quarta-feira, 6 de agosto de 2014

JUSTIFICATIVAS PARA A INCREDULIDADE EM Jo 7, 10 a 53

O texto não foi revisado adequadamente, mas espero que de alguma maneira abençoe algum dos leitores.

JUSTIFICATIVAS PARA A INCREDULIDADE
O normal seria falar de razões para se crer, mas quero chamar a atenção para as justificativas dadas pelos homens para a incredulidade. Razões que se encontram no coração e que, muitas vezes, não são expressas, não são explicitas e em alguns casos o próprio incrédulo reluta admitir que é incrédulo por causa disso. Mas a palavra do Senhor conhece o coração do homem. O Senhor Jesus conhece o coração do homem e o Espírito do Senhor conhece o coração do homem, e neste texto nós vamos encontrar três razões claras, três justificativas para a incredulidade.
Nosso texto é o evangelho de João, capítulo 7, versos 10 a 53.
Este texto está inserido num contexto de relativa popularidade de Jesus, e esta popularidade faz com que ele não fosse tão querido. Normalmente quando as pessoas são populares elas são queridas, desejadas. Quando um cantor popular vem a uma cidade as multidões vão para ouvi-lo, querem vê-lo, querem tocá-lo, querem autógrafo, querem, querem, etc…
No caso de Jesus havia muita gente que queria estar perto dele mas havia outras pessoas que já haviam decidido que fariam de tudo para tirar a vida a sua vida. Já havia inclusive um boato a respeito disto, já circulava por toda a Judéia que havia pessoas que queriam matar a Jesus. E os irmãos de Jesus sabiam disso. E havia em Israel o costume que os judeus se dirigissem a Jerusalém ao menos três vezes ao ano: na festa da libertação, na festa dos tabernáculos e na festa da páscoa. E os irmãos de Jesus, na época da festa dos tabernáculos se dirigem a Jerusalém, e eles vão sem levar Jesus porque se opunham a sua ida, porque queriam evitar alguma espécie de transtorno.
Mas Jesus também vai para Jerusalém, ele era um judeu praticante, era sua obrigação legal, não seria ele quem iria deixar de guardar a lei. Ele cumpriu toda a lei, inclusive esta. E lá as pessoas perguntavam sobre Jesus, e alguns diziam que talvez ele não fosse por causa do interesse de alguns em matá-lo.
De repente, no lugar mais acessível, mais público da festa, literalmente no meio da festa que era realizada no templo, lá está Jesus. E ele está ensinando, está falando, está sendo mais uma vez o centro das atenções. Diz o texto no verso 14 que Jesus subiu ao templo e ensinava. Então os judeus se maravilhavam e diziam como sabe estas letras sem ter estudado. Jesus responde que o seu ensino não é dele, mas daquele que o enviou. E se alguém quer fazer a vontade daquele que o enviou conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se ele falava por si mesmo. Quem fala por si mesmo está procurando a própria glória, mas o que procura a glória de quem o enviou este é o verdadeiro e nele não já injustiça. Questiona-os: não vos deu Moisés a lei? Contudo, ninguém entre vós a observa, porque procuravam matá-lo.
A multidão replica dizendo que ele tinha demônio, e pergunta hipocritamente quem procura matá-lo. Jesus replica que um só feito realizou e todos se admiraram, isto é, se escandalizaram se colocaram como seus opositores. De que ele estaria falando? Pelo motivo que Moisés deu a circuncisão, que vem dos patriarcas e não dele. E se eles podem circuncidar num dia de sábado para que a lei mosaica não seja violada, como se indignavam contra ele pelo simples fato de ter curado inteiramente (sem deixar sequelas) a um homem num sábado? Eles não deviam julgar pela aparência, mas pela reta justiça.
Jesus afirma que algumas pessoas haviam decidido matá-lo pelo simples fato de que havia curado um homem num sábado. Jesus lhes lembra que a lei mosaica determinava a prática de atos de religião e misericórdia no sábado para cumprir a lei. E ele praticou ato de misericórdia, cumprindo a lei mas ainda assim intentavam, desejavam matá-lo. Jesus os acusa de hipocrisia, afirma que eles diziam observar a lei mas não a observavam.
Eles não acreditavam em Jesus pelo simples fato de que eles não queriam fazer a vontade de Deus, eles não conheciam nem entendiam, não sabiam que a doutrina que ensinava era verdadeira porque o problema daqueles judeus, daquela multidão que se encontrava em Jerusalém, o motivo pelo qual eles se mantinham incrédulos é mostrado no verso 18, isto é, o fato de que
AS PESSOAS BUSCAM A SUA PRÓPRIA GLÓRIA
O fato de que elas não desejam se humilhar perante ninguém, a incredulidade está enraizada no coração do homem pelo fato de ele querer uma glória que não lhe pertence. Desde o Éden é assim, desde o primeiro pecado é assim, desde a primeira desobediência foi assim, desde o primeiro roubo foi assim, desde o primeiro assassinato foi assim.
