terça-feira, 21 de maio de 2013

NÃO DESISTA ENQUANTO A SUA OBRA NÃO ESTIVER TERMINADA


NÃO DESISTA ENQUANTO A SUA OBRA NÃO ESTIVER TERMINADA
O evangelista Lucas registra um evento do ministério de Jesus cheio de significado. Alguns dos apóstolos de Jesus eram pescadores. Não devemos imaginá-los como pescadores analfabetos. Eram, entretanto, homens rudes, de pouca instrução e simples em suas formulações a respeito de Deus e de sua religião, mas, como todos os judeus, conhecedores das Escrituras e da história de Israel. Temos aqui homens práticos, pouco afeitos à abstração. Para eles o que importava era responder à pergunta: qual a utilidade disto para a minha vida? De que maneira isto me afeta? E minha família, meu trabalho?
Lucas nos conta que estes homens, bastante acostumados à lide do grande lago galileu, haviam passado a noite toda e nada pescaram. Era um trabalho duro. As redes eram penduradas dentro d'água em um complexo de três redes, lançadas em alto mar, deixando um quarto lado aberto. Para jogar uma rede eram necessários quatro homens. Os pescadores afastavam-se e se reaproximavam agitando as águas com os remos para tocar os peixes para dentro delas.
Havia noites que não pescavam nada. Os pescadores penduravam as redes, agitavam os remos, suspendiam as redes e viam que não haviam apanhado nada! Voltam a procurar em outros lugares, e em outros, tantas vezes quantas fossem necessárias, e ainda que experimentassem a mesma decepção ao levantar as redes, não reclamavam nem desistiam.
Cansados e abatidos no fim da noite desciam na praia para limpar as redes e consertar os rasgos das mesmas, fazer a manutenção dos barcos e demais equipamentos, trabalhando ainda algumas horas.
Sua ocupação nem sempre recompensava o trabalho árduo. Mas os pescadores com os quais Jesus se encontra estavam se preparando para a próxima tentativa. O lago os aguardava. O barco e as redes precisavam estarem prontas, aguardando-os. E eles iriam mais vezes, tantas quantas suas forças permitissem.
Havia algumas condições também, para eles voltarem para a água. As condições climáticas deveriam ser minimamente favoráveis, e eles conseguiam prever, com razoável grau de acerto, se faria tempo bom ou não [Lc 12.56: Hipócritas, sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu e, entretanto, não sabeis discernir esta época?].
Também havia uma hora propícia para a pescaria. Era a noite que eles pescavam. Durante o dia a pesca era geralmente infrutífera. Eis estes homens, frustrados, mas perseverantes, e com eles Jesus. Isto faz alguma diferença? Sim, faz não alguma, mas toda a diferença, como veremos a seguir na vida de Pedro e demais pescadores.

NAQUELE DIA ELES OUVIRAM O ENSINO DE JESUS
A Escritura nos diz que o ensino de Jesus era diferente. Diferente no conteúdo [Mt 5.27-28: Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela], diferente na abordagem [Jo 4.9-10: Então, lhe disse a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana (porque os judeus não se dão com os samaritanos)? Replicou-lhe Jesus: Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva] e diferente, principalmente, na autoridade [Mc 1.22: Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas].
Não era somente pela interpretação nova [aliás, novidade em interpretação não era, absolutamente, algo que causasse espécie entre os judeus, capazes de tirar ensinos mirabolantes de textos simples] e mais clara das Escrituras, mas, principalmente, porque sua autoridade ao ensinar advinda do fato de que falava com convicção das palavras que ouvira do Pai [Jo 17.7: Agora, eles reconhecem que todas as coisas que me tens dado provêm de ti; porque eu lhes tenho transmitido as palavras que me deste, e eles as receberam, e verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu me enviaste], algo que lhe era exclusivo - não havia mais ninguém que ousasse chamar para si tal relacionamento com Deus [Mt 11.27: Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar].
