R. Na primeira petição que é: "Santificado seja o
Teu nome" pedimos que Deus nos habilite a nós e aos outros a glorificá-lo
em tudo aquilo em que se dá a conhecer; e que disponha tudo para sua glória.
Sl 67.1-3; Rm 11.36; Ap 4.11
Jesus, coerentemente, nos
ensina que Deus deve estar em primeiro lugar em nossas aspirações (Mt 27.27-39), por isso a primeira
petição refere-se a Deus – e não a nossas vontades ou desejos, mesmo os mais
legítimos deles. Deus, sua pessoa e vontade devem ser, sempre, os ocupantes do
primeiro lugar no coração dos crentes (Mt
6.33).
O NOME DE DEUS É SANTO
Não devemos, entretanto,
incorrer no erro de pensar que nós pedimos para o que nome do Senhor seja
tornado santo – é justamente o contrário – a ordem é para não mundanizá-lo, não
profana-lo (Ex 20.7). Tornar santo
significa render-lhe toda a honra e reverência, toda a glória e exaltação que
ele merece através não de palavras ou discursos, mas de vida (Sl 69.6).
SANTIFICAR O NOME DE
DEUS NA CONDUTA
Tornar santo o nome do Senhor
na vida pessoal significa contentar-se com o necessário para glorifica-lo (Pv 30.7-9) e, mesmo quando tiver menos
do que todos normalmente desejamos de maneira lícita, como família e bens (Jó 1.21) contentarmo-nos com o que o
Senhor nos der (Fp 4.11). Orar ao Senhor pedindo que seu nome seja
santificado indica uma predisposição para não profanar o nome do Senhor –
dentre outras coisas não ser irreverente perante sua face (Ec 5.1).
O CARÁTER DOS FILHOS
DO DEUS SANTO
Devemos orar nestes dois
sentidos nesta primeira petição. Oramos para que Deus revele mais e mais da
santidade do seu caráter e também oramos para que ele nos capacite a reconhecer
a sua santidade, entender mais e mais os elementos que a consistem e prestar a
ela toda a reverência que ela merece, especialmente a mais sincera forma de
reverência – imitação consciente e humilde. Esta oração também ajuda o coração
do adorador a não ser irreverente – ainda que clamemos a Deus como
"aba", Pai, em consonância com a idéia de filiação (Rm 8.15) e não de irreverência. Não
encontramos nem mesmo Jesus, o filho, sendo irreverente com o Pai (Jo 11.41-42). Quando a bíblia fala de
intimidade do Senhor ela está inserida num contexto de temor, não de
irreverencia (Sl 25.14).
SANTIFICAÇÃO E
REJEIÇÃO DO MUNDANISMO
Santificar o nome do Senhor,
significa não trazer para a adoração o que não é requerido por Deus no culto ou
na vida do crente. Deus já é santo e não será tornado mais santo, mas o rente
reconhece sua santidade e aparta-se do que o desagrada, e nem mesmo uma
"adoração aparente" será suficiente para absolver o falso adorador (Ez 14.6-8). Para o crente efetivamente
santificar o nome do Senhor em sua vida ele próprio precisa obedecer à ordem do
Senhor e ser santo (Lv 20.7),
apartando-se da prática de ações iníquas (Is
1.16-17).
SANTIFICAÇÃO COMO
EXCLUSIVIDADE
Santificar o nome de Deus
significa reconhece-lo acima e à parte de tudo o mais. Não há nada para
comparar com Deus (Is 46.5). Uma
comparação justa só pode ser feita entre coisas semelhantes ou que exerçam a
mesma finalidade. É possível comparar um carro com uma máquina de ressonância
magnética? Ele está perfeitamente acima de tudo o que possamos pensar (Is 55.8-9). Quando iniciamos nossa
oração nós devemos nos lembrar que estamos falando com alguém infinitamente
superior, não um igual ou um serviçal. Ele é o Senhor, justo, santo, poderoso e
acessível a nós por causa do sangue de Cristo (Hb 10.19-22).
O NOME DE DEUS É
SANTO
A menção ao nome de Deus pode
ser vista como uma referência ao nome (hwhy) pelo qual ele
se revelou (Êx 3.14) ou, também, à
sua autoridade (I Sm 17.45). Onde
quer que estejamos, estamos no nome do Senhor, como enviados por ele, ministros
de seu evangelho (II Co 5.18) e,
como tais, o que fizermos será como se ele fizesse por nosso intermédio,
portanto santifiquemos o nome do Senhor.
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