domingo, 26 de julho de 2015

CABRITOS NUNCA OUVEM O PASTOR - Mc 2.18-28

18 Ora, os discípulos de João e os fariseus estavam jejuando. Vieram alguns e lhe perguntaram: Por que motivo jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, mas os teus discípulos não jejuam? 19 Respondeu-lhes Jesus: Podem, porventura, jejuar os convidados para o casamento, enquanto o noivo está com eles? Durante o tempo em que estiver presente o noivo, não podem jejuar.  20 Dias virão, contudo, em que lhes será tirado o noivo; e, nesse tempo, jejuarão.
21 Ninguém costura remendo de pano novo em veste velha; porque o remendo novo tira parte da veste velha, e fica maior a rotura. 22 Ninguém põe vinho novo em odres velhos; do contrário, o vinho romperá os odres; e tanto se perde o vinho como os odres. Mas põe-se vinho novo em odres novos.
23 Ora, aconteceu atravessar Jesus, em dia de sábado, as searas, e os discípulos, ao passarem, colhiam espigas. 24 Advertiram-no os fariseus: Vê! Por que fazem o que não é lícito aos sábados? 25 Mas ele lhes respondeu: Nunca lestes o que fez Davi, quando se viu em necessidade e teve fome, ele e os seus companheiros? 26 Como entrou na Casa de Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu os pães da proposição, os quais não é lícito comer, senão aos sacerdotes, e deu também aos que estavam com ele?
27 E acrescentou: O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado; 28 de sorte que o Filho do Homem é senhor também do sábado.
Nos primeiros momentos do ministério de Jesus parecia que um dilema iria se impor na mente dos que o acompanhavam – de um lado, os religiosos, com suas regras e suas cobranças, atando pesados fardos sobre os homens (Mt 23:4) mesmo sendo, eles próprios, incapazes de cumprir integralmente a lei. Vigiavam os homens com olhos de águia, mas eram cegos como morcegos para a dureza de seus próprios corações. Coavam mosquitos na vida dos outros, mas deixavam passar camelos em suas próprias (Mt 23:24).
Quando veem Jesus agindo diferente, evangelizando os pobres, cuidando dos enfermos, alcançando com graça os perdidos e desprezados pelos próprios religiosos (Jr 50:) eles se indignam. Queriam ser o centro das atenções, queriam ser o modelo de seguidores da lei e dos profetas, mas não passavam de sepulcros caiados, filhos (no sentido de seguidores) dos assassinos dos profetas que vieram antes deles.
Jesus significa uma nova forma de olhar para Deus, significava liberdade da escravidão à lei e uma nova forma de relacionamento do homem com Deus – mais leve que a que eles ofereciam, menos opressiva que a religião baseada interpretações meticulosas dos mandamentos do Senhor – não que nos mandamentos houvesse algo errado (I Jo 5:3), mas porque eles não eram entendidos corretamente.
Porque, então, eles não se alegravam com o que Jesus lhes oferecia? Porque eles não se alegravam com os que eram curados? Porque não louvavam a Deus, como tantos que acompanhavam os atos e ditos de Jesus, por seu ensino maravilhoso, por seus atos de misericórdia? A resposta é dada pelo próprio Senhor Jesus – eles não eram das ovelhas de Jesus (Jo 10:26), não podiam ser contados entres os bem aventurados que creram em Jesus (Jr 6:10).
Ao invés de atenderem ao chamado de Jesus para irem a ele e encontrarem descanso (Mt 11:28) preferem a escravidão religiosa e, ao invés de beijarem o Filho (Sl 2:) preferem servir ao seu “pai” (Jo 8:44).
Lamentavelmente, ao invés de seguirem ao Senhor Jesus, eles se colocam como opositores de Jesus. Não querem ser seus discípulos, preferem se apresentar como seus censores – a criatura censurando o criador, os intérpretes censurando o autor. E, pior que tudo, ao invés de se ajudarem, preferem espalhar (Lc 11:23). Não queriam seguir a Jesus e preferiam impedir outros que poderiam desejar segui-lo, como faziam os inimigos de Paulo e do evangelho (I Ts 2.14).
E o que Jesus tem a dizer em relação a isto? Não, ele não está interessado, nunca esteve, em convencer os que não são das suas ovelhas, ele sabe que elas são incapazes de ouvirem a sua voz (Jo 10:27), mas, ao serem repreendidas, ao terem acesso ao seu ensino, tornam-se indesculpáveis em sua incredulidade (Jo 9:41). Mas o que Jesus tem a dizer para você? Você quer ouvir o que Jesus tem a lhe dizer? Então, vamos ao evangelho.