Durante algum tempo Jesus usou o barco de Simão como uma tribuna para ensinar a multidão sem ser comprimido por ela [Lc 8.42: Pois tinha uma filha única de uns doze anos, que estava à morte. Enquanto ele ia, as multidões o apertavam]. Embora eles não tenham planejado, nem tivessem demonstrado qualquer interesse no ensino de Jesus, eles foram levados a ouvirem ao menos algumas horas do ensino de Jesus que era simples, direto e eficaz, exatamente como interessaria a pescadores como eles. Eles podiam entender o que aquele estranho mestre ensinava - não era filosofia da religião, era vida com Deus.
Do que Jesus falava? De semântica? Oratória? Não. Jesus falava de sementes, se ceifa, falava de pessoas, pássaros e plantas, falava de coisas que o homem comum podia entender e aplicar no seu dia-a-dia.
Certamente os relacionamentos que temos exigem cuidados imediatos. Não é difícil encontrar pessoas frustradas, desesperadas por novas experiências, por uma nova vivência em seus relacionamentos, mas não saibam como. Pessoas que, à semelhança do eunuco etíope, queriam algo novo, dispunham até de um manual de instruções mas não sabiam compreendê-lo e aplica-lo de maneira prática à sua situação pessoal.
Pessoas como as irmãs de Lázaro, Maria e Marta. Há muitas como Marta, ativas, correndo de um lado para o outro na tentativa de, pelo muito esforço, obter aprovação e atenção [Lc 10.40: Marta agitava-se de um lado para outro, ocupada em muitos serviços. Então, se aproximou de Jesus e disse: Senhor, não te importas de que minha irmã tenha deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me].
Mas, espera! A primeira coisa, a mais importante, foi a que Maria fez. Ela fora perdoada pelo Senhor [Lc 7.47: Por isso, te digo: perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama] e queria aprender o máximo que pudesse de Jesus, por isso assenta-se para ouvir o ensino do Senhor [Lc 10.39: Tinha ela uma irmã, chamada Maria, e esta quedava-se assentada aos pés do Senhor a ouvir-lhe os ensinamentos] antes de sair cometendo novos erros [Jo 8.11: Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais.], ou melhor, para não cometer novos erros.
É preciso ler o manual de instrução antes de ligar e, também, antes de consertar um equipamento problemático. Você, antes de sair correndo de um lado para o outro, dando cabeçadas, precisa parar e se perguntar: o que Deus quer que eu faça?
Não adianta correr para o mato, se esconder, como Adão e Eva fizeram. Não vai resolver o problema ficar cozendo folhas de figueira. Nem como paliativo isto serve. Não serviu para nada. Adão e Eva já estavam “vestidos” com as folhas de figueira e, mesmo assim, correram a se esconder porque se sentiam nus.
A primeira atividade requerida para que possamos encontrar um meio de resolver os problemas dos relacionamentos é parar para ouvir o que o Senhor tem a dizer. Pare para conhecer a vontade de Deus. Leia o mapa, olhe a bússola, e somente depois, dê o primeiro passo.
Entretanto, de nada adianta ter um mapa, uma bússola, e um tesouro e não ir busca-lo, ou, mais tolo ainda, é ir busca-lo sem obedecer às instruções do mapa. A bíblia apresenta numerosas instruções sobre a cura dos relacionamentos. Apresenta instruções sobre a manutenção dos relacionamentos. E às vezes encontramos pessoas que querem relacionamentos saudáveis , abençoados e felizes, mas sem obedecer ao manual de instruções. Não vão conseguir, vão fracassar, com a mais absoluta certeza.
O Deus que prometeu as bênçãos para os obedientes também prometeu que os desobedientes inevitavelmente enfrentariam as maldições da desobediência.

NAQUELE DIA ELES OBEDECERAM O ENSINO DE JESUS
Apesar de toda a sua experiência como pescadores, Pedro e os demais atendem ao que jesus lhes diz para fazer. Eles sabiam que o horário de pescar era à noite. Já tinham tido o trabalho de recolher, lavar e remendar as redes. Era um trabalho penoso, cansativo, após uma noite cansativa e frustrante.
Se o personagem central deste relato não fosse o Senhor Jesus e sua autoridade diferenciada, eu acharia absolutamente estranho que eles tenham atendido, ainda mais sabendo que aquele homem não tinha experiência nenhuma na área, afinal, ele era só o filho do carpinteiro que tinha se tornado pregador.
