segunda-feira, 7 de agosto de 2023

ESTUDOS NA CARTA DE TIAGO - IV O GRANDE ENGANO DE CONFUNDIR PROVAÇÃO COM TENTAÇÃO

 IV. O GRANDE ENGANO: NÃO CONFUNDA PROVAÇÃO E TENTAÇÃO

Provações e tentações são experiências comuns a todos os crentes. Não é pecado ser provado – a provação não é uma ‘brecha’ que o crente oferece para satanás pra ele agir em sua vida: isto não é conversa de crente, não é ensino de crente. Não há demérito algum em ser provado, pelo contrário. Muitas das mais belas histórias que temos nas Escrituras falam de vitórias nas provações – embora o que os crentes da atualidade mais queiram seja vitória sobre as provações.

Você pode ser provado em qualquer ambiente, e de forma até insuspeita, e é por isso que muitos, ao serem provados, caem em tentação. Isto quer dizer que provação e tentação, mesmo quando se apresentam juntas, não são a mesma coisa.

Adão e Eva, no jardim do Éden, foram provados. Quem pôs a prova diante deles foi o Senhor – eles não deveriam comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Não se trata de pensarmos em um fruto venenoso – a prova era de fidelidade. Eles deveriam se manter fiéis, deveriam obedecer ao mandato do Senhor que lhe deu todo o jardim e um propósito de expansão por toda a terra.

Eles foram provados neste ponto – se tinham quase tudo, por que não experimentar tudo logo, se estava tão acessível? Adão e Eva foram provados naquilo que poderiam obter – e falharam. A provação consiste em o servo do Senhor fazer o que o Senhor quer, nas circunstâncias nas quais o Senhor o colocar.

Abraão também teve sua prova – e falhou ao não conseguir esperar o herdeiro prometido, providenciando Ismael por meio de Hagar. Mas Deus lhe deu oportunidade de restauração, tirando-lhe, primeiro, Ismael, e depois exigindo-lhe a entrega de Isaque. Se Adão foi provado naquilo que poderia ter, Abraão foi provado naquilo que já tinha – e foi aprovado, por isso é chamado de ‘o pai da fé’.

José também foi provado em sua fidelidade e obediência. O Senhor o abençoou na casa de Potifar. Ele deixou de ser um simples escravo canaanita para se tornar o administrador da casa de seu senhor. Ele sabia que estava sendo abençoado por Deus. Ele podia tudo naquela casa – isto é, quase tudo. E então ele foi provado justamente neste ponto. Porque não ter tudo, se faltava tão pouco e estava tão acessível?

Note que os três exemplos aqui citados são ambientados em locais e situações diferentes. No Eden, no deserto e no exílio. Em todas Deus estas condições o crente é colocado sob prova – e em nenhuma delas o tentador deixa de se fazer presente como uma alternativa (a serpente, Sara ou a mulher de Potifar). O tentador sempre se mostra, será como uma segunda voz, uma ‘segunda opinião’, falando de um meio mais fácil, de uma recompensa mais doce, de resultados mais imediatos e mais desejáveis.

O problema não está na provação – o problema está na tentação que o adversário, o tentador, coloca diante de quem está provado (e o crente está sempre sendo provado em sua fé, seja na fartura ou na carência, seja na bonança ou em meio às lutas, na segurança ou sob perseguição, em tempos de paz ou em guerras).

Fp 4:11 Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. 12 Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; 13 tudo posso naquele que me fortalece.

Mesmo passando por severas tribulações o apóstolo Paulo faz questão de cuidar de irmãos que, por causa das aflições, poderiam ser mais suscetíveis às tribulações e se tornarem presas do tentador.

1Ts 3:3 ...a fim de que ninguém se inquiete com estas tribulações. Porque vós mesmos sabeis que estamos designados para isto; 4 pois, quando ainda estávamos convosco, predissemos que íamos ser afligidos, o que, de fato, aconteceu e é do vosso conhecimento. 5 Foi por isso que, já não me sendo possível continuar esperando, mandei indagar o estado da vossa fé, temendo que o Tentador vos provasse, e se tornasse inútil o nosso labor.

Nosso propósito é aprender, à luz das Escrituras, como lidar vitoriosamente com a tentação, como não cair em tentação ao ser provado – porque não há dúvida de que as provações chegam para todos.


13 Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta.

Tiago usa duas expressões para se referir a provação. A primeira forma é chamar a provação de um teste de fé (dokimion umwn thj pistewj), para ver se aquilo que o crente diz com seus lábios está de acordo com a resposta que ele dá em sua forma de viver (Tg 1:3 ...sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança).

