Estudo ministrado na IP de Paragominas
Não
calcular direito o custo de tornar-se discípulo de Jesus pode produzir gente
que se diz frustrada com Deus. Mas a questão é, com que Deus elas ficam
frustradas? Quando um deus falso é pregado, quando um deus que não é o Deus
vivo é anunciado as expectativas certamente serão frustradas (Sl 115.4-8) porque esperam num deus
que não é Deus. Seguiram a pregadores de falsos deuses esquecendo que o Senhor
diz para não dar ouvidos a tais faladores (Jr
23.16) que falam em seu próprio
nome e fazem promessas que não podem cumprir, gerando pessoas que se dizem
decepcionadas com Deus – mas jamais esperaram, de fato, em Deus (Sl 43.5).
A
verdade é que nem tudo que é dito ser “de Deus” é realmente de Deus. Qual é o
Deus da teologia da prosperidade? Qual é o Deus da teologia da libertação? Qual
é o Deus destas pseudoteologias que não oferecem nada mais do que a satisfação
de apetites carnais? Há muitos que se decepcionam com Deus porque ouviram falar
de um Deus que resolveria todos os seus problemas, que lhe traria satisfação
imediata (Fp 3:19) mas não foram alertados de que, segundo a Jesus, seriam odiados pelo
mundo (Jo 15:19), seriam perseguidos (Gl
6:12) e teriam tribulações (Jo 16:33).
Além
disso Deus não tem obrigação alguma de atender a exigências do ventre do homem,
a ordem é que o pecador entregue seu caminho ao Senhor, tenha seu coração
transformado e os anseios deste coração serão saciados, porque ansiarão pelo
reino de Deus (Mt 6.33) e terão fome e sede de
justiça (Mt 5:6). Quando um homem promete o
que Deus não prometeu, quando outro espera o que Deus não disse que daria Deus
não tem qualquer compromisso em satisfazer-lhes as expectativas. Deus é fiel a si
mesmo, é fiel à sua Palavra, cumpre as suas promessas, todas elas (Lc 1:37).
É
possível que muitos se decepcionem com Deus quando percebem que Deus exige
santificação (Hb 12:14), obediência irrestrita (Mt 6:24), compromisso total com ele
e, em decorrência disto, uma rejeição das concupiscências do mundo, servindo-o
com exclusividade (Tt 2:14).
O caso de Genebra é emblemático. Os genebrinos
convidaram Calvino para tornar a cidade um modelo de cristianismo reformado –
mas quando o reformador intentou colocar em prática a obediência bíblica na cidade,
foi expulso em 1538, apenas dois anos depois de ter sido convidado para
pastorear aquela comunidade. A razão não foi outra que não a determinação de
que aqueles que não se declarassem cristãos reformados deveriam deixar Genebra
– inclusive muitos genebrinos. Em abril deste ano Calvino deixou Genebra – para
voltar ainda mais Calvino, em 13 de setembro de 1541. Os genebrinos não haviam calculado corretamente o custo de serem discípulos de Jesus - mas logo perceberam que havia um custo muito maior em não serem discípulos de Jesus, aqui e na eternidade.
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