Vemos um reflexo da inquietação dos companheiros de Pedro nas suas palavras, ao dizer que “passaram a noite inteira tentando, com todas as técnicas que conheciam, e não tiveram resultado algum” [Lc 5.5: Respondeu-lhe Simão: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas sob a tua palavra lançarei as redes]. Pedro coloca para Jesus, ao dizer “mas sob a tua palavra”, que a responsabilidade e liderança era dele, Jesus. Pedro abriu mão da sua própria liderança, um traço natural de seu caráter, para colocar-se sob a liderança de Jesus.
Apesar de tudo, de todo o cansaço, Pedro e os demais resolvem atender. Resolvem desconsiderar todo o esforço, toda a experiência acumulada por anos de labor para atender o filho do carpinteiro, eu podia até entender de fazer barcos, mas de pescaria?
Pedro nos diz a razão deles para contrariar o senso comum: a Palavra de Jesus. Ele já tinha tido tempo para ouvi-lo. Sabia que ele falava com autoridade e poder. Percebera que não se tratava de um fariseu legalista, de um escriba estéril ou de um fanático semelhante aos muitos que circulavam por todos os cantos da palestina.
Sob a palavra, ou, colocado de outra maneira, por ordem de Jesus, faria o que por si mesmo ele não faria. Mudaria sua rotina, teria uma atitude diferente porque jesus mandara. Já não tinham pescado nada mesmo. O que poderia ser pior?
Nos relacionamentos também chegamos a situações parecidas. Labutamos sem luz tanto tempo, pensamos fazer o melhor e, na verdade, fazemos só o que pensamos ser o melhor. Parece contradição ou tautologia, mas a verdade é que muitas vezes o que aprendemos não é o melhor, não resolve. Investimos todos os nossos recursos, todo o nosso tempo, nossos esforços para, no final, termos apenas mãos cansadas e corações vazios.
E, de repente, vem alguém e nos diz para tentar de novo. Mas para fazer diferente do que viemos fazendo ao longo de toda a nossa vida [Jo 3.1: Havia, entre os fariseus, um homem chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus. Este, de noite, foi ter com Jesus e lhe disse: Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele. A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus].
Jesus não disse isso a um novo convertido, mas a um homem que era líder da religião em Israel, e da classe mais escrupulosa no zelo religioso, como Paulo [Fp 3.4-6: Bem que eu poderia confiar também na carne. Se qualquer outro pensa que pode confiar na carne, eu ainda mais: circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei, fariseu, quanto ao zelo, perseguidor da igreja; quanto à justiça que há na lei, irrepreensível].
É para esquecer tudo. É para esquecer tudo o que nossos pais nos ensinaram que não esteja concorde com a Palavra de Deus. É para esquecer tudo o que lemos e aprendemos na TV, cinema, convívio com amigos e, mais impressionante e difícil, para esquecermos até o nosso desejo de ficar quieto, não fazer nada. Se não for o que Jesus manda, então é hora de mudar tudo. Sem titubear.
Pense um pouco, se não tem dado certo, se sua vida está tão vazia quanto as redes de Pedro, o que você tem mesmo a perder? Qual o prejuízo que você vai ter se ouvir e obedecer [upaku/o] a Jesus, fazendo o que ele manda?
Eu posso afirmar, sem correr o menor risco de ser chamado de charlatão, que se você fizer o que Jesus manda você vai inevitavelmente colher as bênçãos da obediência [Dt 28.1-2: Se atentamente ouvires a voz do SENHOR, teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que hoje te ordeno, o SENHOR, teu Deus, te exaltará sobre todas as nações da terra. Se ouvires a voz do SENHOR, teu Deus, virão sobre ti e te alcançarão todas estas bênçãos]. Não é promessa minha, e do Senhor - que não falha e não torna atrás, não mente jamais [Nm 23.19: Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?].

NAQUELE DIA ELES COLHERAM AS BÊNÇÃOS DA OBEDIÊNCIA
Contrariando as expectativas de Pedro, quando eles se fazem ao largo, quando tentam de novo e lançam as redes, logo percebem algo diferente acontecendo. As redes logo estão mais pesadas do que o habitual - e não eram galhos ou enganchos. Elas estavam mais cheias do que eles jamais haviam visto. São tantos peixes que precisam de ajuda para puxá-las, e tantos peixes que outros barcos são necessários para transportá-los.