A segunda palavra é peirasmou, usada nesse verso e que também aparece em outros textos das Escrituras, como, por exemplo, no evangelho de Lucas (Lc 8:13 A que caiu sobre a pedra são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria; estes não têm raiz, crêem apenas por algum tempo e, na hora da provação, se desviam), que também tem o significado de ser posto a prova, mas significa adversidade.

E tentação, qual a palavra que Tiago usa para tentação? Neste verso ele usa peirazomenoj que significa “ser colocado sob prova”. Então, como entender que o Senhor ‘não tenta’ a ninguém? Se o Senhor é soberano, e se o crente é colocado à prova, então isto não pode ser atribuído a ele?

Não, não é assim que as coisas são, segundo a Palavra de Deus. Se você deseja, de coração, saber a verdade a respeito deste assunto, eu lhe recomendo reservar um pouco do seu tempo e ler a história de Jó. O patriarca passou por situações extremamente angustiantes, mas não foi o Senhor quem o afligiu.

O agente da sua prova de fé foi satanás, justamente chamado nas Escrituras de o tentador (Mt 4:3 Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães) que não tem nenhum interesse em ver que os crentes são aprovados por Deus, pelo contrário, seu desejo é fazê-los cair (1Ts 3:5 Foi por isso que, já não me sendo possível continuar esperando, mandei indagar o estado da vossa fé, temendo que o Tentador vos provasse, e se tornasse inútil o nosso labor).

O desejo do tentador é ver o cristão pecar. Satanás queria que Jó, sofrendo as duras provas a que foi submetido, ficasse decepcionado ou irado contra Deus, e com isso blasfemasse, isto é, falasse mal, falasse contra a santidade do Senhor (Jó 1:22 Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma).

Se fosse possível satanás faria com que todo cristão ‘caísse da graça’, mas isto não acontece porque a graça é dom e não mérito, nada separa o crente do seu Senhor (Rm 8:38 Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, 39 nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor) porque o Senhor é poderoso para guardar o crente, livrando da provação os que lhe pertencem (2Pe 2:9 ...é porque o Senhor sabe livrar da provação os piedosos e reservar, sob castigo, os injustos para o Dia de Juízo) – e o crente sabe que Deus poderá livrá-los até nas provações, como aconteceu com os jovens judeus na Babilônia:

Dn 3:17 Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das tuas mãos, ó rei. 18 Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste.


Tg 1.14 Ao contrário, cada um é tentado pela (em) sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz.

Se a tentação não vem de Deus, e se satanás é o tentador, porque Tiago diz que ‘cada um é tentado’ pela sua própria cobiça? Para ilustrar me permita usar um princípio facilmente encontrado na biologia, os chamados receptores celulares, que explicam como vírus e bactérias só infectam e causam problemas e órgãos específicos do corpo – e este fenômeno explica por que algumas pessoas não são suscetíveis a determinados vírus.

Alguns medicamentos funcionam ‘entupindo’ estes receptores celulares, impedindo os vírus de se fixarem às células. E o que isto tem a ver com a tentação e com a afirmação de Tiago de que cada um é ‘tentado pela (ou, mais especificamente, em) sua própria cobiça?’. Neste verso cobiçar (ecelkw) significa ser arrastado para o pecado, ter atração. É diferente do termo que ele usa no verso seguinte (epiqumia), que vamos analisar na sequência.

Tiago nos diz que a tentação é eficiente na vida do ser humano porque ele tem receptores para sua influência, como o vírus encontra o receptor numa célula, uma chave tem sua fechadura adequada. Foi assim que aconteceu com Eva que foi receptiva às sugestões do tentador (Gn 3:6 Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu). Não quero mudar o entendimento de Gn 3, mas note que não é dito aqui que Eva concordou com a serpente – ela viu que a árvore era boa, agradável e desejável.

Eva foi influenciada pela serpente, mas foi atraída, como ferro é atraído pelo imã. ecelkw significa ser arrastado, ser atraído. Por um lado, a provação, resistida e vencida, aperfeiçoa o crente – mas quando não encontra resistência exerce seu poder sedutor e captura o incauto em suas armadilhas mortais (epuqumia).

Sabe o que isto quer dizer sobre você e a maneira como você enfrenta as provações? Que a culpa não é de Deus, porque Deus não seduz ninguém a pecar. Que, embora tenha seu quinhão de responsabilidade, a culpa pelo pecado não é de satanás, não vai adiantar fazer como Eva e dizer que a culpa era da serpente (Gn 3:13 Disse o SENHOR Deus à mulher: Que é isso que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente me enganou, e eu comi).

