segunda-feira, 13 de julho de 2015

OS PERIGOS DOS ATALHOS RELIGIOSOS EM DIREÇÃO AO REINO DO FILHO DO SEU AMOR - Cl 2.16-23

Paulo escreveu aos colossenses para lembrar-lhes quem eles eram – cristãos, pessoas que antes eram escravas do pecado e foram resgatadas por Jesus, o libertador inigualável. Pessoas que estavam num estado tão deplorável que ninguém poderia fazer nada para se livrar da condenação e foi necessário que o próprio filho de Deus se fizesse carne para resgatá-los da condenação à que faziam jus.
O que os colossenses viviam não é nada diferente do que nós vivemos hoje. Ainda encontramos pessoas no mesmo estado de perdição, e, nós também, fomos encontrados este estado de perdição. Ainda encontramos pessoas tão incapazes quanto nós éramos até que o filho do homem, que veio buscar e salvar o perdido, veio e nos buscou e salvou (Lc 19:10).
As ameaças sofridas pelos colossenses também continuam presentes, com disfarces cada vez mais sutis e tem conseguido penetrar nas Igrejas com a mesma frequência que penetrava nas Igrejas do sec. I. E assim como aqueles irmãos tinham os apóstolos para defender a fé, também nos temos os mesmos apóstolos para ajudar-nos na defesa da fé que uma vez por todas foi entregue aos santos (Jd 1:3). Assim como os cristãos precisavam cuidar de si mesmos e da doutrina, os cristãos de hoje também precisam tomar os mesmos cuidados (I Tm 4:16).
A VERDADE SOBRE A AMEAÇA DAS FALSAS RELIGIÕES
Os cristãos – dos quais os colossenses são um tipo, isto é, o que Paulo diz dos cristãos colossenses, que eram pessoas reais, com problemas reais, exatamente coo nós somos pessoas reais com problemas reais, e aos cristãos colossenses é da Igreja e para toda a Igreja do Senhor são um tipo de pessoas que eram escravos do diabo e foram libertados. Eram pessoas que estavam cativas do diabo em seu império das trevas e foram de lá resgatadas por Deus para o império do filho do seu amor, Jesus Cristo.
Os cristãos são aqueles a quem foi revelado o mistério oculto dos séculos – Cristo, aquele em quem habita corporalmente a plenitude da divindade e em quem estão ocultos todas as riquezas da sabedoria e do conhecimento.
Todavia, a fé genuína sempre foi e sempre vai ser ameaçada pelo inimigo. Desde o Éden é assim, quando lançou dúvida sobre a fé simples que os primeiros pais tinham – e quando Eva duvidou da cristalina palavra de Deus ele obteve sua primeira vitória, criando uma religião alternativa.
Satanás sabe que não pode destruir a semente da religião que Deus implantou no coração dos homens (semen religionis) e por isso o induz a uma falsa religião – não é por outro motivo que existem tantas falsas religiões no mundo – elas são frutos da mentira e ele é o pai da mentira (Jo 8:44).
 Satanás também sabe que não pode destruir a ideia de Deus na mente dos homens (sensus divinitatis) por isso oferece deuses alternativos – e mesmo os ateus precisam de uma noção de divindade para combater, por isso existem ateus que combatem o Deus dos cristãos, ateus que combatem o deus dos muçulmanos, ou os deuses do hinduísmo... mas todos eles precisam de uma divindade para se colocarem como adversários.
Satanás continua agindo tentando deturpar a fé, continua criando falsas religiões e continua enviando emissários para afastarem os homens de Deus (Dt 13.1) com aparência de piedade mas de coração maligno (II Co 11:15). Não pensemos que os inimigos denunciados por Paulo se calaram e ficaram no passado.
Se a carta de Paulo para os colossenses é Palavra de Deus, e ela é; se a carta de Paulo aos colossenses era pra igreja de Colossos, de Laodicéia e para outros cristãos que não o conheceram pessoalmente e para nós, e ela é; se a carta de Paulo aos colossenses é uma carta para a Igreja do Senhor, não importando onde e quando ela se encontre, e ela é, então temos que admitir que todo o que ela diz de bom, todas as promessas e todas as certezas nela contidas são para nós – mas também todas as advertências contra as filosofias, sutilezas e rudimentos do mundo também são para nós e não dar ouvidos a estas advertências é mortalmente perigoso.
A chave para entender esta passagem é a palavra liberdade. Não há nenhum parâmetro mundano para julgar aqueles que são livres em Cristo (Gl 5:1). Os cristãos estão neste mundo, mas não são deste mundo (Jo 17:16) e não podem ser julgados por ninguém neste mundo – nem do outro, embora o inimigo tente acusa-los constantemente (Ap 12:10) mas, por mais constante e insistente que ele seja, é inútil porque eles foram justificados pelo próprio Deus (Rm 8:33).

