A
bíblia diz que, quando um pecador está em risco, deve ser advertido ou aquele
que deve adverti-lo se torna responsável pelo dano que ele venha a sofrer (Ez 3.18). Imagina, então, a responsabilidade da Igreja para
com aqueles que estão dentro de seus muros e não são advertidos dos riscos de
uma profissão de fé inócua. Cabe à Igreja ensinar a seus membros e
frequentadores a calcularem o custo que implica a profissão, sem a pressão por
aceitação social, ou crescimento numérico ou financeiro apenas com a adesão de
multidões, quase sempre sem a genuína conversão e sem o necessário discipulado
(Mt 28:19-20).
É
necessário anunciar a salvação graciosa, gratuita e completa em Jesus Cristo,
chamando os pecadores à fé, sem, entretanto, deixar de advertir o ouvinte do
solene compromisso de servir a Cristo, suas obrigações, especialmente abandonar
o mundo e suas concupiscências (Rm 13.14). Cada ouvinte do evangelho deve ser advertido do
custo de ser um verdadeiro cristão porque este era o método evangelístico do
Senhor Jesus. Ele falava do reino porvir, anunciava a vida eterna como uma
dádiva (Jo 5:24)
mas seus ouvintes sabiam o que os esperava. Ele não tinha onde reclinar a
cabeça, isto é, não oferecia glória, fama ou fortuna terrena (Mt 8:20),
pelo contrário, isto podia significar perda de bens terrenos (Mc 10:21), lembrava-lhes das aflições que lhes esperavam (Jo 16:33) e da
cruz que deveriam carregar (Lc 14:25-27).
Quantos pregadores de nossos dias dizem aos seus ouvintes que a boa nova da
salvação, que o evangelho consiste em tomar uma cruz? É isto o que temos visto
nas pregações de nossos dias, com promessas vulgares e luxuriosas ao invés das
solenes advertências da Palavra de Deus – e não advertir o pecador dos perigos
que corre é um pecado grave.
É
obrigação de cada cristão que proclama a Palavra de Deus ensinar todo o
conselho de Deus, ensinar todas as coisas que o Senhor Jesus ensinou para que
sejam guardadas (Mt 28:20), e isto inclui o direito
divino de soberania sobre toda a sua criação (Is
43:15). Isto também inclui o direito
divino de reprovação sobre os caídos, que não conseguem alcançar o padrão
estabelecido por Deus (1Pe 1:16 - ...porque escrito
está: Sede santos, porque eu sou santo) por causa do pecado que
praticam constantemente (Rm 5:12). Isto
também inclui o ensino da ação divina para restaurar sua criação caída (Os 14:1), fazendo isto por intermédio de seu filho
Jesus (Jo 3:16) para que o pecador
pudesse viver de maneira aceitável diante dele (1Jo
4:9), mas,
ao mesmo tempo, sem abrir mão do seu direito de retribuir ao pecador segundo a
injustiça que praticar, especialmente a rejeição do seu Filho (Jo 3:36).
É
um pecado não advertir o pecador do perigo que o ameaça. O nome deste pecado é
negligência. Assim como o pecador precisa aprender e guardar todas as coisas
que o Senhor Jesus ensinou, cabe aos discipuladores ensinarem-no todas as
coisas que aprenderam do Senhor.
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