quarta-feira, 29 de julho de 2009

LULA E AS LOMBRIGAS

“Como a gente pode esperar que uma criança que não toma café da manhã seja inteligente, se ela levanta e vai dormir com a lombriga menor querendo comer a maior? Dê comida para essa criança, para chegar a uma escola”.

De: Luis Inácio da Silva, o Lula, presidente da República Federativa do Brasil.

P7120422A princípio, tudo certo com a fala do senhor presidente, não parece? Qual a solução para o brasileiro que tem fome? Comida. E se ele é estudante? Comida para não pensar em comida na hora da aula. E se ele está doente, cheio de vermes? Ah, mais comida, para dividir com os vermes. Simples assim. Já afirmei anteriormente que soluções simples para problemas complexos partem de quem não tem resposta verdadeira para o problema. E este é um caso.

Vou explicar mais claramente. Os programas assistenciais [chamados de ‘bolsa’] já têm mais de 9 anos. Nos últimos 7 deixaram de ser programas de amparo para se tornarem puro assistencialismo clientelista e viciante, terreno fértil para a compra de votos e manutenção de verdadeiros currais eleitorais, agora disfarçados de programas oficiais estatais.

Pesquisando a relação entre aumento de renda e melhora das condições sócio-econômicas a Fundação Getúlio Vargas apresenta um dado preocupante: tudo continua praticamente na mesma. Se os programas fossem encerrados 11.000.000 de famílias voltariam a viver exatamente como há 10 anos atrás.

Os indicadores sócio-econômicos mostram que nada foi acrescido em termos de infra-estrutura, especialmente sanitária e educacional. Não houve reflexo na qualidade de vida das pessoas assistidas, é o que afirma a FGV. Os indicadores sociais, especialmente do norte e nordeste, melhoraram menos do que o índice geral de crescimento econômico nacional. E no restante do país se equivalem ao crescimento econômico verificado, da ordem média de incríveis 1,4% a.A.

É por isso que nosso inteligentíssimo e ao mesmo tempo tolo presidente pôde dizer o que disse. Veja só: Lula tomou como exemplo uma jovem de 17 anos, Isabela de Oliveira Araújo, de Campina Grande, na Paraíba. Esta menina tem, no mínimo, 7 anos de assistência estatal [talvez 9, já que os programas foram estabelecidos nacionalmente no ano de 2001]. E, a despeito disso, continua “lombriguenta”. Não sou eu quem diz tal absurdo ofensivo – foi o presidente. E ele deve saber [ou será que não sabe, como não sabia do mensalão, dos aloprados do dossiê, do filme pirata, do apoio de seus ministros ao consumo da maconha, do aborto, do outro dossiê contra a ex-primeira dama, D. Ruth Cardoso, etc…].

E porque ela continua assim? Porque a saúde brasileira está um caos. A educação sucateada. A segurança um lixo. E para o homem das nuvens [como gosta de um avião] está tudo bem, basta dar dinheiro, comida. Ele não explica isto: 7 anos, no mínimo, talvez até 9, e a menina não conseguiu se livrar de uma miserável “ascaris lumbricoidis”, quando para isso bastam duas doses de Pantelmin e, principalmente água tratada e uma boa rede de esgoto. Porque não, senhor presidente? Além disso, dar mais comida para quem não tem perspectiva social, largado em esgotos a céu aberto, não vai fazer ninguém mais inteligente, vai fazê-los obesos, hipertensos, para não falar em preguiçosos. Aliás, conheço alunos que comiam 1/2 de pão francês e se destacaram como os melhores – e outros que tinham muito mais, e eram alunos medíocres.

Pode-se fornecer o Pantelmin, mas o governo não fez, não faz, e não fará a tal rede de esgoto nem tratará a água para as Isabelas da vida, porque isto requer planejamento [real, estratégico, não fictícios como o tal emPACadão] e vontade política [mas qual político quer abrir as portas de seus currais?]. Todos eles desejam o povo como manada – e manada não pode pensar, apenas seguir a multidão embasbacada.

Não será oferecido saúde, educação e pespectivas porque isto não mantém famílias inteiras cativas em currais eleitorais durante anos a fio, pelo contrário, melhore a educação, a saúde, e as pessoas começam a pensar – e tudo o que o Lula não precisa é de um povo que pensa. Ah, não, panis et circus, é o lema. Mas nunca cátedra. Um povo de barriga cheia [mesmo que a comida tenha que disputar espaço com as lombrigas] é melhor do que um povo sábio. Assim pensa Lula. E ele que se autoproclamou “pai” [Deus me livre] quer emplacar agora a “mãe” Dilma, falsa mestre, guerrilheira, prevaricadora, assasina e ladra [ela nunca disse onde foi parar o dinheiro roubado do cofre do ex-governador paulista Ademar de Barros, talvez esteja investindo agora em bolsas de grife].

AS CRIANÇAS

Uma alegria foi constante em toda a viagem: a presença das crianças. Ficarei em débito [faltam fotos] com algumas, como a Liliana, da Igreja Presbiteriana do Morumbi. De algumas, não lembro o nome, mas não deixo de ter a lembrança e o carinho. Vamos às demais.

