segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

JESUS E A TORCIDA

JESUS E A TORCIDA
Foi tentador demais mencionar a torcida neste post, especialmente num dia de uma grande vitória para os flamenguistas (Vitória, da Bahia)...
Mas este não é o meu assunto. Sei que, embora a vida do cristão seja una, sem tomias, isto é, seu lazer, trabalho, estudos, família e tudo o mais reflete o seu caráter de adorador, é necessário que nos atenhamos ao que realmente é importante.
Nesta época tão mercadólatra onde papai Noel, coca-cola, chocolates, presentes e luzes ocupam o centro das atenções midiáticas, nossa Igreja lembra que o personagem principal da festa não pode ser esquecido. Ele é Jesus. Não os produtos do marketing. E é sobre as profecias a respeito deste "menino-Deus", ou "Deus-menino" como querem os puristas – será que a ordem das naturezas altera o poder e o caráter do Senhor? Penso que não.
O profeta Isaias falou muito de Jesus – a ponto de ser cognominado de "o profeta evangélico", e, de fato, Isaias apresenta tantos detalhes que parece-nos estar narrando algo que ele vira (e de fato, anteviu – para imenso desgosto dos teólogos liberais e incrédulos). Sua descrição da vida e ministério de Jesus, especialmente no capítulo 42, é mais do que impressionante, é miraculosa. Ali vemos o caráter de um servo muito especial, cuja descrição não pode ser aplicada a nenhum profeta a não ser ao profeta por excelência, ao profeta perfeito, predito por Moisés (Dt 18.15). Isaias praticamente pré-escreve (escrever de antemão, não de determinar o que deve acontecer ou ser dito) o que acontece no início do ministério terreno do Senhor Jesus quando é reconhecido como o messias por seu primo João, o batizador. Embora perguntado se era ele, João, o profeta ou o messias, João faz o que todo profeta verdadeiro faz: rejeita uma honraria que não lhe pertence, mostra-se humilde e anuncia aquele que deveria ser crido, seguido e obedecido. Quando Jesus se aproxima, avisa a todos: ali estava o cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo. Para cumprimento ainda mais exato da profecia de Isaias, do céu o Senhor afirma o seu amor e aprovação por Jesus, ao mesmo tempo em que sobre ele desce o Espírito Santo (leia Is 42.1).
Continuemos comparando o que Isaias escreve e o ministério de Jesus: não clamava, não reclamava, apenas ensinava amorosa e eficazmente, com poder e autoridade. Nos campos, nas estradas, nas ruas, nos templos, nas casas – mas nenhuma vez seus ensinos foram realizados numa praça – aliás, a única reunião em praça pública de que participou foi para ouvir a sentença popular e a exigência da crucificação (Is 42.2).
A descrição do caráter amoroso do profeta perfeito pode ser encontrada no verso 3: um messias amoroso, que se importa com a dor e o sofrimento das pessoas, seja ele físico, moral ou espiritual. Ele se condói de todo tipo de sofredor: pecadores, publicanos, leprosos, cegos, aleijados, e anda por toda a parte fazendo o bem – a ninguém condena, exceto àqueles que preferem a auto-condenação através da busca do mérito próprio – tão fadados ao insucesso quanto estão os que lhes seguem os passos. Mais de uma vez foi convidado a julgamentos, e em todos lembrava que o principio a ser seguido é, mais do que a letra da lei de Moisés, o espírito paternal de Deus em relação a seus filhos. Não aumentava a dor dos machucados, nem acusava os culpados de maiores culpas, aliás, esta é uma tarefa digna do acusador, satanás. O ministério de Jesus era bem diferente – veio para buscar e salvar o perdido, para recuperar o ferido, exaltar o humilhado e enriquecer de bênçãos aos pobres, saciando os famintos e sedentos pela justiça de Deus.
Poucos tiveram tantas pressões para desanimar – desde os dias iniciais, com a dura prova de enfrentar o tentador no deserto, solitário e faminto (fisicamente, pois pleno da palavra que alimenta para a vida eterna). Embora muitas tenham sido as embaixadas satânicas para fazê-lo desanimar (desde o nascimento, mais a tentação no deserto, a repreensão indevida de Pedro, a dor no coração de saber quem era o traidor e também sabê-lo ladrão daquilo que era ofertado para a manutenção da obra, a incredulidade dos seus irmãos, a rejeição do seu povo, a cegueira dos líderes religiosos, a provação e agonia no Getsêmani, a prisão e julgamento injustos, a negação de Pedro, as provocações dos soldados e do ladrão na cruz) ele permaneceu firme no propósito para o qual veio ao mundo: dar a sua vida para resgatar pecadores. E Deus não permitiu que nada lhe acontecesse até que sua obediência fosse completa, comprando para si um povo muito especial – não apenas judeus, nem europeus, mas pessoas as mais diversas, espalhadas pelas "terras do mar", nações distantes da Israel conhecida por Isaias, mas certamente ao alcance da maravilhosa e misericordiosa graça divina.
Mas certamente o mundo não quer ouvir nada sobre isso – quer apenas festejar, comendo, bebendo, embriagando-se e zombando do Deus justo. Até quando! E você, cristão, até quando vai enfeitar a sua casa com velas, guirlandas, dar e receber presentes numa viciante embriaguez mercadológica. Não sou contra a celebração do nascimento do Senhor Jesus – mas de seu nascimento não podemos esquecer em nome de uma ególatra festividade do mercado. É natal – Jesus nasceu, e o frango e a coca-cola nada têm a ver com isto.

Nenhum comentário:

FAÇA DESTE BLOG SUA PÁGINA INICIAL