Cl 2.16-23

16 Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, 17 porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo.
18 Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildade e culto dos anjos, baseando-se em visões, enfatuado, sem motivo algum, na sua mente carnal, 19 e não retendo a cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus.
20 Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças: 21 não manuseies isto, não proves aquilo, não toques aquiloutro, 22 segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois que todas estas coisas, com o uso, se destroem.
23 Tais coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a sensualidade.

O PERIGO DOS JUDAIZANTES – LEGALISMO E TRADICIONALISMO

16 Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, 17 porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo.
O que parece obediência mais perfeita nada mais é que debilidade.
Os cristãos do primeiro século enfrentavam um problema muito sério: o legalismo, representando pelos judeus que queriam obrigar os cristãos não judeus a guardar os ritos, datas e costumes judaicos, mesmo crendo em Cristo, mesmo tendo sido feitos livres em Cristo (Gl 5:1). Ao fazerem esta exigência aos cristãos impunham-lhes um jugo que eles próprios eram incapazes de suportar, exatamente como os fariseus, inimigos de Cristo (Lc 11:46) e, assim, tornando-se eles próprios inimigos da cruz (Fp 3:18). Por isso Paulo diz aos crentes que eles não devem se deixar subjugar por usurpadores (Rm 14:4).
Temos que retornar aqui à doutrina da justificação, já mencionada anteriormente. Quem ousa acusar os eleitos de Deus se o próprio do os justifica (Rm 8:33)? Somente satanás se atreve a tanto (Ap 12:10). Além de satanás, quem mais? Seus ministros, sem dúvida. Quem pode tomar uma decisão judicial condenatória ou depreciativa contra os cristãos por causa do comer ou beber (Paulo não menciona nem qualidade, nem quantidade, deixando implícito que se refere não só ao que, mas também ao como, quando e quanto) ou dia de festa ou datas mensais ou semanais. Estas coisas não servem de base para julgamento – o julgamento já foi feito, e foi feito tendo Cristo, o criador, o libertador, o salvador, e não coisas criadas, infinitamente menores do que ele próprio (Jo 3:19).
Estas coisas, embora presentes na lei cerimonial judaica, e necessárias para a educação do povo hebreu, e, mais ainda, como tipos que apontavam para Cristo e seu ministério, mas, como tipos que eram, haviam deixado de ter sua utilidade porque o modelo estava presente. Paulo usa a expressão de que eles eram sombras – e sombras delineiam algo, elas mostram o que está se apresentando mas ainda não pode ser visto, até que corpo, a realidade, aquilo que projeta a sombra e era representado por ela, se faz presente.
O que podemos aprender aqui é que quem tem Cristo não precisa dos ritos. Quem tem Cristo não precisa dos sábados ou sextas ou dias santos (Rm 14:6) – precisa de repouso, precisa separar um dia para descanso do corpo e para os exercícios espirituais que fortalecem tanto o corpo quanto o espírito, isto é, revigoram a alma. Quem tem Cristo não precisa das luas novas. Quem tem Cristo não precisa da abstinência de alimentos porque tudo quanto Deus criou é bom e deve ser recebido com ações de graças (I Tm 4:4) porque Deus a tudo purificou (At 11:9). Enfim, quem tem Cristo não precisa de mandamentos de homens porque tem o mais doce mandamento, e este é vida e não escravidão (Pv 4.20-22).

