segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

E Deus nos deu marcos para orientarmos nossa vida - Porque o ano novo

14 Disse também Deus: Haja luzeiros no firmamento dos céus, para fazerem separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais, para estações, para dias e anos.
15 E sejam para luzeiros no firmamento dos céus, para alumiar a terra. E assim se fez.
16 Fez Deus os dois grandes luzeiros: o maior para governar o dia, e o menor para governar a noite; e fez também as estrelas.
17 E os colocou no firmamento dos céus para alumiarem a terra, 18 para governarem o dia e a noite e fazerem separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que isso era bom.
19 Houve tarde e manhã, o quarto dia.
Gn 1.14-19

PORQUE PRECISAMOS PENSAR EM “ANO VELHO, ANO NOVO”?

A reposta a esta pergunta precisa ser apresentada muito cuidadosamente, especialmente por mim, que sempre me questionei sobre a expectativa de que “o ano novo vai ser bem melhor”. Sempre achei uma grande bobagem a superstição de que se você começar o ano com determinada cor de roupa, ou comendo determinado tipo de comida (inclusive reaproveitando as sementes) isso possa fazer algum efeito prático no decorrer do ano. Começar o ano com dinheiro na carteira (mesmo tendo um monte de contas em aberto) só garante que você vai começar o ano com dinheiro na carteira, não que vá terminar o ano com dinheiro sobrando.
Mesmo deixando de lado as expectativas supersticiosas, o que nos leva a pensar que o simples fato de olharmos para o calendário pregado na parede e não vermos mais o tão aguardado 31.12 tornará tudo diferente no 01.01?

HÁ DIFERENÇA ENTRE DIAS E DIAS?

Pensando no tema, resolvi ver o que a Bíblia diz a respeito. Por um lado, ela diz que todos os dias são iguais, todos eles devem ser vividos com a mesma intensidade e propósito (Sl 118.24), embora possa haver propósito diferente entre os dias tanto no propósito didático de Deus (Gn 2:2-3) quanto nas opiniões das pessoas dentro de um contexto muito específico, como a questão da guarda do sábado pelos judeus, judeus-cristãos e cristãos (Rm 14.5-6).
Também é provável que você já tenha observado que alguns dias tem aparência diferente. É comum, por exemplo, conversar com pessoas que admitem que o domingo é um dia diferente, o clima é diferente, a nossa disposição é diferente. Domingo tem o seu “jeito de ser”, tem sua “cara de domingo”.
Por outro lado, o Senhor também cuidou para que determinados dias tivessem um aspecto destacado e um significado especial. Foi por isso que ele deu o sábado aos judeus (para que descansassem de seu trabalho físico semanal e se lembrassem de que é Deus quem é a fonte de sua satisfação e descanso). Deus também deu os dias de festas para que eles tivessem oportunidade de cultuar a Deus como uma nação e se lembrassem de que sua existência era devida unicamente à providência de Deus através de seus grandes atos de livramento, como na páscoa (Ex 12.14).
Nós precisamos pensar em novo dia, novo mês, ano novo simplesmente porque isto está na ordem da criação divina e, mesmo com o pecado, nós não estamos totalmente fora desta harmonia da criação.

