quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

ESSE NATAL BONITINHO É CRISTÃO?

Acreditava que não haveria necessidade de, mais uma vez, falar sobre estas coisas. Mas, mais uma vez, acredito que é necessário falar sobre estas coisas. Mas, porque?
Porque, lamentavelmente, parece que os cristãos realmente não querem levar em consideração o ensino da Palavra, a necessidade de testemunhar de Cristo de maneira coerente e vão se deixando mundanizar.
Mais uma vez é necessário dizer à Igreja o que não é o natal. Isto não deveria ser necessário, mas, levando em conta que é possível que haja neófitos na Igreja, e que, também, haja aqueles que ainda não compreenderam que o amor a Deus deve lançar fora o amor às coisas do mundo, vamos tratar deste assunto agora.
Por mais bonitos (e dispendiosos) que sejam os enfeites, as luzes, as cores, os gorros multicoloridos, as árvores e as guirlandas, panetone e papai Noel. Cristãos precisam aprender a dizer não durante o natal. Mas, dizer não a que?
Cristãos, deixem de tolice e digam não ao marketing que exige de você a compra de presentes com um dinheiro que você quase não tem, e que poderia ser aplicado em coisas que você realmente precisa, e parem de gastar com coca-cola, ou frango ou peru, ou num esforço insano de dar satisfação aos vizinhos e amigos iluminando a casa com piscas-piscas que nada significam, que não transmitem nenhuma mensagem além do desperdício de energia.
Cristãos, deixem de tolice e digam não à idolatria com as figuras de Maria, José, anjos, animais, pastores e magos (que nem sequer estiveram presente naquela manjedoura). Não me digam que se trata apenas de figuras, porque figuras rementem a crenças guardadas no fundo do coração - e a idolatria não cabe no coração de nenhum cristão genuíno.
Cristãos, deixem de tolice e digam não ao paganismo com a utilização de símbolos que remetem a cultos pré-cristãos europeus, como a árvore, ou as guirlandas, ou os gorros dos gnomos e duendes, ou papai Noel (uma mistura de gnomo com Wotan, deus dos nórdicos).
O que isto tem a ver com o verdadeiro cristianismo? O que os heróis da fé que morreram nas masmorras, nos dentes de leões e diversas outras formas nos primeiros séculos pensariam deste cristianismo sincretista e imaturo que canta “e já é natal” mas não compreendeu ainda o que o nascimento do redentor realmente significou, entre outras coisas, a libertação da lei e da superstição.
Cristãos, o propósito deste texto é chamá-los a amadurecerem em sua fé, a compreenderem que o cristianismo sempre teve que fazer a escolha entre dois caminhos: o do racionalismo vazio sem Deus e o paganismo e suas superstições. Diante deste exigente chamado, os cristãos tiveram que escolher um caminho. Paganismo ou racionalismo? A resposta dos cristãos não foi encontrar um meio termo travestido de doutrina cristã - a resposta dos cristãos não foi um sincretismo, como hoje se vê, adoradores de papai Noel e do mercado, cercados de símbolos pagãos a chamarem-se a si mesmos de cristãos. Não, nada de sincretismo, nada de meio termo, nada de caminho intermediário. Eles simplesmente escolheram seguir o seu próprio caminho, seguir, na verdade, o caminho, o único caminho, Jesus Cristo. Convido você a refletir comigo: o que tudo isto tem a ver com o evangelho? O que esta multidão de penduricalhos à fé tem a ver com o evangelho? Será que já esquecemos ou temos o direito de desconsiderar as palavras do apóstolo Paulo: Gl 1:8 Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema.

Não nos esqueçamos que temos que prestar contas ao Senhor - porventura o Senhor ainda achará fé na terra quando retornar (Lc 18:8 Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?).

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

P. 102. PELO QUE ORAMOS NA SEGUNDA PETIÇÃO

R. Na segunda petição, que é: "Venha o Teu reino", pedimos que o reino de Satanás seja destruído e que o reino da graça seja adiantado; que nós e os outros a ele sejamos guiados e nele guardados, e que cedo venha o reino da glória.
Sl 68.1; Jo 12.31; Mt 9.37-38; 2Ts 3.1; Rm 10.1; Ap 22.20
Se a tarefa primordial do crente é santificar o nome do Senhor, isto é, como seu embaixador, honrá-lo em terra estranha, em reino que não é o seu, onde habita sem, no entanto, ser seu morador permanente (Hb 13.14 - Na verdade, não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a que há de vir) ele, ao mesmo tempo, não está contente com este reino, não o ama (I Jo 2.15 - Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele), não pertence a ele e almeja outro reino que já começou a ser instaurado (Jo 18.36 - Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui).

EMBAIXADORES EM TERRITÓRIO HOSTIL

Como Josué e os espias, o crente está em território hostil – mas não deve ser hostil para com os homens naturais. Como Josué e Calebe ganharam a Raabe, ou como Paulo, deve tudo fazer para ganhar alguns para o reino de Cristo (I Co 9.22 - Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns).
Como soldados em batalha não devem se envolver em negócios deste mundo como se este mundo fosse duradouro (II Tm 2.4 - Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou), embora se utilizando dos tesouros deste mundo para fazer o que é bom e justo (Lc 16.9 - E eu vos recomendo: das riquezas de origem iníqua fazei amigos; para que, quando aquelas vos faltarem, esses amigos vos recebam nos tabernáculos eternos).

UM REINO JÁ E AINDA NÃO

Nossa oração é para que o reino de Deus venha, num reconhecimento de que ele ainda não está totalmente instaurado, nem mesmo em nós (Lc 17.21 - Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós). Parece contraditório ver Jesus falar que o reino de Deus é chegado (Mt 12.28 - Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós) mas que ainda está próximo (Mc 1.15 - …dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho).
Entretanto, não há nenhum problema em entendermos isto do ponto de vista inaugural e profético. Como a luz da aurora indica que a noite terminou (Pv 4:18 - Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito), assim também a vinda de Cristo indica que o reino de Deus já chegou.
Entretanto, podemos dizer que o reino ainda não está completamente instaurado pois o Senhor ainda tem eleitos que deseja ver entrar em seu reino (Mt 28.19-20 - Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século) e aguarda o tempo determinado por sua exclusiva vontade e autoridade (At 1.7 - Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade) quando o último dos eleitos conheça a Jesus e seja salvo de seus pecados (II Pe 3.9 - Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento) e a alegria de Cristo em ver sua obra completada em seus efeitos seja plena (Is 53.11 - Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre si).

VIVENDO NO MUNDO, ALMEJANDO O REINO

Jesus conta várias parábolas sobre o reino de Deus, e em todas elas um fator se faz presente: ele começa pequeno, aparentemente insignificante (Mt 4:19 - E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens) que vai crescendo rapidamente (At 2.46-47 - Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos).
Assim, cremos que o reino de Deus já está instalado entre nós, embora ainda devamos orar para que ele chegue à completitude. Para isso não podemos deixar de semeá-lo, de expandi-lo com nossa fidelidade, buscando, nós mesmos, cumprir a sua vontade (Hb 10.9 - então, acrescentou: Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade. Remove o primeiro para estabelecer o segundo).
Jesus afirma que o reino dos céus é chegado com sua presença e poder (Lc 11.20 - Se, porém, eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente, é chegado o reino de Deus sobre vós) e, também, com a pregação do evangelho (Mt 24:14 - E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim) e consequente interiorização deste reino (Rm 14:17 - Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo). O reino não é um estado político, mas a habitação do Espírito nos crentes (Lc 17:21 - Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós).

