sábado, 10 de março de 2018

DIVIDIR PARA QUEM


Boletim dominical da Igreja Presbiteriana de Paragominas, 11 de fevereiro de 2018
Não se ganha dividindo - o corpo ganha quando somamos!
Em recente conversa com uma irmã em Cristo ela proferiu esta frase que me chamou muito a atenção. E ela está coberta de razão em diversos aspectos.
Antes, porém, algumas observações históricas.
Quando Roma ainda era uma cidade-estado insignificante formada por gentes de várias aldeias e cidades próximas e incapaz de subjugar a península itálica dedo descobriu que poderia vencer seus inimigos com uma intrincada rede de alianças baseada principalmente nos laços familiares, reais ou míticos. Para unir todos a si mesmo a estratégia de Roma foi manter todos contra todos. Nada muito diferente da estratégia adotada por qualquer grupo radical de controle social - tanto de direita ou de esquerda, dividindo a sociedade entre “nós” e diversos “eles”, quantos mais melhor, e nunca definidos claramente. No fim, todos perdem e o inimigo de todos sempre ganha. Dividir para conquistar, era o lema de Roma. É o lema que resume o método de todo e qualquer esquema de culto à personalidade.
Na verdade, não há ganho quando o que deveria ser uno é dividido, fragmentado por causa da imposição da vontade de um, mesmo que de maneira paulatina e quase imperceptível, substituindo a única vontade e a única persona que deveria ser efetivamente seguida e obedecida de maneira absoluta. Se quisermos exemplos de resultados desta metodologia vamos encontrá-lo, por exemplo, no nazi-fascismo, ou, mais recentemente, em países como Cuba, Venezuela e Bolívia, no que é modernamente chamado de bolivarianismo.
Lamentável é quando este tipo de absolutismo encontra espaço na Igreja de Cristo. A Palavra de Deus fala de um só corpo, um só Espírito, uma só fé, um só batismo. Mas a experiência da Igreja aponta para cesaropapismo, para profetismo, para grupos controlados por homens com mão de ferro ou ´palavras melífluas.
É óbvio que não vamos concordar com todos em tudo. Há pontos de vista demais buscando alguma forma de expressão e atenção. E há quem queria impor o seu ponto de vista sobre todos - mesmo que para isso tenha que transformar irmãos em inimigos.
Há coisas que não podemos abrir mão, são absolutas, e nelas precisamos estar firmes, unidos, inabaláveis, profundamente arraigados. Todavia, a palavra nos adverte sobre um tipo muito especial de personalismo: aquele que afasta o povo de Deus de seu Deus usando alguma forma de capacidade que faz parecer ter a aprovação de Deus. Mas acaba se tornando o centro gravitacional mesmo usando o nome de Deus ou de um outro deus, e o povo que deveria ouvir a Deus e obedecê-lo torna-se desobediente.
Permita-me citar um exemplo concreto: a Escritura diz que aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor e o Senhor Jesus ordena que seus discípulos obedeçam o seu mandamento, que é o de amarem-se uns aos outros. Todavia, se perdermos o rumo, se desobedecermos ao mandamento do Senhor lembremos o genuíno arrependimento alcança o favor do Senhor, portanto, amados, amemo-nos uns aos outros como Cristo nos amou.

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