A RELIGIOSIDADE NUNCA É SUBSTITUTO ADEQUADO PARA A FÉ

18 Ora, os discípulos de João e os fariseus estavam jejuando. Vieram alguns e lhe perguntaram: Por que motivo jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, mas os teus discípulos não jejuam? 19 Respondeu-lhes Jesus: Podem, porventura, jejuar os convidados para o casamento, enquanto o noivo está com eles? Durante o tempo em que estiver presente o noivo, não podem jejuar. 20 Dias virão, contudo, em que lhes será tirado o noivo; e, nesse tempo, jejuarão.
21 Ninguém costura remendo de pano novo em veste velha; porque o remendo novo tira parte da veste velha, e fica maior a rotura. 22 Ninguém põe vinho novo em odres velhos; do contrário, o vinho romperá os odres; e tanto se perde o vinho como os odres. Mas põe-se vinho novo em odres novos.
Marcos registra que os fariseus e os discípulos de João estavam, naqueles dias, jejuando. As razões podem ser diversas. Os discípulos de João provavelmente tinham uma calamidade diante de si (a prisão ou até a morte do batista) e os fariseus tinham suas tradições e consideravam o ápice da religiosidade jejuarem duas vezes por semana (Lc 18:12) porém faziam questão de ganharem créditos no banco da popularidade por causa disso (Mt 6:16).
É provável que estes dois grupos, juntos, fariseus e batistas, tenham vindo a Jesus para questionar o fato de que ele comia alegremente com publicanos e com os pecadores, mas não jejuava como os demais. Traziam uma exigência de suas tradições e preocupações particulares como se estas fossem a agenda de Deus para seu povo. Qual o propósito de Jesus, então, se ele não viera para trazer os pecadores e publicanos à religião tradicional? Por qual motivo eles se achavam no direito de não jejuarem, quebrando as tradições? O problema subjacente é que o jejum habitual e fora do tempo de calamidade era apenas uma tradição, não era exigido pela lei do Senhor do qual apenas o dia da expiação, tradicionalmente, era dedicado ao jejum legal (Lv 16.29-34) e o jejum hipócrita era apenas uma ofensa a Deus, como se estivessem tentando enganar ao Senhor – ou, na verdade, enganar ao povo por uma religiosidade aparente, mas não piedosa (II Tm 3:5).
A pergunta é: deviam aqueles que tinham motivos para festejar jejuarem? Deviam aqueles que haviam encontrado o salvador jejuar? Deviam aqueles que tinham segurança e paz jejuar como quem vivia em tempo de juízo e guerra? Deviam aqueles que se alegravam no Senhor (Sl 97:12) agir como quem estava triste? E, ainda que jejuassem, deviam mostrar para todos que estavam jejuando (Mt 6:16)?
A resposta de Jesus é: quem está celebrando a chegada do noivo, quem está na presença daquele que era esperado e finalmente chegou deve festejar. Não que não devam jejuar – na verdade, é mais que isso, devem se alegrar, o caso é que não lhes é permitido, nem é imposto pela lei nem permitido pelos costumes, jejuar.
Sim, é lícito aos cristãos jejuarem. Jesus não é contra o jejum – mas não em sua presença, não enquanto é motivo de celebração por sua chegada e a instauração de seu reino. Como celebrar uma vitória com jejum? Como celebrar a chegada do rei, do messias, com aquilo que é um sinônimo de apreensão e tristeza? Não, não era o tempo, não naqueles dias.
Jesus continua dizendo que não se deve inventar motivos novos para tentar complementar a lei que já foi dada. Remendo novo em pano velho, e vinho ainda em processo de fermentação em odres já ressequidos só resulta em dano ainda maior – e os fariseus sabiam muito bem do que Jesus estava falando. Eles requeriam jejuns literais em várias ocasiões: do nascer ao por do sol (Jz 20.26); por sete dias (I Sm 31:13); três semanas (Dn 10:3); no quinto e sétimo mês (Zc 7:5) e no quarto, quinto, sétimo e décimo mês (Zc 8:19).
O problema dos fariseus era, na verdade, acabarem invalidando a palavra de Deus por causa de suas tradições que se tornavam em laços de escravidão (Mc 7:13).

