Depois da comoção com a morte de Eduardo Campos num acidente
aéreo de causas ainda não explicadas – e que provavelmente permanecerá assim,
celebra-se a chegada de uma nova candidatura – e com expressivos 21% de intenções
de voto – como se fosse algo novo.
Eu me pergunto: qual novidade ela representa mesmo?
Um breve histórico: membro do PT no Acre, fundadora de uma
central sindical em 1985 junto com Chico Mendes, sob cuja popularidade
conseguiu eleger-se vereadora (Chico morreria um mês depois de sua eleição) logo
caiu nas graças do ambientalismo. Petista de carteirinha, tornou-se ministra do
meio ambiente do governo que aí está (sim, aí está, porque temos um governante
de direito e um governo de fato, o do lulismo).
É verdade que a ex-ministra deixou o governo e desembarcou
no Pv antes das eleições em 2010. Motivo: queria ser ungida a candidata do
lulismo mas foi rejeitada em favor da então ministra-chefe da Casa Covil, Dilma Van[dal]a Rousseff. Para não sair como traidora do partido passou quase um ano procurando provocar a sua expulsão, período em que, como ministra, trabalho basicamente impedindo
qualquer ação governamental, engavetando pedidos de licenças ambientais para
obras de infraestrutura, atrasando muitas delas e gerando grandes prejuízos.
Com todas as oportunidades que teve, enfrentando o PT, a
neocandidata, a evangélica que não assume sua fé diante das câmeras (negou-se a
defender a vida, dizendo-se política quanto à questão do aborto, isto é, quer o
voto dos evangélicos mas que o dos abortistas verdes também) jamais ousou
denunciar qualquer falcatrua, qualquer ação do PT. Silencia diante dos
constantes escândalos, nada fala sobre o fato de o Acre (controlado por seus
aliados) ser o estado que mais desmata no Brasil. Eis a candidata que saiu do
Partido dos Trabalhadores, mas o petismo ainda está em seu DNA.
Mas a minha mais premente indagação é: quais as propostas
que esta neocandidatura traz? Quais as propostas econômicas? Quais as propostas
educacionais? Quais as propostas diplomáticas? Quais são suas propostas de
política pública? E segurança, defenderá os aliados Black blocs e movimentos pseudosociais
como MST, MTST e outros? Como governará? Que alianças fará? Como tratará o
principal pilar da economia nacional, o agronegócio, contra quem tem se
mostrado hostil? Até o momento, já com uma candidatura que dura 4 anos, não consegui
identificar uma única proposta, apesar do discurso de que representa algo novo?
Novo ou utópico? Se é novo, qual a proposta para ser
analisada e examinada, para saber se é viável ou não? Exequível ou não? Factível
ou não? Real ou apenas uma ilusão oferecida para os desiludidos com a política.
enfim, não há política nova, nem a neocandidata é uma novidade. É, apenas, o representante maior de um esquerdismo desiludido, radical e sonhador - que sabe desconstruir, destruir, protestar, mas que nada diz sobre o feijão, sobre a realidade palpável.
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