18 Ora, os discípulos de João
e os fariseus estavam jejuando. Vieram alguns e lhe perguntaram: Por que motivo
jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, mas os teus discípulos não
jejuam? 19 Respondeu-lhes Jesus:
Podem, porventura, jejuar os convidados para o casamento, enquanto o noivo está
com eles? Durante o tempo em que estiver presente o noivo, não podem jejuar. 20 Dias
virão, contudo, em que lhes será tirado o noivo; e, nesse tempo, jejuarão.
21 Ninguém costura remendo de
pano novo em veste velha; porque o remendo novo tira parte da veste velha, e
fica maior a rotura. 22 Ninguém põe
vinho novo em odres velhos; do contrário, o vinho romperá os odres; e tanto se
perde o vinho como os odres. Mas põe-se vinho novo em odres novos.
23 Ora, aconteceu atravessar
Jesus, em dia de sábado, as searas, e os discípulos, ao passarem, colhiam
espigas. 24 Advertiram-no os
fariseus: Vê! Por que fazem o que não é lícito aos sábados? 25 Mas ele lhes respondeu: Nunca lestes
o que fez Davi, quando se viu em necessidade e teve fome, ele e os seus
companheiros? 26 Como entrou na Casa
de Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu os pães da proposição, os
quais não é lícito comer, senão aos sacerdotes, e deu também aos que estavam
com ele?
27 E acrescentou: O sábado foi
estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado; 28 de sorte que o Filho do Homem é
senhor também do sábado.
Nos
primeiros momentos do ministério de Jesus parecia que um dilema iria se impor
na mente dos que o acompanhavam – de um lado, os religiosos, com suas regras e
suas cobranças, atando pesados fardos sobre os homens (Mt 23:4) mesmo sendo, eles próprios, incapazes de cumprir
integralmente a lei. Vigiavam os homens com olhos de águia, mas eram cegos como
morcegos para a dureza de seus próprios corações. Coavam mosquitos na vida dos
outros, mas deixavam passar camelos em suas próprias (Mt 23:24).
Quando
veem Jesus agindo diferente, evangelizando os pobres, cuidando dos enfermos,
alcançando com graça os perdidos e desprezados pelos próprios religiosos (Jr 50:) eles se indignam. Queriam ser o
centro das atenções, queriam ser o modelo de seguidores da lei e dos profetas,
mas não passavam de sepulcros caiados, filhos (no sentido de seguidores) dos
assassinos dos profetas que vieram antes deles.
Jesus
significa uma nova forma de olhar para Deus, significava liberdade da
escravidão à lei e uma nova forma de relacionamento do homem com Deus – mais
leve que a que eles ofereciam, menos opressiva que a religião baseada
interpretações meticulosas dos mandamentos do Senhor – não que nos mandamentos
houvesse algo errado (I Jo 5:3), mas
porque eles não eram entendidos corretamente.
Porque,
então, eles não se alegravam com o que Jesus lhes oferecia? Porque eles não se
alegravam com os que eram curados? Porque não louvavam a Deus, como tantos que
acompanhavam os atos e ditos de Jesus, por seu ensino maravilhoso, por seus
atos de misericórdia? A resposta é dada pelo próprio Senhor Jesus – eles não
eram das ovelhas de Jesus (Jo 10:26),
não podiam ser contados entres os bem aventurados que creram em Jesus (Jr 6:10).
Ao
invés de atenderem ao chamado de Jesus para irem a ele e encontrarem descanso (Mt 11:28) preferem a escravidão
religiosa e, ao invés de beijarem o Filho (Sl
2:) preferem servir ao seu “pai” (Jo
8:44).
Lamentavelmente,
ao invés de seguirem ao Senhor Jesus, eles se colocam como opositores de Jesus.
Não querem ser seus discípulos, preferem se apresentar como seus censores – a
criatura censurando o criador, os intérpretes censurando o autor. E, pior que
tudo, ao invés de se ajudarem, preferem espalhar (Lc 11:23). Não queriam seguir a Jesus e preferiam impedir outros
que poderiam desejar segui-lo, como faziam os inimigos de Paulo e do evangelho
(I Ts 2.14).