VIVENDO COMO CIDADÃOS DO REINO

A oração do crente deve ser no sentido de usufruir do reino celeste – já, aqui, embora não podendo fazer isso em sua plenitude, porque ainda há coisas que não aconteceram porque assim é da vontade do Pai. Erra quem vive como se o reino de Deus fosse uma coisa utópica, num futuro longínquo ou simplesmente a interrupção brusca da história. Ele já chegou como atestam as palavras de Jesus. Erra, também, quem acredita que o reino de Deus pode ser experimentado antes do dia final. A atitude cristã correta é ser cristão, discípulo de Cristo e se embaixador mesmo no meio de uma geração que nada quer com o criador (Jo 17:15 - Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal), conhecendo a sua vontade e praticando-a (Mt 5:16 - Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus), testemunhando ao mundo que é possível viver como cidadão do reino mesmo em terras inimigas.

A IGREJA: EMBAIXADAS DO REINO

É verdade que os cristãos não dispõem de um território como um país, mas, como povo (Tt 2.14 - …o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras) dispõem das embaixadas que servem de abrigo para os que estão espalhados entre as nações (Ap 7.9 - Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos). Estas embaixadas são as Igrejas onde os filhos de Deus se congregam (Hb 10.25 - Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima) como parte de um ministério inexistente nas nações mundanas (II Co 5.18 - Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação).
A Igreja fiel é, então, a principal demonstração da presença do reino de Deus já presente neste mundo, onde suas leis podem ser lidas e obedecidas (Cl 4.16 - E, uma vez lida esta epístola perante vós, providenciai por que seja também lida na igreja dos laodicenses[1]; e a dos de Laodicéia, lede-a igualmente perante vós).

O FIM DO IMPÉRIO DAS TREVAS

Desejar o reino de Deus significa, também, ver satanás destronado de seu governo sobre parte da humanidade e sobre o sistema que rege este mundo. Satanás é o dominador por usurpação, contra o qual estamos postos (Ef 6:12- …porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes).
O contrate que temos diante de nós é o de um império de trevas e um reino de amor (Cl 1.13 - Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor). Amar o "mundo" é servir ao seu regente (Jo 8:44 - Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira), deixar de amá-lo será visto por ele como traição (I Jo 2.15 - Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele).

DESTRONADO E ENCARCERADO: A CRIAÇÃO REDIMIDA

Mas, no fim, seu reino será destruído, seu império arrasado, ele próprio encarcerado e flagelado (Mt 25:41 - Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos) e os filhos de Deus herdarão o mundo (Sl 37:29 - Os justos herdarão a terra e nela habitarão para sempre) – um mundo que, hoje, geme aguardando a sua restauração (Rm 8.19-22 - A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora).



[1] A carta paulina perdida, apostólica sim, mas não canônica.

NÃO HOMENAGEIE SEU PASTOR

Hoje, 17 de dezembro, é lembrado, na Igreja Presbiteriana do Brasil, como o dia do pastor presbiteriano. É muito legal fazer uma visita ao pastor, levar um lanche, sorrir, cantar, dar-lhe um presente (uma gravata, uma meia – que deveriam ser substituídos por um bom livro) ler uma mensagem achada numa revista ou na internet e…

Não quero estragar a sua festa, mas não homenageie o seu pastor SE:
… durante todo o ano você não atende ao seu ensino quando ele lê e explica as Escrituras, duvidando da veracidade do que lhe é dito, rejeitando a autoridade com que é proferida e ignorando as claras ordens que exige obediência com palavras de mansidão e sem exigências;
… durante todo o ano você ouviu muitas conclamações a servir ao Senhor e ao próximo nos diversos projetos da sua Igreja e simplesmente não se comprometeu, deixando-o trabalhar com poucos ou, às vezes, sozinho;
… durante todo o ano você endureceu o seu coração para as correções que lhe eram feitas à luz das Escrituras e no amor do Senhor porque isto significava amar menos a si mesmo;
… durante todo o ano você criticou-o por suas escolhas, por suas palavras, por seus erros (porque tão humano quanto você), por suas ausências, voluntárias ou não, sem demonstrar-lhe amor, carinho, respeito e consideração;
… durante todo o ano você se empolgou muito mais com os mercenários televangelistas que não te conhecem, não te amam, só buscam tirar o seu dinheiro através de contribuições ou venda de produtos que você não precisa, comparando-os com aquele que está do seu lado se afadigando e velando por sua alma;
… durante todo o ano você criticou-o por algumas palavras, ou por algumas mensagens, sem, no entanto, contribuir para seu crescimento, intercedendo por ele e inclusive, oferecendo-lhe oportunidades de adquirir mais conhecimento;
… durante todo o ano você não orou por ele, pela sua saúde física, emocional e espiritual, por sua família e por seus estudos.
Se foi assim todo o seu ano, então, talvez não seja hora de dar-lhe um abraço e um tapinha nas costas, mas de apresentar-se perante o Senhor com um sincero pedido de perdão, e oferecer ao seu pastor aquilo que ele mais precisa – ovelhas que seguem a voz do seu pastor, pastor de verdade, pastor segundo o coração de Deus (Jr 3:15 Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com conhecimento e com inteligência).
Quero encerrar dizendo qual o maior presente que você pode dar-lhe:

