quarta-feira, 27 de abril de 2016

A HIPOCRISIA, ARMA DE ASSASSINOS DO CULTO

Constantemente lemos sobre massacres de cristãos. Esta semana li uma notícia - não consegui a comprovação de que a mesma é verdadeira - de que alguns ministros cristãos teriam sido enterrados vivos na China. Pessoalmente eu tenho dúvidas de que tenha acontecido, mas o fato é que muitos cristãos são perseguidos atualmente, especialmente na África e na Ásia.
Centenas, milhares de cristãos são mortos anualmente por uma simples razão: são cristãos e mantém-se fiéis sem negar a Cristo. Isto não deixa de angustiar o meu coração, e devemos fazer ouvir a nossa voz contra a cristofobia, especialmente em oração. Os perseguidores matam cristãos, mas são incapazes de matar o culto cristão.
Todavia, é possível encontrar verdadeiros assassinos, muito mais perniciosos, que não matam cristãos, mas conseguem matar o culto. O nome deste assassino silencioso é hipocrisia. Deixe-me trazer-lhe o sentido original deste termo. Hipocrisia é possuir um conceito de si mesmo superior, acima do que é justo, sem um critério objetivo e real. Nada endurece mais a alma e amortece o coração do que a hipocrisia. Nada produz ouvidos insensíveis e corações sem amor do que este assassino silencioso e pouco reconhecido.
É muito difícil perceber a hipocrisia especialmente quando ela leva a pessoa a considerar-se mais santa do que realmente é, produzindo uma pseudosantidade orgulhosa, e uma sensação de superioridade espiritual que conduz a um olhar sobre o restante da Igreja como pessoas menos santas, com menos discernimento, numa acidez crítica que mata o amor e a comunhão. Mas, antes do amor e da comunhão morrer, este orgulho irreal mata, em primeiro lugar, o culto do hipócrita porque ele jamais chega diante de Deus exclamando das profundezas de um coração compungido: “Sê propício a mim, pecador” (Lc 18.13).
À medida em que os bancos das Igrejas vão sendo ocupados o inimigo silencioso, dentro do coração começa a agir, gritando e reverberando pelas paredes da mente: isto não está sendo feito direito... Isto não está sendo bem feito... Isto deveria ser feito diferente... Pronto... O culto já morreu. Em lugar do adorador está o cadáver do crítico. Certa vez li uma frase, a respeito dos comentaristas de qualquer área, que eles são “pessoas frustradas em alguma área, que não estão fazendo, mas julgam que quem está fazendo tem que fazer para agradar a seus próprios critérios. Não fazem, não são capazes de fazer, mas querem que seja feito de maneira perfeita”.
Não estou defendendo que o cristão aceite qualquer coisa ser feita por aqueles que estão na direção do culto. Só devemos aceitar o que é fruto de orientação bíblica e reprovar todo “fogo estranho” ou profano. As práticas erradas devem ser identificadas, combatidas e erradicadas. O culto indigno não é aceitável pelo Senhor, é perda de tempo e é condenável. Devemos levar o culto tão a sério quanto Deus o leva a sério. Seus mandamentos devem ser cumpridos à risca (Sl 119.4), inclusive na qualidade da adoração (I Co 2.14).
Mas você saber disso não lhe dá o direito de deixar de adorar para tomar o lugar do único que tem o direito de julgar o culto, pois é para ele que o culto é oferecido. você pode dizer que não gostou do serviço de um pintor, afinal, você pagou por aquele serviço. Quando alguém se dedica à crítica ela não confessa seu próprio pecado, pelo contrário, ela acumula pecado. Não há alegria na crítica, a menos que esta alegria seja fruto de julgar o outro inferior e incapaz. Não há edificação pessoal porque o coração está ocupado demais com o julgamento do servo alheio (Rm 14.4).

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