1 Mas para a terra que estava aflita não continuará a
obscuridade. Deus, nos primeiros tempos, tornou desprezível a terra de Zebulom
e a terra de Naftali; mas, nos últimos, tornará glorioso o caminho do mar, além
do Jordão, Galiléia dos gentios.
2 O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que
viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz. 3 Tens
multiplicado este povo, a alegria lhe aumentaste; alegram-se eles diante de ti,
como se alegram na ceifa e como exultam quando repartem os despojos. 4 Porque
tu quebraste o jugo que pesava sobre eles, a vara que lhes feria os ombros e o
cetro do seu opressor, como no dia dos midianitas; 5 porque toda bota com que
anda o guerreiro no tumulto da batalha e toda veste revolvida em sangue serão
queimadas, servirão de pasto ao fogo.
6 Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo
está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus
Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz; 7 para que se aumente o seu governo,
e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o
estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre.
O zelo do SENHOR dos Exércitos fará isto.
Is 9.1-7
O nascimento do redentor, comemorado pela cristandade ocidental
em 25 de dezembro (e em 06 de janeiro pelos cristãos ortodoxos e em 19 pelos
cristãos armênios) tem uma importância fundamental para nós. Neste estudo vamos
deixar de lado várias discussões já tratadas em outros momentos, como a questão
do marketing envolvendo as celebrações natalinas (cada vez mais marketing e
menos natal) ou os objetos acessórios às mesmas celebrações (como velas,
guirlandas, árvores, guloseimas, presentes e outras coisas que vão se tornando
cada vez mais protagonistas e menos acessórias).
O nosso ponto de partida é: as Escrituras afirmavam que o
redentor viria – e ele veio, portanto, elas, as Escrituras, por serem a palavra
de Deus são fidedignas e merecem a nossa confiança. São estas Escrituras que
nos falam de um presente especial de Deus para nós – o filho que Deus nos deu,
predito por Isaías (v. 6) e cumprido segundo o apóstolo João (Jo 3.16).
Enquanto as pessoas ficam na expectativa de presentes
absolutamente descartáveis o maior presente, a vinda de Cristo, vai sendo
olvidada. A vinda de Cristo é o presente que se relaciona diretamente com a
doutrina da graça: a eleição de Deus (Ef
1:4-5) com suas benditas consequências, tais como a salvação, a
justificação, a santificação e a glorificação que seriam absolutamente
impossíveis não fosse a soberana, livre e graciosa vontade de Deus ao nos dar
Jesus Cristo. A maior alegria que temos ao lembrarmos do nascimento do redentor
é de que a promessa feita (Gn 3:15)
e depois lembrada por Isaías foi efetivamente cumprida (Lc 2.10-11).
VOCÊ
SABE QUAL O MELHOR DE TODOS OS PRESENTES
Quase todos nós gostamos de ganhar presentes – e talvez aqui
estejam algumas pessoas sonhando com alguns deles. Você pode estar esperando um
carro novo, ou uma jóia, ou um celular novo… um computador ou um tablete… está
valendo até mesmo um perfume… com a crise, se não der, vale uma camiseta ou um
par de meias mesmo… mas certamente há a expectativa por algum presente nestes
dias finais deste ano.
Mas por mais valioso que seja este presente, ele logo vai
ficar obsoleto, esquecido ou pode até mesmo ser perdido. Não há nada que você
possa ganhar de presente que não possa ser tirado de você – isto é, quase nada.
Há algo que, mesmo não lhe custando nada, tem valor inigualável e não pode ser
encontrado guardado a cadeado em nenhuma loja de departamentos, pelo contrário,
o mais valioso dos presentes é oferecido livre e gratuitamente em milhares de
lugares cujas portas permanecem abertas para quem quiser recebe-lo (Jo 1:12
).
Este presente tem nome, aliás, uma das formas de ele ser
conhecido é justamente pelos nomes e títulos que ele tem. Seu nome é Jesus, que
significa “do Senhor é a salvação”. Ele possui muitos títulos, sendo Cristo (o
ungido, o escolhido) um deles. Vou partir do pressuposto que você conhece a
história de Jesus Cristo, o messias que nasceu de uma virgem – e foi
crucificado em Jerusalém. Mais ainda, parto do pressuposto que ao menos você já
tenha ouvido que ele é o Filho de Deus, isto é, o próprio Deus encarnado. Se
isto não for importante para você, quero que saiba que é fundamental para os
genuínos cristãos, é fundamental para mim, e, sendo assim, não posso raciocinar
sem levar em conta estes fatos. E é a partir deles, tendo-os como base para
tudo o que vamos ver à partir de agora. Além do titulo de “Cristo” Jesus possui
outros, e é sobre alguns dos títulos do filho de Deus que vamos falar agora.