É provável que Pedro e os demais pescadores não tivessem conhecimento de uma pesca tão produtiva durante o dia. Talvez nenhuma semelhante em horário algum. A questão é: aquela era uma pescaria única: a única em que lançaram as redes em obediência às palavras de Jesus.
Quando iniciamos nossos relacionamentos temos uma serie de conceitos preestabelecidos que logo se mostram inadequados. Funcionam algumas vezes, outras são absolutamente ineficazes. Mas há algo vivo, poderoso, eficaz, constante e sempre produtivo: a palavra de Jesus.
Para colhermos os frutos da obediência precisamos fazer algo que não gostamos. Como Pedro temos que dizer que “pescamos a noite inteira e não pegamos nada”. Precisamos admitir o nosso fracasso. Precisamos dizer que nos esforçarmos, fizemos o que nos disseram que funcionaria e não está dando certo.
Quando estamos sozinhos o fracasso dói mas é uma dor suportável. Mas não é nada fácil olhar para o cônjuge e admitir que falhou, que fracassou, que não sabe mais o que fazer. Veja um pai dizendo para seus filhos que não sabe para onde ir nem para onde guiá-los.
Mas temos Jesus, e, se confiarmos nele, se entregarmos a direção de nossa vida às suas poderosas mãos [Sl 37.5: Entrega o teu caminho ao SENHOR, confia nele, e o mais ele fará] e nos agradarmos em fazer a sua vontade [Sl 40.8: agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro do meu coração, está a tua lei] ele satisfará os desejos do seu coração [Sl 37.4: Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará os desejos do teu coração].
Podemos confiar em jesus, lançar as nossas redes sob a sua Palavra, direcionar os nossos esforços em absoluta confiança na sua Palavra e ter a certeza de que temos um guia competente em um caminho seguro.
Quando um marido admite que não sabe o que fazer jesus diz: “Faça o que eu mando. Eu sei como você funciona. Sei como é o coração de sua esposa. E mais, eu te abençoarei com uma paz tão grande que nenhuma dificuldade vai te abalar”. Se tua esposa não entender, se ela não quiser um marido moldado por Jesus será ela a permanecer com as redes e o barco vazio.
O mesmo vale para a esposa - se ela disser ao seu Deus que que vai seguir a sua orientação, de mostrar ao seu marido que lhe será companheira e submissa, e, ainda assim, ele se recusar a alegrar-se com uma esposa segundo o coração de Deus, então, será a sua rede a ficar vazia, será ele o frustrado, o infeliz.

UMA PALAVRA AOS MARIDOS
O manual de Jesus diz: ame a sua esposa. Ame-a incondicionalmente porque ela vai falhar. Não a acuse, mas ame-a. lembre-se que você também erra. Falha em protege-la e mantê-la a salvo do perigo, como Adão falhou. Ame-a porque você falha em suprir as necessidades dela. Ame-a porque as suas expectativas e cobranças em relação a ela não são justas. Ame-a e, mesmo quando ela não te amar, ainda esteja disposto a sacrificar-se por ela. Para você, marido, não é o que ela é ou faz que importa, mas quem você é e como portador da graça de Deus, marido que reflita o caráter de Cristo no lar.
Talvez seja chocante o que afirmo a seguir, mas ame-a sacrificialmente, como Cristo amou a Igreja. E tem que ser sacrificialmente porque ela não merece. Amor não é questão de merecimento, mas é doação de um para o outro. Quem recebe doação não tem mérito. Doação é fruto da graça. Quem doa o faz porque quer, porque ama, porque quer ver o bem do se amado.
Esqueça o amor romântico, novelesco e barato. Aquilo não é nem de longe, o amor cristão e bíblico. Achar que amar é dar presentes, flores, e lembrar a data do aniversario de casamento é não compreender a natureza do amor. O verdadeiro amor é aquele que revela a formação do caráter de Deus no homem - e este amor só se mostra na vida de um homem comprometido com Cristo e sua palavra.

