Boletim da IP em Xinguara, 2017, Fevereiro, 26
Um dos direitos considerados fundamentais do ser
humano é o de liberdade de opinião. Um país só é considerado livre se, entre
outras coisas, houver liberdade de opinião. Temos o privilégio de morar em um
país onde temos a liberdade para manifestar o que pensamos desde que não se
trate de uma injúria, calúnia ou difamação. Nosso país é tão livre que é
assegurado até mesmo o direito de pecar, isto é, de mentir, e isso em um
tribunal, onde deveria imperar a verdade.
Mas mesmo em um país livre existem instituições que negam o
direito de pensar livremente - esta é uma característica invariavelmente
presente nas seitas. Dependendo do grau de sectarismo o convívio com familiares
é desestimulado e, em alguns casos, proibido.
Mais uma vez devemos ser gratos a Deus por termos o privilégio
de pertencermos uma Igreja que não considera pecaminoso o desejo de conhecer,
inclusive conhecer a respeito de outras religiões ou formas heterodoxas de
cristianismo, desde que não comungando com suas práticas heréticas. Tomemos por
exemplo os crentes de Beréia. Eles receberam um famoso mestre fariseu, que fora
conhecido como Saulo e agora se apresentava como Paulo, apóstolo cristão. Paulo
anunciava a chegada do Messias de uma forma diferente do que eles estavam
acostumados a ouvir. E eles questionaram Paulo - pelo padrão de conformidade
com a Palavra de Deus que eles dispunham, o Antigo Testamento. E chegaram à
conclusão que o que Paulo lhes anunciava era verdadeiro, e por isso creram.
Mesmo na Igreja podemos e devemos questionar, saber como as
coisas são e porque são como são. Mas não devemos confundir o desejo de saber,
de participar com a mais pura atitude de implicância, de questionamento de tudo
o tempo inteiro sem, entretanto, ter qualquer proposta alternativa. É
perfeitamente humano não gostar de uma música, ou de uma programação, mas isto
pode se tornar pecaminoso se vier a se transformar num hábito, num costume.
Questionar deixa de ser um desejo de aprender para se tornar discordância
metódica, desejo (que pode até ser inconsciente) de causar transtorno e
constrangimento. E agora sim, temos um problema, um pecado.
Deus nos chamou para sermos adoradores, ele procura adoradores
que o adorem em espírito e em verdade. Mas como adorar discordando do que está
acontecendo no culto? Como adorar se tudo o que acontece no culto é
questionado? Como ser ovelha quando o pastor é questionado? Como ser Igreja se
a comunhão é questionada? Como ser corpo de Cristo sem reconhecer como partes
do corpo as demais partes?
Não permita que sua adoração sofra a interferência de nada - não
confunda sede de conhecimento de Deus e das coisas de Deus com dureza de
coração e rebeldia.
Entre na Igreja para adorar. Você saiu de sua casa para unir-se
aos demais adoradores. Depois que adorar, volte para casa como um adorador que
aprendeu a servir!
Do
coração do pastor
Nenhum comentário:
Postar um comentário