A existência dos presépios levanta uma outra questão de suma importância: a representação através de arranjos não levaria a uma forma de idolatria, alimentando, especialmente, a mitologia em torno de Maria, a mãe do salvador? Interessante que não há qualquer preocupação com a figura do pai, José [que não deixa de ser adorado em outras formas de cristianismo não evangélico]. Mas a preocupação dos neocristãos é com Maria. E é uma preocupação, em parte, justa, uma vez que especialmente na cultura latina a mariolatria tem fortes influências. A questão é: algum cristão protestante realmente tem interesse em glorificar Maria? É pecado lembrar sua disposição em ser instrumento de Deus para trazer ao mundo o salvador? Sua humildade em aceitar o encargo, sua angústia numa sofrida viagem a ponto de dar à luz numa estrebaria? A subsequente fuga para o Egito, para evitar os soldados de Herodes? O ensino das Escrituras é que quem é digno de ser honrado deve ser honrado [Rm 13.7]. Entretanto, no coração do cristão cabe glória somente a Deus [Is 42.8]. Alguém seria tolo o suficiente para afirmar que as Igrejas evangélicas estejam adorando a Maria? A Igreja, embora reconheça e honre a figura dos pais terrenos de Jesus, adora somente ao Senhor. Ninguém, além do Deus trino, é digno de tal adoração. Para o cristão não existe a figura da sagrada família, mas, sim, da trindade santíssima.
Nenhum comentário:
Postar um comentário