sábado, 12 de novembro de 2011

NEEMIAS – PRINCÍPIOS [7, 8, 9]

Este artigo é a terceira parte de uma palestra sobre Neemias – 9 princípios para a edificação da obra do Senhor.

Não parar apesar da oposição [4.1-3]

Há um ditado popular, que era constantemente repetido por meu avô, que afirma que "muito faz quem não atrapalha". Infelizmente, na Igreja, o inverso é verdadeiro, muito atrapalha quem nada faz. Há mais especialistas em detectar falhas [reais ou imaginárias apenas porque as coisas não estão sendo feitas do modo que julgam ser correto] do que em dar sugestões. Conta-se uma historieta em que um presidente da empresa foi procurado por um de seus gerentes para ficar a par de alguns problemas da firma. Após o relato, o presidente pergunta ao gerente: e qual a solução para estes problemas? O gerente responde: não sei. Ao que o presidente diz: Então você não serve para ser gerente se não tem ao menos sugestões. No caso de Neemias, e de um líder que segue os seus princípios, que não são apenas bíblicos mas extremamente práticos [Mt 12.30] Os descompromissados, ao serem rejeitados, poderão se tornar opositores incansáveis. Aos judeus era vedado determinados tipos de relacionamento com os não judeus. Os vizinhos já eram naturalmente adversários dos judeus, foram sujeitos por eles em diversas ocasiões, e viam com apreensão a reconstrução de Jerusalém. E após a rejeição esta oposição se transforma em ira e inimizade. Seu alvo principal é o cabeça da obra, Neemias, a ponto de intentarem matá-lo [Ne 6.5-14], tanto com ameaças quanto com artimanhas [Ne 6.10-11]. Neemias não foge da batalha porque sabe que está fazendo a obra do Senhor dos exércitos. Não se intimida, toma os cuidados necessários mas está pronto para ir em frente.

Corrigir eventuais desvios pelo caminho [5.1-13]

Para resolver problemas que estavam acontecendo, tanto na área econômica, religiosa e social, ele precisou tomar algumas medidas.

Legislou sobre os empréstimos que eram efetuados por alguns judeus que ficaram ricos, explorando os irmãos com a cobrança de até 60% ao ano, tendo como garantia de pagamento a penhora dos próprios filhos, judeus, que se tornavam escravos de seus irmãos judeus. Neemias fez valer a lei mosaica de que qualquer penhor só teria valor por 6 anos, e sétimo a divida deixaria de existir [Ne 10.32].

Legislou sobre causas sócio-religiosas, tendo em vista reagrupar o povo que havia sido deixado numa situação de desprezo e abandono, sem qualquer liderança [todos os nobres foram levados para a Babilônia]. Com população reduzida, e com o aumento dos estrangeiros os judeus precisavam aumentar rapidamente o seu número casando-se com os estrangeiros. Neemias proibiu tais casamentos, ordenou os divórcios porque os filhos dos israelitas não estavam aprendendo o hebraico nem a fé israelita e isso desintegraria Israel como nação.

Confiar inteiramente em Deus [2.20; 6.15-16]

Crer significa confiar de maneira plena, depositando toda a esperança nas mãos de alguém que se julga mais poderoso. Para o cristão significa entregar-se totalmente nas mãos de Deus em todos os momentos, mesmo naqueles que achamos que temos condições de solucionar os problemas. É algo como chegar em uma cidade grande, totalmente desconhecida, e dar o endereço ao motorista do taxi. Você sabe onde quer chegar, mas não sabe o caminho, e sequer saberá que chegou a menos que o motorista te diga. Se ele deixa avenidas, entra por ruas estreitas você nada mais faz do que confiar. Lembremos que Deus é mais que um simples taxista, ele tem em suas mãos todo o poder, em sua mente todo o conhecimento. O cargo de Neemias era cobiçado. Ir para Jerusalém na situação em que ela se encontrava era muito perigoso. Ele podia enfrentar oposição tanto dos judeus quanto dos vizinhos. Mas ele sabia que estava fazendo a obra de Deus, e não teve medo. Ele não tinha todos os recursos, mas sabia que Deus não deixaria nada faltar para que a sua obra fosse completada. Esta confiança de Neemias é expressa extraordinariamente em Ne 6.9, quando ora: "Ó Deus, fortalece as minhas mãos". Ele sabia que tinha que fazer, por isso menciona as mãos, mas sabia que a força vinha de Deus.

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