ORDEM NATURAL: DEUS DEU MARCOS PARA ORGANIZAR A CRIAÇÃO

Tudo isto nos mostra que, realmente, é propósito de Deus que nos alegremos em todos os dias que Ele nos deu, mas nos lembremos que Ele próprio quer que atentemos para alguns momentos especiais nas nossas vidas. Dizendo isto de outra maneira, Deus nos deu dias diferentes dentro do nosso calendário para que tenhamos marcos e memoriais em nossas vidas.
O homem, com ou sem a revelação dada por Deus, sempre tentou organizar seu tempo, contar as horas, os dias, meses e anos. Não há cultura minimamente desenvolvida que não tenha algum tipo de contagem do tempo. Talvez você desconheça que a contagem dos dias e das horas já foi diferente em alguns lugares do mundo.
Durante a dinastia Shang (1200-1045 a.C.), na China, a “semana” era contada a cada dez dias. Os oficiais da dinastia Hang (206-220) descansavam a cada 5 dias, mas logo o descanso voltou a ser a cada de dias durante a dinastia Tang (618-907). Os meses eram divididos geralmente em três semanas de 10 dias, chamadas de superior, medial e inferior. Alguns dias eram acrescentados ao fim do ano para completar o ciclo solar.
No Egito a semana também era de 10 dias, três semanas por mês, mais cinco ou seis dias ao final do ano.
Mais recentemente a revolução francesa, em sua tentativa iluminista de abolir a fé cristã, abandonou o calendário gregoriano e criou em 22.09.1792 o Calendário Revolucionário, definido os meses com 30 dias, e as semanas com 10 chamando-as de décadas. Este calendário vigorou de outubro de 1793 a abril de 1802.
Os comunistas também tentaram mudar o calendário, criando o Calendário Soviético Eterno, com meses de 30 dias e 60 semanas de 6 dias, sem sábado e domingo, e acrescentando 5 ou 6 dias extras que eram feriados nacionais. Mas isso só durou de 01.01.1930 a 1940.
Nada disso perdurou porque não passava da loucura humana querendo sobrepor-se à sabedoria divina. Todos foram abandonados por que não obedeciam ao plano de Deus na criação. Deus não fez nada sem planejamento e não deixou nada ao acaso.
A semana tem sete dias porque o Senhor quis que fosse assim. Ele deu a lua para marcar as semanas. O nosso calendário é lunissolar – nossas semanas obedecem às fases da lua que Deus deu para marcar a sucessão de dias da semana. As estações do ano, por sua vez, obedecem ao ritmo do sol, por isso o ano não corresponde à sucessão de semanas e os meses sejam diferentes, com um ajuste quadrianual.
Então, podemos concluir que Deus nos deu dias, semanas, meses e anos para que a nossa vida quotidiana não fugisse ao ritmo da criação, para que, pela própria natureza, as criaturas com as quais Ele se relaciona de maneira mais direta, providencial e misericordiosa não se afastassem em demasia dele, mesmo que tenham esta inclinação no coração.

ORDEM DIDÁTICA: DEUS DEU MARCOS PARA AJUDAREM NO APRENDIZADO

Moisés nos diz que Deus fez o sol e a lua para governarem o dia e a noite. E então houve tarde e manhã, o quarto dia. Talvez você se pergunte como é que havia tarde e manhã sem o sol e a lua? Deus criou os elementos para governarem, não para trazerem à existência (Gn 1.16).
Mas nós dependemos deles – normalmente temos disposição para despertar e trabalhar durante o dia, e sentimos vontade de repousar quando o sol se põe. O sol e a lua funcionam como marcos para nosso relógio biológico. Mas não é só isso. Uma leitura mais cuidadosa das Escrituras nos mostra que os servos de Deus passam por experiências e usam suas datas como marcos para sua vida.
Foi assim com Isaías (Is 6:1) que teve uma experiência transformadora no ano da morte do rei Uzias. Foi assim também com Esdras que registra o cumprimento da profecia deste mesmo Isaías (Is 45:13) como ocorrida logo no início do reinado de Ciro (Ed 1:1).
Neemias também fez questão de datar os acontecimentos que levaram à reconstrução de Jerusalém (Ne 2:1).
Curiosamente o mais importante evento da história, ocorrido na plenitude dos tempos, apesar de datado não tem sua data exata conhecida por erros de cálculos cometidos pelos homens, não por Deus embora seja bem possível, embora não haja qualquer necessidade, que um dia estudos possam apontar com maior precisão o momento em que Deus se fez carne para estar entre nós (Lc 2:1).
É mais fácil para nós provarmos o que afirmamos quando tempos dados, datas. A ação de Deus na história da humanidade não é um conto do tipo “há muito tempo em algum lugar”. Temos registros, datas, fatos. E é para isso que os dias, meses e anos servem.
Para que você possa aprender a contar seus dias, e contar o que Deus fez em sua vida, então, você precisa de um marco. Pode ser aquela noite na igreja, aquele acampamento de carnaval, aquela viagem, enfim, independente de qual seja a data e o evento, você sabe que sua vida foi marcada definitivamente pelo selo do Espírito, e você pode contar a sua história dividindo-a entre antes e depois daquele momento.

