Porque sofremos?
Não há quem não tenha uma experiência de sofrimento que tenha julgado exagerada ou imerecida. Mas, será mesmo?
Será que há algo que nos sobrevenha que não seja na justa medida, inclusive dentro da justiça de Deus?
Se lembrarmos do caráter moral e espiritualmente depravado da humanidade e a colocarmos ante a justiça e a santidade de Deus logo somos levados a reconsiderar nossa forma de raciocinar, pois um Deus justo tem pleno direito de dar a pecadores o que eles trabalharam arduamente para receber: a morte como salário de seus pecados.
Assim, qualquer coisa diferente da morte e da condenação já é um lucro. Desta maneira sou levado a admitir que sofro porque que mereço sofrer. Minha dor não é injusta, minha angústia não é exagerada. Penso nisto e mergulho num exame de mim mesmo, sabendo que mesmo assim haverá faltas que ficaram ocultas aos meus olhos [e até mesmo nisso vejo a graça de Deus, pois as que consigo enxergar já me esmagam suficientemente] e peço, mais que isso, imploro pela não condenação, pois sei ser indigno da absolvição.
Todavia, ao mesmo tempo em que recebo das mãos de Deus a disciplina que é justa e que vem das suas mãos porque ele tem demonstrado grande amor para comigo a ponto de expô-lo em uma cruz sacrificial, rejeito, todavia, o sofrimento que me seja causado por homens maus, sem caráter e cheios de dolo - também eles pecadores como eu.
Não há justiça na dor causada por ímpios
Para estes homens maus sei que o Senhor reservará o seu justo juízo, ainda que pareçam prosperar em seus intentos. Chegará o tempo em que ficará clara a diferença entre o que teme a Deus e aqueles que o professam com lábios fraudulentos mas cujos corações estão cheios de iniquidade.
Sim, do Senhor é justo o tratamento, mesmo que produza tristeza por um tempo. Sei que mereço o cálice que o Senhor tem para mim. Sei que não compensaria o tamanho das minhas falhas - mas sei que ele está me tratando. Meu coração dói - meu coração exulta no meu Salvador.
Sou um entre dez mil, ainda que longe sua mão me guia, ainda que eu tente me esconder seus olhos me vêem, e, se resvalarem os pés, confio, Senhor, meu caminho a ti, e sei que não me deixarás prostrado.
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