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PAULINHO – EM TUCURUÍ 

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EM XINGUARA

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LILIANA – MORUMBI [SP]

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EVELYN E ANA LARA – DOIS VIZINHOS

P7180542 HELOÍSE MÜLLER – DOIS VIZINHOS

P7220625 ELOHIM E JUDÁ MENDES - BRASÍLIA

EM BRASÍLIA

BSB2 bsb1Última parada da viagem, agora especialmente para compromissos pessoais, rever pessoas amadas que, às vezes contra a vontade, outras sem percepção, vamos deixando se afastar de nossas vidas. Não foi a minha primeira [e, espero, não será a última] viagem a Brasília, mas desta vez, com certeza, foi diferente. Nunca gostei da cidade [ou das cidades que acabam levando, todas elas, o nome de Brasília], sempre achei tudo muito longe [continuo achando], muito artificial [continuo achando], muito seca [continuo achando]. Mas desta vez foi diferente – porque os compromissos eram apenas os do coração. Mas, não importam os desencontros, nem o tempo ou a distância, sempre é possível o reencontro. É óbvia a impossibilidade de publicar todos os detalhes da viagem, por mais prazerosos que tenham sido [precisaria de um livro, e dos grandes], mas, além deste post, publicarei apenas mais um, sobre as crianças.

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ÁGUAS CLARAS

Foi uma grande alegria rever a minha irmãzinha, Zanne, e conhecer o seu esposo, o goiano [?] Célio. Depois de 16 anos, parecia que nada mudou: o mesmo jeitinho, a mesma menina linda e inteligente. Foi muito bom relembrar as coisas de criança, a família, o passado, as brincadeiras [e até mesmo as dificuldades – e como nos virávamos para superá-las].

Lembrar de amizades, tanto das que ainda são mantidas quanto daquelas que se perderam no decorrer dos anos, diversões simples e infantis.

Falar de projetos e sonhos – espero que os seus se realizem, minha maninha -  você e o Célio merecem, sem cobranças, com paciência e confiança no seu Criador. Desta vez faltou apenas reencontrar a caçulinha, a Lanne, mas isto fica para outra viagem. Quem disse que temos que ter tudo de uma só vez?

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VILA PLANALTO

Dia seguinte, foi a vez de visitar o “brother Jhon” e sua esposa, Valéria, e rever os gêmeos Judá e Elohim [eles estarão no próximo post], na Vila Planalto.

Muita conversa sobre família e familiares, sobre nossa cidade, Santa Maria da Vitória, também sobre desejos e planos para o futuro.

Além da visita doméstica, uma passagem rápida pelo trabalho de ambos, um almoço delicioso no Conjunto Nacional, um passeio [também rápido] pelo ‘centro do poder – com tudo o que isto representa’ e depois a hora de arrumar as malas para retornar para casa.

Nem tudo foi como gostaria que fosse – mas tudo o que foi possível fazer foi muito bom. Fica aqui o meu abraço e minha gratidão pela hospitalidade. Vocês – todos – foram mais que especiais.

FOTOS OFICIAIS: FAMÍLIA MARÓSTICA VALENTE

 

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Elton e Ana Maróstica Valente.P7180563P7180547

Rudy e Dete Maróstica – pais da noiva.

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Sr. Antônio e Sra. Deirte Valente, pais do noivo.

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Uma foto do casal que alegrou o coração do pastor.P7180540Foto oficial com o pastor que alegrou o coração do casal.

NASCE UMA NOVA FAMÍLIA: MARÓSTICA VALENTE

lToda esta viagem começou com uma mensagem da Ana, desejosa que eu fosse ao seu casamento. Após encontrar o Rudy, em Jacundá, começamos a planejá-la, e graças ao bom Deus foi possível. Ainda não conhecia o mineirinho Elton, jovem bombeiro em Dois Vizinhos, crente no Senhor, membro da Igreja Batista. Com o auxílio do jovem pastor André, da Igreja Presbiteriana Independente de Dois Vizinhos [a IPI que tem um lugar especial em meu coração]. O Rev. André ministrou as orientações iniciais e a troca das alianças [as fotos serão colocadas em sequência, logo abaixo]. A seguir tive o privilégio de ministrar a palavra, mostrando como Deus estabeleceu o matrimônio, a felicidade primeva do casal edêmico e, depois, as dificuldades experimentadas por eles quando deixaram de ouvir a voz de Deus [dificuldades estas que o jovem casal terá que superar, agora com a ajuda do seu Senhor].

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Alguém já tinha visto uma noiva ansiosa? Algumas horas antes, a ansiedade de caber no vestido [rs], cabelo maquiagem, bouquet, etc. 

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Mas deu tudo certo, e algumas horas depois a futura Sra. Valente entrava na igreja conduzida pelo paizão, Rudy.

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Esta foto está aqui especialmente para as mulheres apreciarem o vestido.

P7180508 A pequena Evelyn, 2 aninhos, conduzindo as alianças.