E o
que Jesus tem a dizer em relação a isto? Não, ele não está interessado, nunca
esteve, em convencer os que não são das suas ovelhas, ele sabe que elas são
incapazes de ouvirem a sua voz (Jo 10:27),
mas, ao serem repreendidas, ao terem acesso ao seu ensino, tornam-se
indesculpáveis em sua incredulidade (Jo
9:41). Mas o que Jesus tem a dizer para você? Você quer ouvir o que Jesus
tem a lhe dizer? Então, vamos ao evangelho.
A RELIGIOSIDADE
NUNCA É SUBSTITUTO ADEQUADO PARA A FÉ
18 Ora, os discípulos de João
e os fariseus estavam jejuando. Vieram alguns e lhe perguntaram: Por que motivo
jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, mas os teus discípulos não
jejuam? 19 Respondeu-lhes Jesus:
Podem, porventura, jejuar os convidados para o casamento, enquanto o noivo está
com eles? Durante o tempo em que estiver presente o noivo, não podem jejuar. 20 Dias virão, contudo, em que lhes
será tirado o noivo; e, nesse tempo, jejuarão.
21 Ninguém costura remendo de
pano novo em veste velha; porque o remendo novo tira parte da veste velha, e
fica maior a rotura. 22 Ninguém põe
vinho novo em odres velhos; do contrário, o vinho romperá os odres; e tanto se
perde o vinho como os odres. Mas põe-se vinho novo em odres novos.
Marcos
registra que os fariseus e os discípulos de João estavam, naqueles dias,
jejuando. As razões podem ser diversas. Os discípulos de João provavelmente
tinham uma calamidade diante de si (a prisão ou até a morte do batista) e os
fariseus tinham suas tradições e consideravam o ápice da religiosidade jejuarem
duas vezes por semana (Lc 18:12)
porém faziam questão de ganharem créditos no banco da popularidade por causa
disso (Mt 6:16).
É
provável que estes dois grupos, juntos, fariseus e batistas, tenham vindo a
Jesus para questionar o fato de que ele comia alegremente com publicanos e com
os pecadores, mas não jejuava como os demais. Traziam uma exigência de suas
tradições e preocupações particulares como se estas fossem a agenda de Deus
para seu povo. Qual o propósito de Jesus, então, se ele não viera para trazer
os pecadores e publicanos à religião tradicional? Por qual motivo eles se
achavam no direito de não jejuarem, quebrando as tradições? O problema
subjacente é que o jejum habitual e fora do tempo de calamidade era apenas uma
tradição, não era exigido pela lei do Senhor do qual apenas o dia da expiação,
tradicionalmente, era dedicado ao jejum legal (Lv 16.29-34) e o jejum hipócrita era apenas uma ofensa a Deus, como
se estivessem tentando enganar ao Senhor – ou, na verdade, enganar ao povo por
uma religiosidade aparente, mas não piedosa (II Tm 3:5).
A
pergunta é: deviam aqueles que tinham motivos para festejar jejuarem? Deviam
aqueles que haviam encontrado o salvador jejuar? Deviam aqueles que tinham
segurança e paz jejuar como quem vivia em tempo de juízo e guerra? Deviam
aqueles que se alegravam no Senhor (Sl
97:12) agir como quem estava triste? E, ainda que jejuassem, deviam mostrar
para todos que estavam jejuando (Mt 6:16)?
A
resposta de Jesus é: quem está celebrando a chegada do noivo, quem está na
presença daquele que era esperado e finalmente chegou deve festejar. Não que
não devam jejuar – na verdade, é mais que isso, devem se alegrar, o caso é que
não lhes é permitido, nem é imposto pela lei nem permitido pelos costumes,
jejuar.
