Faz um tempinho que não
escrevo sobre política, economia ou afins. Isto não quer dizer que eu não pense
mais no assunto, ou que esteja satisfeito com o impeachment e a devastadora
resposta das urnas ao PT, que sempre considerou suas vitórias nas mesmas como
uma espécie de absolvição do tribunal popular para suas conhecidas falcatruas. Assim,
as mesmas urnas que absolviam não servem como parâmetro de condenação, dois
pesos, duas medidas. Esse é o PT.
Há cerca de dois anos
um amigo, empresário e agropecuarista muito bem sucedido revelava uma preocupação
com uma eventual queda do PT. Temia-se que seus aparelhos [CUT, MST, MTST, Black-blocks,
UNE e semelhantes] parassem o país. Acreditava-se que eles possuíam mais de um
milhão de guerrilheiros dispostos a tudo pela revolução social. Desde aquela época
eu já afirmava que não – que eram poucos, e que só tinham força devido ao pão
com mortadela distribuído ao populacho e aos gordos desvios de verbas públicas
que praticavam, sem contar com a conivência da [in]justiça e das forças
policiais.
O tempo mostrou que
assim era. O petralhismo e seus irmãos do foro de São Paulo estão em frangalhos
por toda a América Latina. O PT vai diminuir ainda mais, Lula [junto com Dilma
e seus comparsas] é um fantasma parecido com os tios do fantasminha Gaspar...
incomodam, mas... só incomodam. E este é, ainda, embora por breve tempo, o
problema. Qual o proposito deste texto? É sobre o ENEM que eu quero falar. Este
é o segundo maior programa de avaliação e exame para entrada numa faculdade,
bem como obtenção de verba para financiamento de cursos acadêmicos e leio que
mais de 220.000 brasileiros deixarão de fazer a prova por causa de grupelhos de
estudantes que não se conformam com a ação do parlamento, da justiça e das
urnas.
Ocupam escolas com a
desculpa de que querem o melhor para a educação. E depredam-nas. Impedem alunos
de estudar. Impedem professores de ensinar. Impedem mais de 200.000 pessoas de
tentarem uma sorte melhor. E muitos que estão lá nem estudantes são mais. É a
mais grosseira, estúpida e insensata cascata. Não é o bem da educação que
querem. Querem apenas os holofotes, fazer barulho e, quem sabe, mártires – o problema
é que já demonstraram quem são, a ponto de entre eles já ter aparecido consumo
de drogas e assassinato.
E estudantes que não estudam
impedem estudantes de estudarem e de fazerem a prova que pode mudar suas vidas
[sim, a pressão, a oportunidade, muitos investiram tempo, abandonaram empregos
para se qualificarem e não poderão faze a prova, ou a farão em outra data sacrificando,
mais uma vez outros interesses]. Vi o absurdo de uma escola invadida por 4
pessoas, dos quais 3 foram estudantes naquela instituição
há mais de 5 anos – e o Estado não tinha ordem para retirá-los de lá. Outra
escola invadida [não ousem imaginar que eu iria usar o eufemismo esquerdista “ocupada”,
porque ocupada uma escola só está quando alunos estudam e professores ensinam] que
seria usada para o ENEM viu o Ministério da Educação fazer um acordo com 20
desocupados que se comprometeram a não fazer nenhum tipo de manifestação “enquanto
as provas estivessem em andamento”.
E pergunto: quem
perdeu? Esta multidão de uns poucos desocupados, pseudoestudantes que não estudam
e pseudoprofessores que não ensinam o que deveriam ensinar, marxistas de
carimbo na testa mas que provavelmente nunca leram Karl Marx, pseudofreirianos
cujo propósito é só obterem mais benefícios para si próprios e que usa alguns
alunos como massa de manobra já perdeu. Sua causa é perdida. Terão visibilidade
mas perderão. São um bando de derrotados fazendo uso do jus sperneandis, isto é,
o direito dos derrotados de chorarem. Perderam, sabem que perderam, mas querem
causar o máximo de estrago, numa tática de terra arrasada para ver se, ao
menos, colhem algumas batatas.
Quem mais perdeu? Perderam
os alunos que ficaram sem aulas durante todo este tempo, que poderiam estar se
preparando para o ENEM e seus professores [professores de verdade] não puderam
ministrar-lhes o conteúdo que lhes auxiliaria nas provas [e ficaram em
desvantagem em relação a alunos de outras escolas que tiveram aulas]. Muitos perderam
a oportunidade este ano e ano que vem não poderão fazer o exame com as mesmas
chances de sucesso.
Perdeu o Estado
[ministério da Educação, da Justiça, governos Federal, Estadual e municipal]
que não coibiu este abuso que é o cumprimento pífio da promessa de “parar o
Brasil”. Não pararam, mas são como espinho no pé do caminhante... incomodam,
atrasam e dão trabalho. Até que sejam extirpados e lançados na lata de lixo da história.
Onde estão os lixeiros?
Enfim, perdemos todos
pois acabamos sem a certeza de que amanhã, poderemos sair de nossas casas e
chegar ao trabalho porque uma meia dúzia de desocupados [e agora desalojados de
suas mamatas públicas] pode resolver tirar o nosso direito de ir e vir, como
tiraram o de muitos de estudarem e de fazerem as provas. Só pararemos de perder
quando aqueles que tiram o direito básico e fundamental do cidadão [ir e vir]
tiverem a resposta da justiça: tirar-lhes o direito de ir e vir.
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