Sim, a astuciosa serpente a enganou (o que não tira a responsabilidade humana) e isto não pode ser esquecido (2Co 11:3 Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo) servindo de exortação vigorosa para a nossa vigilância em todo o tempo (Mt 26:41 Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca).

O ensino da Escritura é que você é responsável. Ceder às provações, cair quando tentado ou resistir – é você quem vence por meio de Cristo assim como é você quem cai quando não dá ouvidos ao Senhor e segue a santa direção do Espírito ao seu coração.


16 Não vos enganeis, meus amados irmãos.

Atribuir a origem da tentação a Deus é um erro que muitos tem cometido, e há até alguns que chegam a colocar a culpa em Deus, indireta ou diretamente. Quando questionado Adão disse a Deus que comeu do fruto porque foi oferecido pela ‘mulher que Deus lhe deu por esposa’ (Gn 3:12 Então, disse o homem: A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi).

Eva não fica atrás, ela segue o exemplo de Adão de uma tentativa de transferência de culpa e diz que comeu do fruto por causa da influência enganosa da serpente (Gn 3:13 Disse o SENHOR Deus à mulher: Que é isso que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente me enganou, e eu comi) que, assim como Adão, ela própria e as demais criaturas, são criaturas de Deus. Mesmo se você considerar que Eva está falando não do ofídio, mas de satanás sabemos que também ele é uma criatura de Deus (Ap 12:9 E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos).

Existem alguns obreiros da iniquidade que defendem coisas que crentes não ensinam, mas estes alguns conseguem penetrar sorrateiramente nas igrejas e ensinar para muitos as suas bobagens, há alguns que são adeptos de uma ficção chamada de maldição hereditária que, se regredirem ate atingirem o estágio final de suas ideias são obrigados a atribuir a responsabilidade da existência do mal e do pecado a Deus – e então orientam alguns a ‘perdoarem Deus’ para viverem em paz consigo mesmos.

É claro que isto é um erro, e Tiago diz: não vos enganeis. Não adianta culpar o outro, o vizinho, o pai, o antepassado, seja qual for. Não adianta culpar a criação de Deus, mesmo que este seja o próprio tentador. Não adianta culpar o próprio Deus. O ensino da Palavra de Deus é que cada um é responsável por seus atos, e pelas consequências deles, pois ‘a alma que pecar esta morrerá’ (Ez 18:20 A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniqüidade do pai, nem o pai, a iniqüidade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a perversidade do perverso cairá sobre este).

Tiago é judeu, conhecia o hebraico, e o sentido da palavra enganar na sua língua materna ()f#fn) é o de deixar sua alma tomar direção errada ou deixar-se dirigir nesta direção. Ou seja, seja ativo ou passivo, o engano ainda é da alma de quem abriga falsas esperanças, no caso da tentação, de ver sua culpa se atribuída a outra pessoa.

Para seus leitores em grego a palavra enganar (planaw) indica falta de veracidade, viver em erro e engano, ser seduzido para longe da verdade. Qualquer atitude que aceite a sedução do tentador é um engano – um engano mortal, exatamente como aconteceu com Eva:

Gn 3:13 Disse o SENHOR Deus à mulher: Que é isso que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.


17 Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança.

Como evitar o engano? Como não ser seduzido pelos desejos pecaminosos do próprio coração e atender às sugestões pecaminosas do tentador ou de qualquer outra criação de Deus? Há muitos anos ouvi um professor de teologia bíblica ensinar insistentemente: se você perceber que tudo está errado e não souber mais como consertar, volte ao começo.

Isso vale para uma viagem. Se você errar o caminho e estiver indo na direção errada e não souber como consertar no meio do caminho, então o jeito é voltar ao lugar onde você começou. Ali, mesmo que tenha que ir para outro lugar, você já estará no lugar certo.

Como evitar as artimanhas do tentador e a sedução da tentação? Lembre-se da conversa de satanás com Eva. Ele a fez duvidar da bondade de Deus. Ele disse que Deus estava lhes negando um conhecimento superior que eles poderiam alcançar de outra maneira.

Adão e Eva não eram como Deus, e satanás diz que, se eles comessem da árvore que o Senhor proibiu, eles evoluiriam, eles seriam ‘como Deus’ (Gn 3:5 Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal).

O ponto de contato da tentação com o coração do homem, o ‘receptor’ é a sensação de insatisfação, de que falta algo. E é claro que o homem, expulso do paraíso, sempre terá a sensação de que lhe falta algo. Há quem ache que ficará satisfeito com riquezas, ou com relacionamentos, ou com bebidas, ou drogas, ou poder, ou status, ou beleza, ou qualquer outra coisa deste mundo – mas a verdade é que nada disso vai dar a satisfação que o homem busca. Não há satisfação nestas coisas, e Salomão viu isto depois de muitas experiências, de muitos testes, depois de provar tudo o que era possível experimentar (Ec 2:17 Pelo que aborreci a vida, pois me foi penosa a obra que se faz debaixo do sol; sim, tudo é vaidade e correr atrás do vento).

