quarta-feira, 27 de abril de 2016

A HIPOCRISIA, ARMA DE ASSASSINOS DO CULTO

Constantemente lemos sobre massacres de cristãos. Esta semana li uma notícia - não consegui a comprovação de que a mesma é verdadeira - de que alguns ministros cristãos teriam sido enterrados vivos na China. Pessoalmente eu tenho dúvidas de que tenha acontecido, mas o fato é que muitos cristãos são perseguidos atualmente, especialmente na África e na Ásia.
Centenas, milhares de cristãos são mortos anualmente por uma simples razão: são cristãos e mantém-se fiéis sem negar a Cristo. Isto não deixa de angustiar o meu coração, e devemos fazer ouvir a nossa voz contra a cristofobia, especialmente em oração. Os perseguidores matam cristãos, mas são incapazes de matar o culto cristão.
Todavia, é possível encontrar verdadeiros assassinos, muito mais perniciosos, que não matam cristãos, mas conseguem matar o culto. O nome deste assassino silencioso é hipocrisia. Deixe-me trazer-lhe o sentido original deste termo. Hipocrisia é possuir um conceito de si mesmo superior, acima do que é justo, sem um critério objetivo e real. Nada endurece mais a alma e amortece o coração do que a hipocrisia. Nada produz ouvidos insensíveis e corações sem amor do que este assassino silencioso e pouco reconhecido.
É muito difícil perceber a hipocrisia especialmente quando ela leva a pessoa a considerar-se mais santa do que realmente é, produzindo uma pseudosantidade orgulhosa, e uma sensação de superioridade espiritual que conduz a um olhar sobre o restante da Igreja como pessoas menos santas, com menos discernimento, numa acidez crítica que mata o amor e a comunhão. Mas, antes do amor e da comunhão morrer, este orgulho irreal mata, em primeiro lugar, o culto do hipócrita porque ele jamais chega diante de Deus exclamando das profundezas de um coração compungido: “Sê propício a mim, pecador” (Lc 18.13).
À medida em que os bancos das Igrejas vão sendo ocupados o inimigo silencioso, dentro do coração começa a agir, gritando e reverberando pelas paredes da mente: isto não está sendo feito direito... Isto não está sendo bem feito... Isto deveria ser feito diferente... Pronto... O culto já morreu. Em lugar do adorador está o cadáver do crítico. Certa vez li uma frase, a respeito dos comentaristas de qualquer área, que eles são “pessoas frustradas em alguma área, que não estão fazendo, mas julgam que quem está fazendo tem que fazer para agradar a seus próprios critérios. Não fazem, não são capazes de fazer, mas querem que seja feito de maneira perfeita”.
Não estou defendendo que o cristão aceite qualquer coisa ser feita por aqueles que estão na direção do culto. Só devemos aceitar o que é fruto de orientação bíblica e reprovar todo “fogo estranho” ou profano. As práticas erradas devem ser identificadas, combatidas e erradicadas. O culto indigno não é aceitável pelo Senhor, é perda de tempo e é condenável. Devemos levar o culto tão a sério quanto Deus o leva a sério. Seus mandamentos devem ser cumpridos à risca (Sl 119.4), inclusive na qualidade da adoração (I Co 2.14).
Mas você saber disso não lhe dá o direito de deixar de adorar para tomar o lugar do único que tem o direito de julgar o culto, pois é para ele que o culto é oferecido. você pode dizer que não gostou do serviço de um pintor, afinal, você pagou por aquele serviço. Quando alguém se dedica à crítica ela não confessa seu próprio pecado, pelo contrário, ela acumula pecado. Não há alegria na crítica, a menos que esta alegria seja fruto de julgar o outro inferior e incapaz. Não há edificação pessoal porque o coração está ocupado demais com o julgamento do servo alheio (Rm 14.4).

terça-feira, 26 de abril de 2016

O IMPEACHMENT QUE EU NÃO QUERO

A palavra da moda, em nosso país, é, depois de 24 anos, novamente impeachment. Impeachment, palavra inglesa que foi absorvida pelo nosso vocabulário e que significa impedimento. Estamos tão politizados (pela primeira vez política ganhou em preferência nacional de futebol) que até uma criança de 5 anos, assistindo o noticiário, surpreendentemente perguntou ao seu pai: “Já tiraram a Dilma”.  Com a resposta negativa, saiu decepcionado: “Ah! Não!”...
E o Brasil está movimentado... Aliás, tem chegado a Brasília ônibus vindo de outros países que sabem que seus governos, em quase tudo semelhantes ao que vigora atualmente no Brasil, dependem da manutenção da esquerda no poder por aqui - já está ruindo por toda a América do Sul.
Aos brados de impeachment de um lado, ecoam ferozes não vai ter golpe, do outro.

SEM IMPEDIMENTO ALGUM

Mas é sobre outro impedimento que quero chamar você para refletir através deste texto. O apóstolo Paulo fala de outro impedimento, de maior duração do que está sendo tentado na câmara dos deputados e, provavelmente, chegará ao senado federal do Brasil. Em caso de impedimento um presidente pode ficar 08 anos alijado de cargos públicos.
Paulo escreve: “Estes sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder” (II Ts 1.9). Quem são? Políticos que os brasileiros já, tradicional e jocosamente, chamam de corruptos e outros termos deletérios?
Não, Paulo está falando de dois tipos de pessoas - os que não conhecem a Deus e os que não obedecem ao evangelho do Senhor Jesus. O primeiro tipo não pode obedecer ao evangelho porque, evidentemente, não o conhece, embora o termo conhecer aqui também possa ser tomado com o sentido de “ter relacionamento de amizade ou intimidade” cf. Mt 7.23. O segundo tipo não quer obedecer ao evangelho. Conhecem, mas preferem desobedecer, dignos, pois, de muito mais severo juízo (Hb 10.29) por saberem o que devem fazer e não colocarem em prática este conhecimento.
Espero que para você, que dedicou estes minutos para ler este texto, não haja impeachment algum.