Hb 13:17 Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

ADOLESCENTES FORA DE MODA - I

A MODA – UM MAL NECESSÁRIO?
Falar para adolescentes é sempre um desafio – e um privilégio. Falar sobre moda com adolescentes é correr o risco de querer parecer descolado e, no fim, ficar parecendo apenas deslocado. É por isso que não vou passar nem perto das tendências cada vez mais velozes que os adolescentes adotam como a mais quente novidade última semana para que, logo mais, seja a mais recente novidade ultrapassada.
ADOLESCENTES CRISTÃOS: = OU ≠
Sobre moda, há ainda um outro detalhe: parece que os adolescentes, especialmente as adolescentes, vivem numa competição para ver quem atrai mais a atenção, quem mostra algo a mais, num limite muito tênue entre o que é casto e o que é vulgar. A palavra da ordem é "sexy". Fora dos muros da Igreja já está tudo liberado, é tudo normal. E, entre nós, no nosso contexto de Igreja, parece haver uma certa dúvida entre o que é sexy e o que é lascivo – e quase sempre nossas adolescentes, ao caminhar neste estranho fio de navalha, acabam cometendo escorregões porque não devem ser nem sexy, nem lascivas.
No fim, com a intenção de ser diferente, acabam sendo todas iguais (pegue 1000 faces de adolescentes e verá que pelo menos 99,9% delas terá alguma foto com as mesmas roupas, a língua de fora ou os dedos em "V" ou "L", ou algo parecido). Ah! E as mesmas curtidas.
Para os meninos a situação é um pouco diferente, uma vez que os meninos não têm muito o que mostrar, afinal, bíceps e tríceps já estão à vista desde sempre. A questão é: ainda podem insinuar alguma coisa (roupas folgadas muito abaixo da linha da cintura) mas quem disse que isso atrai o olhar das meninas por muito tempo? Para eles o problema não está no que eles mostram, mas no que veem, e, em consequência disso, no que fazem.
Outras modas poderiam ser abordadas, como tecnologia, linguajar, músicas, filmes, investimento de tempo e dinheiro em coisas absolutamente passageiras, substâncias que ingerem e muito mais. Mesmo instituições seculares já estão se preocupando com isso, aliás, com pelo menos duas décadas de atraso.
UMA GERAÇÃO (QUASE) PERDIDA
De certa maneira podemos dizer que perdeu-se uma geração para a estética trash adolescente que tem enriquecido muita gente "formadora de opinião": calças muito baixas e muito largas que lhes mostra a roupa íntima de marca, camisetas enormes e tênis desamarrados com os cordões metidos nas laterais, tops ou camisetas minúsculas que habitualmente deixa descoberto grande parte do abdômen, revelando tudo o que é revelável e, inclusive, quase sempre, um pouco mais… parece uma competição para ver quem é mais atrevido ou descolado.
Você pode ficar escandalizado ou fazer pouco caso, mas o fato é que as coisas estão assim não porque tem que ser assim, mas porque é uma escolha bastante consciente que reflete o que está no coração de cada um.
QUAL A NECESSIDADE E UTILIDADE DA MODA?
MODA HUMANA
Quando observamos a mutabilidade das tendências, logo nos perguntamos: quanto tempo isto vai durar? A moda é uma indústria. Ela precisa vender – e para vender produtos ela precisa, antes de outra coisa, vender a ideia de que o comprador necessita do que ela tem para oferecer, por isso ela sempre oferta novidades (inclusive na Igreja). De certa maneira, o nascimento da "moda", uma invenção humana, lhe atribui uma efemeridade impressionante. A primeira "moda" durou menos de um dia.
Gn 3.6 Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu. 7 Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si.
Analisando a primeira aparição da moda como invenção humana:
· Não foi feita para durar – folhas de figueira murcham, secam;
· Era um traje sumário – cobria apenas as suas áreas pudicas;
· Não surtiu o efeito desejado – devolver-lhes a "inocência".
MODA DIVINA?
Deus não criou uma segunda moda ao providenciar vestimentas mais duráveis para o homem – ele evidenciou, através das vestimentas de peles, que eles eram incapazes de resolver o seu problema e, pior ainda, tiveram que conviver com a primeira morte em decorrência de sua desobediência.
Gn 3.21 Fez o SENHOR Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu.
Evidentemente a lição não foi aprendida – e a humanidade continuou a tentar cobrir-se (ou não) de diversas maneiras sem, no entanto, encontrar uma fórmula satisfatória. Mesmo entre grupos que praticamente não se vestem há referenciais simbólicos quanto à moda. Tecidos, metais, pedras, tudo tem sido usado – e o resultado ainda é efêmero, passageiro, a ponto de a bíblia entrar na história para dizer qual é o adereço que a mulher deve usar:
I Pe 3.3 Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; 4 seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus. 5 Pois foi assim também que a si mesmas se ataviaram, outrora, as santas mulheres que esperavam em Deus, estando submissas a seu próprio marido.
MODA ESCRAVIZA
A moda escraviza e empobrece quando, apenas aparentemente, dá a sensação de satisfação, de abastança. Ou alguém realmente precisa de 10 pares de sapatos? De mais outro tanto de sandálias? E a "montoeira" de roupas que vamos juntando em armários e gavetas, muitas das quais usamos uma vez a cada ano? E a troca de celular a cada novo lançamento de um gadget, app ou acessório?
Ap 3:17 …pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.
Quantas coisas realmente boas deixamos de usufruir apenas para estar na moda, apenas para exibição aos olhos de outras pessoas que, quase sempre, querem que sejamos iguais a eles ou deseja ser igual a nós? Em ambos casos, é sempre o mesmo sintoma de insegurança que levou Adão e Eva a esconderem-se sob as árvores ao perceberem que não estavam mais de acordo com o padrão eterno.
Gn 3:8 Quando ouviram a voz do SENHOR Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do SENHOR Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim.
MODA SATISFAZ?
E sabe qual a novidade? Ainda não encontramos uma "moda" satisfatória porque ela simplesmente não existe. Embora Deus tenha dito como os sacerdotes deveriam vestir-se especificamente no templo, ele não determina as vestes dos seus adoradores para todas as épocas e lugares.
Ex 28.40 Para os filhos de Arão farás túnicas, e cintos, e tiaras; fá-los-ás para glória e ornamento. 41 E, com isso, vestirás Arão, teu irmão, bem como seus filhos; e os ungirás, e consagrarás, e santificarás, para que me oficiem como sacerdotes. 42 Faze-lhes também calções de linho, para cobrirem a pele nua; irão da cintura às coxas. 43 E estarão sobre Arão e sobre seus filhos, quando entrarem na tenda da congregação ou quando se chegarem ao altar para ministrar no santuário, para que não levem iniqüidade e morram; isto será estatuto perpétuo para ele e para sua posteridade depois dele.
O objetivo é que os sacerdotes fossem facilmente reconhecidos dentre a multidão e, também, que suas vestes gloriosas apontassem para a glória daquele que era adorado. O fato de não existir uma moda satisfatória não quer dizer que não exista uma norma bíblica para isso:
I Co 14:40 Tudo, porém, seja feito com decência e ordem.
MODA CRISTÃ?
Existe uma moda cristã? Não creio. Existe, sim, uma maneira de se vestir, ornamentar e se postar decentemente de acordo com os padrões culturais vigentes à luz da Escritura. Há 50 anos era impensável um pregador sem terno e gravata – herança cultural dos nossos primeiros pastores, anglo-americanos. Hoje é cada vez mais rara a exigência de tal indumentária, embora seja sempre de bom tom usá-la quando se vai pregar como visitante.
Bermudas e chinelos eram incabíveis na mente de qualquer cristão, especialmente protestante, até meados dos anos 80. Havia até um dito que todo mundo deveria ter ao menos duas roupas: a do dia-a-dia e a de ver Deus (isto é, de ir para a Igreja).
UM PRINCÍPIO CRISTÃO
Qual é o princípio, então? Para "ver Deus" devemos nos vestir com o melhor, com o mais adequado. Devemos calçar o melhor, o mais adequado. Não há justificativa para ser "relaxado" no culto ao Senhor todo poderoso e ser cuidadoso numa audiência com um magistrado civil. Há instituições mais respeitadas hoje do que o culto – uma audiência, em um fórum, por exemplo. Mas, acima e antes de qualquer outra coisa, devemos ter um coração verdadeiramente circuncidado, isto é, transformado, santificado pelo amor do pai.
Mesmo fazendo tudo "certinho", é preciso ter um coração verdadeiramente convertido:

Ez 44:7 Porquanto introduzistes estrangeiros, incircuncisos de coração e incircuncisos de carne, para estarem no meu santuário, para o profanarem em minha casa, quando ofereceis o meu pão, a gordura e o sangue; violastes a minha aliança com todas as vossas abominações. 

