… ou: Inversão de valores tira direitos dos humanos.
Quanto vale a vida humana? Você pode responder: muito, pouco, depende… É, você pode ter razão. O valor de uma vida humana tem sido relativizado bastante. Desde a concepção até o ocaso da vida os seres humanos têm o valor de sua existência relativizado. Vejamos:
Exemplo nº 1. As campanhas pró-abortivas, no Brasil e no mundo, dizem que, enquanto está no ventre materno o ser ali existente ainda não é humano, e, portanto, não tem direito à vida. Deixá-lo tornar-se humano torna-se uma decisão unilateral da genitora [o pai, que contribui com 50% da carga genética do novo ser não é sequer mencionado nas campanhas feministas "pelo direito de decidir" matar], cabendo ao Estado não mais proteger o mais fraco ou incapaz, mas de proporcionar recursos para a destruição do 'nascituro', um termo técnico adotado para não chamar de feto nem de bebê o que a mulher carrega no ventre. Observe que não estou discutindo aqui a opção pela gestação completa nem mesmo de indivíduos que provavelmente não sobreviveriam [por que o são, são seres individuais, apesar de dependerem da mulher para sua existência]. A descoberta de um nascituro com síndrome de down pode ser motivo suficiente para a interrupção da gravidez, segundo os conceitos destas campanhas.
Exemplo nº 2. Campanhas mundiais pró-eutanásia [isto é, a interrupção da vida de pessoas que estejam em estado de sofrimento extremo ou que não respondam a estímulos externos a muito tempo] pretendem dar a parentes o direito de desligar aparelhos que dão suporte à vida. O exemplo da americana Terry Chiavo [procure no google] pode ser mencionado. A [in]justiça americana permitiu que o marido [que já vivia com outra mulher] desligasse o aparelho que a mantinha viva – mesmo com os pais dela pedindo a guarda da filha. Observe que trata-se de aparelhos de manutenção da vida, e não de criação da mesma. Terry Chiavo morreu de inanição dias depois. Tiraram a vida dela, e isto não tem outro nome senão assassinato. Fizeram com a Terry o que se faz com um cavalo ou boi que quebra a perna: sacrifício, morte.
Exemplo nº 3. Um assassino confesso pode ficar solto [dependendo dos advogados que tem] e, de certa forma, coibir o testemunho de pessoas que souberem dos fatos envolvendo o crime – e isto também tem efeito didático, pois outros crimes deixam de ser denunciados simplesmente porque sabe-se que, embora a polícia prenda [pouco e quando quer], logo os criminosos estarão soltos por causa dos inúmeros tipos de chicanas jurídicas que os advogados são capazes de lançar mão. É assim, por exemplo, no caso do menino João Hélio, arrastado por mais de 5km preso ao cinto de segurança do carro em que estava até a morte no Rio de Janeiro por um bando de jovens marginais. O assassino do menino está em liberdade, recebendo uma pensão e gozando de proteção do Estado [além de matar o menino ele também tentou matar um funcionário da instituição onde cumpria reclusão, por ser menor] e pode até mesmo ir morar, às custas do estado, na Suiça. Ele tem a proteção que João Hélio não teve. Ele tem a proteção que eu e você não temos. ‘Quase’ dá vontade de arrastar uma criança pelas ruas, não é? Não, não dá, claro que não dá…
Sabe quanto vale a vida humana para o estado brasileiro? Para os sanitaristas brasileiros [ah!, o ministro da saúde disse que uma das maneiras de diminiuir a criminalidade no Rio de Janeiro seria fazer com que as faveladas tivessem menos filhos, através de campanhas contraceptivas, abortivas e esterilizadoras] a vida não tem valor. É um mero número, um dado, uma estatística. Para os gestores de segurança pública idem.
Os valores foram invertidos. Animais e árvores são tidos em mais alta conta que pessoas. Cortar determinado tipo de árvore dá cadeia e é crime inafiançável. Matar determinados tipos de animais também. Os valores que norteiam nossa sociedade são o utilitarismo e a economia. O humanismo [no sentido de valorização do homem] submisso à palavra de Deus [que diz que o homem é uma criatura especial de Deus, com deveres para com a criação, consigo e com seu criador] não é sequer lembrado, quanto mais posto em prática.
Nesta inversão de valores humanos o mau governa, o ímpio oprime, o mentiroso fala, e os que deveriam ser valorizados [os que estudam, que trabalham, que produzem] se tornam instrumentos de manutenção de um status quo criminoso e hediondo, ou, em outras palavras, pagam a conta. Gasta-se mais com um preso do que com um estudante no Brasil. É mais caro manter um criminoso na cadeia que um trabalhador numa empresa. Os direitos são todos dos transgressores – briga-se por direitos humanos para ladrões, meliantes, assassinos, enquanto quem não comete crimes é obrigado a se esconder atrás de grades e ferrolhos cada vez maiores e mais sofisticados – mas sempre frágeis diante da força da criminalidade.
O humano foi desvalorizado em nome de direitos que não são devidos àqueles que agem como inumanos. Não se valoriza o homem pelo que ele é: criatura de Deus, e, perante ele, responsável por seus atos em relação aos semelhantes. O princípio de que o homem é só um acidente biológico tornou-o menos valioso que o mico-leão-dourado ou o jacaré-de-papo-amarelo. Hoje, o ser humano vale menos que um rato de laboratório – quando não é ele feito de rato. A criatura, segue, como disse o apóstolo Paulo, adorando a criatura – e se esquece do criador. Preferem suas próprias mentiras, colocando-as no lugar que cabe unicamente à verdade.
Os valores foram invertidos. Só resta-nos exclamar: Maranata, oh! vem, Senhor Jesus.
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