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Momento de edificação, minstração da palavra e instrução ao jovem casal para a vida conjugal com Deus.

terça-feira, 28 de julho de 2009

DOIS VIZINHOS

P71604712Após a alegria de visitar os amados em São Paulo, chegou a vez do Paraná. No desembarque em Foz do Iguaçú aguardavam-me os amigos Roberto e Vera Alencar. Recepção agradável, passeio por Foz e no dia seguinte em Ciudad del Leste, no Paraguay para umas compras devidamente garantidas pelos sempre animados vendedores.

P7180547 Na tarde da quinta-feira, finalmente, rumo a Dois Vizinhos. Em Francisco Beltrão era aguardado pelo casal Rudy e Dete Maróstica. Muita alegria em revê-los, especialmente em um momento tão importante, o casamento da filha, Ana Maróstica.

Como não podia deixar de ser, na sexta [almoço e jantar] muita carne preparada por um genuíno gaúcho, especialmente a costela, de pôr no chinelo a grande maioria das churrascarias que tenho encontrado nestas andanças por este grande Brasil. Só quem já experimentou sabe do que estou falando. Só um sulista passa 6 horas assando alguns quilos de carne.

A estada em Dois Vizinhos também foi uma excelente oportunidade para rever alguns que, em momentos de maior calor, negaram seu apoio ao trabalho e seu braço amigo. Foi agradável o reencontro, a sinceridade, a hombridade demonstrada. Não posso me esquecer de vocês – meu desejo sincero é que Deus lhes conceda a sabedoria necessária para, tendo aprendido com as lutas, seguirem adiante servindo ao Senhor.

P7170481No sábado, como se fosse novidade, mais carne [e muito bem feita], com a presença de mais convidados, familiares da noiva e do Elton, o noivo. Hora dos preparativos, pois a grande noite estava chegando. Na AABB recepção para 115 convidados, com, segundo o costume, mais churrasco, também delicioso. Vou deixar o casamento para um post específico, logo a seguir. Cerimônia simples, rápida, mas edificante e marcante para o jovem casal. À Ana e ao Elton, meu desejo de muitas felicidades.

Foi muito bom rever todos – não vou citar nomes, para que, se porventura deixar de mencionar alguém, seja acusado de injustiça. Mas, creiam-me: não teria sido tão bom se pelo menos um dos presentes tivesse faltado.

SÃO PAULO

P7120422Após uma rápida passagem pela cidade de Tucuruí, onde lecionei Prática de Pregação no Centro de Preparação de Obreiros, segui rumo ao próximo destino: São Paulo. Agradeço ao casal Helson e Ivete, e seus filhos Tiago e Marcela a costumeira hospitalidade. Faltou apenas a Rosa, funcionária da família, ausente para recuperação da saúde e um merecido descanso.

Agradável comunhão pela manhã e a noite com os irmãos da Igreja Presbiteriana do Morumbi, igreja amada da qual participei, ainda que por pouco tempo e de forma modesta, dos primeirso passos, no ano de 2000.

P7120433Tive a oportunidade de conhecer o seminarista Felipe, que mostrou-se empolgado por conhecer o norte do Brasil. Filho do estado de São Paulo, creio que será uma excelente oportunidade para que conheça o “Brasil que não é Brasil”, desconhecido da maioria dos brasileiros que pensam que o norte se resume a assassinatos, grilagem de terras, vagabundos sem-terra e madeireiros com a serra nos dentes com o objetivo de tornar a amazônia um deserto.

Esperamos a visita do Felipe, e que leve do norte as mesmas boas impressões que sempre trago quando venho do Sudeste: terra de gente amorosa, hospitaleira, trabalhadeira. Há os diferentes? Sem dúvida, aqui e lá. Mas quem se importa com eles? Vamos adiante.

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Um ambiente agradável, acolhedor, caracteriza a Igreja Presbiteriana do Morumbi. Não apenas por suas instalações, mas também pela disposição dos irmãos.

Lembro sempre deles como uma família de fé formadas por famílias que abraçaram a fé e que querem evidenciar isto através do fraterno amor. Foi ótimo conhecer parte da história da IPB e também da ocupação do Pará através do Pb. Renato.

Na segunda visitei a igreja que me acolheu quando cheguei a São Paulo, e que, nas palavras do seu pastor à época, deu-me todo o amparo material, moral e espiritual para ser hoje o que sou: um ministro da Palavra. Igreja que através de suas crianças, adolescentes, jovens, senhores e senhoras, diáconos, presbíteros e pastores [e até mesmo seus funcionários] sempre me tratou com muito carinho. Ao Rev. Paulo de Lage minha gratidão pela recepção, apesar dos seus problemas de saúde.

P7140457E, finalmente, impossível não mencionar a visita feita ao Rev. Eudes Coelho, pastor que me acolheu na sua igreja [IPVM] em 1996 e, apesar dos muitos erros do seminarista, sempre soube corrigir, animar e incentivar com palavras sábias e exemplo de vida.

