terça-feira, 24 de novembro de 2015

É HORA DE REVITALIZAR

Neste fim de semana o sínodo Carajás, em parceria com o Plano Missionário Cooperativo da Igreja Presbiteriana do Brasil, promoveu o Fórum de Plantação e Revitalização de Igrejas. Tendo feito o curso de Revitalização, Multiplicação e Implantação de Igrejas, e participado deste fórum, algumas conclusões são inevitáveis quando se pergunta o que falta para a Igreja Presbiteriana assumir um papel mais relevante no evangelismo nacional, sair do gueto em que se entrincheirou nos anos 60, solidificou nos anos 80 e tem se mostrado, com algumas exceções, incapaz de colocar a cabeça para fora da trincheira nos últimos 30 anos, acuada pelo movimento pseudopentecostal por um lado, ou pela paixão por pseudoteologias como a da libertação, quando não se deixa encalacrar num saudosismo absurdo e seus ismos, especialmente, no momento o pseudopuritanismo.
O que nos falta? O que falta à Igreja Presbiteriana do Brasil para dar um salto - embora a Igreja, aparente e muito lentamente, esteja crescendo (um crescimento com boa parte de adesismo de pseudopentecostais frustrados com as promessas vazias que só trazem prosperidade aos seus líderes gananciosos)?
A primeira conclusão é que a liderança da Igreja não está atenta para o fato de que ela precisa de vitalidade. O primeiro passo para que a Igreja responda com eficácia aos desafios propostos, em primeiro lugar, ao chamado do evangelho, e, em seguida, às demandas do mundo que a cerca é ter uma liderança vitalmente envolvida com a tarefa de fazer o nome de Cristo conhecido e temido, e, desta maneira, desejosa de que seu reino seja instaurado [porque inaugurado já está] em toda a terra. Enquanto a liderança, composta por pastores, presbíteros, diáconos e outros não compreenderem que, se não forem vivificados pelo Espírito do Senhor, se não tiverem genuíno interesse pelo conhecimento e prática das Escrituras, se não amarem a Deus mais do que todas as demais coisas, se não se sentirem impelidos para a proclamação do reino a Igreja apenas andará em círculos, em torno de si mesma e de seus eventos internos.
A segunda constatação é que, em muitos aspectos, a Igreja não está interessada em ser revitalizada, em experimentar uma nova vitalidade e assim sair do seu lugar comum, da sua zona de conforto. Mais gente significa mais problemas a serem tratados, significa mais opções na hora de preencher posições, comissões e sempre há quem muito se apegue a este tipo de coisa. Porque trazer problemas novos se os velhos já incomodam bastante? Enquanto a Igreja não entender que maior qualidade pode, sim, ser extraída de maior quantidade ela se fechará em seus muros santos - que não tem servido de proteção para o que vem de fora mas que são muito eficientes para dificultar a entrada de novos crentes.
A terceira constatação é que o problema da Igreja Presbiteriana não é falta de dinheiro, nem de conhecimento, nem de métodos para se expandir - e nem mesmo a clareza da mensagem apresentada. O grande fator tem sido o marasmo espiritual, a estagnação, a falta de interesse nas coisas de Deus, o descomprometimento cada vez mais crônico que assola a Igreja.
Apesar de a cada dia surgirem muitos tipos de Igrejas, é fácil constatar que a rotatividade de membros é muito grande, é, na verdade, uma moda - e muitos logo se cansam de navegar em mares incertos e partem à procura de um bom porto. O problema é que, ao mesmo tempo que querem um porto seguro, querem, também, um porto que tenha vida. Não faz sentido sair do mar, que, de uma forma ou de outra, tem movimento, para aportar numa ilha deserta e sem vida. Sim, a Igreja presbiteriana, como um todo, líderes e liderados, precisa de vitalidade, vitalidade que vem do Espírito Santo e que impacta vidas.
Rev. Marthon Mendes

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