A RELIGIOSIDADE NUNCA É UM CUMPRIMENTO ADEQUADO DA VONTADE DE DEUS

23 Ora, aconteceu atravessar Jesus, em dia de sábado, as searas, e os discípulos, ao passarem, colhiam espigas. 24 Advertiram-no os fariseus: Vê! Por que fazem o que não é lícito aos sábados? 25 Mas ele lhes respondeu: Nunca lestes o que fez Davi, quando se viu em necessidade e teve fome, ele e os seus companheiros? 26 Como entrou na Casa de Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu os pães da proposição, os quais não é lícito comer, senão aos sacerdotes, e deu também aos que estavam com ele?
Já dissemos que os religiosos profissionais não conheciam a Jesus porque não queriam reconhecê-lo como o que ele era: o messias, o enviado por Deus para salvação de todo aquele que nele cresse (Jo 3:36). Eis aqui o mais preciso diagnóstico do problema da religiosidade – ela cega a tal ponto que, sob o pretexto de zelo pelas coisas de Deus (Rm 10:2) estabelece-se, na verdade, uma atitude de franca rebeldia.
Eles, junto com a multidão, seguiam a Jesus – e viram algo que, acreditavam, desacreditaria profundamente Jesus e seus discípulos perante o povo: de passagem por um campo, eles colheram espigas num dia de sábado. Não havia nada de anormal em um transeunte colher algumas espigas, desde que não usasse uma foice (Dt 23:25), em um campo qualquer – isso era lícito. Mas colher espigas (trigo ou cevada) e, esmagando-as com as mãos, comê-las, era visto como uma quebra do mandamento de não trabalhar no sábado.
Depois de terem sido duramente “ensinados” por Jesus, eles acreditaram que, agora, poderiam reprovar ao Senhor sem medo de serem, mais uma vez, envergonhados publicamente. Eles advertiram Jesus, literalmente exortaram com reprovação: Veja… olha só… e agora… seus discípulos, aqueles que te seguem, estão colhendo espigas… estão fazendo, no sábado, o que não é lícito, o que é ilegal fazer. Quem lhes permitiu fazerem isso? Quem os ensinou? Eles são discípulos de quem? Eles estão quebrando o mandamento. O que você tem a nos dizer?
O sábado era tido como um dos fundamentos da existência de Israel (Ez 20:12). Os judeus se apegavam tanto à guarda do sábado que quase deixam de existir quando da revolta dos macabeus – durante algum tempo recusavam a se defender se o inimigo os atacasse no sábado, mas logo perceberam que a sobrevivência dependia de um entendimento diferenciado a respeito de como guardar o dia do Senhor. E defender sua vida e a vida dos seus familiares certamente entraria naquilo que se podia fazer no sábado, aliás, isso não era proibido, proibido era fazer o trabalho regular no dia do Senhor.
A guarda do sábado era um distintivo dos crentes, e era quase impossível aos publicanos e pecadores guardarem-no por causa da natureza de seu trabalho em uma região dominada pelos gentios que não tinham os mesmos escrúpulos dos judeus. Para responder aos religiosos Jesus cita as Escrituras, censurando-os por não conseguirem entende-la corretamente. Jesus lhes diz que eles nunca tiveram um conhecimento adequado da palavra de Deus, embora se gabassem de serem conhecedores e guardadores da lei. E lhes cita um exemplo: o rei Davi.
Perseguido por seu sogro, o rei Saul, Davi passa por Nobe e recebe das mãos do sacerdote Abiatar os pães da proposição, ou pães da presença do Senhor. Eram 12 pães que representavam cada uma das doze tribos de Israel, e eram colocados na mesa, defronte ao santo dos santos, aos sábados e só eram retirados no sábado seguinte. Somente os sacerdotes era permitido comê-los. Nem mesmo os demais levitas tinham este privilégio. Mas Davi teve. Como os fariseus explicariam isso? A resposta: tudo em torno da lei visa o bem estar do homem, seja o seu bem estar espiritual em seu relacionamento com Deus, seu bem estar físico e emocional em seu descanso e seu bem estar relacional, com seus semelhantes, indicando o tríplice mandato dado por Deus ao homem no Éden – o mandato espiritual, cultural e social.
Jesus faz uma analogia entre ele e Davi (e, evidentemente, Davi é, nas escrituras, em inúmeras passagens, um tipo de Cristo) e os seguidores de Davi e os seus discípulos. Se a Davi, por causa de uma necessidade (quando teve fome) foi permitido comer dos pães da presença do Senhor mesmo não sendo sacerdote (era rei e profeta) e dar aos seus discípulos, porque a ele, o antítipo, a realidade, não seria permitido comer ou deixar seus discípulos comerem na presença do Senhor, mesmo colhendo as espigas no sábado? Se Davi não pôde passar fome, porque aos seguidores do pão da vida seria imposto esta exigência?
Lembremos, mais uma vez, o propósito da lei: ela foi dada para o bem do homem. Tudo na lei tem como objetivo conduzir o homem a Deus. Tudo quanto foi escrito foi escrito para nossa instrução e para o nosso bem. A disposição a respeito da colheita com as mãos nas bordas dos campos foi dada para que ninguém passasse fome nas estradas. Era uma disposição de misericórdia – assim como o sábado era uma disposição da misericórdia de Deus visando ao bem estar espiritual, emocional e físico do homem.
Os discípulos colheram e comeram as espigas por terem fome – era a satisfação de uma necessidade essencial, não era um trabalho. Davi e seus seguidores comeram dos pães da proposição porque tinham fome, não deveriam morrer de fome assim como não deveriam morrer nas mãos de Saul. De novo, afirmo que ninguém deve sofrer por causa da lei do Senhor – e Jesus escolhe Davi para ser o modelo porque os judeus o tinham na mais alta conta, logo, se ele, Jesus, fazia algo semelhante a Davi, os judeus não estavam seguindo o exemplo de Davi – podiam ser considerados apostatas ou, no mínimo, ignorantes, como Jesus os chama.