Agradável almoço nas proximidades da futura Igreja Cirstã Presbiteriana de Moema, mas, mais agradável ainda do que o delicioso almoço foi a conversa que tivemos. Obrigado por ouvir-me, pelos conselhos e pelo incentivo, de antes, e de agora [o artigo foi publicado, querido mestre, não de disciplinas, mas de vida].

SÍNODO CARAJÁS

P7050361 A primeira etapa deste período de viagens foi à cidade de Redenção, nos dias 03 a 05 de julho, por ocasião da Reunião Ordinária do Sínodo Carajás [SCJ]. Representantes dos presbitérios do Carajás [PRCA], Leste da Transamazônica [PLTA] e Centenário do Presbiterianismo do Pará [PCPP] se reuniram na Igreja Presbiteriana da Paz, e, fazendo juz ao nome da igreja, a reunião transcorreu em absoluta tranquilidade, embora com trabalhos bastante puxados e que se estenderam madrugada a dentro.P7040338

Primeiro, a eleição da nova diretoria, composta pelo Rev. Roberto Alencar [reeleito presidente], Pb. Jairo Cruz [ex-secretário executivo, agora vice-presidente], Rev. Marthon Mendes [ex-segundo secretário, agora secretário executivo], Pb. Bonifácio de Souza [primeiro secretário]; Rev. Divino Camargo [segundo secretário] e Rev. Antônio Mendes [tesoureiro]. Todos os mandatos são bi-anuais [2009-2011], apenas o mandato do secretário executivo é quadrianual [2009-2013].

Na noite de sexta-feira para sábado os trabalhos se estenderam até por volta de 1.00h da manhã, e de sábado para domingo fomos até 3.00h da manhã. Após os términos dos, retorno para casa, onde chegamos por volta das 16.00h. Muito trabalho, muitas bênçãos, e novos trabalhos pela frente. Em breve publicaremos relação dos novos secretários sinodais de causas.

No retorno paramos para registrar nossa passagem pelo local do confronto entre sem-terra [mas armados] e policiais, na cidade de Eldorado dos Carajás. Embora a mídia insista em falar em ‘massacre’ no local houve um confronto, com sem-terras avançando sobre policiais que reagiram. Infelizmente a afoiteza de uns e a superioridade tanto de treinamento quanto de armamento de outros resultou em mortes – e não me alegro com isto, preferia ver os invasores presos e pagando por seus crimes contra o patrimônio na cadeia. Mas não houve massacre, houve confronto. O local só é lembrado de tempos em tempos, e está um tanto quanto abandonado. Até uma casa que era usada como museu foi demolida. Que caia no esquecimento.

VIAGENS DO CORAÇÃO

P7160471 O mês de julho, como já informei, foi pródigo em viagens, desde a reunião do Sínodo até o congresso em Novo Repartimento, passando pelo CPO em Tucuruí, Igreja Presbiteriana do Morumbi em São Paulo [visitei ainda a minha amada Igreja Presbiteriana da Vila Mariana e o Rev. Eudes Coelho, uma das pessoas mais importantes na minha caminhada espiritual, na Igreja Cristã Presbiteriana em Moema].

Também um breve passeio por Foz do Iguaçu [e Paraguay] na companhia dos amigos Roberto e Vera Alencar, depois uma feliz estada em Dois Vizinhos para o casamento do Elton e, agora, Ana Valente.

Finalmente uma passagem por Brasília, para rever pessoas amadas, entre elas minha querida irmã Zanne, a quem eu não via desde 1993. P7170479

Foram dias inesquecíveis, de muita alegria, muito churrasco [especialmente em Dois Vizinhos, onde pude matar a saudade daquela costela caprichada feita pelo Rudy: 5 costelas em 3 dias]. Haja estômago, cada uma delas mais saborosa do que a outra. Como é bom: churrasco com chimarrão – e boa companhia. É obvio que a ausência de minhas amadas foi sentida nestes momentos de alegria.

A você, que fez esta viagem ser o que foi, nenhuma palavra é capaz de definir o que sinto. Mas posso tentar: perfeito, inesquecível. A todos, um até breve. De coração.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

JOÃO CALVINO: 500 ANOS DE CALVINISMO E QUANTOS DE CALVINOLATRIA?