PENTECOSTISTAS

18 Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildade e culto dos anjos, baseando-se em visões, enfatuado, sem motivo algum, na sua mente carnal, 19 e não retendo a cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus.
O que parece espiritualidade nada mais é que carnalidade.
Ao lado do problema do legalismo os cristãos tinham que se deparar com outro problema, que, lamentavelmente, não ficou no passado. A este dou o nome de pseudoespiritualismo. Porque chamo de pseudoespiritualismo – porque pode ser qualquer coisa, menos espiritualidade, já que o Espírito produz unidade (Ef 4:3) e talvez nem bactéria se divida tanto quanto estes movimentos que parecem espirituais mas são só cismas, movidos invariavelmente por anseios carnais – veja que dos 15 frutos da carne a maioria, isto é, 8 envolvem o sectarismo: inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções e invejas. Um começo de conversa religiosa comum é: “A sua Igreja é (e imagine o termo depreciativo que quiser, como fria, ritualista, tradicionalista, etc.) mas venha conhecer a minha...” Quem lhes dá o direito de julgar os irmãos, aliás, muitos nem mesmo consideram os membros de outras Igrejas como irmãos. Quem lhes dá tal direito? Ninguém, são usurpadores.
E é contra estes pseudoespirituais que Paulo levanta a sua voz e diz: ninguém tem o direito de decidir como árbitro de maneira fraudulenta (katabrabeutwo) para te condenar. Paulo diz que este julgamento é fraudulento, especialmente se baseado em pretextos falsos, vazios e insignificantes, como a opinião própria de uma superioridade inexistente, uma falsa humildade que não produz o fruto do Espírito e que não condiz com a atitude de colocar-se num pedestal para apontar falhas reais ou imaginárias.
Sim, é contra este pseudoespiritualismo que reivindica visões de anjos (e demônios) que Paulo adverte a Igreja cristã. Paulo diz que usar de culto baseado em visões de anjos que não são vistos (angelon a me eoraken), ou seja, estas visões são mentirosas e usadas como motivo de pretextar superioridade, tornando aqueles que deveriam se tornar humildes em pessoas enfatuadas, arrogantes mas, ao mesmo tempo, vazias, insignificantes, orgulhosas mas sem qualquer conteúdo real.
No fim, esta espiritualidade vazia é, na verdade, carnalidade, fruto de uma mente carnal que quer demonstrar possuir o Espírito e não o tem – por isso abundam treinamentos para se adquirir o dom do Espírito, o que é um contrassenso pois o que é dom não pode ser adquirido mediante treinamento, mas é dado, gratuitamente, por Deus (I Co 2:12).
Você pode pensar que estou sendo demasiadamente duro, mas se você ouvir com atenção as palavras de Paulo verá que ele é muito mais duro, porque afirma que estes não estão ligados a Cristo. Embora usem o nome de Cristo não são dele, não o tem como cabeça (Ef 1:22). A afirmação de Paulo é que não há nenhuma ligação entre este corpo estranho, o pseudoespiritualismo, e Cristo, o cabeça da Igreja. E é somente ligado a Cristo que o corpo é suprido (Jo 15:5).
É somente unido a Cristo que o corpo pode crescer o verdadeiro crescimento. Sem Cristo pode haver aglomeração, inchaço, aumento aparente, mas o verdadeiro aumento, o que vem de Deus, só é possível estando ligado a Cristo – e não é com o divisionismo pseudoespiritual que isto vai ser alcançado. E é isto o que Paulo nos diz – o inchaço vazio baseado em culto de anjos, em visões não vistas, pode até ser alcançado pelo esforço humano, mas, jamais, será o crescimento que vem de Deus. Mais cedo ou mais tarde vai ouvir do Senhor da Igreja: “nunca tive qualquer relacionamento com vocês, mesmo que me chamem insistentemente de Senhor” (Mt 7:23).