ORDEM ESPIRITUAL: DEUS DEU MARCOS PARA AVIVAREM A MEMÓRIA

E isto nos leva a um outro propósito dos marcos que Deus nos dá: eles servem para que alcancemos coração sábio (Sl 90:12). Podemos encontrar os marcos propostos por Deus para, por exemplo, nos dizer que o homem foi expulso do jardim do Éden logo depois da viração do dia (Gn 3:8 -). Sabemos a época em que o nome do Senhor passou a ser invocado por aquele que se escondeu da presença do Senhor naquela tarde (Gn 4:26).
Algumas vezes, mais que marcos temporais, Deus também providenciou marcos físicos, como, por exemplo, logo depois de os judeus terem atravessado o rio Jordão (Js 4.4-7).
Pouco antes disso, quase 5 séculos, vemos Jacó erigindo uma coluna para lembrar o lugar onde o Senhor lhe apareceu em sonho (Gn 28.16-19) e isso mais tarde seria lembrado por Deus quando chegou o momento de dar prosseguimento no seu plano redentivo (Gn 31.13).
Se você quer aprender a contar os seus dias para alcançar um coração sábio, você precisa de um ponto de partida. Se você quer mostrar o quanto Deus mudou a sua vida, se ela mudou, você precisa poder mostrar à partir de que momento esta mudança ocorreu. Quando você não souber a razão de estar aqui e de fazer determinadas coisas, lembre-se daquele momento em que você ouviu a doce voz do Espírito chamando você e, como Samuel, disse-lhe: “Fala que o teu servo ouve”, e é esse momento que vai avivar a sua esperança no redentor (Lm 3:21).

CONCLUSÃO: É TOLICE DESPREZAR OS MARCOS QUE DEUS ESTABELECEU

À partir destas considerações, agora que sabemos que os marcos foram dados para que organizar a própria criação em sua ordem natural, foram estabelecidos por Deus para servirem de instrumento de ensino para seu povo e que ajuda-nos a não nos esquecermos da razão da nossa esperança (Cl 1:9-10).
Talvez você não tenha pensado nestas coisas mas elas são importantes, porque existe um dia especial para se tornar um marco em sua vida. Se você olhar no calendário agora, você vai encontrá-lo facilmente. Este dia de um novo marco não pode mais ser ontem, o ontem já se foi, o ontem já não existe mais. Nada de saudosismo pelo que se foi e já não é. Nada de lamentações pelas oportunidades que foram desperdiçadas, pelo que “podia ter feito e não fez”. Não é possível voltar e fazer.
Este dia também não é o amanhã – o amanhã não existe ainda, você não pode fazer nada nele. Quem deixa para amanhã o que tem para fazer não faz nada, é como o tolo que toscaneja e nada realiza até que lhe venha a sua ruína (Pv 24:33-34 o).
Quer um dia que seja um marco na sua vida e seja acessível para você? Este é o dia de hoje. Veja que a Escritura nos ensina a nos exortarmos uns aos outros para que não sejamos endurecidos e esquecidos de fazer o que é certo no dia de hoje (Hb 3:13). É no dia de hoje que você começa, fortalece ou renova seu relacionamento com Deus ou endurece o seu coração (Hb 3:15). Sua nova vida pode começar hoje – ou nem mesmo um novo dia, de um novo ano, vai mudar absolutamente nada em sua vida.

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