ADOLESCENTES FORA DE MODA - II

DA FÉ PARA A RELIGIOSIDADE
A bíblia relata a história da arca da aliança, desde o momento em que ela é feita por Bezaleel, segundo o modelo dado por Deus a Moisés no Sinai até quando ela é levada para dentro do templo construído por Salomão – desaparecendo quando este mesmo templo é destruído. Ela não é mencionada entre os objetos presentes no segundo templo.
Ex 25.10 Também farão uma arca de madeira de acácia; de dois côvados e meio será o seu comprimento, de um côvado e meio, a largura, e de um côvado e meio, a altura. 11 De ouro puro a cobrirás; por dentro e por fora a cobrirás e farás sobre ela uma bordadura de ouro ao redor. 12 Fundirás para ela quatro argolas de ouro e as porás nos quatro cantos da arca: duas argolas num lado dela e duas argolas noutro lado. 13 Farás também varais de madeira de acácia e os cobrirás de ouro; 14 meterás os varais nas argolas aos lados da arca, para se levar por meio deles a arca. 15 Os varais ficarão nas argolas da arca e não se tirarão dela. 16 E porás na arca o Testemunho, que eu te darei.
A arca aparece com relevante papel em vários momentos importantes da conquista de Canaã, como, por exemplo, na travessia do rio Jordão.
Js 3.14 Tendo partido o povo das suas tendas, para passar o Jordão, levando os sacerdotes a arca da Aliança diante do povo; 15 e, quando os que levavam a arca chegaram até ao Jordão, e os seus pés se molharam na borda das águas (porque o Jordão transbordava sobre todas as suas ribanceiras, todos os dias da sega), 16 pararam-se as águas que vinham de cima; levantaram-se num montão, mui longe da cidade de Adã, que fica ao lado de Sartã; e as que desciam ao mar da Arabá, que é o mar Salgado, foram de todo cortadas; então, passou o povo defronte de Jericó. 17 Porém os sacerdotes que levavam a arca da Aliança do SENHOR pararam firmes no meio do Jordão, e todo o Israel passou a pé enxuto, atravessando o Jordão.
Ela reaparece quando Jericó é tomada, apesar de ser cidade fortificada e estar rigorosamente fechada para opor-se aos hebreus recém-saídos do Egito.
Js 6.2 Então, disse o SENHOR a Josué: Olha, entreguei na tua mão Jericó, o seu rei e os seus valentes. 3 Vós, pois, todos os homens de guerra, rodeareis a cidade, cercando-a uma vez; assim fareis por seis dias. 4 Sete sacerdotes levarão sete trombetas de chifre de carneiro adiante da arca; no sétimo dia, rodeareis a cidade sete vezes, e os sacerdotes tocarão as trombetas. 5 E será que, tocando-se longamente a trombeta de chifre de carneiro, ouvindo vós o sonido dela, todo o povo gritará com grande grita; o muro da cidade cairá abaixo, e o povo subirá nele, cada qual em frente de si.
Ainda nos dias de Josué ela é colocada diante do povo, como importante testemunha da aliança entre eles e Deus, no monte Ebal.
Js 8.30 Então, Josué edificou um altar ao SENHOR, Deus de Israel, no monte Ebal, 31 como Moisés, servo do SENHOR, ordenara aos filhos de Israel, segundo o que está escrito no Livro da Lei de Moisés, a saber, um altar de pedras toscas, sobre o qual se não manejara instrumento de ferro; sobre ele ofereceram holocaustos ao SENHOR e apresentaram ofertas pacíficas. 32 Escreveu, ali, em pedras, uma cópia da lei de Moisés, que já este havia escrito diante dos filhos de Israel. 33 Todo o Israel, com os seus anciãos, e os seus príncipes, e os seus juízes estavam de um e de outro lado da arca, perante os levitas sacerdotes que levavam a arca da Aliança do SENHOR, tanto estrangeiros como naturais; metade deles, em frente do monte Gerizim, e a outra metade, em frente do monte Ebal; como Moisés, servo do SENHOR, outrora, ordenara que fosse abençoado o povo de Israel.
Depois ela foi transportada para Betel, depois para Silo no tempo dos Juízes, onde permaneceu até tomar parte em mais um importante evento da história religiosa hebraica.
RELIGIOSIDADE, SEGUNDO A MODA DA ÉPOCA
I Sm 2:12 Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial e não se importavam com o SENHOR.
Como ela aparecia em momentos marcantes, os filhos de Eli, religiosos mas não crentes, acreditavam que, levando a arca para o meio do arraial, teriam consigo a presença abençoadora de Deus. Ao invés de crentes eram filhos de crente, segundo a carne, e homens de coração ímpio, e seguiam os costumes pagãos de levarem seus ídolos para o campo de batalha, de maneira que obtinham assim importante efeito psicológico. Com a presença da arca e o novo ânimo injetado nos hebreus até mesmo os filisteus ficaram com medo.
I Sm 4:7 E se atemorizaram os filisteus e disseram: Os deuses vieram ao arraial. E diziam mais: Ai de nós! Que tal jamais sucedeu antes.
 Mas Deus não tem compromisso com religiosidade, e sim com corações realmente tementes a ele. A mera religiosidade, a simples formalidade de ter a arca e dois sacerdotes não foi suficiente para dar vitória ao exército israelita, resultando na morte de Hofni, Finéias e também de Eli.
I Sm 4.10 Então, pelejaram os filisteus; Israel foi derrotado, e cada um fugiu para a sua tenda; foi grande a derrota, pois foram mortos de Israel trinta mil homens de pé. 11 Foi tomada a arca de Deus, e mortos os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias.
Aparentemente os judeus não aprenderam, pois, mais tarde, confiavam mais em estruturas do que no próprio Senhor – evidentemente porque sabiam que não o temiam e não contavam com o seu auxílio.
Jr 7.3 Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Emendai os vossos caminhos e as vossas obras, e eu vos farei habitar neste lugar. 4 Não confieis em palavras falsas, dizendo: Templo do SENHOR, templo do SENHOR, templo do SENHOR é este.
DEUS NÃO É LIMITADO PELA FALHA RELIGIOSIDADE HUMANA
A arca foi levada pelos filisteus e estes, segundo a moda religiosa prevalecente, a colocaram como oferenda dentro do templo de seu deus, Dagom, em Asdode.
I Sm 5.1 Os filisteus tomaram a arca de Deus e a levaram de Ebenézer a Asdode. 2 Tomaram os filisteus a arca de Deus e a meteram na casa de Dagom, junto a este.
Após impressionantes acontecimentos, como a imagem de Dagom prostrada e aos pedaços diante da arca, e, posteriormente, sete meses de praga de úlceras sobre os filisteus, especialmente em Gate e Ecrom, entenderam que era a mão de Deus que era maior que o poder de Dagom, e assim, logo resolvem mandar a arca de volta para o território hebreu.
I Sm 6.2 Estes chamaram os sacerdotes e os adivinhadores e lhes disseram: Que faremos da arca do SENHOR? Fazei-nos saber como a devolveremos para o seu lugar. 3 Responderam eles: Quando enviardes a arca do Deus de Israel, não a envieis vazia, porém enviá-la-eis a seu Deus com uma oferta pela culpa; então, sereis curados e sabereis por que a sua mão se não tira de vós.
DEUS MOSTRA SUA VONTADE
Para que a arca retornasse para Israel e eles tivessem certeza que os males que vieram sobre eles eram mesmo o juízo de Deus, os filisteus lançaram mão de um estratagema.
I Sm 6.7 Agora, pois, fazei um carro novo, tomai duas vacas com crias, sobre as quais não se pôs ainda jugo, e atai-as ao carro; seus bezerros, levá-los-eis para casa. 8 Então, tomai a arca do SENHOR, e ponde-a sobre o carro, e metei num cofre, ao seu lado, as figuras de ouro que lhe haveis de entregar como oferta pela culpa; e deixai-a ir. 9 Reparai: se subir pelo caminho rumo do seu território a Bete-Semes, foi ele que nos fez este grande mal; e, se não, saberemos que não foi a sua mão que nos feriu; foi casual o que nos sucedeu.
DEUS NÃO ACEITA IRREVERÊNCIA
As vacas levaram a arca e as ofertas até Bete-Semes, onde se ofereceu sacrifício ao Senhor, mas logo a alegria deu lugar à tristeza porque muitos bete-semitas foram mortos ao olhar, irreverentemente, para dentro da arca.
I Sm 6.19 Feriu o SENHOR os homens de Bete-Semes, porque olharam para dentro da arca do SENHOR, sim, feriu deles setenta homens; então, o povo chorou, porquanto o SENHOR fizera tão grande morticínio entre eles.
De Bete-Semes a arca foi levada a Quiriate-Jearim, onde ficou por 20 anos. Neste período Israel obteve importantes vitorias militares, debilitando os filisteus e, inclusive, conquistando as cidades de Gate e Ecrom, onde a arca havia passado.
UM CORAÇÃO SEGUNDO DEUS SEGUINDO A MODA FILISTÉIA
Somente nos dias de Davi encontramos menções importantes sobre a arca do Senhor – até que este resolve levá-la a Jerusalém. E resolveu fazê-lo à moda filisteia, isto é, de acordo com o modelo que os filisteus encaminharam a arca de Ecrom até Bete-Semes.
II Sm 6.2 Dispôs-se e, com todo o povo que tinha consigo, partiu para Baalá de Judá, para levarem de lá para cima a arca de Deus, sobre a qual se invoca o Nome, o nome do SENHOR dos Exércitos, que se assenta acima dos querubins. 3 Puseram a arca de Deus num carro novo e a levaram da casa de Abinadabe, que estava no outeiro; e Uzá e Aiô, filhos de Abinadabe, guiavam o carro novo. 4 Levaram-no com a arca de Deus, da casa de Abinadabe, que estava no outeiro; e Aiô ia adiante da arca. 5 Davi e toda a casa de Israel alegravam-se perante o SENHOR, com toda sorte de instrumentos de pau de faia, com harpas, com saltérios, com tamboris, com pandeiros e com címbalos.
O MODO DOS HOMENS
Quando um não crente faz coisas diferentes daquilo que o Senhor prescreveu, ele age segundo a sua ignorância. É uma desobediência, mas uma desobediência causada pela ignorância. Mas quando Davi resolve não seguir o exemplo dos homens de Quiriate-Jearim, de acordo com a ordenança de Deus por intermédio de Moisés aos coatitas, temos uma desobediência consciente, e isto certamente será desaprovado por Deus.
I Cr 15:15 Os filhos dos levitas trouxeram a arca de Deus aos ombros pelas varas que nela estavam, como Moisés tinha ordenado, segundo a palavra do SENHOR.
O MODO DE DEUS
Mesmo que seja funcional, não é aceitável fazer como o mundo faz – Deus tem uma forma de trabalhar com seu povo que não é meramente utilitarista, mas que faz com que seu povo lhe demonstre a devida obediência.
Sl 119:4 Tu ordenaste os teus mandamentos, para que os cumpramos à risca.
Deus ordena que seja feito do seu jeito não porque seja mais fácil ou tenha melhores resultados – mas porque é a expressão de sua vontade que é boa, perfeita e agradável, e resultará em benefícios eternos para os obedientes.
Rm 12:2 E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
O RESULTADO DA DESOBEDIÊNCIA
Quando Davi fez como os filisteus, mesmo sendo ele o homem segundo o coração de Deus, lamentavelmente, apesar das boas intenções de seu coração, o resultado foi catastrófico, o que nos adverte que boas intenções ou sacrifícios não bastam, pois Deus quer é que sejamos obedientes.
II Sm 6.6 Quando chegaram à eira de Nacom, estendeu Uzá a mão à arca de Deus e a segurou, porque os bois tropeçaram. 7 Então, a ira do SENHOR se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali por esta irreverência; e morreu ali junto à arca de Deus.
Desgostoso, Davi não quis levar a arca a Jerusalém, encaminhando-a à casa de Obede-Edom, provavelmente da maneira certa.