Sim,
é lícito aos cristãos jejuarem. Jesus não é contra o jejum – mas não em sua
presença, não enquanto é motivo de celebração por sua chegada e a instauração
de seu reino. Como celebrar uma vitória com jejum? Como celebrar a chegada do
rei, do messias, com aquilo que é um sinônimo de apreensão e tristeza? Não, não
era o tempo, não naqueles dias.
Jesus
continua dizendo que não se deve inventar motivos novos para tentar
complementar a lei que já foi dada. Remendo novo em pano velho, e vinho ainda
em processo de fermentação em odres já ressequidos só resulta em dano ainda
maior – e os fariseus sabiam muito bem do que Jesus estava falando. Eles
requeriam jejuns literais em várias ocasiões: do nascer ao por do sol (Jz 20.26); por sete dias (I Sm 31:13); três semanas (Dn 10:3); no quinto e sétimo mês (Zc 7:5) e no quarto, quinto, sétimo e
décimo mês (Zc 8:19).
O
problema dos fariseus era, na verdade, acabarem invalidando a palavra de Deus
por causa de suas tradições que se tornavam em laços de escravidão (Mc 7:13).
A RELIGIOSIDADE
NUNCA É UM CUMPRIMENTO ADEQUADO DA VONTADE DE DEUS
23 Ora, aconteceu atravessar
Jesus, em dia de sábado, as searas, e os discípulos, ao passarem, colhiam
espigas. 24 Advertiram-no os
fariseus: Vê! Por que fazem o que não é lícito aos sábados? 25 Mas ele lhes respondeu: Nunca lestes
o que fez Davi, quando se viu em necessidade e teve fome, ele e os seus
companheiros? 26 Como entrou na Casa
de Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu os pães da proposição, os
quais não é lícito comer, senão aos sacerdotes, e deu também aos que estavam
com ele?
Já
dissemos que os religiosos profissionais não conheciam a Jesus porque não
queriam reconhecê-lo como o que ele era: o messias, o enviado por Deus para
salvação de todo aquele que nele cresse (Jo
3:36). Eis aqui o mais preciso diagnóstico do problema da religiosidade –
ela cega a tal ponto que, sob o pretexto de zelo pelas coisas de Deus (Rm 10:2) estabelece-se, na verdade, uma
atitude de franca rebeldia.
Eles,
junto com a multidão, seguiam a Jesus – e viram algo que, acreditavam,
desacreditaria profundamente Jesus e seus discípulos perante o povo: de
passagem por um campo, eles colheram espigas num dia de sábado. Não havia nada
de anormal em um transeunte colher algumas espigas, desde que não usasse uma
foice (Dt 23:25), em um campo
qualquer – isso era lícito. Mas colher espigas (trigo ou cevada) e,
esmagando-as com as mãos, comê-las, era visto como uma quebra do mandamento de
não trabalhar no sábado.
Depois
de terem sido duramente “ensinados” por Jesus, eles acreditaram que, agora,
poderiam reprovar ao Senhor sem medo de serem, mais uma vez, envergonhados
publicamente. Eles advertiram Jesus, literalmente exortaram com reprovação:
Veja… olha só… e agora… seus discípulos, aqueles que te seguem, estão colhendo
espigas… estão fazendo, no sábado, o que não é lícito, o que é ilegal fazer.
Quem lhes permitiu fazerem isso? Quem os ensinou? Eles são discípulos de quem?
Eles estão quebrando o mandamento. O que você tem a nos dizer?
O
sábado era tido como um dos fundamentos da existência de Israel (Ez 20:12). Os judeus se apegavam tanto
à guarda do sábado que quase deixam de existir quando da revolta dos macabeus –
durante algum tempo recusavam a se defender se o inimigo os atacasse no sábado,
mas logo perceberam que a sobrevivência dependia de um entendimento
diferenciado a respeito de como guardar o dia do Senhor. E defender sua vida e
a vida dos seus familiares certamente entraria naquilo que se podia fazer no
sábado, aliás, isso não era proibido, proibido era fazer o trabalho regular no
dia do Senhor.
