sábado, 5 de novembro de 2016

QUEM PERDEU COM A INVASÃO DE ESCOLAS

Faz um tempinho que não escrevo sobre política, economia ou afins. Isto não quer dizer que eu não pense mais no assunto, ou que esteja satisfeito com o impeachment e a devastadora resposta das urnas ao PT, que sempre considerou suas vitórias nas mesmas como uma espécie de absolvição do tribunal popular para suas conhecidas falcatruas. Assim, as mesmas urnas que absolviam não servem como parâmetro de condenação, dois pesos, duas medidas. Esse é o PT.
Há cerca de dois anos um amigo, empresário e agropecuarista muito bem sucedido revelava uma preocupação com uma eventual queda do PT. Temia-se que seus aparelhos [CUT, MST, MTST, Black-blocks, UNE e semelhantes] parassem o país. Acreditava-se que eles possuíam mais de um milhão de guerrilheiros dispostos a tudo pela revolução social. Desde aquela época eu já afirmava que não – que eram poucos, e que só tinham força devido ao pão com mortadela distribuído ao populacho e aos gordos desvios de verbas públicas que praticavam, sem contar com a conivência da [in]justiça e das forças policiais.
O tempo mostrou que assim era. O petralhismo e seus irmãos do foro de São Paulo estão em frangalhos por toda a América Latina. O PT vai diminuir ainda mais, Lula [junto com Dilma e seus comparsas] é um fantasma parecido com os tios do fantasminha Gaspar... incomodam, mas... só incomodam. E este é, ainda, embora por breve tempo, o problema. Qual o proposito deste texto? É sobre o ENEM que eu quero falar. Este é o segundo maior programa de avaliação e exame para entrada numa faculdade, bem como obtenção de verba para financiamento de cursos acadêmicos e leio que mais de 220.000 brasileiros deixarão de fazer a prova por causa de grupelhos de estudantes que não se conformam com a ação do parlamento, da justiça e das urnas.
Ocupam escolas com a desculpa de que querem o melhor para a educação. E depredam-nas. Impedem alunos de estudar. Impedem professores de ensinar. Impedem mais de 200.000 pessoas de tentarem uma sorte melhor. E muitos que estão lá nem estudantes são mais. É a mais grosseira, estúpida e insensata cascata. Não é o bem da educação que querem. Querem apenas os holofotes, fazer barulho e, quem sabe, mártires – o problema é que já demonstraram quem são, a ponto de entre eles já ter aparecido consumo de drogas e assassinato.
E estudantes que não estudam impedem estudantes de estudarem e de fazerem a prova que pode mudar suas vidas [sim, a pressão, a oportunidade, muitos investiram tempo, abandonaram empregos para se qualificarem e não poderão faze a prova, ou a farão em outra data sacrificando, mais uma vez outros interesses]. Vi o absurdo de uma escola invadida por 4 pessoas, dos quais 3 foram estudantes naquela instituição há mais de 5 anos – e o Estado não tinha ordem para retirá-los de lá. Outra escola invadida [não ousem imaginar que eu iria usar o eufemismo esquerdista “ocupada”, porque ocupada uma escola só está quando alunos estudam e professores ensinam] que seria usada para o ENEM viu o Ministério da Educação fazer um acordo com 20 desocupados que se comprometeram a não fazer nenhum tipo de manifestação “enquanto as provas estivessem em andamento”.
E pergunto: quem perdeu? Esta multidão de uns poucos desocupados, pseudoestudantes que não estudam e pseudoprofessores que não ensinam o que deveriam ensinar, marxistas de carimbo na testa mas que provavelmente nunca leram Karl Marx, pseudofreirianos cujo propósito é só obterem mais benefícios para si próprios e que usa alguns alunos como massa de manobra já perdeu. Sua causa é perdida. Terão visibilidade mas perderão. São um bando de derrotados fazendo uso do jus sperneandis, isto é, o direito dos derrotados de chorarem. Perderam, sabem que perderam, mas querem causar o máximo de estrago, numa tática de terra arrasada para ver se, ao menos, colhem algumas batatas.
Quem mais perdeu? Perderam os alunos que ficaram sem aulas durante todo este tempo, que poderiam estar se preparando para o ENEM e seus professores [professores de verdade] não puderam ministrar-lhes o conteúdo que lhes auxiliaria nas provas [e ficaram em desvantagem em relação a alunos de outras escolas que tiveram aulas]. Muitos perderam a oportunidade este ano e ano que vem não poderão fazer o exame com as mesmas chances de sucesso.
Perdeu o Estado [ministério da Educação, da Justiça, governos Federal, Estadual e municipal] que não coibiu este abuso que é o cumprimento pífio da promessa de “parar o Brasil”. Não pararam, mas são como espinho no pé do caminhante... incomodam, atrasam e dão trabalho. Até que sejam extirpados e lançados na lata de lixo da história. Onde estão os lixeiros?

Enfim, perdemos todos pois acabamos sem a certeza de que amanhã, poderemos sair de nossas casas e chegar ao trabalho porque uma meia dúzia de desocupados [e agora desalojados de suas mamatas públicas] pode resolver tirar o nosso direito de ir e vir, como tiraram o de muitos de estudarem e de fazerem as provas. Só pararemos de perder quando aqueles que tiram o direito básico e fundamental do cidadão [ir e vir] tiverem a resposta da justiça: tirar-lhes o direito de ir e vir.

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