Se você quiser a imagem clique aqui.

sábado, 23 de abril de 2016

- DISPOSIÇÃO PARA SUPERAR OS PROBLEMAS: NEEMIAS - PRINCÍPIOS PARA SE FAZER A OBRA DO SENHOR

Mensagem dominical pregada na Igreja Presbiteriana em Xinguara

Vamos lembrar o que já sabemos sobre Neemias, mais especialmente sobre o primeiro princípio que encontramos em seu brilhante trabalho como reconstrutor de Jerusalém. Ao tomar conhecimento que alguns judeus tinham notícias de Israel, procurou-os imediatamente, e foi inteirado do estado em que as coisas se encontravam. Embora o relato bíblico não nos dê maiores detalhes sobre o teor das conversas entre Neemias, Hanani e os demais que voltaram junto com ele, provavelmente foi muito mais do que o resumido relato bíblico nos apresenta e serviu de base para as orações constantes (mais de cem dias) nas quais este servo de Deus colocou os desejos do seu coração perante o Senhor seu Deus (Sl 37:5). Neemias não era um iludido com promessas infundadas a respeito de Jerusalém. Ele sabia que, deixando a cidadela de Susã, onde passava uma parte do ano, e Babilônia, a capital, deixando o palácio do rei Artaxerxes ele tinha uma dura missão pela frente.
Em primeiro lugar, ele teria que chegar a Jerusalém – o que, por si só, já era uma tarefa de grande monta dada a distância e a inospitalidade da região que tinha que atravessar e, conseguindo atravessar, ainda encontrariam inimigos na região – muitos, organizados e influentes.
Em segundo lugar, ele teria que se ambientar em Jerusalém – e, de cara, teria que resolver o mais rapidamente o problema emocional e de organização social dos judeus, abatidos e muitos já se aculturando com os demais habitantes da região, fazendo alianças mediante casamentos que eram uma afronta ao Deus que os havia lançado naquele estado miserável.
Em terceiro lugar ele se defrontaria com a difícil situação socioeconômica: era um país destruído, falido, sem qualquer tipo de organização econômica. Os hebreus não passavam de camponeses, colonos em sua própria terra, meros escravos, sem iniciativa, sem instrução, sem instrumentos. Desafios enormes – desafios que só Deus poderia tornar possíveis – mas como não devemos jamais esquecer, não há nada impossível para Deus (Lc 1:37). Por confiar em Deus inteiramente vamos encontrar algumas disposições fundamentais no coração de Neemias.

NEEMIAS SE HUMILHOU PERANTE O SENHOR

Ne 1.11 - Ah! Senhor, estejam, pois, atentos os teus ouvidos à oração do teu servo e à dos teus servos que se agradam de temer o teu nome; concede que seja bem sucedido hoje o teu servo e dá-lhe mercê perante este homem. Nesse tempo eu era copeiro do rei.
A primeira disposição de Neemias é buscar a presença de Deus, confessando seus pecados e reconhecendo o pecado de seu próprio povo, da mesma maneira que Daniel havia feito décadas antes (Dn 9:18). Neemias só podia confessar os seus pecados, não o de terceiros – confessamos os nossos pecados, intercedemos pelos outros pecadores. A confissão é sempre fruto do arrependimento individual.
Israel estava sofrendo por seus próprios pecados – pecados de seus pais, pecados de seus príncipes, pecados de seus sacerdotes, pecados que continuavam a ser cometidos, mesmo estando no estado de completo desolamento como era o dos habitantes de Jerusalém. A solução para o problema de Israel não estava nos israelitas – nem nos que foram levados para o exílio nem nos que ficaram em Canaã.
Enquanto Israel confiasse em si mesmo o seu destino era o pó (Jr 7:19). Enquanto Israel esperasse que sua solução viesse do homem, o seu destino era o pó (Jr 17:5). Enquanto Israel buscasse alívio em alianças com homens ou com reinos o seu destino continuaria sendo apenas o pó (Sl 121:1).
A arrogância de Israel, descrita por Jeremias, resultou, efetivamente, em sua própria maldição. O profeta havia avisado: maldito o homem que aparta o seu coração do Senhor. Foi por isso que o Senhor colocou como condição essencial para a restauração a humilhação, não a humilhação pela força de terceiros, mas a humilhação pessoal, de coração – o exílio veio para um povo que honrava o Senhor com os lábios mas tinha o coração longe do Senhor. A restauração só viria para um povo que honrasse o Senhor com o coração, que o buscasse de todo o seu coração (Jr 29.12-14).
Israel estava efetivamente destruída – a nação, a capital, o povo, a economia, a moral (Jr 25:29). Tudo tinha virado escombros e um montão de ruínas. Mas a promessa de Deus é: se este povo me invocar… se este povo orar a mim eu os ouvirei. Se este povo me buscar de todo o coração eles me acharão. Se este povo vier a mim mudarei a sua sorte. Se este povo destroçado me buscar verdadeiramente eu os trarei de volta do exílio, eu sararei a sua terra, eu perdoarei os seus pecados, eu restaurarei sua nação (II Cr 7:14).

