Há muitos cristãos muito ocupados ultimamente.
Acreditávamos, décadas atrás, com que a tecnologia nos faria trabalhar menos,
com maior produtividade, e assim teríamos mais tempo para atividades
espirituais e lúdicas. Não é o que se vê. Dia a dia é possível observar que,
mesmo com o desenvolvimento prodigioso da tecnologia tem-se cada vez mais
ocupações e cada vez menos tempo até para si mesmos.
Certo é que não há problema em ocupar-se com
trabalhos. O ensino das Escrituras é que o homem justo é o que trabalha e
confia no Senhor para dar-lhe o sustento como fruto de seu trabalho (2Ts 3.10). Este
verso pode ser entendido corretamente como uma ordem para o preguiçoso ir
trabalhar e, por outro lado, como uma determinação para que nenhum cristão
sustente um preguiçoso e indolente.
Mas também precisamos abordar um outro aspecto desta
questão: o trabalho em demasia, impedindo o convívio familiar e as atividades
devocionais. Ao homem é ordenado, por exemplo, que viva a vida comum do lar (1Pe 3.7) e
isto é mais que dar um bom dia antes de sair e um boa noite antes de dormir.
A bíblia fala de alguns homens que tinham uma dura
ocupação diária. Se você chegasse em sua casa após o almoço certamente os
encontraria dormindo. Mas logo mais, ao fim do dia, eles entrariam em seus barcos
e partiriam para a dura tarefa de buscar o sustento no lago de Genesaré. Entre
estes homens chamamos a atenção para Pedro, Tiago e João. Pouco antes de terem
seus barcos requisitados como plataforma por Jesus eles haviam passado pelo
menos 10h navegando pelo lago tentando pescar. E, depois de voltarem às
margens, geralmente gastavam mais 2 ou 3 horas preparando-se para a pescaria da
noite seguinte.
Esta era a sua rotina, seis vezes por semana. Mas a
chegada de Jesus naquela praia, naquela manhã, mudaria um pouco a sua rotina.
Mesmo sem terem pescado nada eles tinham que preparar as redes para a noite
seguinte e de repente Jesus lhes pede para usar o barco como plataforma de onde
pregaria para a multidão que o apertava. Querendo ou não Pedro e os demais
tiveram que ficar ali, ouvindo o que Jesus tinha a dizer e aguardando o fim do
discurso para, finalmente, irem para casa descansar.
Mas aquela era uma manhã diferente. Eles ouviram tudo
quanto Jesus ensinara ao povo. Quando acharam que estava terminando eles
recebem uma ordem de Jesus: deviam fazer o que não estavam acostumados a fazer,
precisavam mudar sua rotina, precisavam fazer algo diferente porque Jesus
estava mandando que fizessem. E eles, mesmo com algum grau de estranhamento e
desconfiança, afinal Jesus podia até ser o filho do fazedor de barcos, mas não
era pescador. Mas eles obedecem. E se não obedecessem certamente não teriam a
alegria de efetuarem a maior e mais impressionante pescaria que alguém já tinha
visto naquela região.
O princípio aqui expresso é que se o que você tem
ouvido da Palavra de Deus não te impulsiona à obediência, se o que você tem
ouvido não te leva a abrir mão de suas convicções pessoais e se não há uma
mudança de comportamento então você está gastando seu tempo à toa. Quando você
ouve e atende você está investindo seu tempo em aprendizado e será abençoado.
Mas quando você ouve e não tem suas inclinações do coração modificadas então
você está só perdendo tempo.
O chamamento do Senhor em Isaias é simples e claro:
Se você quiser, se você ouvir e se você obedecer então poderá experimentar as
melhores e maiores bênçãos de Deus. Mas, por outro lado, se não quiser, se não
ouvir e se não obedecer, isto é, se recusardes e continuardes em rebelião,
então, a promessa é de que todos os seus esforços serão tão inúteis quanto os
de Pedro naquela noite no lago de Genesaré e, pior ainda, corres o risco de
perder até o que você acha que tem. É melhor obedecer e ser abençoado, não
achas?
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