quinta-feira, 26 de abril de 2018

É UM PECADO NÃO ADVERTIR O PECADOR DO PERIGO QUE LHE AMEAÇA


A bíblia diz que, quando um pecador está em risco, deve ser advertido ou aquele que deve adverti-lo se torna responsável pelo dano que ele venha a sofrer (Ez 3.18). Imagina, então, a responsabilidade da Igreja para com aqueles que estão dentro de seus muros e não são advertidos dos riscos de uma profissão de fé inócua. Cabe à Igreja ensinar a seus membros e frequentadores a calcularem o custo que implica a profissão, sem a pressão por aceitação social, ou crescimento numérico ou financeiro apenas com a adesão de multidões, quase sempre sem a genuína conversão e sem o necessário discipulado (Mt 28:19-20).
É necessário anunciar a salvação graciosa, gratuita e completa em Jesus Cristo, chamando os pecadores à fé, sem, entretanto, deixar de advertir o ouvinte do solene compromisso de servir a Cristo, suas obrigações, especialmente abandonar o mundo e suas concupiscências (Rm 13.14). Cada ouvinte do evangelho deve ser advertido do custo de ser um verdadeiro cristão porque este era o método evangelístico do Senhor Jesus. Ele falava do reino porvir, anunciava a vida eterna como uma dádiva (Jo 5:24) mas seus ouvintes sabiam o que os esperava. Ele não tinha onde reclinar a cabeça, isto é, não oferecia glória, fama ou fortuna terrena (Mt 8:20), pelo contrário, isto podia significar perda de bens terrenos (Mc 10:21), lembrava-lhes das aflições que lhes esperavam (Jo 16:33) e da cruz que deveriam carregar (Lc 14:25-27). Quantos pregadores de nossos dias dizem aos seus ouvintes que a boa nova da salvação, que o evangelho consiste em tomar uma cruz? É isto o que temos visto nas pregações de nossos dias, com promessas vulgares e luxuriosas ao invés das solenes advertências da Palavra de Deus – e não advertir o pecador dos perigos que corre é um pecado grave.
É obrigação de cada cristão que proclama a Palavra de Deus ensinar todo o conselho de Deus, ensinar todas as coisas que o Senhor Jesus ensinou para que sejam guardadas (Mt 28:20), e isto inclui o direito divino de soberania sobre toda a sua criação (Is 43:15). Isto também inclui o direito divino de reprovação sobre os caídos, que não conseguem alcançar o padrão estabelecido por Deus (1Pe 1:16 - ...porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo) por causa do pecado que praticam constantemente (Rm 5:12). Isto também inclui o ensino da ação divina para restaurar sua criação caída (Os 14:1), fazendo isto por intermédio de seu filho Jesus (Jo 3:16) para que o pecador pudesse viver de maneira aceitável diante dele (1Jo 4:9), mas, ao mesmo tempo, sem abrir mão do seu direito de retribuir ao pecador segundo a injustiça que praticar, especialmente a rejeição do seu Filho (Jo 3:36).
É um pecado não advertir o pecador do perigo que o ameaça. O nome deste pecado é negligência. Assim como o pecador precisa aprender e guardar todas as coisas que o Senhor Jesus ensinou, cabe aos discipuladores ensinarem-no todas as coisas que aprenderam do Senhor.

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