A
guarda do sábado era um distintivo dos crentes, e era quase impossível aos
publicanos e pecadores guardarem-no por causa da natureza de seu trabalho em
uma região dominada pelos gentios que não tinham os mesmos escrúpulos dos
judeus. Para responder aos religiosos Jesus cita as Escrituras, censurando-os
por não conseguirem entende-la corretamente. Jesus lhes diz que eles nunca
tiveram um conhecimento adequado da palavra de Deus, embora se gabassem de
serem conhecedores e guardadores da lei. E lhes cita um exemplo: o rei Davi.
Perseguido
por seu sogro, o rei Saul, Davi passa por Nobe e recebe das mãos do sacerdote
Abiatar os pães da proposição, ou pães da presença do Senhor. Eram 12 pães que
representavam cada uma das doze tribos de Israel, e eram colocados na mesa,
defronte ao santo dos santos, aos sábados e só eram retirados no sábado
seguinte. Somente os sacerdotes era permitido comê-los. Nem mesmo os demais
levitas tinham este privilégio. Mas Davi teve. Como os fariseus explicariam
isso? A resposta: tudo em torno da lei visa o bem estar do homem, seja o seu
bem estar espiritual em seu relacionamento com Deus, seu bem estar físico e
emocional em seu descanso e seu bem estar relacional, com seus semelhantes,
indicando o tríplice mandato dado por Deus ao homem no Éden – o mandato
espiritual, cultural e social.
Jesus
faz uma analogia entre ele e Davi (e, evidentemente, Davi é, nas escrituras, em
inúmeras passagens, um tipo de
Cristo) e os seguidores de Davi e os seus discípulos. Se a Davi, por causa de
uma necessidade (quando teve fome) foi permitido comer dos pães da presença do
Senhor mesmo não sendo sacerdote (era rei e profeta) e dar aos seus discípulos,
porque a ele, o antítipo, a
realidade, não seria permitido comer ou deixar seus discípulos comerem na
presença do Senhor, mesmo colhendo as espigas no sábado? Se Davi não pôde
passar fome, porque aos seguidores do pão da vida seria imposto esta exigência?
Lembremos,
mais uma vez, o propósito da lei: ela foi dada para o bem do homem. Tudo na lei
tem como objetivo conduzir o homem a Deus. Tudo quanto foi escrito foi escrito
para nossa instrução e para o nosso bem. A disposição a respeito da colheita
com as mãos nas bordas dos campos foi dada para que ninguém passasse fome nas estradas. Era uma disposição de
misericórdia – assim como o sábado era uma disposição da misericórdia de Deus
visando ao bem estar espiritual, emocional e físico do homem.
Os
discípulos colheram e comeram as espigas por terem fome – era a satisfação de
uma necessidade essencial, não era um trabalho. Davi e seus seguidores comeram
dos pães da proposição porque tinham fome, não deveriam morrer de fome assim
como não deveriam morrer nas mãos de Saul. De novo, afirmo que ninguém deve
sofrer por causa da lei do Senhor – e Jesus escolhe Davi para ser o modelo
porque os judeus o tinham na mais alta conta, logo, se ele, Jesus, fazia algo
semelhante a Davi, os judeus não estavam seguindo o exemplo de Davi – podiam
ser considerados apostatas ou, no mínimo, ignorantes, como Jesus os chama.
RELIGIÃO X FÉ – UM
DILEMA INEXISTENTE
Às
vezes ouço debates sobre um dilema entre ser religioso ou ser crente. Isto não
é procedente. Todo crente é religioso – o verdadeiro dilema é entre uma
religiosidade como a dos fariseus, sem conhecimento cristalino da Palavra de
Deus, baseada em tradições vazias e vãs, obscurecidos de entendimento por terem
corações endurecidos (Ef 4:18) e
absolutamente cegos para a verdade espiritual que é colocada diante dos teus
olhos por sua sujeição ao diabo (Jo
12:40).