NEEMIAS SE ENTREGOU AO SENHOR DA OBRA

2.1 - No mês de nisã (aproximadamente 4 meses depois), no ano vigésimo do rei Artaxerxes, uma vez posto o vinho diante dele, eu o tomei para oferecer e lho dei; ora, eu nunca antes estivera triste diante dele. 2 O rei me disse: Por que está triste o teu rosto, se não estás doente? Tem de ser tristeza do coração. Então, temi sobremaneira 3 e lhe respondi: viva o rei para sempre! Como não me estaria triste o rosto se a cidade, onde estão os sepulcros de meus pais, está assolada e tem as portas consumidas pelo fogo? 4 Disse-me o rei: Que me pedes agora? Então, orei ao Deus dos céus
A segunda disposição é permanecer na presença do Senhor esclarecendo qual o desejo do seu coração, qual o seu propósito. Ele sentia a dor e a desgraça de seu povo. Ele havia decidido fazer algo para melhorar a situação do seu povo. Ele queria acabar com aquele estado de miséria em que Israel se encontrava. Ele queria reconstruir Jerusalém. Para isso ele precisava do favor de Deus. Precisava da ação de Deus no coração do rei Artaxerxes e por isso pede ao Senhor que lhe dê “mercê perante o Rei”.
Antes, porém, de Deus agir no coração de Artaxerxes um outro coração precisava estar disposto para a tarefa – um coração precisava estar pronto, precisava estar totalmente voltado para a obra a ser realizada - e este coração era o de Neemias. Um coração humilde e consagrado ao Senhor, um coração que confiava no Senhor, que se confiava inteiramente ao Senhor.
Como servo que era, e humilhado por sua própria incapacidade, não há quaisquer reivindicações das promessas de Deus – ainda que Neemias confiasse nas promessas de Deus e em suas orações lembrasse delas. Há uma diferença entre confiar e esperar nas promessas de Deus e exigir de Deus o cumprimento de suas promessas. Ele não “cobra” de Deus que restaurasse o povo, a nação e a cidade santa ‘porque ele havia prometido’ ou porque houvesse alguém orando por este fim. Pelo contrário, Neemias se dispõe a servir a Deus se ele quisesse restaurar Jerusalém. Ele queria ser o instrumento, não a mão que reergueria Israel – o braço que faria isso seria o braço do todo poderoso de Jacó.
Porque muitos cristãos “consagrados” estão simplesmente se esquivando de servirem na obra do Senhor – por mais esquizofrênica que seja a resposta, acredito que seja porque jamais fizeram o que homens como Neemias, Pedro fizeram (Lc 18:28), Paulo (Fp 3:8) e tantos outros fizeram. Respondendo de forma ainda mais clara: é porque não conseguem, efetivamente, reconhecer o Senhor como seu senhor em todos os seus caminhos
Neemias só conseguiu a autorização para realizar a tarefa porque ele queria ser instrumento de Deus. Sua oração não foi como a fala de Moisés (Êx 4:13), ele não orou por outros trabalhadores – ele pediu ao Senhor que lhe desse (a ele, Neemias) graça diante do rei porque ele queria ir a Jerusalém para reedificar a cidade. 

NEEMIAS SE ENTREGOU À OBRA DO SENHOR

5 e disse ao rei: se é do agrado do rei, e se o teu servo acha mercê em tua presença, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a reedifique. 6 Então, o rei, estando a rainha assentada junto dele, me disse: Quanto durará a tua ausência? Quando voltarás? Aprouve ao rei enviar-me, e marquei certo prazo.
Após um período de oração – um longo período, quase quatro meses, Neemias estava pronto para atender ao chamado de seu coração. Ele não ouviu vozes, não sentiu tremores, e, ainda que Deus muitas vezes tenha se manifestado de maneiras extraordinárias, ele também fala ao coração de seus servos (Sl 27:8).
Tinha um desejo, elaborara um plano e havia tomado uma resolução. Ele queria reedificar Jerusalém (v. 5). A execução não dependia dele. O texto nos mostra um Neemias resoluto e ao mesmo tempo tenso, preocupado, com o coração ansioso mas tudo entregando nas mãos de Deus (Fp 4:6). Como ele convenceria o rei a permitir a reedificação de Jerusalém, uma cidade com um grande histórico de revoltas e guerras? Neemias percebeu que este não era o seu problema.
Para Neemias bastava que ele estivesse disposto a ser o instrumento de Deus para aquela obra, para ser usado como Deus quisesse, como fez Isaías (Is 6:8). E se fosse da vontade de Deus o rei lhe seria favorável [Ne 2.1-3]. Confiante e preocupado, Neemias aguardou a ocasião propícia, sabedor de que há tempo para tudo debaixo do céu, e de que não se deve desperdiçar oportunidades. Entre março e abril de 445 a.C. Neemias é inquirido pelo rei do porque da sua expressão tensa, expôs-lhe o que lhe preocupava o coração.
Não era o rei quem decidia. Lembremos de outro episódio em que um rei achava que tinha pleno domínio da situação e foi envergonhado e aniquilado diante do mundo inteiro – e Deus diz que isto aconteceu por que ele endureceu o coração de faraó (Êx 9:12). Faraó achava que fazia o que queria, mas não sabia que estava cumprindo um propósito do Senhor (Rm 9:17).        
Assim, após todo este período de oração e preparação Neemias finalmente conseguiu a liberação do rei para viajar, recomendações para que tivesse segurança e recursos materiais para a reedificação da cidade [Ne 2.4-5]. Na verdade, Neemias faz duas viagens, uma em 445 a.C. e outra em 432 a.C. Devemos, porém, observar algo: quando se apresenta perante o rei, ao ser inquirido sobre o motivo da sua tristeza, Neemias em primeiro lugar ora ao Senhor, mais uma vez.
É a oração confiante de quem sabia que Deus já tinha ouvido as suas orações, já tinha atentado para seu clamor e jejum – ele sabia que assim como Deus tinha inclinado o seu coração, ele também podia inclinar o coração do rei (Pv 21:1).

