domingo, 1 de novembro de 2009

POR UMA NOVA REFORMA

PRMARTHON Estudar os eventos que levaram à Reforma Protestante do século XVI [que completa 492 anos exatamente hoje] fico impressionado com as similaridades existentes entre a religiosidade medieval e a atual. Podemos detectar a existência de uma igreja secularizada, mundana mesmo, mais preocupada com alianças políticas e econômicas [infelizmente esta tendência pode ser encontrada, em maior ou menor grau, em quase todas as denominações], baixíssima espiritualidade e muita pompa, e as lideranças eclesiásticas correndo para obterem vantagens cada vez maiores, por menos morais [ou mais amorais] que estas sejam.

Vemos também uma religiosidade mística e supersticiosa, por parte da maioria dos membros das igrejas – e, lamentavelmente, a liderança que deveria combater estes erros acaba sendo o maior interessado e beneficiário desta religiosidade sem Cristo, mas igrejista, profetista, bispista ou neo-apostolista [numa substituição da figura papal do século XVI pelos atuais donos de muitas destas igrejas].

Vemos também uma covardia de muitos que, para não perderem seus privilégios, não ousam dizer: isto está errado. Muitos temem a censura, a perseguição, a não obtenção de oportunidades que “todos tem”. Assim, deixam de falar o que é necessário, verdadeiro, bom e correto, para falar o que é, na moda atual, politicamente correto. E, como diz um amigo, nada que é politicamente correto é realmente correto, porque geralmente busca agradar a todos – a Deus e o diabo, e quem mais estiver entre os dois.

Surgirá outro Lutero? Quem será o seu Aleander? Quem será o papa Júlio? Ou o rei Carlos? Quantos ousarão seguir a verdade, depondo as próprias cabeças diante da espada da censura, do escárnio, da zombaria?

Triste religião a que vivemos no século XXI. Tão avançada, tão cheia de conhecimento, tão intelectualizada, massificada, mas tão inexplicavelmente distante da simplicidade evangélica real. Não quero uma reforma cosmética – não se trata de mera aparência, mas de uma real transformação na essência. E aqui jaz o grande problema: para que se tenha esta transformação é necessário um renascimento real, espiritual, e não um mero adesismo que é o que tem caracterizado a igreja moderna.

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