segunda-feira, 18 de agosto de 2014

AINDA NÃO ENTENDI: O QUE HÁ DE NOVO COM A NOVA CANDIDATA?

Depois da comoção com a morte de Eduardo Campos num acidente aéreo de causas ainda não explicadas – e que provavelmente permanecerá assim, celebra-se a chegada de uma nova candidatura – e com expressivos 21% de intenções de voto – como se fosse algo novo.
Eu me pergunto: qual novidade ela representa mesmo?
Um breve histórico: membro do PT no Acre, fundadora de uma central sindical em 1985 junto com Chico Mendes, sob cuja popularidade conseguiu eleger-se vereadora (Chico morreria um mês depois de sua eleição) logo caiu nas graças do ambientalismo. Petista de carteirinha, tornou-se ministra do meio ambiente do governo que aí está (sim, aí está, porque temos um governante de direito e um governo de fato, o do lulismo).
É verdade que a ex-ministra deixou o governo e desembarcou no Pv antes das eleições em 2010. Motivo: queria ser ungida a candidata do lulismo mas foi rejeitada em favor da então ministra-chefe da Casa Covil, Dilma Van[dal]a Rousseff. Para não sair como traidora do partido passou quase um ano procurando provocar a sua expulsão, período em que, como ministra, trabalho basicamente impedindo qualquer ação governamental, engavetando pedidos de licenças ambientais para obras de infraestrutura, atrasando muitas delas e gerando grandes prejuízos.
Com todas as oportunidades que teve, enfrentando o PT, a neocandidata, a evangélica que não assume sua fé diante das câmeras (negou-se a defender a vida, dizendo-se política quanto à questão do aborto, isto é, quer o voto dos evangélicos mas que o dos abortistas verdes também) jamais ousou denunciar qualquer falcatrua, qualquer ação do PT. Silencia diante dos constantes escândalos, nada fala sobre o fato de o Acre (controlado por seus aliados) ser o estado que mais desmata no Brasil. Eis a candidata que saiu do Partido dos Trabalhadores, mas o petismo ainda está em seu DNA.
Mas a minha mais premente indagação é: quais as propostas que esta neocandidatura traz? Quais as propostas econômicas? Quais as propostas educacionais? Quais as propostas diplomáticas? Quais são suas propostas de política pública? E segurança, defenderá os aliados Black blocs e movimentos pseudosociais como MST, MTST e outros? Como governará? Que alianças fará? Como tratará o principal pilar da economia nacional, o agronegócio, contra quem tem se mostrado hostil? Até o momento, já com uma candidatura que dura 4 anos, não consegui identificar uma única proposta, apesar do discurso de que representa algo novo?
Novo ou utópico? Se é novo, qual a proposta para ser analisada e examinada, para saber se é viável ou não? Exequível ou não? Factível ou não? Real ou apenas uma ilusão oferecida para os desiludidos com a política.
enfim, não há política nova, nem a neocandidata é uma novidade. É, apenas, o representante maior de um esquerdismo desiludido, radical e sonhador - que sabe desconstruir, destruir, protestar, mas que nada diz sobre o feijão, sobre a realidade palpável.

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