ninguém daria uma ninharia, pelo contrário, foi seu ouro que financiou a chegada e estabelecimento de José, Maria e o menino Jesus no Egito com condições de se manterem adequadamente.
O notícia do nascimento do rei pôs Herodes e toda a Jerusalém em alarme, mas não pelo motivo correto - eles não saíram nem sairiam a procura-lo para beijá-lo. Herodes queria manter seu trono, manter-se no governo, e, portanto, queria saber apenas quem era o menino e onde estava para eliminá-lo o mais rapidamente possível - uma rápida olhada nos livros de história mostrará quão cruel ele era capaz de ser.
Quero destacar que os pastores assumiram ver o messias como sua prioridade naquele momento. Que Simeão e Ana tinham como prioridade verem a salvação de Israel - e isto durante a maior parte de suas vidas. Que os magos orientais assumiram como sua tarefa mais premente entregarem seus presentes, simbolizando seu reconhecimento de Jesus como rei, como profeta e como sacerdote.
E você, qual é a sua prioridade do momento? Está preocupado demais sobre quais presentes dar para agradar e, ao mesmo tempo, não se afundar em dívidas? E a organização da ceia, com frutas, bolos, assados? Esta é sua prioridade?
Sua prioridade deve ser reconhecer Jesus como o Filho de Deus, vindo em carne, o salvador que deve ser recebido e crido para se obter a salvação, pois a sua rejeição torna-te réu da justa ira de Deus, como o fizeram os judeus dos dias do ministério terreno de Jesus.
Como conclusão lembro aos amados o que o próprio Senhor Jesus diz a pessoas sábias:
...buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.
Mt 6.33


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