O homem desejando ser ele o alvo de toda a glorificação. O homem desejando glória para si mesmo. Em Israel os hebreus, os judeus, os sacerdotes pagavam caro pelo privilégio de serem sumo sacerdotes, isto custava uma verdadeira fortuna a ser paga ao governador romano naqueles dias. E não era só isso. Para que os líderes pudessem ser e conhecidos como tais nas ruas eles vestiam roupas que os diferenciavam dos demais. Eles vestiam roupas multicoloridas, roupas que os identificavam como religiosos. Eles iam para as praças e, nas esquinas delas, nas esquinas, onde passavam mais pessoas de uma rua para outra eles faziam suas orações. No templo e nas sinagogas faziam discursos enormes, cheios de conceitos religiosamente corretos – porém destituídos de piedade, vazios de amor.
Encontramos exemplo disso no homem que chega no templo, se levanta e começa a dizer em alta voz: Senhor eu te agradeço por que não sou publicano, te agradeço por que não sou pecador, te agradeço por isto ou aquilo. Mas, na verdade, ele não estava agradecendo coisa nenhuma a Deus, ele estava apenas dizendo a todos os circunstantes que achava-se justo, que ele não era publicano, não era pecador, isto é, irreligioso, não era indigno, era um guardador da lei, estava exaltando a si mesmo, engrandecendo a si mesmo. O grande problema destes religiosos para que eles não acreditassem no Senhor Jesus, mesmo reconhecendo seu ensino como correto e superior ao que possuíam, mesmo vendo as obras maravilhosas que Jesus fazia era que eles não queriam abrir mão da gloria que recebiam para dá-la a Jesus. Eles chegam diante dele e o desafiam, perguntam que sinal Jesus fazia para que eles pudessem crer mesmo depois de Jesus alimentar uma multidão com 5 pães e dois peixes… Jesus curava enfermos, ressuscitava mortos, e ainda assim eles perguntavam que sinais Jesus podia mostrar para que eles cressem.
Os sinais estavam diante deles, mas eram uma geração má e adúltera, uma geração de coração embrutecido e endurecido e Jesus, conhecendo o coração deles, afirma que o problema deles é que eles não queriam dar glória a quem merece ser glorificado. Eles queriam ser glorificados, exaltados. Era esta a primeira razão que Jesus detectou no coração daqueles homens, daqueles líderes religiosos de Israel: eles queriam ser o centro das atenções, queriam ser glorificados, exaltados, queriam ser tidos como homens piedosos quando na verdade eles não tinham nada. Eles queriam ser vistos como insubstituíveis e imprescindíveis ao culto. Eram hipócritas, nenhum deles observava a lei. Esta era a primeira razão, a primeira justificativa de muitos, embora muitos não admitiam isso, não ousem dizer: "eu quero ser glorificado, eu quero que olhem pra mim".
Eu não posso dobrar o meu joelho, não posso dobrar a minha cerviz perante ninguém, eu quero ser exaltado, era oeste o primeiro problema daquele grupo, daquelas pessoas que desejavam matar a Jesus. Não era este, porém, o único problema, havia mais.
À partir do verso 37 nós vamos encontra uma segunda justificativa. No último dia, o grande dia da festa, um sábado, Jesus se levanta e exclama: se alguém tem sede deveria ir a ele e beber, quem cresse nele de acordo com a Escritura do seu interior fluiriam rios de agua viva, referindo-se ao Espírito Santo porque este ainda não havia sido dado porque Jesus ainda não havia sido glorificado. Dentre o povo havia aqueles que diziam que Jesus era o profeta. Outros afirmavam ser ele o Cristo, mas havia outros que perguntavam: porventura o Cristo vira da galileia – pois esperavam que viesse de Belém, da aldeia de Davi, e houve uma discussão e até quiseram prendê-lo.
Temos aqui a segunda razão, a segunda justificativa para a incredulidade. Enquanto alguns reconhecendo o ensino de Jesus se sentiam inclinados para crer e admitiam que ele era o profeta, não um profeta, não mais um profeta, mas o profeta, o profeta que havia sido anunciado por Moisés. Viam nele o grande profeta, o que viria e deixaria muito clara a vontade de Deus para o seu povo – Jesus é a plena revelação da vontade de Deus para nós. O povo dizia: este é o profeta, finalmente.
