quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

LULA (E) UM ABORTO

LULA (E) UM ABORTO
Há tempos afirmo que ser lulista ou ser petista é incompatível com o verdadeiro cristianismo, isto é, com um cristianismo comprometido com Deus e com a sua palavra. Nunca afirmei que o cabeça da serpente chamada lulismo seja tolo – nada disso, é, talvez, o político mais esperto que há no nosso país atualmente (e não veja nisto um elogio, pois esperteza muitas vezes é o oposto da verdadeira sabedoria, e este é um destes casos). Vamos ver um exemplo simples, tirado de um caso concreto, mas com conseqüências funestas para o país a curto prazo.
É sabido que o direito ao aborto é uma das bandeiras do petismo. Nunca esconderam isto de ninguém – tanto que está entre as diretrizes citadas no site do partido. Também é sabido que a grande maioria dos brasileiros é contrária ao aborto, sem discussão de suas nuances (terapêutico, eugênico, etc.). Entre estas duas correntes encontra-se, com forte apoio popular, o Sr. Luis Inácio. Como suas costas são quentes em relação ao petismo (mensalão, dossiê anti-Serra, etc.) ele não pode dizer o que desagradaria suas "bases", mas por outro lado não pode dizer o que desagradaria mais de 70% da população brasileira que não é petista. O que fazer para agradar gregos e troianos?
Quero, antes de mais nada, marcar minha posição: sou contra o aborto. Considero-o um crime e considero a atitude do mandatário maior de uma estupidez eqüina (com a devida consideração aos animais). O que o presidente está fazendo é, disfarçadamente, a apologia de um crime segundo as leis nacionais – e ninguém fará nada a respeito, ele não será questionado por este ou por outros crimes cometidos. Mas analisemos primeiro a estúpida posição do Sr. Presidente da república:
i. O debate sobre o aborto é uma questão de saúde pública. Será mesmo? Porque? Ah!, porque, segundo o mesmo e seus conselheiros – aliás, onde estava o ministro da saúde que simplesmente fugiu a três [você leu bem, três] audiências na qual o grave problema de saúde pública chamado dengue deveria ser debatido [e as chuvas de verão estão chegando junto com uma imensa nuvem de mosquitos] é hipocrisia não diferenciar as mulheres ricas das pobres. É verdade que só é possível diferenciá-las quanto a onde vão fazer o aborto, mas quanto à legalidade do mesmo e, mais ainda, quanto a moralidade. Todas agem ilegalmente e imoralmente, criminosamente até. Ricas ou pobres – todas sabem como crianças são geradas e também sabem como evitá-las. Existem numerosos métodos anticoncepcionais para os casados e o melhor de todos, a castidade para os solteiros. Ah!, mas e o caso de um estupro? Um ser que não pediu para ser gerado deve morrer pelo crime de um terceiro? Isto é moral? É lógico? Concluo afirmando que o aborto não é uma questão de saúde pública. É uma questão de escolha [criminosa] de pessoas irresponsáveis, que não querem assumir a responsabilidade de seus atos. Questão de saúde pública é a dengue, os esgotos a céu aberto, mas não o aborto. O aborto é uma questão judicial. E ponto. Se alguém procura uma clínica para a prática do aborto deve ser responsabilizada criminalmente por sua escolha (e o assassino profissional também).
ii. Afirma o Sr. Presidente que a discussão sobre o aborto é um avanço que precisa acontecer na sociedade (na verdade o que ele quer é, textualmente, "quebrar as barreiras, fazer novas leis e mudar a cabeça das pessoas"). Posso afirmar que existem avanços em direção a coisas boas e coisas ruins. E este é o caso de um avanço rumo ao mal. Como caracterizar como benéfica a legalização do assassinato? Sim, porque é isto que o aborto é: causar a cessação de uma vida. Não se trata de uma vida em formação – já é uma vida, cujo corpo está em formação. É um avanço rumo à barbárie, à matança generalizada de infantes.
iii. Os defensores do assassinato dos infantes afirmam que as mulheres possuem o direito de decidir sobre o seu corpo. Concordo que existem direitos que são fundamentais – mas discordo que este direito se aplique no caso do aborto. Exemplifico: se alguém quiser cortar a própria cabeça, o estado vai legalizar esta prática em hospitais públicos? É a eutanásia legal no Brasil? Não. Não é – e não será. As mulheres possuem o direito de fazer escolhas – e o aborto nunca é a melhor escolha (quaisquer pressões emocionais, psicológicas, financeiras, morais ou religiosas são menores do que o valor de uma vida). Sugiro que as mulheres usem este direito antes da concepção, evitando o relacionamento ou, na hipótese mais permissiva (e admito-a como hipótese apenas) utilizando os métodos anticoncepcionais existentes quando resolverem tratar da questão, digamos, mais intimamente. Até aí trata-se do que fazer com seu próprio corpo. Porque não tomar a decisão correta antes? Mas, à partir do instante em que um novo ser é gerado, são, querendo ou não, embora desproporcionalmente, dois corpos. E cabe ao estado, em todas as questões que envolvem direitos de dois indivíduos, resguardar os direitos de ambos, e não promover o interesse (não uso a expressão direito, porque aqui já não cabe mais) às custas do direito do outro (aqui sim, cabe a palavra direito) que está impossibilitado de defender-se e depende integralmente da ação de terceiros. E, tenho ainda uma outra questão sobre direitos: todo ser gerado é composto por 50% de caracteres paternos e 50% maternos. E se o pai da criança quiser vê-la viva. Quem vai defender este direito?
Na prática Lula não defende o início dos debates – ele já se posicionou a favor, só que ao estilo de uma lula, isto é, cheio de dedos (ou seriam tentáculos). Só que ele não tem a coragem de ser verdadeiro e claro. Já marcou sua posição, mas como o leão da montanha dos quadrinhos animados deixou uma rota de fuga, agradando a esquerdistas (para quem a vida – do outro, bem entendido – nada mais é do que um número para mais ou para menos) e não desagradando àqueles que lutam contra o mesmo. Os interlocutores do presidente no encontro são todos membros de comitês comprometidos com os direitos humanos (conforme imaginam que sejam – não como são na realidade), são associações para promover o aborto, não o debate sobre o mesmo, e foi para estes que o presidente falou. Para a promoção do aborto, palmas – para a investigação de práticas clandestinas de abortos no Brasil [um crime], vaias como as destinadas ao deputado Arlindo Chinaglia (não que eu goste dele), presidente da câmara dos deputados, que assinou a criação da CPI do aborto.
Ademais, este debate já começa sob o signo do preconceito: quem for contra o aborto é preconceituoso – quem é a favor é esclarecido e progressista. Não há promoção de uma prática sem que se abra o debate – mas só abre o debate quem quer a legalização de práticas que, hoje, são consideradas criminosas pela lei brasileira (perseguição política a militares do período da ditadura, proteção oficial a terroristas brasileiros e estrangeiros) e é criminosa sobre todos os demais aspectos.

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