Um dos meios pelos quais Deus revela o seu caráter é a variedade
de nomes e títulos que ele atribui a si mesmo nas páginas das Escrituras. Não
foram nomes inventados ou títulos atribuídos a ele pelos escritores bíblicos,
mas recebidos por divina revelação (II
Pe 1:21). Cada nome de Deus nas páginas das Escrituras revelam algo que
Deus quer que conheçamos a respeito de si mesmo. É através de seus nomes que
Deus se revela como o eterno (El Olam), o altíssimo (El Shadday), o Deus
provedor (IHVH Yiréh) e assim sucessivamente. Entretanto, nenhum dos nomes
reveladores do caráter e dos atributos de Deus o revelam de maneira absoluta.
Mesmo “o nome” que interpretamos como “Eu sou o que sou” mais esconde do que
revela, porque ao mesmo tempo em que mostra a imutabilidade e a existência
essencial de Deus, uma vez que ele não foi nem deixará de ser coloca diante de
nós uma grandiosidade tal que apenas humilha nossa mente e somos obrigados a
exclamar como Agostinho: finitun nunc capere
infinitum, isto é, o que é finito é incapaz de compreender o infinito.
A mesma coisa aplica-se aos nomes e títulos de Jesus Cristo.
Ele foi de pronto odiado pelos judeus por atribuir a si mesmo o mesmo atributo
de Deus ao afirmar que antes que Abraão, o pai da nação israelita existisse,
“eu sou” (Jo 8:58). Mas quem é
Jesus, segundo a promessa messiânica de Isaías?
JESUS
É O MARAVILHOSO CONSELHEIRO – AQUELE QUE LHE DÁ ORIENTAÇÃO
Mais de uma vez encontramos na bíblia a mesma sensação que
muitos expressam: o que fazer. Durante anos trabalhei num sistema de
aconselhamento chamado Disquepaz – e as pessoas ligavam em busca de orientação
para todo tipo de problema. Quando o assunto era espiritual e tinha a ver com a
vontade revelada de Deus, era relativamente fácil. Mas havia gente que ligava
pedindo orientação para coisas pessoais, profissionais. Pessoas sem rumo na
vida e precisando desesperadamente de orientação.
Há uma multidão caminhando sem rumo, como nuvens impelidas
pelo vento, indo de um lado para outro (Ef
4:14) e, lamentavelmente, se tornando massa de manobra nas mãos de
inescrupulosos tanto incrédulos quanto ímpios disfarçados de crentes (II Pe 2:3).
Mas damos graças a Deus porque ele nos deu Jesus, e Jesus é
aquele que é capaz de nos dar a orientação necessária para toda e qualquer área
da nossa vida, porque ele é o maravilhoso em conselho, isto é, aquele que,
sendo pleno de sabedoria, sendo a própria sabedoria divina encarnada, consegue
não apenas discernir os pensamentos e propósitos do coração mas, também,
perceber as consequências das nossas intenções.
Jesus é aquele que
conhece tudo e todos, inclusive aquilo que escondemos no coração (Mt 9:4) e por isso é capaz de dar não
apenas os melhores conselhos, mas os conselhos que realmente são importantes e
essenciais (Ap 3:18).
Ele é aquele que pode aconselhar sem precisar de conselho de
ninguém (Rm 11:34). Ninguém jamais
deu conselhos a Deus, e tampouco houve quem desse algum conselho a Jesus que
não se envergonhasse de tenta-lo (Mc
8:33). E o fato de que ele é maravilhoso conselheiro independe da época do
ano ou dos sinos que tocam. Ele é a promessa que se cumpriu.
JESUS
É DEUS FORTE – AQUELE QUE LHE DÁ SEGURANÇA
O que é chave no entendimento de quem é este menino – ele não
é apenas um menino especial, ele é o próprio Deus vindo morar entre os homens e
é exigido que os homens se convertam a este Deus forte (Is 10:21). O título l) (Deus)
usado para Jesus é o mesmo usado dezenas de vezes para o Deus altíssimo. Isaías
quer enfatizar que o messias, aquele que estava sendo prometido e que viria, é
o Deus forte – e este menino prometido é Jesus. Na perspectiva de Isaías não há
distinção entre Jesus, como o Deus forte, e o Deus descrito diversas vezes no Antigo
Testamento como o Deus altíssimo.