ASCETISMO

20 Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças: 21 não manuseies isto, não proves aquilo, não toques aquiloutro, 22 segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois que todas estas coisas, com o uso, se destroem.
O que parece autocontrole é sujeição a controle de homens decadentes.
O terceiro problema que Paulo trata, e que, infelizmente, continua presente consciente ou não, na Igreja cristã do século XXI: a ideia de que precisamos deixar de fazer alguma coisa para obtermos o favor de Deus. É uma ideia presente também no legalismo. Também a encontramos no pseudoespiritualismo – faça e conquiste. Ou não faça e conquiste, abra mão do mundo para ser recompensado no mundo espiritual, certamente num entendimento equivocado da antítese amor de Deus x amor ao mundo (I Jo 2:15). João está tratando de um problema recorrente – o amor que as pessoas tem pelo modo de vida predominante, incluindo cultura, invariavelmente em rebelião contra Deus mesmo que tenha alguma aparência de bondade e religiosidade (Ef 2:12).
Mundo, neste contexto, indica o circulo de bens, de fundamentos, as riquezas, vantagens e prazeres terrenos, vazios, frágeis e fugazes, mas desejáveis e que seduzem os homens, tornando-se obstáculos para que eles amem a Cristo como deveriam amar, e, assim, buscam estas coisas e não tenham o reino de Deus como prioridade (Lc 12:31).
Os crentes são aqueles que morreram, com Cristo, para o mundo (Gl 6:14) que, mesmo com toda a sua sofisticação não passa de rudimento, isto é, coisa que já está mais que ultrapassada. Se o legalismo é sombra, se o pseudoespiritualismo é ilusão, o ascetismo é um rudimento, isto é, é algo rasteiro, chão, mundano, ordenança que não produz efeitos espirituais e pode ser abandonado, dos quais os crentes podem se separar sem receio algum.
O ascetismo é um destes rudimentos, baseados na ideia dualista de que a matéria é essencialmente má, e somente o espírito é bom. Estas ideias também podem ser encontradas, disfarçadas, no seio da Igreja evangélica. Como você responderia, por exemplo, à pergunta: porque você não fuma? Porque você não usa determinadas coisas? Porque não experimentar algumas outras? Porque a Igreja não permite? Porque o pastor disse para não fazer?
Se sua resposta parecer com alguma destas, então, sua fé não passa de uma fé rudimentar composta de mandamentos de homens. Você está se sujeitando a comandos humanos e preceitos decadentes e sujeitas à corrupção, que cairão, mais cedo ou mais tarde. Um exemplo disso é o uso de determinados tipos de roupas – roupas proibidas agora são permitidas. Esportes eram proibidos e agora são aceitos naturalmente.
A questão é: se as razões são humanas, se elas são mundanas, elas estão sujeitas à corrupção, o que não acontece com os princípios da Palavra de Deus. Assim, se você perguntar-me porque não deve fumar, ou porque não deve utilizar indevidamente o seu corpo mesmo que os costumes e preceitos sociais incentivem a lassidão moral? Não deve ser porque as regras da Igreja dizem o que você fazer. Não é porque a lei de crente te proíbe de fazer alguma coisa. Não é porque o pastor ou qualquer outra pessoa está vendo.