II Sm 6.8 Desgostou-se Davi, porque o SENHOR irrompera contra Uzá; e chamou aquele lugar Perez-Uzá, até ao dia de hoje. 9 Temeu Davi ao SENHOR, naquele dia, e disse: Como virá a mim a arca do SENHOR? 10 Não quis Davi retirar para junto de si a arca do SENHOR, para a Cidade de Davi; mas a fez levar à casa de Obede-Edom, o geteu. 

ADOLESCENTES FORA DE MODA - III

RECUPERANDO OS VALORES DIVINOS
Após o fatídico episódio em Perez-Uzá, causado pela adoção por parte de Davi das inovações filisteias: carro 0km, animais novos, condutores e cuidadores especiais… tudo muito bonitinho, novo, funcional, mas que não podia contar, sob hipótese alguma. Com a aprovação de Deus porque Deus já havia dado estatutos perpétuos.
Depois que a arca foi levada pelos levitas para a casa de Obede-Edom,  ali ficou pelo período de seis meses, tempo no qual o Senhor o abençoou por amor de si mesmo, uma vez que a arca simbolizava a sua presença abençoadora sobre aqueles que guardam a sua Lei (o livro da lei estava dentro da arca, juntamente com o cajado de Moisés e um pouco de maná).
II Sm 6.12 Então, avisaram a Davi, dizendo: O SENHOR abençoou a casa de Obede-Edom e tudo quanto tem, por amor da arca de Deus; foi, pois, Davi e, com alegria, fez subir a arca de Deus da casa de Obede-Edom, à Cidade de Davi.
OBEDIÊNCIA AOS MANDAMENTOS DO SENHOR
O primeiro valor a ser recuperado foi o da obediência ao Senhor. Deus não queria carro novo. Não queria animais de carga carregando a sua arca. Seu desejo, expresso claramente, era que os filhos de Coate, uma das famílias da tribo de Levi, levassem a arca aos ombros, por isso que havia mandado colocar argolas na mesma e varais atravessando estas argolas. Os varais deveriam estar sempre prontos, sempre nas argolas, e os coatitas sempre de prontidão para cumprirem seu papel.
Êx 25:13 Farás também varais de madeira de acácia e os cobrirás de ouro; 14 meterás os varais nas argolas aos lados da arca, para se levar por meio deles a arca. 15 Os varais ficarão nas argolas da arca e não se tirarão dela.
E foi exatamente isto o que Davi ordenou fosse feito. Não mais carros ou animais, mas os ombros do povo de Deus, porque Deus não deseja, jamais, terceirizar o nosso serviço e adoração. Seu relacionamento conosco é pessoal e a nós cabe a obediência de um filho que ama seu pai, pois sabe que o pai lhe ama.
II Sm 6.13 Sucedeu que, quando os que levavam a arca do SENHOR tinham dado seis passos, sacrificava ele bois e carneiros cevados.

