quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

AOS MEUS MENINOS - UM ATÉ LOGO

aos meus meninos
Chegou a hora de nos despedirmos. De coração, gostaria de não dizer-lhes adeus. Prefiro um "até logo", na expectativa de que os caminhos da fé nos permitam outros reencontros. Mas não é sem um nó na garganta e uma sensação de pesar que me despeço de vocês, por ora.
Meninos e meninas, me permitam chamá-los de "meus meninos". Peço licença para, junto com estes meninos e meninas, adolescentes, incluir alguns outros, alguns que não podem ser contados entre os que ainda não chegaram aos dezoito, alguns que já chegaram e passaram dos oitenta, mas que, de coração, considero meus meninos – independente se são homens ou mulheres. Adolescentes, jovens, homens e mulheres que, num momento de extrema liberdade, peço: permitam-me chamá-los de meus meninos. Externo a minha gratidão a Deus por tê-los conhecido e, mesmo com as minhas muitas limitações, tê-los pastoreado, se bem que houve momentos que eram vocês que pastoreavam o meu coração. Obrigado, muito obrigado.
Em dias de ferrenha luta vocês foram gigantes, fizeram a diferença, e, mesmo com pouca idade demonstraram possuir mais maturidade, mais que papo, foram, de fato, cabeças. Vocês tem cabeça, erguida e altiva, mas sem estarem contaminados com o vírus do orgulho, da arrogância e da prepotência, como tanto se viu.
Resistiram com decência a ataques indecentes, brincaram de se animar mutuamente, mesmo por telefone, em suas incessantes trocas de mensagens, enquanto recebiam ameaçadores telefonemas e absurdas pressões. Visitaram para edificar, para animar, a pé, de bicicleta no causticante sol que assola o Tocantins. Sem ar condicionado, com vento no rosto mas não na cabeça, cheios de amor e não de amargura no coração.
Com humildade ensinaram o que deveriam ainda estar aprendendo, ensinaram a quem não queria aprender. Sim, ensinaram a quem não queria aprender, pois os que, já devendo ser mestres pelo tempo decorrido de congregação, muitas vezes tempo maior do que o de vida que vocês, meus meninos, têm. Mesmo com suas gafes adolescentes foram mestres, pois não se deram a frases estudadas com o intuito de causar dano – causavam danos apenas no mau humor, com uma infinidade de risos.
Serviram com humildade e alegria, e foram grandes, enquanto muitos que por muito tempo foram considerados grandes se apequenaram na mesquinharia de máscaras de piedade que caíram revelando interesses inconfessáveis, e, por inconfessáveis, imperdoáveis.
Gigantes que desafiaram, abaixando a cabeça não por medo, mas em devota oração, vozes truculentas e mentirosas que lhes profetizaram fracasso – falsos profetas, falsas profecias, arautos de uma mensagem do próprio ventre e, por não serem verdadeiros, mostrando a identidade de seu pai e se revelaram mentirosos.
Vocês, meus meninos, foram grandes quando aqueles que se achavam os maiorais se apequenaram – foram firmes quando muitos foram apenas omissos, e a omissão não é outra coisa senão o apoio ao mal. Permaneceram inabaláveis em seus postos quando muitos preferiam passar para outras partes, ferindo assim o corpo.
Foram exemplares frente a tantos maus exemplos, colunas e baluartes da Igreja que resistiram ao dia mal e a maus todos os dias.
Cuidai-vos, outros virão, talvez lobos que se reaproximarão, travestidos novamente de ovelhas, tudo farão para fazê-los, com seus jogos e seduções, esquecer-se do que foi aprendido – exemplares de maus exemplos buscarão com sagaz hipocrisia minar vossa virtude. Atentai, observai a história e não vos deixai iludir por palavras e sorrisos, por lobos e raposas, pois os tais, quando lhes mostram os dentes, não é por gentileza, mas por desejo de sangue. Lobos e raposas podem vestir-se e maquiar-se de cordeiros, mas não podem mudar a sua natureza.

Talvez esperassem ouvir, no fim, um lamento, mas não, não lamento deixá-los, nem por um momento. Lamentaria se vocês não estivessem prontos, mas estão. Não se desviem, nem se deixem desviar. Já resistiram bravamente, já resistiram e venceram a oposição – cuidai agora de perigos ainda maiores, os perigos da sedução. Sois fortes, tendes vencido o maligno. Sois fiéis, vossa já é a coroa da vida – não deixem que sorrisos sedutores e fala macia vos roubem o que é vosso pela graça de Cristo.

2 comentários:

Rony Degard disse...

Do coração do pastor..

Unknown disse...

Lindo, pastor! Deus é bom!

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