Calvino%20pregando_JPG10 de julho de 1509. Em Noyon [Picardia], norte da França, nasce uma criança de frágil compleição que recebe o nome de João Calvino. Seu pai era tabelião e secretário do bispo local. Aos 12 anos recebe um “benefício eclesiástico” que lhe servirá de bolsa de estudos. Aos 14 ingressa na Universidade de Paris, onde estuda humanidades e teologia. Em seguida dirige-se para Órleans e Bourges onde estuda direito entre os anos de 1528-1533.  Em 1532 publicou um comentário sobre a obra “De Clementia”, escrito pelo filósofo Sêneca ao imperador Nero. Por esta época toma conhecimento da reforma Luterana, converte-se [ele próprio nada fala sobre isso] faz um discurso em Paris que é considerado herético e foge para Angôulême e em seguida escreve seu primeiro livro religioso, Psychopannychia, sobre a imortalidade da alma [publicada somente em 1542]. É o início da sua jornada como um dos principais líderes do movimento reformador, ao lado de Martinho Lutero, Guilherme Farel, Theodoro de Beza, Filipe Melanchton, Ulrico Zuínglio e outros.
Em 1536 publica a primeira edição das Institutas, em Basiléia. Depois, dirigindo-se para Estrasburgo, por causa de escaramuças entre protestantes e católicos, desvia-se para Genebra, onde pretendia passar apenas uma noite. Informado da presença de Calvino, Guilherme Farel vai até ele e o insta a ficar na cidade que havia abraçado a fé reformada há muito pouco tempo. Em 1538 é forçado a abandonar Genebra, fixando residência entre os refugiados franceses em Estrasburgo. Casa-se com Idalette de Bure, escreve o comentário da Carta aos Romanos. Retorna para Genebra, escreve as ordenanças eclesiásticas. Toma parte no julgamento do médico Miguel Serveto, condenado à fogueira por heresia anti-trinitária. À partir de 1555 passa a ter o pleno apoio dos magistrados Genebrinos, torna-se cidadão genebrino em 1559, ano em que inaugura sua academia e publica. a última edição das Institutas. Morre a 27 de maio de 1564, aos 55 anos de idade, sendo sucedido por Teodoro Beza. Informações como estas e muitas outras podem ser conseguidas facilmente em qualquer biblioteca e em buscas on-line. Deixo-vos este trabalho após esta breve pesquisa histórica.
Nestes dias completou-se 500 anos do nascimento do reformador francês. São inúmeros os artigos, livros, panfletos, documentários e festividades mencionando o que Calvino fez, faria e até sugerir o que ele deveria ter ou não feito. Atribui-se a Calvino muito do que ele não fez, há os que pretendem esconder ou justificar erros que porventura tenha cometido. Cometeu-os? A menos que ele não fosse humano, sim. Mas os interessados na história de Calvino podem fazer uma pesquisa na internet que encontrarão farto material. Poderia fazê-lo? Sim, poderia. Talvez em outra oportunidade.
Antes, uma palavra de alerta àqueles que me conhecem, que me acompanham, aos que não me conhecem e até mesmo àqueles que pensam me conhecer, gostando ou não do que penso, escrevo e faço: sou presbiteriano, reformado, gosto da teologia sistematizada por João Calvino. Ninguém que me conheça pode dizer que sou anti-calvinista. Quem não me conhece ou pensa que me conhece talvez venha a afirmar algo assim. Todas as igrejas onde tive o privilégio de servir ao Senhor ensinando a Palavra de Deus, desde a minha conversão e chamado para o ministério, conheceram meu apego à boa teologia. Santa Maria da Vitória e Côcos [Bahia], Vila Mariana e Morumbi [São Paulo], Pitanga, Guarapuava e Dois Vizinhos [Paraná], Santana do Araguaia, Pacajá e Jacundá [Pará] podem testemunhar que sempre busquei ensinar e falar tão somente o que pudesse provar pelas Escrituras, tendo como lema as palavras do profeta Micaías: “Tão certo como vive o SENHOR, o que o SENHOR me disser, isso falarei”.
E tem sido assim: minha voz proclama a voz de Deus nas Escrituras. Não pretendo que gostem de mim – pretendo que ouçam o que Deus diz através de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. Elas falam – como intérprete, explico-a. Instituições onde tive o privilégio de conviver como aluno e professor também podem testemunhar meu pensamento através de aulas e escritos [Seminário Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição, Centro de Pós-Graduação Andrew Jumper, Faculdade Teológica Reformada de Guarapuava e Centro de Preparação de Obreiros de Tucuruí]. Por quê menciono tudo isto? Simples – logo aparecerá quem, gratuitamente, diga que sou anti-calvinista. Não o sou. Mas mantenho o senso crítico, não abro mão disso em troca de um afago de hipercalvinistas ou calvinólatras. Não me importo com o julgamento de quem não tem o direito de fazê-lo. Algumas vezes, julgado conservador [sim, sou, já que entendo que o que é bom para o reino deve ser, não apenas conservado, mas também, difundido]. Em outras, modernista [e não creio que haja erro algum em usar o que a inteligência humana tem produzido para tornar o evangelho do reino mais conhecido, ou então ainda deveríamos usar pergaminhos, velas de sebo e coisas que tais], ou liberal [nunca na teologia, mas acusado de sê-lo na prática, especialmente litúrgica] presbiteriano demais ou de menos, e às vezes nem presbiteriano segundo tais indignos juízes – tanto faz o resultado do julgamento: Deus é meu juiz. Aos demais, considero tolos e usurpadores pois tem a absurda pretensão de julgar o servo alheio: sirvo a Deus – ele é meu SENHOR!
Mas preocupa-me o tom laudatório que se levanta, o quase endeusamento atribuído à pessoa de João Calvino, um “inerrantismo” que não é nem justo, nem verdadeiro, nem faz jus à pessoa e obra do reformador. Sei que Calvino não foi original [seu pensamento reflete forte influência dos escritos agostinianos]. Sei que Calvino não foi completo [negou-se a escrever e pregar a respeito de determinados textos que afirmava não conseguir compreender – e isto é mais prova de humildade do que de ignorância, exemplar para muitos dos seus presunçosos pseudo-seguidores, que certamente envergonhariam aquele a quem atribuem o caráter paterno-teológico]. Sistematizador de uma faceta do pensamento dos reformadores do séc. XVI, Calvino não foi unânime em seu tempo, e tanto discordou quanto gozou da discordância de outros importantes reformadores como Lutero e Zuínglio. Certamente Calvino não aceitaria tal endeusamento.
Ele, que tanto combateu o papismo, a idolatria e a egolatria, dificilmente aceitaria ser colocado em um trono e considerado senhor do pensamento da Igreja. Para Calvino uma só mente deve ditar o que a igreja faz e pensa: a mente de Cristo. Acompanhei muito do que se disse a respeito do reformador genebrino nestes dias. Li artigos, jornais, revistas, boletins – textos escritos por calvinistas, pretensos calvinistas, arminianos, tomistas romanos [também eles], incrédulos, presbiterianos reformados e outros nem tanto, jornais e revistas, seculares ou evangélicas, e até mesmo documentos de seitas heréticas, e no fim, uma constatação: raros conseguiram manter o equilíbrio entre o que Calvino realmente foi e o que pretendem que ele seja cinco séculos depois. Não encontrei o Calvino histórico em muitos dos textos lidos. A calvinolatria erigiu um mito. O anti-calvinismo elegeu-o demônio. O verdadeiro pensamento reformado vê em Calvino simplesmente um homem e uma ambiguidade: muito à frente do seu tempo no pensar, fruto do seu tempo no agir. Inteligente como poucos, humano, como todos. Nem mito, nem demônio. Um homem , usado por Deus para sistematizar e formatar o pensamento da nascente igreja reformada [mas não o único pensamento protestante de seu tempo, pois o movimento que ficou conhecido como reformado vicejou ao lado de outras igrejas protestantes]. A força do seu pensamento está justamente nisto: é humano, como todo o pensamento teológico anterior e posterior, ainda que ele tenha alcançado uma profundidade notável. Escolher o mito é seguir uma miragem. Considerá-lo demônio é uma injustiça. Honrar o homem é glorificar aquele que o usou. Soli Deo gloria.