UMA PALAVRA ÀS MULHERES
Deixe-me falar um pouquinho às mulheres. Mulher, auxilie o seu marido. A carga que Deus colocou sobre os ombros de seus maridos é enorme e eles vão cair muitas vezes. Eles vão falhar mais vezes do que vocês e até mesmo eles gostariam. E isto vai marcar vocês, vai deixar cicatrizes, algumas em áreas de tensão que de vez em quando voltarão a doer.
Mas antes de se julgarem no direito de acusa-los, me deixe perguntar: vocês querem mesmo esposos abençoadores? Eles só podem dar o que tiverem. Já estão sobrecarregados para ainda terem que se vergarem sob o peso da culpa e das cobranças.
Você, mulher, é auxiliadora, é a companheira, não a gerente ou adversária. E, ainda que seu marido venha a falhar, é justamente para auxiliá-lo - e é este o momento que ele mais precisa de ti, aquele em que você estará menos disposta a ajuda-lo, porque ele falhou contigo.
Algumas mulheres questionam o padrão de Deus para as esposas, detestando profundamente o mandato de submissão. Mas lembre-se que do homem Deus exige muitíssimo mais: ele exige amor sacrificial. Mas quem tem que exigir, quem tem o direito de exigir não é você, é Deus.
O amor que Deus determina ao homem e a submissão que Deus determina à mulher não é um negócio entre marido e mulher, não é uma troca entre eles. É uma ordenança para marido e para mulher. Já dissemos que um erro não justifica outro erro. Um erro por causa de outro é só um acúmulo de erros.
Aquele que quer colher as bênçãos da obediência não deve esperar a obediência do seu cônjuge. Mesmo sem ver os peixes deve lançar as redes. Mesmo que as aguas estejam turvas deve lançar as redes.
Mesmo que os braços estejam cansados, ainda assim deve lançar as suas redes tantas vezes quantas o Senhor mandar - não as merecemos, mas confiamos na sempre abundante graça do Senhor. Antes que você diga: “Eu não aguento mais”, quero te lembrar que, se você confia no Senhor, o Senhor fará uma matemática na sua vida que contraria todas as regras de matemática: ele multiplica seu zero vigor e faz-te forte [Is 40.29-31: Faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, mas os que esperam no SENHOR renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam]. Há muitos anos li esta história, e ela me marcou porque me mostrava que nunca estamos realmente acabados se realmente queremos atingir nossos alvos.
Certa vez um rei foi salvo, no campo de batalha, por um soldado extremamente simples em seu raciocínio. Uma daquelas pessoas sem ambição alguma. Muito grato porque sua vida foi salva, ele resolveu conceder ao soldado qualquer coisa que ele quisesse. E o soldado, tranquilamente, disse que queria comer. Comer bem e muito. Tudo o que ele queria um almoço em que tivesse de tudo.
E o rei, espantado, pois esperava um pedido de ouro, propriedades, títulos, cargos, resolveu atender ao pedido, mandando ir comida de todos lugares do reino. E o soldado comeu, comeu a ponto de causar espanto. Naquele reino, entretanto, havia uma lei que punia com a morte quem mentisse - e um nobre havia ficado enciumado contra o soldado e resolveu aprontar com o soldado.
Depois que ele comeu, o nobre perguntou se ele estava satisfeito. O soldado respondeu que sim. E perguntou se não queria mais nada - e o soldador respondeu que não cabia mais nada. Então, mandou entrar uma sobremesa espetacular, e o soldado não resistiu, e comeu mais um pouco e logo foi acusado de ter mentido ao dizer que não cabia mais nada.
Condenado à morte, o soldado pediu que lhe fosse concedido um último pedido. Queria que todo o pelotão pelo qual lutara ficasse com ele em uma sala do palácio por 10 minutos. Era muita gente, e entraram se espremendo. O soldado pediu alguns amigos, mas o nobre disse que não caberia mais ninguém. Então, o soldado gritou para seus companheiros: abram alas para o general. E eles se espremeram ainda mais, abrindo um espaço para a entrada do general que pode entrar tranquilamente no salão antes abarrotado.
Para mim esta história serve de ilustração para a seguinte verdade: que para o que é bom, para o que gostamos, para aquilo que nos atrai sempre temos mais espaço, sempre temos ainda algum vigor - e se for para algo espetacular, extraordinário, como a bênção de Deus, então sempre teremos vigor abundante.

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