QUAL A DISPOSIÇÃO DO SEU CORAÇÃO

Sabemos que para tomarmos parte na obra do Senhor numerosos empecilhos poderão surgir. O Senhor Jesus afirmou que aqueles que se apresentarem ao chamado de Deus em resposta à oração dos poucos trabalhadores (Lc 10:2) deveriam saber que seriam enviados como ovelhas para o meio de lobos (Lc 10:3).
Somente com uma atitude de completa dedicação de coração ao Senhor alguém pode abrir mão dos prazeres transitórios deste mundo para aguardar superior promessa, como Moisés fez (Hb 11:25). Jesus é absolutamente enfático – você não pode servir a dois senhores – ou você serve a Deus ou você serve aos interesses do mundo (Lc 16:13) e suas concupiscências (Rm 13:14). Não há meio termo, ou você serve a Jesus ou você é apenas um empecilho à sua obra (Lc 11:23). Como ouvi certa vez, quem não está sob a pedra de esquina é apenas pedra de tropeço (Rm 9:33). Se desejamos um exemplo de completa disposição para o serviço do Senhor podemos olhar para Esdras (Ed 7:10).
Somente com uma entrega total ao Senhor e à sua obra alguém pode trocar o que lhe parece estar à mão na esperança de receber algo que sequer consegue ver. Somente em uma entrega total na obra do Senhor alguém pode, de fato, demonstrar que já entregou-se ao Senhor da obra. Um incrédulo espera ver, para então, acreditar. Ora, se você acredita no que você vê você não é um crente, é um crédulo, como Tomé (Jo 20:27). O crente crê, aguarda, espera, e verá. Não precisa ver para crer, mas crê porque sabe que verá (Hb 11:1).
Ainda há muito a ser realizado na obra do Senhor – e isto não será realizado por governantes, como não foi por Artaxerxes. Isto não será realizado por incrédulos, mesmo se estes forem dotados de grandes recursos, como não foi pelos gentios que cercavam Jerusalém. A obra do Senhor não será feita por aqueles que tem informações precisas mas precisam de disposição no coração, como não foi por Hanani e os demais viajantes. Provavelmente havia outros judeus trabalhando em Susã – que nada fizeram para a consecução da obra, como hoje ainda há muitos assentados tranquilamente em bancos de Igreja, em ambientes confortáveis como era a cidadela de Susã.
Ainda há muito a ser realizado na obra do Senhor – e isto só será realizado por crentes que estejam dispostos a se entregar, humildemente, nas mãos do Senhor e rogar, através de oração paciente, que o Senhor lhes conceda os desejos de seu coração, coração previamente inclinado pelo Senhor para a sua obra (Pv 21:1). Deixe-me concluir, qual a disposição do seu coração? Você está disposto a enfrentar alguma dificuldade para fazer a obra do Senhor?

segunda-feira, 18 de abril de 2016

QUE DIREI EU? CRÔNICA DO DIA SEGUINTE: TCHAU QUERIDA!

Já tem amigos – curiosamente até mesmo alguns amigos petistas (já disse mais de uma vez que eu os tenho – e já deixei de ter contato com petistas que pareciam ser meus amigos) me cobrando: “E aí, não vai dizer nada”? (E tem alguns também dizendo para eu não escrever). Entre o desejo de apenas observar com o olhar de quem pensa: “Eu sabia que esse dia iria chegar” e os dedos ansiosos pelo teclado, resolvi: vamos às letras, que me desculpem os que esperavam o meu silêncio. Se preferirem, parem aqui!
Tudo está decidido? Não. Claro que não. O que a Câmara dos Deputados fez, como já afirmei anteriormente, foi votar pela admissibilidade da denúncia. Os deputados disseram que, sim, a presidente pode ser denunciada pelo crime de responsabilidade por ter atentado contra a constituição do Brasil no que tange à lei fiscal. Ela é culpada? Este debate não coube à câmara. Cabe ao Senado Federal, que receberá a denúncia e então a julgará. A rigor, nem julgada ontem a Dilma foi.
É só isso (talvez você pergunte desanimado)? Não, não é. Na verdade, é muito mais do que isso.
Os 367 votos pela admissibilidade da denúncia evidenciam outra coisa – evidenciam que nem mesmo em um ambiente pútrido como a Câmara o sistema de cooptação de votos sobejamente usado durante estes quatorze anos de governo petista a farsa grotesca e trágica poderia continuar (sim, o mensalão não acabou, na verdade era apenas uma face deste método pode de conseguir votos – pesquisem no meu blog, sempre chamei os aliados do PT de “base alugada”).
Evidenciam também que o Brasil inteiro queria que a resposta da câmara fosse sim, com exceção de três estados, dos quais dois não possuem grande relevância econômica ou política no quadro nacional (Amapá e Ceará, e, lamentavelmente a minha amada Bahia é uma destas negras exceções, mas em breve teremos eleições e o povo baiano dará a resposta aos lacaios esquerdistas – muitos nada além de fisiologistas pois sempre foram de direita). Os que não queriam ameaçavam o Brasil com greves (a maioria não trabalha), invasões (especialidade dos tais movimentos) e depredações (sim, elas acontecerão, mas serão cada vez mais raras à partir do momento em que estes arruaceiros deixarem de contar com o acobertamento do governo).
E o que vai mudar? Temer é investigado, Cunha é réu, Renan é acusado… quem vai sobrar? O Brasil tem que sobrar. Pouco me importa quantos venham a cair, mesmo que sejam os dois do executivo, os 512 da câmara e os 81 do senado. Não, não sou adepto da tolice de eleições gerais imediatas. Pra que? Não estamos vivendo nenhum período extraordinário de revolução ou golpe. O que temos é corruptos que precisam ser impedidos de governar, independente da cor das suas flâmulas, se vermelhas ou ainda verde-amarelas…
Que comece a faxina. Que o lixo grosso, a  tranqueira, seja removida. Sim, que o PT e sua camarilha assecla seja banida da vida pública – pena que a lei só permite por 8 anos. Sim, que os asseclas sejam também varridos, como PSOL, PCdoB, Rede, PP e outros mais. Depois, que o entulho também seja jogado fora.... que os mais de 600.000 comissionados que aparelham o estado brasileiro sejam removidos como uma crosta de sujeira tem que ser jogada fora... e que toda a sujeira seja enfim removida até que seja possível retirar tudo e cheguemos ao fim de um processo de limpeza. Mas todos sabemos que ninguém começa uma limpeza tirando a poeira do entulho…  tira-se o entulho, depois os pedaços que sobram e por fim a poeira. É isso que precisa ser feito, por isso meu posicionamento contra o maior mal que já assolou a vida pública brasileira, chamado originalmente de Partido dos Trabalhadores, mas que, hoje, merece manter a sigla, mas não a nomenclatura, pois se tornou o Partido das Tramóias.
Quem é meu candidato? Ou candidata? Para início de conversa, não é de esquerda, não desta esquerda mequetrefe e arruaceira, irresponsável, inconsequente, inconsistente e baderneira. Qual é meu partido? Não sou filiado a nenhum, mas se tivesse que ser seria a um partido mais à direita, e ainda sim, olhando para cada um deles, o faria com sérias restrições, por isso prefiro não me filiar a partido algum.
Não acabou! É fácil para muitos, como tenho visto, vibrando com a derrota das esquerdas na primeira batalha. Que bom, fico satisfeito ao ver que a insensatez de muitos e seu fascínio pela esquerda vai dando lugar à razoabilidade. Há anos falo, escrevo e, à minha maneira, luto pelo fim deste status quo. Reacionário? Claro. Quem em sã consciência não reagiria a um projeto de destruição da família, dos valores cristãos e de tudo o que preza, como era feito pelo governo da vez? Conservador? Sem dúvida, porque o que é bom, a base da nossa sociedade precisa ser conservada do ataque dos cupins vermelhos.
Os que votaram pelo começo do processo não são salvadores da pátria – talvez estivessem, a maioria deles, tentando salvar a própria pele, o próprio reduto eleitoral, a própria carreira política. Mas seja qual for o motivo, deram ao Brasil a oportunidade de tirar o entulho. Tem mais lixo por aí, sem dúvida, mas o processo não precisa parar necessariamente na Dilma. Tem lixo todas as cores, para todos os gostos. Que comece a faxina.
Ah! Aproveitando, vi que perguntaram o que significa “Tchau Querida!”, se se referia a Dilma ou a democracia. Sei que quem perguntou não quer explicação, mas, vai assim mesmo. “Querida” era uma maneira invariável de Dilma começar a dar uma descompostura em alguém, publicamente ou não. A feitiçaria voltou-se contra a bruxa – e o “Tchau Querida” significa o fim da arrogância, da prepotência, não o fim da democracia mas o fim da cleptocracia.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

