quarta-feira, 7 de agosto de 2019

COERÊNCIA: PELO QUE VOCÊ ORA E COMO VOCÊ AGE

Conclamar o povo de Deus a oração é uma constante nas Escrituras. Por exemplo, Paulo pede aos crentes que orem por ele para que lhe fosse dada intrepidez na pregação da Palavra (Ef 6.19). Este é um pedido de oração mais que justo e santo.
Os crentes também são convocados para orarem pela paz de sua cidade (Sl 122.6) embora neste contexto Jerusalém seja mais que uma cidade, apontando, metaforicamente, para a comunidade dos santos de Deus, a Igreja.
Paulo também pede que a Igreja não deixe de orar, em todo o lugar, e nesta prática levantassem mãos santas sem ira ou disputas entre si (1Tm 2.8).
Quero falar ao coração da Igreja de Deus, neste tempo e neste lugar. Quero chamar a Igreja a refletir se, de fato, estamos orando (aqueles que estão orando) e se nossa ação reflete o que falamos em nossas orações.
O tempo presente exige da Igreja do Senhor coerência. Coerência entre aquilo que afirma crer e como aplica esta fé ao seu dia-a-dia, no que poderíamos denominar como ética cristã ou simplesmente testemunho cristão, que certamente fala muito mais sobre nós, nossa fé e nossa Igreja do que qualquer sermão. Um mau testemunho só não fala mau sobre Deus porque se trata de desobediência a Deus - um mau testemunho não fala do caráter de Deus, mas da deformidade do caráter do faltoso que ainda não chegou à medida da perfeita varonilidade (Ef 4.13) e em alguns casos nem busca isto (Hb 12.14), não quer progredir espiritualmente.
Ouvi uma frase que não me causou espanto, embora tenha me causado grande tristeza por causa da Igreja e do Evangelho. Alguém, certa vez, falando sobre o testemunho de membros de uma Igreja, disse que, se eles fossem para o céu ele, o incrédulo, preferia passar longe deste céu. Isto é lamentável e muito, muito distante, do que o cristão deve ser: o bom perfume de Cristo (2Co 2.15).
Não é incomum um membro de Igreja perguntar porque parece que Deus não ouve as nossas orações. A resposta está nas Escrituras. Porque as mãos que estão sendo levantadas não são santas. Porque mesmo que as orações sejam multiplicadas o Senhor não as quer ouvir (Is 1.15). Porque mesmo que as assembleias sejam constantes o Senhor preferiria que as portas permanecessem fechadas (Ml 1.10).
Não é assim que o povo do Senhor deve ser. Fomos chamados para ser nação santa, isto é, separada da corrupção do mundo e se no passado o mundo estranhava que a Igreja não concorresse com eles nos seus excessos pecaminosos hoje parece que o mundo já não consegue acompanhar a Igreja em seus escândalos (1Pe 4.4). Fomos chamados para ser sacerdócio real e parece que a busca da Igreja é acesso a privilégios e poderosos ao invés de achegar-se confiadamente ao trono de graça (Hb 4.16). Somos chamados de povo de propriedade exclusiva de Deus mas até que ponto nossas ações refletem esta filiação divina ou corações inclinados para outro senhorio?

Nenhum comentário:

FAÇA DESTE BLOG SUA PÁGINA INICIAL