Diferente do que se via entre os coríntios, e, que,
certamente, não é nada diferente do que vemos ao nosso redor, não eram homens
que deveriam ser glorificados. A existência da Igreja em Corinto, embora fruto
do trabalho de Paulo como cooperador com o Senhor, devia-se exclusivamente à graça de Deus em Cristo Jesus (1Co 9.23). Ele sabia que trabalhara, e muito, e fizera um bom trabalho, na
realidade, um grande trabalho (1Co 15:10) mas tudo como fruto da graça de Deus. Paulo é enfático ao escrever aos
efésios (Ef 2.8). Não havia muita diferença na mentalidade
reinante em Éfeso da que reinava em Corinto.
Paulo conclui seu raciocínio nesta seção afirmando
enfaticamente que, pelo fato de Deus ter, por sua livre vontade, escolhido os
fracos, os humildes, os sem nobreza de nascimento, os desprezados e,
virtualmente, os que nada eram, eles não teriam qualquer direito a vangloriar-se,
pelo contrário, deveriam andar humildemente diante do Senhor seu Deus (Mq 6.8) e considerando o seu próximo como digno de igual ou maior honra
especialmente se comparados com a honra a que não tinham direito algum.
Ninguém pode jactar-se, nem diante dos irmãos (lembremos
que a primeira palavra desta seção é, justamente, irmãos, quando Paulo os chama
ao mesmo patamar de si mesmo e os convida a olharem quem são e como e porque
foram chamados) e, principalmente, na presença de Deus, diante de quem a glória
dos homens nada é.
Se atentarmos para o que somos, se olharmos ao
nosso redor certamente vamos encontrar alguém que seja, em alguma coisa, mais
habilitado, mais capacitado, mais dotado do que nós. Qualquer grandeza que
tenhamos está alicerçada sobre algo e alguém que veio antes de nós. Qualquer
riqueza amealhada está alicerçada sobre os ombros, mãos e suor de outros
tantos. Mas, acima de tudo, a grandeza e honra entre os homens é insignificante
diante de Deus (Sl
2.1) e mesmo as mais poderosas nações (Is 40.17) e aos que não são diz afirma enfaticamente: sois menos do que nada (Is 41.24).
Assim, aos olhos do Senhor era
abominação escolher o nome de Paulo, de Pedro, de Apolo ou mesmo usar o nome de
Cristo como pretexto para sua vangloria. É abominação aos olhos do Senhor sequer
imaginar que, porque conquistou algo, pode jactar-se de alguma coisa. Tolice é
acreditar em frases estúpidas e sem sentido como as que dizem que “Deus precisa
de você”. Isto é bobagem. Nem mesmo a Igreja precisa de você – e talvez logo
apareça alguém mal-intencionado dizendo que eu estou incentivando você a deixar
a Igreja. O que estou afirmando é que é você quem precisa de Cristo. É você
quem precisa de Deus. É você quem precisa da Igreja como comunidade de fé, onde
você possa crescer espiritualmente e exercitar seus talentos e dons. Irmãos, observai
a vossa vocação. Lembrem-se do que eram quando foram chamados. Não retornem à
jactância mundana, arrogante, pretensiosa e inútil. Humilhai-vos perante a
poderosa mão de Deus e ele, em tempo oportuno, vos exaltará (1Pe 5.6).
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