Porque
os escribas encontravam dificuldades para crer no Senhor Jesus? Porque eram
simplesmente adeptos de uma forma de religiosidade, mas não estavam dispostos a
serem religados com Deus mediante Jesus Cristo (II Co 5:18). Cristo era e é o único meio de alguém estar em paz com
Deus (Rm 5:1) e não receber a Cristo
é rejeitar o único caminho de reconciliação, o único meio de estar em paz com
Deus, a única forma de obter a salvação (At
4:12).
Para
ilustrar esta escravidão religiosa Jesus lhes diz que eles eram escravos do
sábado, e ele, Jesus, era Senhor do sábado. Ora, Deus chama o sábado, por
diversas vezes, de meus sábados (15 vezes, como em Êx 31:13), e o sábado é chamado de sábado do Senhor (4 vezes, como
em Lv 23:3).
Jesus
lhes diz duas coisas surpreendentes:
i.
O sábado, as leis, tudo o que Deus deu foi para beneficio do homem, e
nada foi dado para escravizar o homem, já bastando sua escravidão ao pecado;
ii.
Ele se identifica como o filho do homem, título de significado
escatológico (Dn 7:13) e senhor (termo
usado para identificar o próprio Deus - neste caso, ainda mais, por estar em
conexão com o senhorio sobre o sábado - em inúmeras passagens
neotestamentárias) do sábado.
Em
conexão com o sábado, com o jejum e com o perdão de pecados, não podia restar
nenhuma dúvida de que Jesus era, de fato, o messias prometido. Não podia restar
duvidas na mente dos ouvintes, independente do fato de serem seguidores de
Jesus, de João Batista ou dos fariseus, que Jesus realmente se apresentava como
o enviado de Deus e era capaz de ações que só o enviado de Deus poderia ser
capaz de fazer. E porque, ainda assim, não criam?
Porque
eles eram iguais a mim e a você. Porque eles estavam mortos espiritualmente e,
embora tendo olhos e ouvidos, eram incapazes de ver e de entender (Mt 13:13) e, vendo e entendendo, viessem
a ase converter e fossem salvos (Mt
13:15).
Deixe-me
perguntar-te uma coisa: você tem alguma dúvida sobre o que estou lhe dizendo?
Você tem dúvidas a respeito da identidade de Jesus? Você duvida que Jesus seja,
de fato, o filho de Deus? Então, porque você não para de agir como os fariseus?
Porque não para de agir como os escribas? Porque você, aqui e agora, não se
rende aos pés do Senhor Jesus e faz como Tomé, reconhecendo-lhe a divindade e o
senhorio (Jo 20:28)?
Vinte
anos depois disso Paulo teve que dizer as mesmas coisas, agora com uma palavra
final de julgamento (Jo 1:11) a um
grupo de enviados dos judeus, em Roma, a centenas de quilômetros da Judéia (At 28:27-28).
Dois
mil anos depois e ainda há quem não creia – e você? Você crê? Se você tem
Jesus, você pode fazer como os discípulos de Jesus, ao invés de viverem como
escravos da religiosidade, com os corações endurecidos e obscurecidos de mente,
você pode se alegrar na presença do Senhor. Eles celebravam a chegada do noivo,
e, como era costume, os amigos do noivo não apenas se alegravam como faziam de
tudo para que todos os demais se alegrassem naquele momento. Um casamento não
era momento para tristezas, mas para júbilo e alegria. E os crentes no Senhor
Jesus se alegram uns com os outros na presença do Senhor Jesus (I Jo 1:4).
NÃO CAIA NA
ARMADILHA DA RELIGIOSIDADE
A
religiosidade impõe regras, estabelece limites, enche a vida de exigências que
trazem alguma espécie de conforto emocional, porque exigências da religiosidade
são exigências humanas e podem ser, de alguma forma, alcançadas – e quando não
são alcançadas podem ser compensadas.