Mesmo naquele que parece o momento de maior fraqueza, predito
nos salmos messiânicos Jesus chama a Deus pelo mesmo titulo que lhe é atribuído
por Isaías (Sl 22:1). O Espírito de
Deus, falando por intermédio de Isaías, atribui ao messias o mesmo nome que
Jesus chamaria o Deus que também disse ser ele o filho amado em que ele tinha
plena satisfação (Mt 3:17).
Em 2014 foi feita uma pesquisa sobre o que mais angustiava o
brasileiro e de cada 5 entrevistados 4 temiam por sua segurança. Assaltos,
assassinatos, invasões, furtos, violência doméstica e de trânsito… o sonho de
consumo de muitos era poder usufruir de alguma forma de segurança particular –
e este mercado foi se expandido assombrosamente. Mas, segundo a pesquisa,
quanto mais se gastava em segurança, maior o nível de preocupação das pessoas
simplesmente porque o problema não era, e não é, se a segurança é real, mas a
sensação de insegurança reinante.
Mas em Jesus nós dispomos da certeza de segurança que nenhuma
empresa, nenhum guarda, nenhuma grade ou arma podem dar. Ele diz que quem vai a
ele está absolutamente seguro e das suas mãos ninguém pode nos tomar – se você
for a ele terá o cuidado das mãos poderosas do Deus forte (Jo 10:29).
Os salmistas, mesmo em situações de risco expressavam bem
esta certeza de estarem seguros nas mãos do Senhor dos exércitos. No salmo 46 o
salmista repete, três vezes, esta certeza (Sl
46.2, 7 e 11).
Você se sente inseguro? Tem medo que os montes saiam do
lugar? Então, confie no Deus forte, Jesus (Sl
56:4).
JESUS
É O DEUS ETERNO – AQUELE QUE LHE DÁ VIDA ETERNA
A expressão “pai da eternidade” é encontrada em traduções
antigas, mas o texto hebraico pode ser traduzido apenas como “eterno” com
sentido de originador de algo. Assim como Jesus é o Deus forte, ele é, também,
portador de um atributo que só Deus possui: a eternidade. O Cristo não passou a
existir no momento em que foi gerado no ventre de Maria – não há um ponto de
partida em sua história. Ele não passou a existir à partir de sua manifestação
em carne – ele foi apenas manifestado em carne, embora existisse. Assim como
Deus é pai eterno, o filho tem que ser eterno senão Deus não poderia ser pai –
alguém só é pai quando possui um filho.
Em sua existência na carne Cristo, o filho eterno de Deus,
revela o próprio Deus da exata maneira que é necessária para atender as nossas
necessidades (Hb 1:3). O Filho
revela o pai porque tem a mesma essência, a mesma natureza, ele, embora não
seja o pai, dele procede e pode revela-lo satisfatoriamente (Jo 14:9).
Nossa sociedade é marcada pela efemeridade e pela
transitoriedade. É sintomático o titulo de uma música dos Titãs: “A maior banda
te todos os tempos da última semana”. O mercado de celebridades joga na TV
semana após semana novas estrelas que logo são desaparecem e ninguém se lembra
mais a não ser para montar programas de subcelebridades de gosto especialmente
duvidoso, como Casa dos Artistas e A Fazenda.
Mas Jesus não oferece nada transitório – ele diz que quem
nele crê tem a vida eterna porque ele lhes dá esta vida (Jo 10:28).
Judas agiu como muitos, em busca dos benefícios absolutamente
passageiros deste mundo (I Jo 2:17),
porque a sua natureza era terrena e carnal, abandonou aquele que é o único que
tem as palavras de vida eterna (Jo 6:68).
Quantos tem deixado para trás a segurança de estarem com o
bom pastor para seguirem após novidades e vaidades, correrem atrás do vento e
juntarem coisas passageiras que não permanecem. Somente em Jesus é possível
experimentar aquilo que é, de fato, permanente (I Pe 1:23).