EXÉRCITO VERMELHO? AMEAÇA DESBOTADA

Há pouco mais de um ano conversava com um amigo sobre o quadro institucional brasileiro, a infiltração de guerrilheiros e a importação em massa de refugiados haitianos rumo a São Paulo, as constantes ameaças dos movimentos sem-o-que-fazer-além-de-baderna e ele se mostrava preocupado, acreditando que tais movimentos poderiam contar com um número de “guerrilheiros” na casa dos milhões. Já naquela época eu contestava a propaganda esquerdista, e acreditava, como agora, que tais movimentos não conseguem juntar 50.000 pessoas dispostas a “por fogo no Brasil” como eles apregoam. Porque pensava assim? E porque penso assim, especialmente agora que o impedimento da presidanta (não vejo a hora de esquecer este neologismo) se afigura não apenas possível, mas cada vez mais provável?
Em primeiro lugar, pode-se observar que as grandes aglomerações de movimentos pró-governo teriam que reunir, mesmo segundo os dados hiperinflados dos próprios petistas, cerca de cinco milhões de simpatizantes para contarem com cinquenta mil guerrilheiros – meu amigo temia em torno de, pelo menos, dois milhões de guerrilheiros. Impossível.
Segundo, sem apoio oficial, sem as verbas injetadas pelo governo através de diversos organismos oficiais, extraoficiais e até clandestinos, estes movimentos não tem como se sustentar simplesmente porque não produzem nada. Sendo campo improdutivo, que lhes restaria? A criminalidade?
Eis aí outro problema para eles, não para nós, porque, sem o apoio dos aparelhos petistas, sem o governo e o ministério da justiça dispostos a tudo para tê-los como parceiros, com que garantia de proteção eles iriam tentar fechar estradas e invadir prédios? Iriam cercar o palácio do Planalto e depois serem recebidos pelo presidente? Ou a Força Nacional os colocaria para correr?
Pensemos um pouco: sem apoio da mídia vendida ao governo (Folha de São Paulo, por exemplo); sem recursos para locomoção e manutenção de alguns milhares de não-trabalhadores que teriam que ir para a cidade procurar emprego; sem passe livre para baderna (se fizerem badernas ou invasões nada melhor do que uma cadeiazinha básica – aliás, há espaço para 50.000 em Brasília (estádio Mané Garrincha) e outros mais espalhados pelo Brasil.
Quer saber, não tenho nenhum medo do exército vermelho do Stédile e companhia… ele é tão vermelho como a mortadela barata que comem (e que vai acabar) e como as bandeiras desbotadas e rasgadas que ainda tremulam nas margens de algumas rodovias brasileiras.
No fim, eles vão mesmo usar a foice e o martelo. Vão usar a foice para cortar juquira, e o martelo para bater prego…

