domingo, 17 de maio de 2015

FAMÍLIA DE DEUS - UMA RADIOGRAFIA DA IGREJA EM I Jo 5.20-21

UMA RADIOGRAFIA DA IGREJA DE DEUS

20 Também sabemos que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna. 21 Filhinhos, guardai-vos dos ídolos.
I Jo 5.20-21
O que é a Igreja? No início desta carta João a descreve como aqueles que estão em comunhão uns com os outros por intermédio do Espírito, e, também, por meio deste mesmo espírito, estão em comunhão com o Pai e com Filho. Para João só é possível ser membro desta Igreja se crer naquilo que ele, como testemunha ocular, afirma – que Jesus Cristo é o Filho de Deus, o verbo da vida que irradiou a glória do Pai sobre os homens que estavam alheios à sua glória.
João afirma que só pode ser membro desta Igreja aquele que, arrependido, confessou o seu pecado e, em consequência disto, recebeu o perdão gracioso da parte de Deus, perdão que se estende a todos os pecados e a toda injustiça.
Para João ser membro desta Igreja significa uma luta constante contra ameaças de todas as espécies, ameaças que envolvem o entendimento e o espírito, mas ameaças que podem ser vencidas pela fé no Filho de Deus.
João apresenta algumas evidências na vida da Igreja que demonstram se ela é, de fato, a Igreja de Deus: alicerçada no amor verdadeiro, desarraigada do mundo e, principalmente, a firme confissão de Jesus como Senhor e salvador. Esta fé no Senhor Jesus é o firme fundamento da nossa esperança de vida eterna, e este fundamento está no fato de que todo aquele que crê no Filho tem a vida, passou da morte para a vida, foi, graciosa e maravilhosamente, tornado, de filho da ir, em Filhos de Deus.
Estes filhos de Deus, por quem Jesus morreu, nascidos de novo, podem chamar Deus de pai. E João, que anunciou a chegada do verbo em seu evangelho, agora relembra que este verbo deve ser crido e termina esta carta apresentando três características desta Igreja que merecem ser observadas por nós nesta noite.

ELES SABEM QUE O FILHO DE DEUS VEIO

Sim, os filhos de Deus sabem que Jesus veio. Do ponto de vista da fé saber que Jesus veio é mais do que ter ouvido falar que Jesus veio. Estamos acostumados a ouvir muitas coisas, vamos às salas de aula e ouvimos muitas coisas, mas só sabemos algo quando o que ouvimos se torna parte de nós. Só pode realmente saber que Jesus veio quem, efetivamente e pelo Espírito de Deus, o recebeu como seu Senhor e salvador.
Fariseus tiveram abundantes informações sobre Jesus – certamente souberam mais do que sabemos que eles souberam, e muito mais ainda mais informações do que eles queriam saber – e nem por isso o amaram.
Saduceus também ouviram muitas coisas sobre Jesus, interrogaram pessoas e eram testemunhas de numerosos atos de misericórdia de Jesus, mas, mesmo assim, resolveram matá-lo.
Os escribas e doutores da lei tiveram muitas oportunidades para aprender com Jesus mas desperdiçaram estas oportunidades testando, experimentando-o para ver se incorria em erro.
O jovem rico, nove leprosos, os amigos de Lázaro, os criadores de porcos e até mesmo um discípulo de Jesus. Tiveram todas as oportunidades, ouviram e viram, mas, por sua dureza de coração e por seus interesses, não creram nele.
Os cristãos tem verdadeiro conhecimento, experimentam-no como seu Senhor, podem afirmar que já não são mais eles quem vivem, mas Cristo quem vive neles. Os cristãos podem afirmar possuírem uma nova natureza, uma nova vida em Cristo, uma nova perspectiva e uma esperança de glória baseada unicamente na certeza de que o mesmo Deus que deu seu único filho os ama agora como a filhos, e que jamais os abandonará, e esta é uma esperança que não pode ser encontrada em nenhum lugar.