Mas
a religiosidade é uma armadilha porque impede um encontro pessoal real com
Jesus. Assim como a religiosidade impediu os fariseus, impediu os escribas,
impediu os zelotes e os saduceus de, de fato, terem um encontro salvador com
Jesus, embora tivessem tido vários encontros pessoais com ele, ela continua
fazendo os mesmos estragos na atualidade.
O
que aprendemos é que, ontem e hoje, somente reconhecendo Jesus como o messias,
somente recebendo-o como Senhor e salvador estamos livres da prisão da
religiosidade e podemos, através de uma atitude correta de mente e coração,
experimentar a alegria de conhecer verdadeiramente ao Senhor Jesus como ele
deve ser conhecido, de recebe-lo e receber dele a vida plena que ele veio
trazer a todo aquele que nele crê.
É
possível ser infeliz sendo adepto do cristianismo, mas é impossível não ser
feliz na presença do filho de Deus, do Deus que se fez carne, daquele cuja
companhia produz plenitude de alegria (Sl
16:11). Ter Jesus é viver na presença daquele que diz que, no mundo,
teremos dificuldades, mas que devemos ter bom animo por que o mundo já foi
vencido (Jo 16:33) pela fé (I Jo 5:4).
Como
não cair na armadilha da religiosidade? Crendo em Jesus. Como não se deixar
encarcerar na prisão da religiosidade? Reconhecendo Jesus como seu Senhor e
salvador, o messias, o enviado por Deus.
Evite
os erros que os fariseus e escribas cometiam:
i.
Não confie que uma prática religiosa seja substituto para a fé em
Jesus. Não é suficiente estar presente na Igreja, ser filho ou neto de crentes,
amigo de crentes. Nada disso substitui a fé pessoal e salvadora no Senhor Jesus
Cristo. Os fariseus confiavam no jejum para obter o favor de Deus – mas
cometeram o erro de rejeitar a maior expressão do favor de Deus para com
pecadores porque não se achavam
pecadores;
ii.
Não confie que suas práticas pessoais, até mesmo oferecendo algo que
Deus nunca pediu, ações religiosas mas sem a entrega do coração, sejam
suficientes para colocar-se diante de Deus e dizer-se merecedor da atenção do
Senhor. Na verdade, só merecemos a atenção do Senhor pelo que fazemos se for
para sermos julgados pelos nossos pecados.
É
preciso lembrar o que Jesus disse aos fariseus e escribas logo depois de lhes
dizer que a sua religiosidade e até mesmo os complementos religiosos que eles
adotaram, os seus acréscimos de piedade pessoal não lhes davam: o
reconhecimento do senhorio de Jesus. Se eles jejuavam para entrar na presença
de Deus, Jesus lhes diz que o jejum não
lhes era permitido porque ele, Jesus, estava presente. Se eles brigavam
pela tradição religiosa e pelo sábado, no qual deviam descansar, Jesus lhes diz
que, com ele presente, os discípulos podiam descansar seus corações e teriam
tudo o que necessitavam.
Não
te ofereço nem religião nem regras. Isso você pode encontrar em qualquer lugar.
Te ofereço aquilo que Jesus oferecia – a salvação de sua alma, o perdão de seus
pecados, a experiência de um encontro pessoal e salvador com o Senhor Jesus.
Como? Entregando sua vida a ele, aqui e agora. Assumindo um compromisso pessoal
com ele, aqui e agora. Fazendo como Levi, fazendo como os demais discípulos
fizeram. A outra opção é continuar rejeitando-o. Não se trata de receber Jesus
e ser salvo ou negar Jesus e tornar-se um rebelde. A situação é receber Jesus
ou manter-se rebelde (Jo 3:36).
Crer
ou continuar rejeitando. Não há uma terceira opção. Não importa quão religioso
você é. Não importa quanto tempo de tradições religiosas você tenha. Ou você
crê ou é apenas um rebelde. Para os crentes o Senhor oferece a vida eterna –
para os rebeldes, a ira de Deus.
Receba
Cristo, receba a vida, hoje, aqui e agora.
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