NEEMIAS - PRINCÍPIOS PARA SE FAZER A OBRA DO SENHOR - CONHEÇA O PROBLEMA

Vamos relembrar o que já tivemos a oportunidade de conhecer sobre os princípios de Neemias, servo do Senhor, copeiro do rei, restaurador das muralhas de Jerusalém e da dignidade de Israel como povo.
Em primeiro lugar, lembre-se, definimos princípios: inclinações fundamentais que moldam o comportamento, influenciam o modo de interpretar o mundo, como agir e reagir às mais diversas situações. Fomos apresentados a Neemias, servo de Deus em terra estranha e em um contexto amplamente desfavorável à sua fé, e que demonstra três características pessoais que precisam ser sempre lembradas: ele possuía verdadeiro interesse pelo povo de Deus e sua situação (moral, social e espiritual); ele sabia que, para obter sucesso dependia inteiramente de Deus e possuía disposição para agir em quaisquer circunstâncias para a glória de Deus, inclusive abrir mão de um estilo de vida relativamente estável e seguro para dirigir-se a uma região inóspita e insegura.
Temos em nossas bíblias o livro que narra apenas parte da história deste homem. E é assim porque não precisamos da história de Neemias, e sim do que Deus fez através de Neemias. Quando analisamos o registro sagrado com esta impressionante e belíssima história de comprometimento com a obra, aprendemos alguns princípios que transcendem as épocas – princípios que podem ser seguidos pelo povo de Deus em qualquer lugar, em qualquer ambiente. Princípios que podem ser seguidos se você estiver cercado por inimigos da fé, tendo, diariamente, sua fé provada – e aprovada (Tg 1.2-4), mas princípios que também são úteis mesmo que você viva no infinitamente mais perigoso ambiente da opulência, nos castelos eclesiásticos cheios de luxos e encantos e da religiosidade incontestada, tornada morna e desprovida de vitalidade.

PRINCÍPIO Nº I: TENHA UMA VISÃO CLARA DA SITUAÇÃO

Neemias tinha suas ocupações na corte persa, como ele mesmo afirma, era “copeiro do rei” Artaxerxes, uma função de confiança e ao mesmo tempo muito perigosa, pois cabia-lhe, entre outras coisas, provar a comida e a bebida que era servida ao rei – evitando assim que o mesmo sofresse envenenamento [2.1]. Num ambiente de constantes intrigas palacianas, não era um risco desprezível. Mas o fato é que Neemias tinha acesso ao rei e à rainha, e por isso tinha uma vida que era invejada por muitos. Todavia Neemias não se desligou do seu povo e da sua história.
À semelhança de Daniel não perdeu sua identidade no meio de uma nova realidade [Ne 1.1-3]. Apesar de estar na opulenta Susã, uma das capitais imperiais [usada especialmente no inverno por causa do clima mais ameno] o coração de Neemias se enternece com o estado de miséria dos israelitas que ficaram na sua terra, em ‘grande miséria e desprezo’, as muralhas em ruínas, as portas incendiadas e a cidade destruída. Era passado o tempo do exílio, e era necessária a reconstrução de Jerusalém. Mas como aqueles judeus que ficaram na mais absoluta miséria poderiam fazer isso? Os nobres tinham sido levado cativos, o próprio Neemias era de família nobre, como Daniel, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Não havia liderança no meio dos escombros – havia apenas o que poderia haver, uma luta diária pela sobrevivência em condições hostis. No decorrer da narração da história de Neemias vamos perceber que havia injustiça social, exploração dos judeus pelos próprios judeus, com desigualdade social, escravismo, sacerdotes e profetas corruptos. Há conflito no que se refere à fé, entre os judeus que não foram pro exílio e ainda com os não judeus. Havia uma tentativa de sincretismo por parte de uns e radicalismo por parte de outros, casamentos mistos, alianças por interesses econômicos. O quadro era de caos absoluto – e era chegado o momento da intervenção de Deus através deste seu servo:

PRIMEIRA NECESSIDADE: PROVISÃO

1.1 As palavras de Neemias, filho de Hacalias. No mês de quisleu, no ano vigésimo, estando eu na cidadela de Susã, 2 veio Hanani, um de meus irmãos, com alguns de Judá; então, lhes perguntei pelos judeus que escaparam e que não foram levados para o exílio e acerca de Jerusalém. 3 Disseram-me: Os restantes, que não foram levados para o exílio e se acham lá na província, estão em grande miséria e desprezo; os muros de Jerusalém estão derribados, e as suas portas, queimadas. 4 Tendo eu ouvido estas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus.
Do relato de Hanani, o primeiro item enumerado é o estado econômico dos “restantes”. Quando Israel foi levado para o exílio babilônico todos os nobres foram aprisionados – apenas pessoas de baixa instrução foram deixadas para o cuidado da terra. Não havia engenheiros, médicos, não havia comerciantes – apenas trabalhadores braçais. Este fato era de suma importância para Neemias, já que seu projeto era o de praticamente recriar um país. Neemias precisava pensar no que fazer. Esta verdade é biblicamente ilustrada pelas sábias palavras do maior mestre de todos os tempos, Jesus (Lc 14.28-30). É óbvio que o Senhor providencia os meios para a consecução de sua obra. Foi assim, por exemplo, com Elias, a quem sustentou através de corvos (I Rs 17:6) e depois na casa da viúva (I Rs 17:14)… foi assim com Jesus, a quem reanimou enviando alimento pelos anjos (Mt 4:11)… foi assim com Paulo, que desejava pregar em Roma e teve não apenas sua viagem mas também sua segurança (havia pessoas que fizeram juramento de matá-lo - At 23:21) custeadas pelo governo romano (vide a descrição desta viagem no livro de Atos dos apóstolos, capítulos 27 e 28), embora este não soubesse que estava trabalhando para Deus (Sl 22:28). Neemias é, então, informado de que seu primeiro problema, seu primeiro trabalho como um eventual administrador da província será suprir as necessidades econômicas de seu povo. E isto requereria trabalho, requereria técnicas de produção e pessoas habilitadas para treinar os moradores, armazenamento de grandes quantidades de comida com as dificuldades que isso acarretaria. O desafio econômico era enorme, e Neemias precisava se preparar para executar uma tarefa de tal monta. Conheça as necessidades do trabalho que precisa executar.