RELIGIÃO X FÉ – UM DILEMA INEXISTENTE

Às vezes ouço debates sobre um dilema entre ser religioso ou ser crente. Isto não é procedente. Todo crente é religioso – o verdadeiro dilema é entre uma religiosidade como a dos fariseus, sem conhecimento cristalino da Palavra de Deus, baseada em tradições vazias e vãs, obscurecidos de entendimento por terem corações endurecidos (Ef 4:18) e absolutamente cegos para a verdade espiritual que é colocada diante dos teus olhos por sua sujeição ao diabo (Jo 12:40).
Porque os escribas encontravam dificuldades para crer no Senhor Jesus? Porque eram simplesmente adeptos de uma forma de religiosidade, mas não estavam dispostos a serem religados com Deus mediante Jesus Cristo (II Co 5:18). Cristo era e é o único meio de alguém estar em paz com Deus (Rm 5:1) e não receber a Cristo é rejeitar o único caminho de reconciliação, o único meio de estar em paz com Deus, a única forma de obter a salvação (At 4:12).
Para ilustrar esta escravidão religiosa Jesus lhes diz que eles eram escravos do sábado, e ele, Jesus, era Senhor do sábado. Ora, Deus chama o sábado, por diversas vezes, de meus sábados (15 vezes, como em Êx 31:13), e o sábado é chamado de sábado do Senhor (4 vezes, como em Lv 23:3).
Jesus lhes diz duas coisas surpreendentes:
i.                   O sábado, as leis, tudo o que Deus deu foi para beneficio do homem, e nada foi dado para escravizar o homem, já bastando sua escravidão ao pecado;
ii.                Ele se identifica como o filho do homem, título de significado escatológico (Dn 7:13) e senhor (termo usado para identificar o próprio Deus - neste caso, ainda mais, por estar em conexão com o senhorio sobre o sábado - em inúmeras passagens neotestamentárias) do sábado.
Em conexão com o sábado, com o jejum e com o perdão de pecados, não podia restar nenhuma dúvida de que Jesus era, de fato, o messias prometido. Não podia restar duvidas na mente dos ouvintes, independente do fato de serem seguidores de Jesus, de João Batista ou dos fariseus, que Jesus realmente se apresentava como o enviado de Deus e era capaz de ações que só o enviado de Deus poderia ser capaz de fazer. E porque, ainda assim, não criam?
Porque eles eram iguais a mim e a você. Porque eles estavam mortos espiritualmente e, embora tendo olhos e ouvidos, eram incapazes de ver e de entender (Mt 13:13) e, vendo e entendendo, viessem a ase converter e fossem salvos (Mt 13:15).
Deixe-me perguntar-te uma coisa: você tem alguma dúvida sobre o que estou lhe dizendo? Você tem dúvidas a respeito da identidade de Jesus? Você duvida que Jesus seja, de fato, o filho de Deus? Então, porque você não para de agir como os fariseus? Porque não para de agir como os escribas? Porque você, aqui e agora, não se rende aos pés do Senhor Jesus e faz como Tomé, reconhecendo-lhe a divindade e o senhorio (Jo 20:28)?
Vinte anos depois disso Paulo teve que dizer as mesmas coisas, agora com uma palavra final de julgamento (Jo 1:11) a um grupo de enviados dos judeus, em Roma, a centenas de quilômetros da Judéia (At 28:27-28).
Dois mil anos depois e ainda há quem não creia – e você? Você crê? Se você tem Jesus, você pode fazer como os discípulos de Jesus, ao invés de viverem como escravos da religiosidade, com os corações endurecidos e obscurecidos de mente, você pode se alegrar na presença do Senhor. Eles celebravam a chegada do noivo, e, como era costume, os amigos do noivo não apenas se alegravam como faziam de tudo para que todos os demais se alegrassem naquele momento. Um casamento não era momento para tristezas, mas para júbilo e alegria. E os crentes no Senhor Jesus se alegram uns com os outros na presença do Senhor Jesus (I Jo 1:4).

