Conclamar o povo de Deus a oração é uma constante nas
Escrituras. Por exemplo, Paulo pede aos crentes que orem por ele para que lhe
fosse dada intrepidez na pregação da Palavra (Ef 6.19). Este é um pedido de oração mais que justo
e santo.
Os crentes também são convocados para orarem pela paz
de sua cidade (Sl 122.6) embora neste contexto Jerusalém seja mais
que uma cidade, apontando, metaforicamente, para a comunidade dos santos de
Deus, a Igreja.
Paulo também pede que a Igreja não deixe de orar, em
todo o lugar, e nesta prática levantassem mãos santas sem ira ou disputas entre
si (1Tm 2.8).
Quero falar
ao coração da Igreja de Deus, neste tempo e neste lugar. Quero chamar a Igreja
a refletir se, de fato, estamos orando (aqueles que estão orando) e se nossa
ação reflete o que falamos em nossas orações.
O tempo presente exige da Igreja do Senhor coerência.
Coerência entre aquilo que afirma crer e como aplica esta fé ao seu dia-a-dia,
no que poderíamos denominar como ética cristã ou simplesmente testemunho
cristão, que certamente fala muito mais sobre nós, nossa fé e nossa Igreja do
que qualquer sermão. Um mau testemunho só não fala mau sobre Deus porque se
trata de desobediência a Deus - um mau testemunho não fala do caráter de Deus,
mas da deformidade do caráter do faltoso que ainda não chegou à medida da
perfeita varonilidade (Ef 4.13) e em alguns casos nem busca isto (Hb 12.14), não
quer progredir espiritualmente.
Ouvi uma frase que não me causou espanto, embora
tenha me causado grande tristeza por causa da Igreja e do Evangelho. Alguém,
certa vez, falando sobre o testemunho de membros de uma Igreja, disse que, se
eles fossem para o céu ele, o incrédulo, preferia passar longe deste céu. Isto
é lamentável e muito, muito distante, do que o cristão deve ser: o bom perfume
de Cristo (2Co 2.15).
Não é incomum um membro de Igreja perguntar porque
parece que Deus não ouve as nossas orações. A resposta está nas Escrituras.
Porque as mãos que estão sendo levantadas não são santas. Porque mesmo que as
orações sejam multiplicadas o Senhor não as quer ouvir (Is 1.15).
Porque mesmo que as assembleias sejam constantes o Senhor preferiria que as
portas permanecessem fechadas (Ml 1.10).
Não é assim que o povo do Senhor deve ser. Fomos
chamados para ser nação santa, isto é, separada da corrupção do mundo e se no
passado o mundo estranhava que a Igreja não concorresse com eles nos seus
excessos pecaminosos hoje parece que o mundo já não consegue acompanhar a
Igreja em seus escândalos (1Pe 4.4). Fomos chamados para ser sacerdócio real e
parece que a busca da Igreja é acesso a privilégios e poderosos ao invés de
achegar-se confiadamente ao trono de graça (Hb 4.16). Somos chamados de povo de propriedade
exclusiva de Deus mas até que ponto nossas ações refletem esta filiação divina
ou corações inclinados para outro senhorio?
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