Boletim Dominical da Igreja Presbiteriana em Paragominas, 18 de fevereiro de 2018.
Não é incomum a identificação de uma Igreja por causa de sua estrutura organizacional ou física. Mas a Igreja é mais do que isso. A Igreja é um corpo espiritual, o corpo de Cristo, que ele mesmo estabeleceu para cumprir alguns propósitos,
Vamos pensar, à luz das Escrituras, o que é a Igreja. O livro de Atos dos Apóstolos descreve o estabelecimento da Igreja como uma comunidade que sabia exatamente o que fazer para glorificar a Deus. E, melhor do que isso, ela não apenas sabia, mas fez o que devia fazer para glorificar ao seu Senhor, mesmo em meio a todo tipo de dificuldade, interna e externa.
Pegue a sua bíblia e leia Atos 2.42-47. Você vai perceber uma característica desta Igreja que impacta todo o seu modo de ser. Ela era uma comunidade cultuadora.
É impossível ser Igreja sem estar envolvido ativamente no culto. É impossível ser membro do corpo de Cristo, ser um verdadeiro membro da igreja que Cristo chama de “minha Igreja” sem uma vida de culto.
Vamos brincar de “o que é o que é”? O que é um lugar para reunião, para atividades estimulantes e capaz de oferecer excelente instrução? O que é um lugar onde as pessoas vão para se sentir bem e aprender sobre o que fazer para ajudar o próximo?
Bom, você pode encontrar instituições capazes de fazer isso sem, entretanto, terem a menor pretensão de ser igrejas de Cristo. Aliás, muitas até se declaram abertamente anticristãs.
Encontramos igrejas que tentam oferecer todo tipo de entretenimento e atividades, todo tipo de atendimento e orientação mas falham como aquilo que devem ser: uma comunidade de adoradores, de cultuadores. É pertinente a observação de Charles R. Swindoll que
“...em mais de três anos de ministério na terra, Jesus jamais disse aos discípulos que anotassem alguma coisa. Nem uma vez. Sua instrução não era um exercício acadêmico. Aqueles que se sentavam aos seus pés, entretanto, geralmente adoravam”.
Aos pés de Jesus aprendemos a cultuar - e Jesus nos ensina que o verdadeiro culto não pode estar dissociado do princípio da vontade de Deus de que o amor e a misericórdia devem caracterizar o agir da sua Igreja.
Igreja, para ser Igreja, precisa de adoração, de cânticos de louvor, de sons de adoradores adorando. É preciso, para ser Igreja, haver corações enternecidos pelo amor de Deus, amando uns aos outros compassivamente como Deus nos amou, e, mais ainda, porque Deus nos amou primeiro.
Na Igreja, além de haver aprendizado sobre o amor de Deus há também a prática deste amor, longânimo e compassivo, compreendendo que diante de nós, ao nosso lado, estão homens e mulheres que lidam diariamente com a tentação, com provações e com o pecado, lutando com maior ou menor sucesso.
Mas não podemos nos esquecer que o espelho também reflete um homem ou uma mulher que, da mesma forma, lida com tentações, provações e com o pecado. É por isso que o amor na Igreja deve ser exercitado misericordiosamente, como aprendemos com o Senhor Jesus quando ele lidou com o problema da mulher adúltera.
É preciso, para ser Igreja, haver corações adoradores independente das circunstâncias. Paulo e Silas em certo momento, foram encarcerados e chicoteados, colocados numa situação que não lhes oferecia boa perspectivas. Observe que eles não tinham tido o melhor dos dias. Nem a melhor das companhias. Nem o melhor dos tratamentos. Muito menos o mais aconchegante dos lugares disponíveis na cidade.
Mas eles tinham algo que a Igreja do Senhor Jesus tem: um coração adorador, um coração cultuador - e adoraram a Deus ali, no calabouço. Oravam e louvavam a Deus na prisão e, no fim desta breve ilustração, Deus foi grandemente louvado.
Meu chamado para você, que é Igreja, que faz parte da Igreja de Cristo, que ama sinceramente ao Senhor Jesus Cristo, que não se deixe impressionar por quaisquer aspectos externos, ou temporais, ou estruturais, ou culturais. Que se lembre apenas do proposito de sua existência como indivíduo e como Igreja do Senhor, lado a lado com outros, como num exército onde todos os soldados possuem feridas e cicatrizes, onde todos possuem deveres de cuidar uns dos outros, ajudando-se mutuamente em suas fraquezas, para que, ao levarmos as cargas uns dos outros, cumpramos a lei de Cristo.
Levemos as marcas de Cristo, cuidando um dos outros com amor. Cuidemos dos que nos chegam, enviados pelo Senhor para que cuidemos uns dos outros. Isto é ser Igreja - uma Igreja que adora a Deus enquanto demonstra o seu amor.
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