TUDO O QUE O HOMEM ESTABELECER É INUTIL CONTRA O PECADO

Cl 2.23 Tais coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a sensualidade.
Quaisquer coisas que os homens consigam estabelecer, seja o legalismo com aparência de sabedoria que, na verdade é apenas uma prova de uma fé que precisa de amparos, eivada de debilidades (Rm 14.1-2), ou o pseudoespiritualismo que precisa de visões não vistas para se manter como fruto de mentes carnais ou o ascetismo que parece autocontrole é mera sujeição a preceitos decadentes de homens decadentes.
Mas que fique claro que ninguém precisa e deve aceitar um cigarro; ninguém precisa, ainda que sob forte pressão, ceder ao primeiro convite para a droga; ninguém precisa pegar o que não é dele, mesmo diante da maior privação de bens; ninguém precisa desprezar o que é velho em nome da inovação; ninguém precisa tirar a vida de outrem, nem mesmo por uma palavra áspera; ninguém precisa se divorciar quando os embates machucam; ninguém precisa ceder aos encantos fenomenológicos exteriores; ninguém precisa guardar mágoa; ninguém precisa fazer guerra; ninguém precisa odiar; ninguém precisa blasfemar contra Deus; ninguém precisa seguir por caminhos escuros; ninguém precisa descer ao submundo moral; ninguém precisa se utilizar dos outros; ninguém precisa justificar os meios em nome de fins vis; ninguém precisa apostatar da fé; ninguém precisa se corromper; ninguém precisa destruir a sua virgindade de alma e do corpo; ninguém precisa atirar a primeira pedra; ninguém precisa condenar, preterir, rejeitar, por ser diferente. Há muitos contextos onde estas coisas são lícitas, mas não devem nem entrar nas suas cogitações, quanto mais na sua prática.
Deixe-me resumir estas três verdades que Paulo ensinou aos seus leitores em Colossos e na Tessalônica, e também aos que nunca o conheceram face a face:
i.                   O que parece obediência mais perfeita nada mais é que debilidade;
ii.                O que parece espiritualidade nada mais é que carnalidade;
iii.             O que parece autocontrole é sujeição a controle de homens decadentes.
Me permita te dar duas razões para você não agir segundo os rudimentos do mundo, e para não se sujeitar aos não pode das Igrejas, sejam elas verdadeiramente cristãs ou só arremedo, frutos da operação do erro:

AUTO-DOMÍNIO

I Co 6:12 - Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas.
i.                   Nem tudo o que é social e legalmente permitido, como o fumo e o álcool, é conveniente porque algumas coisas licitas e permitidas são carnais e a carne luta contra o que é do Espírito (Gl 5:17), e pode acabar com o autodomínio – e lembremos que o domínio próprio é um dos aspectos do fruto do Espírito (Gl 5:23).

PROPÓSITO EDIFICANTE

I Co 10:23 -Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam.
ii.                Nem tudo o que é social e legalmente permitido produz edificação. Comprar uma cerveja ou um cigarro no supermercado para o marido ou esposa só tornará mais difícil para o cristão testemunhar do poder do Senhor para libertar de todos os vícios – aos quais, de uma maneira ou de outra, ainda que involuntariamente, contribui para alimentar (Rm 2:22). Como anunciar santidade ao mesmo tempo que se veste impudicamente?

CRISTO, SÓ CRISTO E TUDO PARA CRISTO

Não há nenhuma forma de religiosidade capaz de vencer o pecado. Nenhum mundano consegue vencer o mundo. Se você tentar sozinho só vai ter que, no final, exclamar como Paulo exclamou: “desventurado homem que sou, quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm 7:24).
A única forma de ser mais que vencedor nesta caminhada rumo à nova pátria é entregando-se completamente à orientação e direção daquele que é nosso libertador inigualável. Lembremos que ele afirma que “sem ele nada podemos fazer” (Jo 15:5). A única forma de vencer é clamar, como Paulo em uma expressão jubilosa de gratidão a Deus pela vitória alcançada (Rm 7:25) e a certeza de que ninguém pode julgar os que estão em Cristo Jesus (Rm 8:1).
Este é o único meio de vencer aquilo que tem aparência externa de sabedoria, parece conhecimento de Deus mas que na verdade é apenas culto orientado por si mesmo, um zelo mal orientado e ascético que não quer dizer, necessariamente, o culto a pessoas, embora possa vir a ser porque orientado sem obediência às Escrituras.
É o único meio de não se sujeitar a uma falsa religião que frutifica num meio em que as opiniões das pessoas a respeito de si mesmos são muito mais elevadas do que realmente é (Rm 3:23).

Enfim, este é o meio de vencer a tentação de acreditar que uma vida naturalmente correta pode produzir fruto espiritual – estas coisas não tem valor algum, a carne não pode produzir espiritualidade. As obras da carne não podem vencer as obras da carne, não podem tornar possível vencer os desejos carnais, nem a sensualidade da própria carne.

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