quarta-feira, 2 de julho de 2014

NÃO DESTRUA SUA IGREJA I

Há alguns anos escrevi uma série de pequenos artigos intitulados “Como destruir uma Igreja”. Embora tenha procurado, alguns se perderam e terão que ser reescritos. Oportunamente os trarei a conhecimento da Igreja.
Lamentavelmente parece que muitos cristãos, e uma boa parte deles em posição de liderança, parece que levam a sério a idéia. Ao invés de usarem uma bíblia para promover a edificação da Igreja preferem uma pá, na tentativa de enterrá-la. E alguns tem conseguido.
A pergunta é: como tem conseguido? Como identificar e lutar contra este mal? Lembremos, inicialmente, que a nossa luta não é contra a carne ou sangue, mas contra principados e potestades, contra dominadores deste mundo tenebroso nas regiões celestiais (Ef 6.12) e que as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus (II Co 10.4).
Quero apresentar algumas atitudes que você, caro cristão, que ama a Cristo e à Igreja de Cristo, pode tomar para evitar ser instrumento de destruição da própria Igreja. Anote aí, para que você contribua para a edificação e não para a destruição.
ACIMA DE TUDO, AME A VERDADE
Ao escrever para seu filho na fé, Timóteo, Paulo lhe adverte que ele teria que enfrentar um grave problema no seio da Igreja. Era a experiência dos hebreus, era a experiência de Paulo com a Igreja em Corinto, e não seria diferente para Timóteo em Éfeso. Não era um problema externo - se fosse, seria mais fácil. A Igreja já estava calejada com as perseguições e sobreviva com relativo sucesso. O mal vinha de dentro, de um grupo de falsos crentes que, movidos por interesses mesquinhos, se recusariam a dar ouvidos à verdade (II Tm 4.4).
Por verdade, nesta acepção, devemos entender não a realidade dos fatos, mas o ensino correto da Palavra de Deus, porque quem é de Deus efetivamente ouve a voz de Deus (Jo 8.47), mas os filhos do diabo não apenas não ouvem para crer (Jo 10.26) como preferem outras vozes (Jo 8.44).
O primeiro passo que alguém pode dar para destruir a própria Igreja é se recusar a ouvir a Palavra de Deus, afastar-se paulatinamente da verdade, e, como brasa fora do braseiro, ir esfriando pouco a pouco, perdendo cada vez mais o interesse na verdade revelada de Deus. Este é um círculo vicioso, uma espiral descendente rumo à destruição.
Assim como Adão e Eva rejeitaram a verdade de Deus e destruíram a harmonia que havia com Deus e com a criação, logo escondendo-se atrás dos arbustos porque sabiam que mesmo as obras das trevas serão trazidas à luz (Lc 12.3). Assim como os pecados fazem separação entre o homem e seu Deus (Is 59.2) o desinteresse pela verdade torna o homem cada vez mais escravo da mentira, preferindo seus acoites numa espiritualidade sádica ao invés de buscar a refrescante sobra oferecida por Deus (Sl 91.1-2), com alimento e alegria (Is 55.1).
Porque os homens  trocam a verdade de Deus por suas próprias mentiras? Porque a verdade de Deus exige mudança, exige comprometimento, exige conversão, exige, enfim, submissão da própria vontade à vontade de Deus. Mas, quando o homem pode seguir seus próprios pensamentos (Ef 2.3) isto significa uma relativa liberdade. Faz o que quer, porque seu querer está preso ao pecado, que o domina, que o escraviza embora o faça sentir-se livre. O amor pela verdade é substituído por enfado e desgosto (Ml 3.14). O desprezo pelo erro e pelo que praticava a iniquidade (Sl 139.22) torna-se amor pela impiedade e prazer na lama (II Pe 2.22).
Mas um cristão não pode se deixar enredar neste erro. Um verdadeiro cristão, amigo de Cristo, não pode deixar de querer a verdade e de praticá-la por amor ao seu amigo e Senhor (Pv 8.32). Ame a verdade, acima de tudo. Ame-a e, mais do que quaisquer acessório, ela servirá de joia para aquele que teme ao Senhor (Pv 1.7-9). Vamos juntos, seguindo àquele que é, acima de tudo, a própria expressão da verdade (Jo 14.6).

Rev. Marthon Mendes

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