DE VOLTA…

P6220272b De volta à normalidade. Já estou em Jacundá, depois de uma viagem pelo Brasil. Desde o dia 03 de julho compromissos com a Igreja, familiares e pessoais me levaram por diversos lugares, e sobre cada um deles darei algumas informações aos amados. Desde a reunião do Sínodo Carajás em Redenção, passando por Tucuruí [CPO], São Paulo [Igreja Presbiteriana do Morumbi], Foz do Iguaçu [um passeio], Dois Vizinhos [Igreja Presbiteriana Independente] e finalmente Brasília, onde reencontrei pessoas amadas que não via a muito tempo. Revigorado, retorno ao batente junto aos amados de Jacundá, PLTA e SCJ. Aos demais com quem estive nestes dias, um até breve – não duvide: o mais breve possível.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

DEM AJUÍZA AÇÃO CONTRA SISTEMA DE QUOTAS [FINALMENTE ALGUÉM SE OPÔS A ESTA ESCRESCÊNCIA]

Do site do STF.
A instituição de cotas raciais na Universidade de Brasília (UnB) foi objeto da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 186 ajuizada, com pedido de suspensão liminar, pelo Democratas (DEM) no Supremo Tribunal Federal (STF). O partido tem a finalidade de que seja declarada a inconstitucionalidade de atos do poder público que resultaram na instituição de cotas raciais na universidade.

Conforme a ação, o resultado do 2º vestibular 2009 da Universidade de Brasília, que adotou o sistema de acesso por meio de cotas raciais, foi publicado no dia 17 de julho de 2009 e o registro dos estudantes aprovados, cotistas e não-cotistas, está previsto para os dias 23 e 24 de julho de 2009.

O partido salienta que a violação aos preceitos fundamentais decorre de específicas determinações impostas pelo Poder Público (Universidade de Brasília). Atos administrativos e normativos determinaram a reserva de cotas de 20% do total das vagas oferecidas pela universidade a candidatos negros (dentre pretos e pardos).

O DEM assevera que acontecerão danos irreparáveis se a matrícula na universidade for realizada pelos candidatos aprovados com base nas cotas raciais, “a partir de critérios dissimulados, inconstitucionais e pretensiosos da Comissão Racial”. “A ofensa aos estudantes preteridos porque não pertencem à raça ‘certa’ é manifesta e demanda resposta urgente do Judiciário”, argumenta o partido.