ALEGRIA EM OBEDECER AO SENHOR
Davi teve várias experiências amargas por desobedecer ao Senhor. Já citamos esta, em Perez-Uzá, e, também, quando cometeu adultério com a esposa de Urias, Bate-Seba. Por causa de seu pecado ele clama ao Senhor que, vendo-o arrependido, restitua-lhe a alegria que havia perdido. Embora não tenha perdido a salvação, ele não sentia alegria na presença do Senhor.
Sl 51:12 Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário.
O mesmo Davi que se retirou para sua casa em profunda tristeza e amargurado de espírito agora louva ao Senhor com todas as suas forças, repetindo Miriã e as mulheres hebreias ao saírem do Egito (Ex 15.20 A profetisa Miriã, irmã de Arão, tomou um tamborim, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamborins e com danças).
II Sm 6.14 Davi dançava com todas as suas forças diante do SENHOR; e estava cingido de uma estola sacerdotal de linho. 15 Assim, Davi, com todo o Israel, fez subir a arca do SENHOR, com júbilo e ao som de trombetas.
Abandonando o jeito canaanita de fazer, Davi louvava ao Senhor à sua maneira, e de uma maneira que já fora feita anteriormente e contara com a aprovação de Deus – era músico, compositor, e tinha profunda gratidão por tudo quanto o Senhor lhe tinha feito.
Sl 116.12 Que darei ao SENHOR por todos os seus benefícios para comigo? 13 Tomarei o cálice da salvação e invocarei o nome do SENHOR. 14 Cumprirei os meus votos ao SENHOR, na presença de todo o seu povo.

LOUVOR DIRIGIDO EXCLUSIVAMENTE AO SENHOR
Davi conduziu o povo em adoração e sacrifícios rumo a Jerusalém, onde colocaria a arca, "provisoriamente", em uma tenda, até que conseguisse fazer o que mais desejava, que era edificar o templo para a adoração do Senhor, o que Deus não permitiu, reservando esta tarefa para o pacífico Salomão.
I Cr 22:8 Porém a mim me veio a palavra do SENHOR, dizendo: Tu derramaste sangue em abundância e fizeste grandes guerras; não edificarás casa ao meu nome, porquanto muito sangue tens derramado na terra, na minha presença.
Ao entrar em Jerusalém, entretanto, Davi teve um dissabor – o de ter que lidar com a opinião alheia. Isto é muito comum – quando nos devotamos ao Senhor logo temos que lidar com a opinião de terceiros sobre como devemos conduzir a nossa vida.
E no período da adolescência estas influências podem ser ainda mais fortes, uma vez que é o período formativo do caráter, e as companhias exercem importante papel na visão que o adolescente tem de si mesmo e do mundo. O desejo de ser aceito é um dos mais importantes fatores de tomada de decisão para um adolescente, mesmo para um adolescente cristão.
I Co 15:33 Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.
LOUVOR A DEUS E PRESSÃO SOCIAL
É por causa da pressão do grupo que muitos adolescentes acabam enveredando pelo uso de palavras torpes, práticas ilícitas aparentemente banais, como colar na prova, "ficar", namoro "pentecostal", "test drive", participação em eventos contrários a fé e, pior ainda, o uso de produtos que não lhe são benéficos, como bebidas e drogas. Muitas vezes o prazer de tais práticas afasta o adolescente da comunhão. Por outro lado, outro fator de afastamento é a vergonha de ter cedido a tais pressões.
Sl 1:1 Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.

LOUVOR A DEUS E A FAMÍLIA
É óbvio que Davi não se importava com a opinião alheia sobre si mesmo e seu culto ao Senhor. Ele queria a aprovação de Deus, expressava sua gratidão ao Senhor de maneira totalmente voluntária. Mas em sua própria casa ele teve que enfrentar dificuldade.
Mt 10:36 Assim, os inimigos do homem serão os da sua própria casa.
Mical, filha de Saul, que tinha sido dada por esposa a Davi quando o rei queria mata-lo pelas mãos dos filisteus, apesar de amar a Davi não se conteve quando o viu dançando e vestido como um simples levita, sem os ornamentos reais ou militares.
II Sm 6.16 Ao entrar a arca do SENHOR na Cidade de Davi, Mical, filha de Saul, estava olhando pela janela e, vendo ao rei Davi, que ia saltando e dançando diante do SENHOR, o desprezou no seu coração.
Descontente em tê-lo desprezado em seu coração, Mical externou publicamente seus sentimentos, causando enorme vergonha ao rei-adorador, jogando um verdadeiro balde de água fria sobre a cabeça de Davi, no momento em que este se voltava para abençoar a sua casa.
II Sm 6.20 Voltando Davi para abençoar a sua casa, Mical, filha de Saul, saiu a encontrar-se com ele e lhe disse: Que bela figura fez o rei de Israel, descobrindo-se, hoje, aos olhos das servas de seus servos, como, sem pejo, se descobre um vadio qualquer!

COMO RESPONDER ÀS PRESSÕES LOUVANDO AO SENHOR
Davi não negou que estava vestido com simplicidade – sem ornamentos sacerdotais, porque ele não era um sacerdote, sem paramentos reais, porque certamente lhe atrapalhariam os movimentos, sem equipamentos militares porque aquela era hora de louvor e alegria, e não de guerra, Davi estava vestido simplesmente como Mical o havia conhecido anos antes, quando ele era apenas um pastor e músico a serviço de seu pai. A única diferença era uma túnica sacerdotal, algo pouco maior que uma camiseta e que deixava os braços livres para tocar e dançar.
A resposta de Davi foi que ele contava com a aceitação do Senhor. O que fazia, fazia para o Senhor. E ele tinha certeza que fazia para o Senhor porque tentou fazer de outra maneira e Deus havia rejeitado. Não basta o sentimento de fazer para o Senhor, é necessário fazer como o Senhor mandou, porque seus mandamentos foram dados para serem cumpridos, e ninguém que ama ao Senhor despreza seus mandamentos.
II Sm 6.21 Disse, porém, Davi a Mical: Perante o SENHOR, que me escolheu a mim antes do que a teu pai e a toda a sua casa, mandando-me que fosse chefe sobre o povo do SENHOR, sobre Israel, perante o SENHOR me tenho alegrado. 22 Ainda mais desprezível me farei e me humilharei aos meus olhos; quanto às servas, de quem falaste, delas serei honrado.
Colocando isto de outra maneira, Davi afirma que, diante de familiares ou estranhos, ele continuaria louvando ao Senhor, mesmo que isso parecesse, aos olhos de todos, humilhação e vexame, porque ele sabia que aquele que se humilhar perante o Senhor, será exaltado, mas o que se exaltar, será humilhado (Lc 14:11 Pois todo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será exaltado), como efetivamente aconteceu com Mical, que sofreu a pior maldição que podia recair sobre uma mulher hebreia.
II Sm 6.23 Mical, filha de Saul, não teve filhos, até ao dia da sua morte.
Observe que quem serve ao Senhor é por ele abençoado, mas quem não o serve deixa de receber suas bênçãos, e isto por si só já é uma grande maldição. A benção do Senhor há de ser derramada sobre os que permanecerem fiéis, mas, sem sombra de dúvidas, a maldição também será espraiada sobre os rebeldes.
Ml 3:18 Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o perverso, entre o que serve a Deus e o que não o serve.
Não precisamos e não devemos mudar para que o mundo nos aceite – embora ele odeie os verdadeiros crentes, e realmente não pode amá-los porque não ama o Senhor dos crentes.
Rm 12:2 E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
O crente não deve tomar a forma do mundo, porque isto significa fracasso, morte e reprovação do Senhor.