SEGUNDA NECESSIDADE: MOTIVAÇÃO

1.1 As palavras de Neemias, filho de Hacalias. No mês de quisleu, no ano vigésimo, estando eu na cidadela de Susã, 2 veio Hanani, um de meus irmãos, com alguns de Judá; então, lhes perguntei pelos judeus que escaparam e que não foram levados para o exílio e acerca de Jerusalém. 3 Disseram-me: Os restantes, que não foram levados para o exílio e se acham lá na província, estão em grande miséria e desprezo; os muros de Jerusalém estão derribados, e as suas portas, queimadas. 4 Tendo eu ouvido estas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus.
A conversa com Hanani revelou uma segunda dificuldade a ser enfrentada: o abatimento emocional e a humilhação a que aquele povo fora submetido por mais de meio século resultaram num povo desprezado e que, ao mesmo tempo, se sentia desprezível. Embora não haja um paralelo direto, de imediato vem à memória a saída de Israel do Egito, quando Deus fala com Moisés e ordena que ele envie espias para Canãa (Nm 13.2) e estes retornam, quarenta dias depois, com um relatório unânime sobre as riquezas agrícolas fabulosas daquela terra, da qual trouxeram um enorme cacho de uvas (Nm 13.27). Até aí tudo bem – mas aquele era um povo que fora escravizado no Egito, um povo que há séculos não sabia o que era ser livre, cuja autoestima estava em baixa – e dez, sim, dez dos espias disseram que não deveriam entrar pois ali habitavam vários povos com cidades fortificadas e alguns descendentes de gigantes (Nm 13.31-33). Outro episódio que podemos anotar é quando os israelitas, liderados por Saul, são confrontados pelo gigante Golias, de Gate. Um homem afrontando os exércitos de Israel e ninguém ousava tomar uma atitude (I Sm 17.10-11) até que Davi, efetivamente vendo um gigante diante de si, lembrou algo que os israelitas esqueceram – com Deus, mesmo os gigantes são passíveis de sofrerem derrota (I Sm 17.34-36). Um povo com mais de 600.000 homens com medo de algumas cidades fortificadas. Um exército com medo de um duelistazinho filisteu só porque ele tinha entre 2,90 e 3,15m de altura. O trabalho de Davi foi, em primeiro lugar, colocar as coisas nas perspectivas corretas. O gigante podia ser batido, assim como o leão e o urso foram – desde que não fossem enfrentados em seus próprios  termos. O trabalho de Neemias era semelhante – trazer um novo alento para o povo de Deus, de modo que a obra a ser realizada não fosse vista como impossível, de modo que ele e o povo, trabalhando juntos, pudessem atingir o alvo almejado por todos – a restauração de Jerusalém (I Co 15:58).

TERCEIRA NECESSIDADE: SEGURANÇA

1.1 As palavras de Neemias, filho de Hacalias. No mês de quisleu, no ano vigésimo, estando eu na cidadela de Susã, 2 veio Hanani, um de meus irmãos, com alguns de Judá; então, lhes perguntei pelos judeus que escaparam e que não foram levados para o exílio e acerca de Jerusalém. 3 Disseram-me: Os restantes, que não foram levados para o exílio e se acham lá na província, estão em grande miséria e desprezo; os muros de Jerusalém estão derribados, e as suas portas, queimadas. 4 Tendo eu ouvido estas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus.
Um terceiro aspecto do relatório apresentado por Hanani era que um povo miserável e desprezado também não tinha segurança alguma, cercados por inimigos de todos os lados faziam o que podiam para sobreviver – e alguns, literalmente, faziam pacto com os inimigos, alianças familiares, casando-se ou permitindo que seus filhos se casassem com os não hebreus. Isto significava sacrificar o futuro para manter um presente miserável – mas era o único que eles podiam almejar porque estavam colhendo o que plantaram e que lhes fora anunciado com muita antecedência pelo profeta Isaías (II Rs 20.16-19). Eles não podiam ter segurança porque Deus havia dito que eles seriam devorados à espada. Eles não podiam ter segurança porque seriam feitos escravos. Eles não teriam segurança para que aprendessem que só o Senhor é sol e escudo (Sl 84:11), única fonte de segurança em quem eles deviam confiar completamente (II Sm 22:3). O problema deles é que não tinham nem carros, nem cavalos (Sl 20:7) nem tampouco podiam clamar pelo templo do Senhor, como se fosse um amuleto, como fizeram no passado, pouco antes do exílio (Jr 7:4), esquecendo-se que havia momentos que o próprio Senhor queria ver o templo fechado para não suportar tanta hipocrisia (Ml 1.10). Eles realmente precisavam de muros e portas – mas precisavam que a reconstrução deles fosse liderada por alguém que tinha o Senhor, que dependesse integralmente do Senhor, como Neemias. Se tentassem, em vão edificariam muralhas e colocariam portas, porque somente o Senhor lhes daria segurança (Sl 127:1). Em segurança, na cidadela de Susã, Neemias confiava integralmente em Deus. Na província, sem muros e sem portões, os judeus precisavam, muito mais, confiarem em Deus. Com Deus os exércitos de faraó nada significaram – sem Deus, uma vilazinha chamada “Ai” foi capaz de infligir dura derrota aos soldados liderados por Josué.

PRINCIPAL NECESSIDADE: A BÊNÇÃO DE DEUS

É provável que talvez você, se é cristão, já tenha se perguntado: como eu posso ser útil na obra Deus o Senhor? Ou tenha ido um pouco além e questionado como pode ser mais útil na obra do Senhor? É possível até que tenha indagado a si mesmo, honestamente, como deixar de ser menos que um servo inútil na obra do Senhor? Com o conhecimento que Neemias possuía de administração, e com o que ele havia acabado de saber sobre Jerusalém, obviamente ele não tinha ilusões a respeito das dificuldades que se apresentariam na tentativa de consecução de seu projeto. Todavia, se ele sabia das dificuldades, sabia, também, onde estava a resposta para cada uma delas: no Senhor. É por isso que ele demonstra três atitudes ao saber de que sua casa, sua cidade, seu país e seu povo estavam arrasados:

REFLEXÃO

Ele se aquieta, se assenta, como a analisar e refletir, como a raciocinar sobre as causas daquilo tudo, sobre o estado em que estava o povo que pertencia exclusivamente a Deus e que Deus jamais deixaria de considerar seu mais precioso tesouro (Ml 3:17) apesar de suas constantes infidelidades (Lm 3:22). A maioria de nós faz isso, perguntando: por quê?

