Boletim da Igreja Presbiteriana de Paragominas, 25.Nov.2018
Uma porta aberta pode ser uma entrada ou uma saída.
Li há algum
tempo um artigo de um pastor presbiteriano tratando sobre um problema muito
comum nas Igrejas de nossos dias – segundo ele, fruto do nosso tempo. As pessoas
são cada vez mais individualistas, autocentradas – e isto não quer dizer,
necessariamente, que sejam egoístas. Quer dizer que tem seus planos, suas áreas
de interesse e seus grupos de afinidade. Na antiguidade também era assim. Cada cidade,
especialmente aquelas formadas por imigração e centros comerciais, tinha um
bairro próprio para determinados grupos nacionais ou profissionais, ideia que
foi copiada em algumas cidades modernas, como Palmas e Brasília, por exemplo,
consideradas entre as cidades mais impessoais do mundo.
Em seu
artigo o pastor conta a experiencia de um missionário que era sustentado por
uma Igreja e foi convidado para pregar em um domingo de missões (12 de agosto).
Relata o visitante que, após terminar a mensagem e os cumprimentos de praxe, permaneceu
na Igreja por certo tempo e observou que as pessoas que não foram embora
rapidamente se agruparam em algum canto e ele, que era o #PastorVisitanteMissionarioSustentadoPelaIgreja,
acabou isolado. Afora um aperto de mão e um elogio protocolar “boa mensagem,
parabéns”, nada mais aconteceu. Ninguém quis saber do desenvolvimento do seu
trabalho, das bênçãos recolhidas, da aplicação dos recursos que eram enviados,
dos problemas enfrentados. Ele disse que não se sentia rejeitado pela Igreja –
mas percebeu que este era o costume, sentiu-se apenas “não acolhido”.
Incomum? Não,
isto não é incomum. Talvez nossos amigos se sintam como aquele pastor – foi convidado,
aceitou o convite e sentiu falta de um melhor acolhimento. É provável que você,
que é membro da Igreja já há algum tempo também tenha esta mesma sensação de
estar sozinho no meio da multidão. Mas não precisa e não deve ser assim.
O que
podemos fazer? Algumas dicas dadas pelo articulista podem ser uteis para qualquer
Igreja, inclusive a nossa, mesmo que você ache que sabe tudo e que faz tudo
certinho. Será?!!!
A primeira
dica já estou colocando em prática: tentando despertar e incentivar a Igreja a
ser mais hospitaleira, a receber melhor os visitantes. Que tal servi-lo na hora
do “chá” e conversar com ele pelo menos enquanto durar a bebida (se ela
esfriar, melhor ainda).
A segunda
tem a ver com intencionalidade. A oportunidade já se lhe apresentou. O visitante
está em sua casa – acolha-o, conheça-o e apresente a sua casa, seus costumes e
sua agenda para ele. Hospitalidade é um dom que precisa ser exercido voluntária
e intencionalmente.
A terceira
tem a ver com afinidade. Os antigos diziam “lé com lé, cré com cré”, isto é, jovens
devem receber jovens, casais jovens com casais jovens, homens sozinhos por
homens e o mesmo com as mulheres (é obvio que sempre ocorrerão exceções por
causa de relações profissionais, familiares, etc).
A quarta
tem a ver com conhecimento. O visitante tem nome, tem história, talvez seja ou
tenha sido frequentador de outra Igreja, talvez esteja em busca de uma casa de oração
onde possa servir a Deus junto com uma família com a mesma fé onde seja
acolhido e possa colocar em prática seus dons e talentos.
A quinta
tem a ver com solicitude, com serviço. Quais as necessidades e dificuldades? É possível
que haja dificuldades, como distância e horário do fim do culto para alguns frequentarem
a Igreja. Descoberto o problema pode-se passar à etapa seguinte, de propor soluções.
Ops! Não se comprometa com o que não pretende praticar, mas pelo menos conheça
a dificuldade e se possível empenhe-se em buscar uma solução.
A sexta
parte do axioma: “A visita começa na porta da Igreja, mas não precisa terminar
na porta da Igreja”. Telefone, e-mail e endereço são coisas que podem ser
anotadas e esquecidas. Hospitalidade é uma arte – exercite-se. Saúde os amigos,
saúde os desconhecidos, conheça-os, veja se eles tem necessidades, convide-os a
sentarem-se perto de você, ajude-os com as leituras bíblicas, ofereça a sua se
as dos visitantes já tiverem sido distribuídas aos visitantes (é difícil achar
Naum em 10 segundos), que é o tempo que temos entre a citação do texto e o
início da leitura.
Faça as
contas e veja quantas pessoas visitam a nossa Igreja por semana! Pelo menos
duas a cada domingo. Isto dá mais de 100 visitas por ano. Se 20% se sentirem
acolhidas nossa comunidade crescerá tanto em número quanto em comunhão. Infelizmente
a falta de empatia, de amor existente na maioria das Igrejas afastam os
visitantes. Mas, por outro lado, muitos retornam à Igreja se ela é amigável e
hospitaleira. E, espere, a Igreja não é a instituição. A Igreja é gente. Prédio
é frio, imóvel e insensível. Você é a Igreja. Pensando assim sua Igreja (você) é uma igreja hospitaleira?
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