Hb 10:38 …todavia, o meu justo viverá pela fé; e: Se retroceder, nele não se compraz a minha alma. 

ADOLESCENTES FORA DE MODA

COMO SER ADOLESCENTE, CRISTÃO, E REFERENCIAL
 O ADOLESCENTE CRISTÃO SABE O QUE DEVE SER
Para que você seja um adolescente cristão você precisa, antes de mais nada, lembrar que você é um adolescente. E, por sua própria natureza, o adolescente é alguém que está numa fase altamente transitória, cheio de e não. Ao mesmo tempo em que já é grande o suficiente para uma série de responsabilidades, ainda não é grande o suficiente para uma série de direitos. É a época de escolhas cruciais, mas, ao mesmo tempo, não tem autonomia para escolhas básicas. O adolescente é um ser em transição, uma incógnita para si mesmo – e por isso vive diversas crises.
Como conviver intimamente com isto sem explodir em atitudes que, mais tarde, serão objeto de vexatório lamento ou de vergonha contida, escondida atrás de sorrisos escarnecedores? A resposta que a bíblia oferece é: sendo obedientes aos seus guias.
SABER SER GUIADO
De novo temos que voltar a Davi. Seu grande problema, no caso de Perez-Uzá, foi a desobediência a Deus para obedecer a moda, ao curso do mundo. A Escritura nos ensina, especialmente aos filhos – sem mencionar idade, e certamente isto inclui os adolescentes, a sermos obedientes, submissos, àqueles que Deus nos deu como pais.
Ef 6:1 Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo.
Cl 3:20 Filhos, em tudo obedecei a vossos pais; pois fazê-lo é grato diante do Senhor.
Além dos pais, que tem sido constantemente desrespeitados, também há outras autoridades que devem ser obedecidas pelos adolescentes. Estas autoridades estão na escola, nas ruas, e, especialmente, na Igreja, porque, mais que todos os outros, estes velam por suas almas.
Hb 13:17 Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros.
SABER SER CORRIGIDO
Uma grande dificuldade de quem está crescendo é perceber que ainda precisa ser ajudado. Crianças, logo que aprendem a andar, começam a dispensar ajuda e não percebem que a ajuda oferecida não é porque os adultos queiram mantê-los incapazes, mas porque sabem que ainda não alcançaram a estatura necessária para determinadas atividades. A insistência em fazer o que ainda não podem ou devem gera a necessidade de correção. E a correção revela-se, na maioria dos casos, uma benção, embora seja vista como algo ruim pelo corrigido.
Hb 12:11 Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça.
A correção bíblica, a disciplina oriunda da Palavra é muito mais prova de amor do que o abandono à própria sorte, a liberdade para fazer escolhas equivocadas e muitas vezes sem retorno.
Hb 12:8 Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos.
SABER SER GRATO
Diante da instrução e da correção biblicamente orientadas, o coração de um adolescente enfrenta uma terceira barreira: a da expressão da gratidão, que luta ferozmente contra seu desejo de independência, de parecer autossuficiente. A correção bíblica produz, naquele que se deixa guiar e corrigir, a habilitação para realizar a obra de Deus.
II Tm 3.16 Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, 17 a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.
Aparentemente estamos em nítida desvantagem quando queremos, através de sermões de 40, 50 minutos, uma vez por semana e algumas vezes extremamente mal apresentados, concorrer com programações televisivas muito bem elaboradas e apresentadas durante 24h tentando convencer os jovens a serem independentes e, acima de tudo, autossuficientes.
Cl 3:15 Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos.
O ADOLESCENTE CRISTÃO SABE O QUE NÃO PODE SER
Uma segunda abordagem sobre como ser um adolescente cristão e referencial para seus amigos e familiares é saber o que não pode ser. Embora todos aspirem a possuírem liberdade, esta mesma liberdade não pode dar lugar à libertinagem.
I Pe 2:16 …como livres que sois, não usando, todavia, a liberdade por pretexto da malícia, mas vivendo como servos de Deus.
Todos aqueles que prometem liberdade sem compromisso, especialmente sem compromisso com o Senhor e sua palavra, na verdade estão oferecendo uma forma de escravidão pela qual eles mesmos são dominados – e conscientemente ou não, trabalham avidamente para fazerem novos colegas de servidão.
II Pe 2:19 …prometendo-lhes liberdade, quando eles mesmos são escravos da corrupção, pois aquele que é vencido fica escravo do vencedor.
A mente de um adolescente cristão não pode se deixar formatar pelas influências perniciosas do mundo, mesmo que, para isso, tenha que ser desconsiderado e rejeitado por outros adolescentes da mesma faixa etária.
I Pe 4:4 Por isso, difamando-vos, estranham que não concorrais com eles ao mesmo excesso de devassidão.
O ADOLESCENTE CRISTÃO RESISTE ÀS PRESSÕES
Precisamos ter ciência de que, quanto mais popular for um adolescente, tanto mais pressionado ele será para se amoldar aos padrões mundanos vigentes na sua cultura. O cristão precisa ser astuto como as serpentes que o cerca, ao mesmo tempo que precisa ser simples e obediente ao seu Senhor. Todavia, não há como resistir às armadilhas do diabo se não conseguir perceber os sinais de sua presença e atuação.
I Pe 5:8 Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar.
Todos nós estamos inseridos em uma cultura que nos influencia de alguma maneira. Assim, é necessário que saibamos diferenciar o que é cultural do que é demanda do pecado em seus multíplices disfarces. Já vimos que mesmo alguém da nossa própria casa – e pode até mesmo se alguém que goste de nós e que realmente tenha interessem em nosso bem estar é capaz de ser usado para que não façamos com alegria a vontade de Deus.
Mt 16:23 Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens.
Pedro não era o próprio satanás, nem estava possuído por ele. Mas, mesmo sendo um dos apóstolos escolhidos pelo Senhor ele agiu como um adversário da vontade de Deus. Sua intenção era a melhor – ele queria preservar o Senhor Jesus da cruz. Sua ação era a pior possível, pois se conseguisse seu intento não haveria salvação para ele nem para qualquer outro ser humano.
I Co 1:17 Porque não me enviou Cristo para batizar, mas para pregar o evangelho; não com sabedoria de palavra, para que se não anule a cruz de Cristo.
O ADOLESCENTE CRISTÃO VENCE COM CRISTO
Por fim, resta-nos entender que a vitória que o adolescente ou qualquer outro cristão sobre o maligno é fruto do conhecimento do Pai e da permanência da Palavra de Deus em seus corações, que lhes capacita e da força que o Senhor lhes dá.
I Jo 2:14 Filhinhos, eu vos escrevi, porque conheceis o Pai. Pais, eu vos escrevi, porque conheceis aquele que existe desde o princípio. Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e tendes vencido o Maligno.
Caso fossemos deixados a nossa própria força e escolhas inevitavelmente seriamos derrotados pelo inimigo, envergonhados publicamente e só nos restaria termos nojo de nós mesmos e das nossas mas obras e atitudes reprováveis.
Ez 36:31 Então, vos lembrareis dos vossos maus caminhos e dos vossos feitos que não foram bons; tereis nojo de vós mesmos por causa das vossas iniqüidades e das vossas abominações.
Para vencer o mundo precisamos da força do pai, do conhecimento da Palavra e, principalmente, da assistência do Senhor Jesus mediante a ação do seu Espírito.
Jo 15:5 Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.
Lembremos que, se é verdade quanto à derrota para o pecado, também é verdadeiro que, se vencedores por meio de Cristo, o mundo questionará a si mesmo sobre o que fazem, e embora muitos venham a odiar aos cristãos, perseguir a Igreja, fazendo a obra de seu pai, satanás, ainda assim haverá aqueles observarão o procedimento exemplar dos cristãos, e, assim, o nome do Senhor será glorificado.
Mt 5:16 Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.
E, se como é comum acontecer, os homens se levantarem em oposição à Igreja, e se voltarem contra os cristãos, se mostrarem irredutíveis, e não glorificarem de maneira alguma ao Senhor Deus em suas vidas, ainda assim serão obrigados a glorificar ao Senhor no dia da aplicação da justiça do Senhor.
I Pe 2:12 …mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação.
Ao invés de serem influenciados pela moda, devem os cristãos influenciar, também, outros cristãos mais fracos, que precisam de incentivo e modelo.
Sl 69:6 Não sejam envergonhados por minha causa os que esperam em ti, ó SENHOR, Deus dos Exércitos; nem por minha causa sofram vexame os que te buscam, ó Deus de Israel.
Não é o que você fala, cristão, que vai fazer diferença. Não é o que você faz que vai transformar vidas e corações. Mas é o que você é que será como um outdoor anunciando tanto a graça quanto a ira de Deus – e a aplicação da graça de Deus depende da ação do Espírito Santo sobre aqueles a quem ele quiser chamar.
Jl 2:32 E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo; porque, no monte Sião e em Jerusalém, estarão os que forem salvos, como o SENHOR prometeu; e, entre os sobreviventes, aqueles que o SENHOR chamar.
Em conclusão, guarde em seu coração este verso, transforme-o em uma divisa de vida:
Sl 69:6 Não sejam envergonhados por minha causa os que esperam em ti, ó SENHOR, Deus dos Exércitos; nem por minha causa sofram vexame os que te buscam, ó Deus de Israel.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