Alguns diziam se rele o Cristo, o Messias, o enviado, o aguardado. Mas havia uma razão para alguns não crerem: Jesus havia vindo da galileia, da Galiléia dos gentios, terá desprezada, terra de gente misturada, gente que se misturava com gentios, que não guardava direito a lei, terra de gente desprezada, de onde não aguardavam nada de bom.
A segunda razão para a incredulidade é que
AS PESSOAS SÃO PRECONCEITUOSAS
Esta é a segunda justificativa para a incredulidade, preconceitos, conceitos previamente assumidos que tomam o lugar que deveria ser ocupado apenas pela verdade, apenas pela revelação da verdade de Deus na pessoa de Jesus Cristo. E aquela multidão estava eivada, estava cheia de preconceitos. Hoje não é diferente. Eu não gosto de igreja por isso, não gosto de crente por aquilo, não gosto de evangelho por aquilo outro. Preconceito! Preconceitos! Já ouvi muitas expressões, muitas falas que machucam um coração quando as pessoas falam do cristão, falam mal dos cristãos – infelizmente alguma vezes os cristãos merecem alguns epítetos, mas de um modo geral são expressões preconceituosas.
Expressões de quem não conhece verdadeiramente o evangelho, não conhece verdadeiramente o evangelho do Senhor Jesus Cristo, e gente que talvez nunca tenha conhecido uma pessoa verdadeiramente transformada. Talvez tenha conhecido um mau crente… talvez tenha conhecido um membro de uma Igreja mas que nunca foi crente de fato. E ai criou um conceito ruim, um conceito deturpado, um conceito que não corresponde à realidade dos fatos. E aquelas pessoas acreditavam que da Galiléia nunca poderia vir nada de bom – aliás, a única coisa que eles acreditavam que podia vir de bom da Galiléia era peixe. Pode vir alguma coisa boa, pode vir alguém de bom daquele lugar. E o coração daquelas pessoas respondia: "não". E o preconceito impedia-lhes de ver a verdade que eles conheciam. Vejam que coisa curiosa: eles diziam assim: porventura o Cristo virá da Galiléia? Não diz a Escritura que o Cristo vem da descendência de Davi, da aldeia de Davi, de Belém da Judéia? E de onde era Jesus, ó povo hipócrita e preconceituoso, se não de Belém, da Judéia, se não da descendência do rei Davi? Eles sabiam a verdade. Eles tinham a verdade diante deles. Mas se negavam a aceitar a verdade, a rejeitar seus preconceitos em prol da verdade. O trono de suas mentes e coração pertencia aos seus preconceitos, e não tinham lugar para a verdade.
Quando Jesus nasceu houve fatos extraordinários. O nome de Jesus foi anunciado no templo por Simeão, por Ana… vieram magos do oriente para dar testemunho de que o Messias havia nascido… houve uma carnificina em Belém por causa do nascimento de Jesus… Jesus era da Judéia, era de Belém… era da descendência de Davi e ainda assim aquelas pessoas não conseguiam enxergar porque seu preconceito os fazia esquecer que Jesus apenas havia crescido na Galiléia.
  O seu preconceito os cegava. Os óculos, a tapa que colocaram diante dos olhos os impedia de verem a luz do mundo que brilhava diante deles. Preconceito! Mas há uma terceira justificativa para a incredulidade. A partir do verso 45 a Escritura diz que os guardas voltaram – aqueles que haviam decidido matar Jesus haviam enviado guardas para prenderem-no -... voltaram pois os guardas à presença dos principais sacerdotes e fariseus e estes lhes perguntaram porque não o trouxeram. Os soldados responderam que jamais alguém haviam falado como este homem. Irados, os mestres perguntaram se eles também haviam sido enganados, se eles não viam que nenhuma autoridade cria nele, mas que, quem cria em Jesus era considerada plebe ignorante e maldita. Nicodemos, uma das figuras centrais do evangelho de João, pois nele vemos o caminho da conversão, saindo da religiosidade para a fé, em passos cuidadosos e nem sempre ousados, pergunta se eles poderiam julgar alguém sem ouvir o que tinha a dizer nem examinar suas ações. Nicodemos é desafiado a aderir aos preconceitos: da Galiléia não se levanta profeta. E dão o assunto por encerrado.
Uma terceira razão para que as pessoas justifiquem a sua incredulidade é o fato de que, muitas vezes,
AS PESSOAS TÊM MEDO DE SEREM PRESSIONADAS.
Quando os guardas voltam e eles testemunham que Jesus falava de uma maneira extraordinária, e muitas vezes as multidões diziam que Jesus ensinava como quem tem autoridade, e o próprio relato dos guardas diz que os religiosos não tinham a mesma autoridade de Jesus ao afirmar que ninguém, nunca, jamais falou com ele falava, nem mesmo eles, os doutores, os mestres de Israel, os líderes religiosos da nação judaica.
