domingo, 23 de dezembro de 2018

VOCÊ ENTENDEU [MESMO] A MENSAGEM?

A teologia reformada afirma que a pregação é a vox Dei, isto é, que quando o pregador proclama fielmente o conteúdo da mensagem Deus fala através do pregador, Deus faz dele sua boca, seu profeta. Não vamos confundir isto nem com o profetismo abusivo e impostor de nossos dias, nem com qualquer pretensão de continuidade da revelação de Deus. Sabemos que a revelação está completa e que tudo o que Deus quis transmitir de mensagem ao coração dos homens para sua salvação está contido nas páginas das Escrituras.
Agora, pergunte-se: ‘Eu entendi e apliquei o que da mensagem de Deus para minha vida neste ano de 2018’. O que das mensagens, estudos, sermões, devocionais, leituras, cânticos e orações tem sido realmente útil e edificante para a sua vida? Em que sua vida foi alterada em virtude da proclamação continuada da Palavra, semana após semana? Que pecados foram abandonados? Que resoluções abençoadoras foram tomadas? O que do velho homem morreu por causa da Palavra e em que você se revestiu do novo homem que se refaz segundo o conhecimento de Cristo?
Tente fazer um pequeno esforço de memória e lembrar-se do tema de 5 mensagens dominicais? Difícil? Foram 50 este ano, e estamos pedindo para lembrar apenas 10%. Tente lembrar de 5 textos utilizados nas mensagens, inclusive os das últimas semanas. Quantos você consegue? Não se trata de um jogo de memória, trata-se do quanto estamos ouvindo, aprendendo, apreendendo e, por conseguinte, praticando como Igreja do Senhor.
Recentemente alguns membros da Igreja agradeceram pelo conteúdo da Palavra que tem sido pregada. Outros me apresentaram comentários interessantes que podem contribuir para o crescimento da Igreja em conhecimento. De ambos, com a pequena experiencia pastoral adquirida, podemos tirar coisas boas e coisas boas. E uma das lições mais preciosas que tenho aprendido no que tenho estudado, no seminário, na academia, é que o conhecimento pode ser apresentando de maneira profunda e simples. Obscuridade quase sempre parece profundidade mas águas escuras podem simplesmente esconder pedras rasas, como adverte o sábio irmão de Jesus (Jd 12-13).
Quero trazer à memória as palavras de Jesus: as minhas ovelhas ouvem a minha voz e a seguem. Ouvir, no sentido usado por Jesus, é submeter-se às ordens proclamadas e coloca-las em prática imediatamente, sem questionamento ou nem mesmo escolha de que partes serão obedecidas e que outras serão olvidadas.
Mais um pouco das palavras de Jesus, que diz que aquele que tem os seus mandamentos, e os guarda, é que será amado de Deus e receberá as graciosas manifestações de Deus. Quanto do que você tem ouvido você tem guardado? Guardar tem o sentido bíblico de interiorizar, como diz o salmista que afirmava guardar no coração a Palavra de Deus para não pecar contra o Senhor (Sl 119.11) e orienta os jovens a guardarem o seu caminho com pureza, e o jeito para fazer isso era orientando suas práticas pela Palavra de Deus (Sl 119.9).
Conheço pessoas que possuem uma agenda, um caderninho de notas, nos quais anotam aquilo que ouviram das pregações dominicais. Isto é realmente muito bom, é uma prática salutar, que eu acho recomendável, mas eu tenho que considerar que esta prática, por si mesma, não é suficiente, pois pode resultar até mesmo em um conhecimento de esboços de sermões, mas não ser interiorizado e transformar de prática da mensagem na vida diária. Mais que guardar numa caderneta de anotações, é necessário que a Palavra de Deus seja guardada no coração e expressa em ações.
Eis o alvo da pregação. Eis o objetivo da mensagem que é apresentada semanalmente. Eis porque pastores fiéis se afadigam no ensino, dedicam tempo, horas a fio, para entender, explicar e aplicar o ensino da Palavra da melhor maneira possível. É óbvio que alguns insucessos acontecem, às vezes não se tem a melhor compreensão pois esta é limitada pelos efeitos do pecado na mente do homem. Pode acontecer que a transmissão também não seja adequada. A recepção também enfrenta barreiras culturais ou emocionais. Tudo isto pode atrapalhar, resultado de corações e mentes contaminadas pelo pecado, mas o ministério do pastor deve ter um esforço supremo: ser fiel ao Senhor que o chamou (2Tm 2.4) expressando com fidelidade o que o Senhor mandar (2Cr 18.13), sem buscar o favor de homens (Gl 1.10) para não perder a aprovação de Cristo.

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