P. 101. PELO QUE ORAMOS NA PRIMEIRA PETIÇÃO?

R. Na primeira petição que é: "Santificado seja o Teu nome" pedimos que Deus nos habilite a nós e aos outros a glorificá-lo em tudo aquilo em que se dá a conhecer; e que disponha tudo para sua glória.
Sl 67.1-3; Rm 11.36; Ap 4.11
Jesus, coerentemente, nos ensina que Deus deve estar em primeiro lugar em nossas aspirações (Mt 27.27-39), por isso a primeira petição refere-se a Deus – e não a nossas vontades ou desejos, mesmo os mais legítimos deles. Deus, sua pessoa e vontade devem ser, sempre, os ocupantes do primeiro lugar no coração dos crentes (Mt 6.33).

O NOME DE DEUS É SANTO

Não devemos, entretanto, incorrer no erro de pensar que nós pedimos para o que nome do Senhor seja tornado santo – é justamente o contrário – a ordem é para não mundanizá-lo, não profana-lo (Ex 20.7). Tornar santo significa render-lhe toda a honra e reverência, toda a glória e exaltação que ele merece através não de palavras ou discursos, mas de vida (Sl 69.6).

SANTIFICAR O NOME DE DEUS NA CONDUTA

Tornar santo o nome do Senhor na vida pessoal significa contentar-se com o necessário para glorifica-lo (Pv 30.7-9) e, mesmo quando tiver menos do que todos normalmente desejamos de maneira lícita, como família e bens (Jó 1.21) contentarmo-nos com o que o Senhor nos der (Fp 4.11).  Orar ao Senhor pedindo que seu nome seja santificado indica uma predisposição para não profanar o nome do Senhor – dentre outras coisas não ser irreverente perante sua face (Ec 5.1).

O CARÁTER DOS FILHOS DO DEUS SANTO

Devemos orar nestes dois sentidos nesta primeira petição. Oramos para que Deus revele mais e mais da santidade do seu caráter e também oramos para que ele nos capacite a reconhecer a sua santidade, entender mais e mais os elementos que a consistem e prestar a ela toda a reverência que ela merece, especialmente a mais sincera forma de reverência – imitação consciente e humilde. Esta oração também ajuda o coração do adorador a não ser irreverente – ainda que clamemos a Deus como "aba", Pai, em consonância com a idéia de filiação (Rm 8.15) e não de irreverência. Não encontramos nem mesmo Jesus, o filho, sendo irreverente com o Pai (Jo 11.41-42). Quando a bíblia fala de intimidade do Senhor ela está inserida num contexto de temor, não de irreverencia (Sl 25.14).

SANTIFICAÇÃO E REJEIÇÃO DO MUNDANISMO

Santificar o nome do Senhor, significa não trazer para a adoração o que não é requerido por Deus no culto ou na vida do crente. Deus já é santo e não será tornado mais santo, mas o rente reconhece sua santidade e aparta-se do que o desagrada, e nem mesmo uma "adoração aparente" será suficiente para absolver o falso adorador (Ez 14.6-8). Para o crente efetivamente santificar o nome do Senhor em sua vida ele próprio precisa obedecer à ordem do Senhor e ser santo (Lv 20.7), apartando-se da prática de ações iníquas (Is 1.16-17).

SANTIFICAÇÃO COMO EXCLUSIVIDADE

Santificar o nome de Deus significa reconhece-lo acima e à parte de tudo o mais. Não há nada para comparar com Deus (Is 46.5). Uma comparação justa só pode ser feita entre coisas semelhantes ou que exerçam a mesma finalidade. É possível comparar um carro com uma máquina de ressonância magnética? Ele está perfeitamente acima de tudo o que possamos pensar (Is 55.8-9). Quando iniciamos nossa oração nós devemos nos lembrar que estamos falando com alguém infinitamente superior, não um igual ou um serviçal. Ele é o Senhor, justo, santo, poderoso e acessível a nós por causa do sangue de Cristo (Hb 10.19-22).

O NOME DE DEUS É SANTO


A menção ao nome de Deus pode ser vista como uma referência ao nome (hwhy) pelo qual ele se revelou (Êx 3.14) ou, também, à sua autoridade (I Sm 17.45). Onde quer que estejamos, estamos no nome do Senhor, como enviados por ele, ministros de seu evangelho (II Co 5.18) e, como tais, o que fizermos será como se ele fizesse por nosso intermédio, portanto santifiquemos o nome do Senhor.

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