Atos questionados
Na ação, o DEM contesta os seguintes atos: I) Ata da Reunião Extraordinária do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade de Brasília (CEPE), realizada no dia 6 de junho de 2003; II) Resolução nº 38, de 18 de junho de 2003, do CEPE; III) Plano de Metas para a Integração Social, Étnica e Racial da Universidade de Brasília - UnB; IV) dispositivos do Edital nº 2, de 20 de abril de 2009, do 2º Vestibular de 2009, do Cespe.

Preceitos fundamentais vulnerados
Os advogados do partido ressaltam que estão sendo violados diversos preceitos fundamentais estabelecidos pela Constituição Federal de 1988. São eles: os princípios republicano (artigo 1º, caput) e da dignidade da pessoa humana (inciso III); dispositivo constitucional que veda o preconceito de cor e a discriminação (artigo 3º, inciso IV); repúdio ao racismo (artigo 4º, inciso VIII); Igualdade (artigo 5º, incisos I), Legalidade (inciso II), direito à informação dos órgãos públicos (XXXIII), combate ao racismo (XLII) e devido processo legal (LIV).

Além disso, seriam feridos os princípios da legalidade, da impessoalidade, da razoabilidade, da publicidade e da moralidade, corolários do princípio republicano (artigo 37, caput); direito universal à educação (artigo 205); igualdade nas condições de acesso ao ensino (artigo 206, caput e inciso I); autonomia universitária (artigo 207, caput); princípio meritocrático - acesso ao ensino segundo a capacidade de cada um (artigo 208, inciso V).

Pedido de liminar
Por essas razões, o partido pede a concessão da medida liminar pelo STF a fim de suspender a realização da matrícula dos alunos aprovados mediante o sistema universal e o sistema de cotas para negros na Universidade de Brasília, que acontecerá nos próximos dias 23 e 24 de julho de 2009. Requer que o Cespe divulgue nova listagem de aprovados, a partir das notas de cada candidato, independentemente do critério racial, determinando que somente após essa divulgação os alunos realizem a matrícula, obedecendo à classificação universal.

Pede que o Cespe abstenha-se de publicar quaisquer editais para selecionar e/ou classificar candidatos para ingresso na universidade com acesso diferenciado baseado na raça. Também solicita que o Cespe/UnB não pratique “qualquer ato institucional racializado para tentar identificar quem é negro dentre os candidatos, suspendendo a Comissão Racial instituída pelo item 7 e subitens, do Edital nº 2/2009, Cespe/UnB”.

Por fim, pede para que juízes de tribunais de todo o país, tanto da Justiça Federal quanto da estadual, suspendam imediatamente todos os processos que envolvam a aplicação do tema cotas raciais para ingresso em universidades, até o julgamento definitivo da ADPF, “ficando impedidos de proferir qualquer nova decisão que, a qualquer título, garanta o acesso privilegiado de candidato negro em universidade em decorrência da raça”. Assim, requer que sejam suspensos, com eficácia ex tunc (retroativa), os efeitos de qualquer decisão que tenham garantido a constitucionalidade das cotas raciais implementadas pela Universidade de Brasília.

Pedido sucessivo
O partido requer, sucessivamente, que em caso de a Corte entender pelo descabimento da ADPF, seja o pedido recebido como Ação Direta de Inconstitucionalidade, “em homenagem ao princípio da fungibilidade processual, porquanto observados nesta peça todos os demais requisitos necessários à propositura da ADI, possibilidade esta que já foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal”.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

FÉRIAS

Aos queridos que tem perguntado: o que tem acontecido com o coração do pastor?... a resposta é simples. Primeiro, quase não tenho escrito porque estou gozando pequenas, mas, creio, merecidas férias. Estive no CPO, em Tucuruí [e isso é férias? Mas foi um prazer], encontro-me em São Paulo, de onde irei ao Paraná [Foz do Iguaçu e Dois Vizinhos] e na sequência uma rápida passada em Brasília. Dia 22 estou de volta. Aguardem posts sobre a viagem e um, especial, sobre os quinhentos anos do nascimento de João Calvino e a calvinolatria.
Até à vista!

sábado, 4 de julho de 2009

SARNA, SENADO, MARANHÃO…

P5200049 O petismo, sem perceber, prestou um grande serviço à nação. Tião Viana, um inútil senador, um instrumento da politicalha petista, deu início a um verdadeiro tsunami no senado federal. Após perder a eleição para presidente do senado para seu “aliado” do PMDB, José Sarney, fez vazar informações comprometedoras sobre o funcionamento do senado. Não pretendo tratar das denúncias, isto cabe à polícia, ao ministério público e aos poderes legalmente constituídos.