EMOÇÃO

Ele lamenta, e chora, porque sabia que todo aquele desprezo e dor eram merecidos, e que, mais ainda, não havia nele ou em nenhum outro nome poder para reverter aquela situação. Só lhe restava dar vazão às suas emoções, aos seus sentimentos, humilhar-se diante de Deus, como, no passado, havia feito um dos reis que acabaram se tornando responsáveis diretos pelo exilio, Ezequias (II Cr 33:12). Também fazemos isso, aceitando as consequências mas chorando pela dor que elas causam;

DEVOÇÃO

Neemias não teria dado um passo, não teria ido além das perguntas e do choro se não tivesse tomado mais uma atitude: orar a Deus, colocar sua situação, a situação de seu povo, os desejos de seu coração diante do Senhor (Sl 37:5) e esperar pacientemente a resposta (Sl 37:8).
Você provavelmente também enfrenta dificuldades, enfrenta problemas que te afligem. Imagino que nenhum deles seja tão desafiador, tão grande e que traga de maneira tão esmagadora a sensação de incapacidade pessoal como o que estava no coração de Neemias. Mas, ao mesmo tempo, Neemias sabia que o seu Deus era aquele para quem não há impossíveis em nenhuma de suas promessas (Lc 1:37), inclusive na promessa de trazer de volta do exílio um povo rebelde e de dura cerviz (Dt 9:6) quando este povo tivesse se arrependido de seus pecados (Dt 9:4).

CONCLUSÃO

O que você pretende fazer? Traçar planos e mais planos? Pode ser um passo acertado. O que você pretende fazer? Lamentar-se pelos erros cometidos no passado? Pode ser bastante útil para não repeti-los no presente. Mas o que você deve fazer é colocar seu passado e seus anseios diante do Senhor, sabendo que estes anseios te sobrecarregam e só ele pode te dar alívio (Mt 11:28), restaurando suas forças e te revigorando, dando-te a satisfação que só pode vir dele porque você não tem nada para oferecer em troca (Is 40:29). E é esta a minha proposta neste momento – que você se coloque diante do Senhor, que diga-lhe o quão imerecedor é, e, ao mesmo tempo, o quão precisa da graça dele, humilhando-se e mostrando sua absoluta dependência dele para tudo, inclusive para viver (Jo 34.14-15). Como Neemias e Daniel, reconheça quem é o Senhor, ou melhor, que ele é o Senhor em todos os teus caminhos (Pv 3:6), humilhe-se diante dele e no devido tempo ele te exaltará (Dt 28:1). Este passo é fundamental – sem ele os outros dois são absolutamente inúteis. O primeiro gera stress, o segundo depressão. Somente a entrega de seus caminhos ao Senhor resulta em bênção do Senhor. Acredito que, como Neemias, é isso o que você quer, não é?

terça-feira, 5 de abril de 2016

171 A CAMINHO DIRETO DO PALÁCIO DO PLANALTO

Tentando entender a estratégia do governo com as nomeações pós votação cheguei a conclusão do nível de absurdo a que a coisa chegou.
A proposta dos negociáveis é a seguinte: teremos o ônus de apoiar um governo decadente, uma governante cuja rejeição já beira a casa dos inacreditáveis 80%, que tem nas mãos um orçamento absurdamente deficitário, da ordem de quase R$ 100.000.000.000,00 (é isso mesmo, não coloquei zeros a mais não – lê-se cem trilhões de reais) e envolvido até o ácido desoxirribonucleico em crimes as pencas, a ponto de, talvez, ser necessário mudar o número do partido de 13 para 171… aliás, 171 é o tal do número mágico de votos que o governo espera ter para barrar o impeachment…
Qual é a proposta do governo:
1.     Os deputados votam contra o impeachment e eles e seus partidos recebem a liberação de verbas para suas emendas – valores tem sido divulgados entre 1 e 2 milhões de reais;
2.     Os deputados contraem alguma forma de enfermidade ou indisposição (no que já está sendo chamado jocosamente de bancada da bactéria) e esta indisposição geraria liberação imediata de recursos da ordem de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais);
3.     Os deputados só receberiam estes benefícios caso o impeachment seja detido. Se o impeachment avançar, ninguém recebe nada, e os deputados ficam com o mico na mão.
Pode parecer uma tática “de segurança”, não pagando antecipadamente (quem já pagou alguns tipos de prestadores de serviços antecipadamente sabe do que estou falando), visando garantir os votos num ambiente de altíssima volatilidade, onde as mudanças e traições acontecem a todo o tempo, mas a proposta do governo é arriscada demais porque pede aos deputados que fiquem com o ônus de votar em favor do governo, e consequentemente indisporem-se com seus eleitores correndo o nada desprezível risco de não ganhar nada com isso caso o impeachment passe pela câmara (em voto aberto e sessão transmitida ao vivo para todo o país cujas imagens serão, certamente, usadas nas eleições de 2018).
Que Dilma já fez todas as promessas possíveis todo mundo sabe e até os cachorros da esplanada sabem que ela é pior do que muitas empresas da internet quando se trata de entregar o que promete (55 milhões de brasileiros caíram em sua esparrela nas últimas eleições). Se ela vai entregar? A pergunta é: 172 raposas de Brasília estarão dispostas a correr o risco, pagando, isto é, não recebendo, para saber a resposta?

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