RECONHECEM JESUS COMO O VERDADEIRO DEUS E A VIDA ETERNA

João adverte que muitos falsos profetas, muitos falsos cristos tem saído por ai. Quando vemos uma multidão de gente falando sobre coisas que não conhecem, que não entendem, percebemos mais claramente o que Jesus queria dizer quando adverte a Igreja que muitos apareceriam dizendo que Cristo está em determinado lugar e que faria determinada coisa – e no dia do julgamento Jesus dirá que nunca os conheceu, isto é, nunca os teve como suas ovelhas.
Mas os filhos de Deus reconhecem Jesus – rejeitam estes chamados estranhos, rejeitam as vozes estranhas, por mais maviosas que elas sejam. Enquanto a crença sem Jesus é fonte de um olhar apenas para esta vida – e o olhar da Igreja não pode ser de amor pelas coisas deste mundo, mas amorosamente pelas pessoas que estão morrendo neste mundo – a fé dos filhos de Deus é uma alegre expectativa que vai além desta vida, pois, se nos limitássemos a esta vida, se não tivéssemos a esperança da vida eterna, seriamos simplesmente os mais infelizes de todos os homens porque, sem usufruir dos prazeres desta vida, também não usufruiríamos do gozo da vida eterna.
Mas cremos em Jesus, confiamos em Jesus, temos a Jesus como o nosso vivo caminho até o pai, cremos nas palavras de Jesus que diz, de si mesmo, ser a ressurreição e a vida, provando isto ao ressuscitar a filha de Jairo, o servo do centurião, o filho da viúva, Lázaro e, mais  importante que tudo, a si mesmo após três dias, aparecendo a pelo menos 500 pessoas de uma vez.
Sim, a Igreja de Cristo reconhece que Cristo é o Filho de Deus – reconhece que ele é a vida eterna, e faz isso porque já tem experimentado desta vida, e sabe que nada nem ninguém poderá afastá-la do cuidado gracioso e poderoso da mão do Deus todo poderoso, que afirmou que salvou todos os que o pai lhe deu, e que nenhum se perdeu por que da sua mão ninguém pode nos tomar.

ESTÃO NO DEUS VERDADEIRO E NÃO NOS INÚTEIS

Na mentalidade hebraica um ídolo era um monte de coisas inúteis – fosse madeira ou ouro, ainda assim, era inútil. A bíblia afirma que os deuses das nações são nada – são inúteis, são como um monte de coisas que só servem para serem atiradas no chão e servirem de adubo.
Ao chegar em Atenas Paulo afirmou, de maneira indireta, que os deuses que os gregos adoravam não eram nada, mas que deus de quem eles tinham medo era o único Deus digno de adoração – eles o chamavam de deus desconhecido, e Paulo lhes apresentou porque foi chamado para levar o nome do Senhor perante reis, filhos de Israel e gentios.
Os filósofos atenienses e de outros lugares buscavam verdades sobre todas as coisas, e, ao ser indagado sobre a verdade de um ponto de vista filosófico Jesus respondeu que a verdade não pode ser encontrada filosoficamente porque ele não é uma filosofia. Jesus afirma que ele é a verdade – a única verdade, a verdade absoluta, e ninguém, em tempo ou lugar algum, pode conhecer a Deus se não for por intermédio dele.
Ninguém pode ter vida sem ele, porque ele é a vida eterna, porque a vida eterna é conhecer a Deus por intermédio de Jesus, a quem ele enviou. Nós não apenas sabemos sobre um Deus, não temos apenas informações sobre ele e muito menos o colocamos em um pedestal – estamos nele. A expressão “em Cristo” é usada 90 vezes no novo testamento. “Em Jesus” é usada outras 13 e “em Deus” mais 47.
Estar em Cristo, e não saber sobre Cristo, é a essência da vida cristã. É estando em Cristo que somos mais que vencedores. É estando em Cristo que temos vida. É em Cristo que produzimos frutos.
Que Igreja é essa, afinal? Que povo é esse afinal? É o povo que está em Cristo, é o povo pelo qual Cristo se deu, para cria-lo para si mesmo, para estabelece-lo como um povo exclusivamente seu, um povo zeloso, uma nação santa, um sacerdócio real. É a família de Deus, a família dos filhos de Deus.

QUE FAMÍLIA É ESSA?

João diz que esta família é especial, usando algumas palavras 22, termos familiares para descrever a Igreja. Porque? Porque a Igreja é uma família, é a família da fé, e, como família da fé, seus membros estão totalmente interligados e nunca podem deixar de fazer parte, essencialmente desta família. Agregados podem deixar de ser parte de uma família, mas aqueles que nasceram de novo, que nasceram de Deus, não. Você faz parte desta família, e você tem desempenhado ou tem um papel a desempenhar nela:

OS PAIS

Os pais tem desempenhado ou tem um papel a desempenhar na Igreja. São os mais experientes, os mais experimentados, aqueles que já amadureceram a sua fé e podem, por isso, abençoar a vida da Igreja de Deus, podem abençoar os que precisam de suporte em suas fraquezas, podem mostrar o caminho e amparar os que em algum momento fraquejarem. João diz duas vezes que os pais conhecem aquele que existem deste o principio – e este conhecimento deve ser transmitido, como Paulo, como pai, orienta a seu filho na fé, Timóteo (II Tm 2:2 - E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros).

