terça-feira, 31 de agosto de 2010

SEM PECADO?

evangelizar Os fariseus procuraram a Jesus com o que julgavam ser um problema insolúvel: o mestre aplicaria a lei mosaica ou se mostraria sem compaixão para com uma mulher surpreendida em adultério? Até hoje não se sabe o que foi feito do homem com quem ela estava. Não que isto importe em relação ao problema tratado por Jesus e que temos em mente. Pecadora ela era – isto é inquestionável. Merecedora de sofrer a punição da lei também. E a pena era o apedrejamento até a morte. Para os fariseus aquela era uma parada ganha. Jesus estava em maus lençóis. Eles poderiam mostrar que Jesus não era tão misericordioso assim, uma vez que ele não ousaria quebrar tão importante princípio da lei – e isto os fortaleceria como intérpretes autorizados da Lei. E, se ousasse, seria acusado perante os judeus de quebra da lei mosaica.

UM CASO SOB ESTUDO, NA COMUNIDADE

Havia um problema particular, e um problema mais geral e abrangente. Qual deveria ser tratado mais imediatamente? Qual deveria ser registrado para ensino da posteridade? Na ótica de Jesus, os dois. Uma vez que os dois problemas eram sérios, Jesus resolveu tratar do problema de maior abrangência. Adultério, gritariam os puristas. Hipocrisia, responde de uma maneira mais prática, Jesus.

O problema principal, detectado por Jesus, era a auto-percepção por parte dos fariseus de que ela, a mulher, era uma pecadora e eles, por contraste, não o seriam. Não sendo pecadores, sentiam-se perfeitamente à vontade para apontarem os pecados daquela mulher sem qualquer espécie de misericórdia. O problema não era o julgamento em si – o problema é que não havia nenhum sentido de identificação com a dor daquela mulher. Eles não se sentiam pecadores. Os outros eram – eles não. Aquela mulher era. Eles não. Queriam que Jesus errase – e o chamariam de pecador, mas eles nunca.

OLHE PARA SI MESMO, INDIVÍDUO

escravidaopecado O agir de Jesus, dando-lhes tempo para refletir, é no sentido de que eles olhassem primeiro para a motivacao do seu coração em acusar aquela mulher [motivação pecaminosa] não era zêlo pelas coisas de Deus, não era o desejo de que houvesse uma obediência à vontade de Deus.

Jesus lhes disse: olhem para si. Reconheçam seu pecado. Não se interponham como julgadores do mundo – com o critério que julgarem serão julgados. E, quanto maior a dureza com que olham para o outro terão a sua própria vida escrutinada e julgada. E, com certeza, não há homem que não peque.

depressaoE A MULHER?

Jesus em momento algum disse que ela não pecou. Tanto que suas palavras de perdão incluem uma exortação a ‘não pecar mais’, o que indica o reconhecimento de que a acusação dos fariseus não era falsa – mas a sua motivação era. Ele queria que ela retornasse à sua vida sem a carga da culpa, mas sem continuar atendendoà inclinação pecaminosa.

E você, pecador?

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