Quero explorar um outro lado da questão: o método cama-elástica de fazer política dentro do PT. Os direitos e a honradez dos homens sobem e descem, a depender da proximidade com o petismo. Já houve quem disse que a política petralha é uma lavanderia de reputações: aliados, mesmo os mais imprestáveis e inescrupulosos [aliás, quanto mais inescrupulosos, mais fáceis de serem comprados, que o diga Roberto Jefferson, Severino Cavalcantti, Pauo Maluf, Fernando Collor, etc…] são tidos como homens de bem, e defendidos publicamente pelo lulo-petismo. Adversários são enlameados [e olhe que todos os adversários do petismo são light demais para o meu gosto] são atacados impiedosamente por todo tipo de calúnia e acusações, verdadeiras ou não – e isto não importa, pois o essencial é colocar os adversários na defensiva. Os aliados são considerados santos mesmo que os chifres sejam aparentes, adversários – e o petismo não admite divergência de pensamento – são tratados como demônios, embora seja sabido que nos corredores palacianos do planalto central não haja santos. Um exemplo e considerações:

O sabido [é diferente de sábio] Luis Inácio da Silva, atual presidente da república, disse que lugar de ex-presidente é dando palestras e descansando da vida política. Mas é aliado incondicional do atual presidente do senado, também ele um ex-presidente, ao lado de Fernando Collor. Qual a justificativa para tal atitude? Nenhuma, apenas faz, e os cegos seguidores não percebem a incongruência. Lula discursa, todos batem palmas, como micos amestrados. Lula fala exatamente o contrário, e todos continuam batendo palmas. As palmas não são para o que Lula fala, mas para o incrível Lula que fala.

As denúncias envolvendo o senado federal tornaram praticamente indefensável a posição do atual presidente da casa, o senador José Sarney [PMDB-AP]. Tida como certa sua queda, após três reuniões [Sarney – Dilma; Dilma – Lula; Lula –Sarney] ficou acordado que, para os petistas, Sarney é uma vestal, de uma pureza inatacável. Mais, mesmo que impuro, diga-se logo: a sujeira não é dele. É o método inaugurado por Lula quando do mensalão, ou do dossiê dos aloprados, ou do vazamento de informações de gastos da ex-primeira dama, Sra. Ruth Cardoso. Ele diz, sempre e candidamente [e há quem acredite]: eu sei, mas não sabia de nada.

Porque Sarney ainda não caiu?

Simples como dois e dois são quatro, desde que o PT NÃO esteja envolvido [porque o resultado dificilmente chegará perto de 3, dadas as inúmeras comissões cobradas e desvios efetuados]: Lula não quer as mais de 5.000 prefeituras administradas pelo PMDB oferecendo palanque para José Serra [e será Serra, apesar da vontade de Lula que seja Aécio, facilmente derrotável como as pesquisas já mostram]. Outro motivo: porque o PMDB sabe como funciona o governo, especialmente a super-máquina chamada PETROBRÁS. O PMDB, de fato, comanda o senado, por exemplo, desde os anos 80.

Um rompimento com o PMDB em vésperas de campanha é um quase-suicídio eleitoral. Aliás, é justamente confiando na força do PMDB – não se enganem, o maior ativo eleitoral da Sra. Dilma [falsa doutora, mentirosa como a suposa honra petista] Roussef [veja aqui e aqui] não é o petismo, nem mesmo a popularidade do presidente, nem os programas de cabresto eleitoral [as bolsas-qualquer coisa], mas o fato de, junto com o PMBD, controlarem cerca de 8.000 prefeituras. Sem o PMDB, todas as fichas serão jogadas no tal PAC [que um petista disse ser apenas um Programa de Ajuda aos Companheiros – mais é mais do que isso, é um meio de fazer a sra. Dilma aparecer na mídia, inaugurando até intenção de assinar um projeto de uma obra qualquer – algumas das quais, pela metodologia do tal PAC e pelo tempo que tem gastado, só ficarão prontos daqui a cerca de 900 anos].

Sarney tem culpa nas denúncias que têm sido feitas? Quem quiser que duvide, mas este não é o ponto. Ele está sendo acusado – e tem o direito de defender-se [concedo que este direito tem que ser estendido até aos petistas e aliados]. Mas ele não pode defender-se sendo o responsável por acatar ou não as denúncias. Isso é algo que nem precisa explicar: se ele é o acusado, como pode ser o responsável pelo julgamento das acusações? Mas já está decidido, a menos que as oposições light resolvam endurecer: Lula não apenas quer que Sarney continue [quanto mais enlameado o congresso menos se repara na sujeira do próprio]. Ademais, Lula não tem escolha, é refém de seu método toma-lá-dá-cá de fazer política. Negar apoio a Sarney signfica ganhar um inimigo que, se como amigo é muito útil, como inimigo pode fazer muitos estragos.

Sarney representa tudo o que Lula disse odiar: ele nasceu no nordeste, sabe o que é ver a população encabrestada por coronéis. Mas diferente de quem luta para vencer e mudar, ele preferiu copiar o método. É o ‘oprimido’ que aprendeu, copiou e desenvolveu o método, e agora explora os seus “iguais”, que de iguais não têm nada.

Mesmo depois de abandonar o Maranhão e criar um estado para si [deixando o desafortunado Maranhão para seus herdeiros, literalmente] o sarneyismo continua plenamente ativo: conseguiram que o governador Jackson Lago fosse deposto. E o próximo da fila de julgamento é ninguém menos que Roseana. Sobrenome? Sarney. E Lula os defende. Precisa de seus serviços. Ambos estão encabrestados, juntos. Pobre Maranhão, digo, Brasil.

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