A resposta para a tentação está em contentar-se com o próprio Deus (Sl 23:1 O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará). Na King James Version a expressão ‘nada me faltará’ é traduzida como ‘I shall not want’, isto é, eu não desejarei, não precisarei de mais nada.

A solução está em entender que o reino de Deus é melhor que qualquer outra coisa – a resposta é crer que a oferta de Deus é melhor que qualquer coisa, melhor até que todas as coisas do mundo juntas. Buscar o reino e a justiça de Deus, movido pelo Espírito do Senhor, é o único antídoto para a sedução da tentação (Mt 6:33 ...buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas).

Mas qual a garantia que temos? A resposta de Tiago é que a nossa garantia está na fidelidade de Deus. Deus não muda. Deus não se arrepende de nada que disse ou prometeu. Em Deus não há variação, em Deus não há sombra de mudança, Deus é o mesmo ontem, hoje e eternamente e nele podemos confiar inteiramente porque, se ele nos deu seu filho, também nos dará, com ele, graciosamente, todas as demais coisas:

Rm 8:32 Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?


18 Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas.

Na prática a tentação é um conflito de vontades. É o conflito da vontade do homem, aliada ou não à de satanás, contra a vontade de Deus. Neste embate de vontades encontramos a vontade imutável de Deus e a vontade pecaminosa do homem.

O problema que o homem enfrenta é que, segundo o diagnóstico de quem o conhece melhor do que ele próprio (Sl 139:1 SENHOR, tu me sondas e me conheces. 2 Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos. 3 Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos), o desígnio do coração do homem é continuamente mau, o homem está o tempo inteiro inclinado à desobediência (Gn 6:5 Viu o SENHOR que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração).

Em contraste com isto, a vontade de Deus é boa, é perfeita, é agradável (Rm 12:2 E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus).

Apesar da rebelião da humanidade o pensamento do Senhor para suas criaturas é de paz (Jr 29:11 Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais) e, diferente da vontade do homem, circunstancial, limitada e frágil a vontade do Senhor é soberana – ele tudo faz segundo o seu querer. E em relação aos seus eleitos Tiago diz que a vontade de Deus é feita quando ele, pelo seu querer, transforma pecadores em salvos. Ele molda, ele direciona o coração dos homens para onde ele quer. Ele faz isso com o coração até mesmo dos que se acham com maior autoridade (Pv 21:1 Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR; este, segundo o seu querer, o inclina).

Enquanto o tentador e seus aliados colocam armadilhas contra os eleitos de Deus (Jr 5:26 Porque entre o meu povo se acham perversos; cada um anda espiando, como espreitam os passarinheiros; como eles, dispõem armadilhas e prendem os homens) o Senhor faz exatamente o contrário, mantém seus olhos em todos os seus caminhos (Jó 34:21 Os olhos de Deus estão sobre os caminhos do homem e vêem todos os seus passos) e desfaz os laços dos iníquos que querem ver a queda daqueles a quem Deus ama (Sl 141:9 Guarda-me dos laços que me armaram e das armadilhas dos que praticam iniqüidade).

É o querer renovado, o nascer de novo que torna o crente no Senhor capaz de resistir ao tentador. Embora o Senhor dê uma ordem clara de permanecer com a mente e o coração submisso à vontade de Deus e resistir ao tentador (Tg 4:7 Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.) ele também diz que, quando a tentação parecer sobre-humana ainda haverá uma opção para não ceder: a fuga.

Sim, fugir da tentação (que só é tentadora porque as mentiras do diabo encontram os receptores no coração humano) ainda é melhor que morrer no prazer do pecado, como fez José no Egito (1Co 10:13 Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar).

A tentação e o pecado não têm domínio sobre o crente (Rm 6:14 Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça) porque este foi feito nova criatura. E você, crente, é nova criatura, as coisas velhas já passaram, tudo se fez novo, então você pode resistir à tentação e ser, então, com seu modo de viver, o que há de mais precioso para Deus, tão preciso como o principal dos sacrifícios (aparxh), uma amostra de que o homem que pecou e perdeu o prazer de estar na presença de Deus, e dar-lhe o prazer da obediência perfeita pode agradar a Deus através da confiança pela fé na obediência de Cristo.

O caído, o derrotado pelo pecado é, então, em Cristo Jesus, tornado mais que vencedor.

2Co 5:17 E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.

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