NÃO CAIA NA ARMADILHA DA RELIGIOSIDADE

A religiosidade impõe regras, estabelece limites, enche a vida de exigências que trazem alguma espécie de conforto emocional, porque exigências da religiosidade são exigências humanas e podem ser, de alguma forma, alcançadas – e quando não são alcançadas podem ser compensadas.
Mas a religiosidade é uma armadilha porque impede um encontro pessoal real com Jesus. Assim como a religiosidade impediu os fariseus, impediu os escribas, impediu os zelotes e os saduceus de, de fato, terem um encontro salvador com Jesus, embora tivessem tido vários encontros pessoais com ele, ela continua fazendo os mesmos estragos na atualidade.
O que aprendemos é que, ontem e hoje, somente reconhecendo Jesus como o messias, somente recebendo-o como Senhor e salvador estamos livres da prisão da religiosidade e podemos, através de uma atitude correta de mente e coração, experimentar a alegria de conhecer verdadeiramente ao Senhor Jesus como ele deve ser conhecido, de recebe-lo e receber dele a vida plena que ele veio trazer a todo aquele que nele crê.
É possível ser infeliz sendo adepto do cristianismo, mas é impossível não ser feliz na presença do filho de Deus, do Deus que se fez carne, daquele cuja companhia produz plenitude de alegria (Sl 16:11). Ter Jesus é viver na presença daquele que diz que, no mundo, teremos dificuldades, mas que devemos ter bom animo por que o mundo já foi vencido (Jo 16:33) pela fé (I Jo 5:4).
Como não cair na armadilha da religiosidade? Crendo em Jesus. Como não se deixar encarcerar na prisão da religiosidade? Reconhecendo Jesus como seu Senhor e salvador, o messias, o enviado por Deus.
Evite os erros que os fariseus e escribas cometiam:
i.                   Não confie que uma prática religiosa seja substituto para a fé em Jesus. Não é suficiente estar presente na Igreja, ser filho ou neto de crentes, amigo de crentes. Nada disso substitui a fé pessoal e salvadora no Senhor Jesus Cristo. Os fariseus confiavam no jejum para obter o favor de Deus – mas cometeram o erro de rejeitar a maior expressão do favor de Deus para com pecadores porque não se achavam pecadores;
ii.                Não confie que suas práticas pessoais, até mesmo oferecendo algo que Deus nunca pediu, ações religiosas mas sem a entrega do coração, sejam suficientes para colocar-se diante de Deus e dizer-se merecedor da atenção do Senhor. Na verdade, só merecemos a atenção do Senhor pelo que fazemos se for para sermos julgados pelos nossos pecados.
É preciso lembrar o que Jesus disse aos fariseus e escribas logo depois de lhes dizer que a sua religiosidade e até mesmo os complementos religiosos que eles adotaram, os seus acréscimos de piedade pessoal não lhes davam: o reconhecimento do senhorio de Jesus. Se eles jejuavam para entrar na presença de Deus, Jesus lhes diz que o jejum não lhes era permitido porque ele, Jesus, estava presente. Se eles brigavam pela tradição religiosa e pelo sábado, no qual deviam descansar, Jesus lhes diz que, com ele presente, os discípulos podiam descansar seus corações e teriam tudo o que necessitavam.
Não te ofereço nem religião nem regras. Isso você pode encontrar em qualquer lugar. Te ofereço aquilo que Jesus oferecia – a salvação de sua alma, o perdão de seus pecados, a experiência de um encontro pessoal e salvador com o Senhor Jesus. Como? Entregando sua vida a ele, aqui e agora. Assumindo um compromisso pessoal com ele, aqui e agora. Fazendo como Levi, fazendo como os demais discípulos fizeram. A outra opção é continuar rejeitando-o. Não se trata de receber Jesus e ser salvo ou negar Jesus e tornar-se um rebelde. A situação é receber Jesus ou manter-se rebelde (Jo 3:36).
Crer ou continuar rejeitando. Não há uma terceira opção. Não importa quão religioso você é. Não importa quanto tempo de tradições religiosas você tenha. Ou você crê ou é apenas um rebelde. Para os crentes o Senhor oferece a vida eterna – para os rebeldes, a ira de Deus.

Receba Cristo, receba a vida, hoje, aqui e agora.

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