Recebi uma ligação hoje de um amigo que me perguntava o que achava desta frase. Bom, a seu pedido, gravei a resposta e mandei pra ele pelo whattsap. Mas resolvi publicá-la também.
Há tempos
eu ouço esta frase, leio esta frase, cantam esta frase, bradam esta frase e o
que ela quer dizer mesmo? Se tentarmos corrigi-la biblicamente, poderíamos dizer
que o melhor de Deus é a consumação da redenção dos salvos, a glória que há de
ser revelada nos filhos de Deus conforme anunciada por Paulo ao escrever sua
carta aos romanos (Rm 8:18). Assim,
o melhor de Deus é a vida eterna, não apenas o livramento do pecado, mas,
principalmente, da presença do pecado e da morte (1Co 15:54). Mas sei que seria pedir elucubrações teológicas elaboradas
demais para quem compôs a música, e para quem vive repetindo bordões como se
tivesse conhecimento das Escrituras.
O que
esta frase significa, realmente?
Ela
é fruto de três erros fundamentais que tem penetrado no cristianismo e deixado
estragos.
O primeiro é o hedonismo, explorado astutamente por pregadores do outro evangelho que o apóstolo condena. O que é o hedonismo? É o desejo de estar bem, de se sentir bem. Na primeira prova, na primeira dificuldade da caminhada cristã, ao invés de regozijar-se nos sofrimentos por causa do nome de Cristo colocam a culpa em todo o mundo, no diabo que elevam a uma categoria de deus negativo e afirmam que, embora salvos Deus tem muita coisa boa ainda para dar, como se os tesouros deste mundo fossem mais valiosos do que Cristo, que foi dado para a salvação dos eleitos. O pior é que nem salvos se consideram realmente, porque pensam que estão salvos pelo menos naquele momento, porque em sua maioria são arminianos inconsistentes ou nem arminianos conseguem ser.
O primeiro é o hedonismo, explorado astutamente por pregadores do outro evangelho que o apóstolo condena. O que é o hedonismo? É o desejo de estar bem, de se sentir bem. Na primeira prova, na primeira dificuldade da caminhada cristã, ao invés de regozijar-se nos sofrimentos por causa do nome de Cristo colocam a culpa em todo o mundo, no diabo que elevam a uma categoria de deus negativo e afirmam que, embora salvos Deus tem muita coisa boa ainda para dar, como se os tesouros deste mundo fossem mais valiosos do que Cristo, que foi dado para a salvação dos eleitos. O pior é que nem salvos se consideram realmente, porque pensam que estão salvos pelo menos naquele momento, porque em sua maioria são arminianos inconsistentes ou nem arminianos conseguem ser.
O segundo
erro é o mundanismo, o amor às coisas deste mundo, denunciado veementemente por
diversas vezes, tanto por Jesus quanto pelos apóstolos (1Jo 2:15). Por deixar sua mente se ocupar das coisas do mundo Pedro
chegou a ser chamado de “adversário”, satanás. Mas aqueles que se autodenominam
igreja de Jesus amam as coisas do mundo, desejam as coisas do mundo, anseiam
pelas coisas do mundo e afirmam que, se alguém não tem tudo que deseja, ou é porque
tem demônio, ou é porque tem pouca fé. Não aprenderam ainda o que quer dizer no
mundo ter aflições (Jo 16:33), não sabem
que, para o crente, a graça de Deus é suficiente (2Co 12:9).
O terceiro
erro é ignorância bíblica mesmo. Jesus afirmou que muitos erravam por não conhecerem
as Escrituras (Mc 12:24). E muito daquilo
que tem sido chamado de cristianismo atual não passa de ignorância das Escrituras,
e mera repetição de frases de efeito maquinalmente aprendidas, ampliadas pelos
efeitos do facebook e whatsapp da vida. E neste contexto frases como “Eu não sou
membro de religião”, “A minha vitória tem sabor de mel” e “O melhor de Deus ainda
está por vir” se tornam mantras pseudoevangélicos.
Mas,
para não abrir demais a polêmica, vou me deter em mostrar a falácia somente
desta última. Em primeiro lugar, o que é o melhor de Deus? Por acaso há algo
mais valioso do que Cristo? Sim, Deus nos deu Cristo, e, com ele, também nos
tem dado graciosamente todas as demais coisas. Retirar Rm 8.32 (Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por
todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as
coisas?) de seu contexto para dizer que Deus vai dar as demais coisas é esquecer
que Paulo está falando da segurança da salvação, do fato de o crente em Jesus ser
justificado e guardado por Deus, que o faz perseverar, e nem mesmo o diabo
consegue tirá-lo das mãos do Senhor. No argumento de Paulo o que há de melhor
da parte de Deus para nós é seu próprio
filho, colocado no texto de maneira enfática.
E alguém
pode dizer: e a salvação eterna? Para um bom estudioso das Escrituras isto não é
problema porque a salvação é uma dádiva de Deus em Cristo. E a justificação? Também
uma dádiva de Deus em Cristo. E morar no novo céu e nova terra? Também uma
dádiva de Deus em Cristo. Não há qualquer menção a uma vida sem problemas por
ser cristão, pelo contrário, Pedro exorta os verdadeiros crentes a se
regozijarem nos sofrimentos por amor de Cristo, porque isso é bem aventurança e
uma graça que Deus concede somente aos crentes (Fp 1:29). Para quem vive buscando tesouros na terra, lembre-se que estes são absolutamente passageiros, e todos os tesouros que realmente importam estão em Cristo (Cl 2.3).
Não,
isto é conversa de tolo. Afirmar que o melhor de Deus ainda está por vir
referindo-se a carro, a emprego, a namoro ou família, à solução de problemas
pessoais, profissionais ou emocionais é conversa de espertalhão para tolo. É o individuo
que se acha esperto fazendo-se de peixe colocando a boca no anzol do vigarista.
Não sejamos tolos, o melhor de Deus já veio – e ele é Cristo. O que pode ter acontecido é que o incrédulo o rejeita, não o recebe, mas ele já veio para buscar e salvar o perdido (Lc 19.10). Para nada servem todos
os bens do mundo sem Cristo, porque, para os mortos, só resta a condenação. Não
importa quanto de bens possuam aqui, causaram dano eterno à sua alma. É Cristo que
nos tira da morte para a vida, que nos faz filhos amados de Deus.
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