JESUS
É O PRÍNCIPE DA PAZ – AQUELE QUE PÕE FIM À INIMIZADE
O governo de alguém que seja um maravilhoso conselheiro, com
existência e poder soberanos eternamente produz paz – e seu governo de paz
será, necessariamente, eterno. Jesus é chamado de príncipe (neste caso, de
príncipe – aquele que tem a primazia - da vida, embora nossa tradução traga
“autor da vida” - At 3:15). No caso
de Jesus seu principado não se refere apenas a autoridade e poder, mas a
autoria – assim como à parte de Jesus não há vida, também não pode haver paz
sem ele (Jo 14:27). Somente por meio
de Cristo há paz entre o homem pecador (que de outra sorte continuaria tomando
atitudes de confronto e inimizade contra Deus – Ef 2.1-3) e Deus (Rm 5.1-2).
Em Cristo e por Cristo também são removidas as barreiras que
separam os homens entre si – havia barreiras entre judeus e gentios, entre
gregos e bárbaros, entre livres e escravos, entre homens e mulheres (Gl 3:28), mas Cristo aboliu todas as
barreiras em sua carne (Ef 2:14)
obrigando um judeu, como Pedro, a reconhecer o alcance universal da salvação,
independente da nacionalidade (At
10.34-36).
Em Cristo temos paz com Deus e com o próximo – Cristo é o
único que pode trazer paz entre os homens, como anunciaram os anjos aos
pastores (Lc 2:14). Aproveite o 25
de dezembro para começar a falar desta paz pelos próximos 365 dias e você
estará de fato, mostrando que a vinda do messias fez sentido em sua vida.
APLICAÇÃO
Eu sei que você não pode dizer, em verdade, que não deseja
estas coisas. Você quer paz – e eu tenho que lhe dizer que você só pode obter
paz verdadeira se ela lhe for dada pelo príncipe da paz. Com muito esforço
talvez, e isto é apenas uma hipótese, você pode viver sem brigar com ninguém,
mas sem Cristo você jamais poderá ter paz com Deus – e esta é a única paz que
realmente importa porque sua natureza essencial lhe diz que se você resolver
todos os seus problemas com o mundo, se você for amigo de todo o mundo, ainda
assim você permanecerá inimigo de Deus (Tg
4:4).
Eu sei que você não deseja enfrentar a morte – e mesmo os que
desejam deixar de viver o fazem não porque não amam a vida, mas porque não
suportam os seus problemas, mas precisam ser avisados que, abandonando a vida
sem receber de Deus a vida eterna só experimentarão mais dores e angustias, e,
pior, angústia sem esperança pois o que resta para quem não tem a vida eterna é
a morte eterna, o inferno e seus tormentos inextinguíveis (Mc 9.42-48).
Eu sei que você deseja segurança – e você mostra isso quando
coloca muros e grades em sua casa. Quando não sai às ruas sozinho de madrugada.
Quando se cerca de todos os tipos de instrumentos que consegue para evitar
sofrer nas mãos de salteadores, bandidos… mas que segurança você pode ter
quando os céus se desfizerem, e a terra for abalada? Que segurança você pode
conseguir quando os próprios montes virem abaixo? Onde você poderá estar seguro
quando o Senhor resolver efetuar o grande juízo? Não há segurança sem o Deus
forte – nas mãos dele o mundo pode se enfurecer contra você e ainda assim você
poderá andar pelo vale da sombra da morte de maneira tranquila (Sl 23:4) e, ainda que milhares
caiam de todos os lados, você continuará seguro (Sl 91:7). Mas só com o Deus forte como seu Deus.
Isto parece fácil demais? Basta ter Jesus e eu terei a
verdadeira segurança, estarei seguro mesmo que o mundo acabe? Sim. Basta ter
Jesus, de verdade, que eu terei vencido a morte de maneira definitiva? Sim.
Basta ter Jesus e eu experimentarei a verdadeira paz? Sim. Isto parece
maravilhoso demais? É maravilhoso demais, mas é maravilhoso porque é uma dádiva
do Deus maravilhoso, é uma dádiva do maravilhoso conselheiro, daquele que tem
respostas para todas as suas dúvidas existenciais essenciais (Jr 33:3).
Você pode ser sábio, e receber este maravilhoso presente de
Deus. Ou pode continuar correndo atrás dos presentes do mundo, presentes que,
quando você realmente precisar de algo de valor, estarão ausentes e serão
inúteis.
Um comentário:
Pr. um ensinamento muito bom sobre verdadeiramente o que significa o nascimento De Jesus já salvei e guardei. Quando eu estiver no meio da Família todos católicos em uma boa oportunidade vou tentar aplicar.
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