Os religiosos então perguntam: mas vocês também foram convencidos? Vocês também foram convertidos? Vocês estão se tornando como este bando de crente ignorante? Era isto o que eles estavam dizendo. Vocês também acreditaram? Será possível? Vocês não perceberam que ninguém que tenha um mínimo de cultura crê em Jesus?
Nicodemos toma a palavra. Já no cap. 3 do evangelho de João este homem aparece. João já o conhecia – muito provavelmente este relato da fala de Nicodemos foi dita a João tempos mais tarde. Nicodemos se levanta e diz aos demais que eles estavam cometendo um erro. Nós estamos julgando alguém sem conhecer, sem examinar, isso é um erro! Mas aqueles homens olham para Nicodemos e usam a tática de ridicularizar para ganhar o debate: você também é discípulo dele? Você também quer ser discípulo dele? Nicodemos ainda não era, ainda não fora convertido. A ideia é que se você quer ser discípulo de Jesus você vai nos ter como seus opositores, vai nos ter como seus inimigos, você vai ter que se ver conosco.
Esta é uma razão muito forte: muito se mantém na incredulidade por medo de serem pressionados pelos seus iguais, medo de sofrerem pressão na família, medo de sofrerem pressão dos companheiros, dos colegas da faculdade e do lazer.  É medo de se considerado quadrado, retrogrado, conservador. Medo!
Três justificativas para a incredulidade: a primeira, a busca da glória própria, a segunda justificativa: preconceito. A terceira, medo. Nós encontramos facilmente pessoas assim, pessoas como José de Arimatéia que demorou a assumir a sua fé porque tinha medo dos judeus. O homem que foi curado de cegueira viu seus pais terem medo de falarem o nome de Jesus como aquele que curara seu filho por medo, e disse para perguntarem para o filho que fora curado, porque ele era maior de idade, ele assumiria as consequências de seus atos… medo! O próprio cego demonstrou certo receio. Medo! Medo de pressão. Três justificativas para a incredulidade.
Diante destas justificativas, para aqueles que preferem continuar como incrédulos, para aqueles que não querem nenhum compromisso com Jesus porque ele é lá da Galiléia… a Palavra de Deus diz que quem crer no filho tem a vida eterna, o que, todavia, se mantem rebelde contra o filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus. As tuas justificativas, as justificativas dos homens podem ser efetivas, podem parecer boas para toda a vida, mas certamente serão lamentadas por toda a eternidade porque rejeitam o autor da vida. Medo! Preconceito! Vanglória. O nome de tudo isto se chama pecado. E a Palavra do Senhor nos diz que nós não devemos carregar estas coisas no coração porque estas coisas levarão aquele que as carrega para longe de Deus. Sobre os tais permanece a ira de Deus. A Palavra de Deus nos diz que quando você, que conhece o amor de Deus, o amor de Deus faz com que você jogue fora o medo. A Palavra de Deus diz que todas as coisas que foram escritas foram escritas para nossa instrução – para que nós creiamos que Cristo é o filho de Deus e, e, crendo, tenhamos vida eterna em seu nome, jogando fora o preconceito. E a Palavra de Deus nos adverte que o Senhor não dará a sua glória a ninguém, mas que o Cristo é que será glorificado pelo Pai assim como ele glorificou o Pai. A glória é de Deus, e não nossa.
A Palavra do Senhor nos diz que somos salvos tão somente se cremos. É um presente, é uma dádiva, é um dom de Deus. Abandone o medo. Jogue fora o preconceito. Despeça a vangloria e creia. Creia no Senhor Jesus como seu Senhor. Creia no Senhor Jesus com o seu salvador e você verá, experimentará, usufruirá do amor, da comunhão e da graça de através de Cristo Jesus, aquele que morreu na cruz para salvar a sua vida, para te livrar da morte, do pecado, do inferno, para livrar você da ira de Deus.
Não sei quais são as suas justificativas – talvez você tenha outras. Mas não importa quais sejam, o que importa é que elas só servem aqui, agora. Não servirão de nada na eternidade. Não abrirão para você as portas da nova Jerusalém… a graça de Deus já se manifestou salvadora, de maneira inquestionável e irrefutável, para todos os homens, inclusive você – você não terá desculpas para não ter recebido Jesus como o salvador, como o Messias, como o filho de Deus.

Qualquer das suas justificativas será suficiente para que permaneça sobre você a ira de Deus. Rejeite-as e diga: eu creio. Faça como o carcereiro em Filipos… ou como o eunuco etíope… confesse o Senhor e diga-lhe que deseja a benção da salvação. Que sua vontade foi renovada e que você deseja ser contado entre os filhos de Deus e não entre os filhos da ira.

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