FILHINHOS

Para alguém ser pai, eles devem gerar filhos. E João chama seus leitores de filhinhos – não filhos crescidos, mas filhos que precisam de cuidados, de orientação, de proteção. Os filhinhos precisam ser protegidos do pecado e orientados quanto ao perdão (I Jo 2.1]; precisam ser confortados com a certeza do perdão por causa do nome de Cristo (2.12), confiando em Deus não como um Deus distante, mas como um Pai amoroso (2.14). Os filhinhos devem ser protegidos do anticristo (2.18) e a única proteção é permanecerem em Cristo até que ele se manifeste (2.28). Haverá muitos enganadores, mas os filhinhos devem ser orientados a observarem aqueles que praticam a justiça (3.7), praticando o amor verdadeiro (3.18) na certeza de que são do Deus de amor (4.4) e não dos falsos deuses (5.21).

JOVENS

Os jovens são cristãos em processo de amadurecimento, em pleno vigor, cheio de ideais. Os jovens aparecem duas vezes, na primeira, me conexão com os pais, como se a instrução dos pais lhes desse vigor para vencer o maligno (2.13). Na segunda, aparecem juntos com os filhinhos, mas novamente em conexão com os pais, mostrando que a sua força não é fruto da idade, mas da permanência da Palavra de Deus neles (2.14).
É em Deus que está a força, não no interior do homem, não no seu vigor físico, nem em qualquer outro atributo humano – em Deus fazemos proezas, em Deus somos mais que vencedores.

IRMÃOS

Pais, filhinhos e jovens, todos são, aos olhos de Deus, uma só coisa: irmãos. São filhos do mesmo pai, gerados pelo mesmo Espírito, comprados pelo mesmo preco, habitarão na mesma casa. Sabiamente, conduzido pelo Espírito de Deus João afiram que os irmãos não devem se maravilhar de que o mundo os odeia (3.13). Isso era esperado e foi anunciado pelo próprio Senhor Jesus porque o odiaram e odiariam o que fosse dele. Mas, diferente dos que pertencem ao mundo que só sabe odiar e matar, os filhos de Deus devem amar-se uns aos outros (3.14), de fato e de verdade, e não meramente de palavras, um amor de pessoas que já passaram da morte para a vida, e, portanto, tendo recebido a vida de Cristo, amam-se a tal ponto de darem sua própria vida uns pelos outros (3;16).

AMADOS

Por fim, por cinco vezes João insiste numa característica fundamental dos cristãos, sem a qual ninguém pode realmente demonstrar sua fé: o amor. Ele os chama de amados seis vezes, afirmando que os filhos de Deus amam porque são amados por Deus, são obedientes ao seu mandamento (2.7), são expressão do amor de Deus uns para com os outros até que todos possam experimentar a plenitude deste amor (3.2) porque amaram de fato e de verdade (3.21) conduzidos pelo Espírito de Deus, rejeitando os falsos profetas (4.1). O amor que tem uns pelos outros é expressão do amor de Deus, porque nasceram de Deus e foram capacitados a amar (4.7) da mesma maneira que Deus amou nos amou (4.11).

O PODER DO AMOR

Quanto poder para testemunhar o amor de uma Igreja assim possui? Quanto poder os filhos de Deus terão para testemunha quando experimentarem tal comunhão como família da fé. Quanto cuidado os feridos e caídos encontrarão quando chegarem às portas desta casa de Deus e encontrarem uma família acolhedora.
Como fazer parte desta família? Do mesmo jeito que cada um que já faz parte fez – não é por ser filho de crente nem amigo de crente, mas por crer no Senhor desta Igreja, naquele que morreu para que pudéssemos nascer de novo. Só tem um jeito de ser feito filho de Deus – crer no Filho de Deus, crer em Jesus como seu Senhor, como seu salvador, como a razão da nossa esperança e a garantia do perdão dos pecados – de todos os pecados. Há quem pense que não adianta mais, que já é tarde demais.

Se você ainda respira, não é tarde demais não. A Escritura afirma que todo ser que respira louve ao Senhor. Se você ainda consegue pensar uma frase sequer, então pense a frase certa, dizendo, como Pedro quando se afundava: “Senhor, salva-me”, porque a Escritura diz que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Faça isso agora, hoje é o dia oportuno, o dia do oferecimento da salvação do Senhor para seu coração, do oferecimento da comunhão com o Pai, com o Filho e com a Igreja do Senhor.

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