quarta-feira, 7 de março de 2012

MENSAGEM COMPLETA: SALVOS PELA LOUCURA DA PREGAÇÃO – PODER E SABEDORIA SÓ O DE DEUS

Marthon (4)_thumb_thumb_thumb25 Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.

I Co 1.25

 

Os coríntios tinham enorme apreço pelos filósofos - e, para humilhar as pretensões dos grupos coríntios Paulo faz uso de dois contrastes, num típico estilo judeu de ensinar chamado paralelismo para mostrar a maneira de Deus agir e a de todos os homens, em todos os tempos. A ênfase de Paulo, todo o tempo, é que a mensagem da cruz de Cristo deve ser pregada, anunciada insistentemente por todos os cristãos, cabendo-lhes aguardar o resultado da mensagem, que é de Deus - e é ele quem faz produzir os resultados para os quais ela foi designada [Is 55.11: ...assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei], mediante a colaboração dos homens [II Co 6.1: E nós, na qualidade de cooperadores com ele, também vos exortamos a que não recebais em vão a graça de Deus] mas eficácia do poder do Espírito [Zc 4.6: Prosseguiu ele e me disse: Esta é a palavra do SENHOR a Zorobabel: Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos]. Paulo contrasta Deus e os homens. O conhecimento de Deus e o que os homens conseguem adquirir. E, principalmente, o resultado da sabedoria de cada um.


A MENSAGEM DA CRUZ E VISTA COMO LOUCURA PELOS HOMENS

Literalmente, o que Paulo está afirmando é que a mensagem da cruz é o que não é reconhecido como sábio, o que não é inteligente ou coerente. E, de fato, anunciar um salvador que é incapaz de salvar a si mesmo não parece algo coerente [Lc 23.39: Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também]. Como acreditar num Senhor dos exércitos que contava com apenas 12 seguidores - e, ainda assim, traído por um deles? Como acreditar num rei dos reis e Senhor dos senhores se o único trono que experimentou em sua vida foi uma cruz, e a coroa que usou foi apenas de espinhos? Tudo isto era visto como loucura. Mas Deus não pretendeu salvar pecadores através de ensinamentos morais [coisas que os homens conseguem produzir], nem leis [que também podem ser produto da mente humana] ou acúmulo de conhecimentos de qualquer espécie - lembremos a frustração do sábio com os livros [Ec 12.12: Demais, filho meu, atenta: não há limite para fazer livros, e o muito estudar é enfado da carne]. Deus intentou salvar os homens por um método que nenhum homem seria capaz de imaginar, de uma maneira que nem a mais fértil das mentes humanas conseguiria criar: a cruz. Dolorida, maldita, sofrida. A cruz, instrumento de tortura, vergonha e morte. A cruz, com sua inscrição profética anunciando o rei dos judeus. A cruz, trono de morte para o Senhor da vida. Como os homens, sábios, estudiosos, inquiridores, escribas preocupados com as letras, estudo e conhecimento, poderiam imaginar algo tão estúpido quanto um salvador numa cruz? Um vencedor na morte? Um rei sem trono? Um mestre que não tinha interesse algum em cativar seus ouvintes [Jo 6.60: Muitos dos seus discípulos, tendo ouvido tais palavras, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir?] nem fama alguma [Mc 9.9: Ao descerem do monte, ordenou-lhes Jesus que não divulgassem as coisas que tinham visto, até o dia em que o Filho do Homem ressuscitasse dentre os mortos]. Para os homens o método de Deus era loucura - mas, meus irmãos, era a loucura daquele cujos pensamentos são maiores que os pensamentos dos homens [Is 55.8-9: Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o SENHOR, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos]. É melhor andar nos caminhos de Deus, eles são melhores. Podemos não conhecer os planos de Deus, mas ele conhece os nosso caminhos, e sabe para onde está nos conduzindo. Mesmo que para isso nos convide através de uma mensagem que consideremos loucura.

A SABEDORIA DOS HOMENS É INFERIOR À LOUCURA DE DEUS

Esta frase deveria ser reescrita para “A sabedoria dos homens é inútil e inferior ao que eles consideram ser uma loucura de Deus”. Se a mensagem da cruz é loucura, então, porque anuncia-la? Porque deve ser esta, e não outra, a mensagem a ser proclamada e crida? Se os homens, em sua sabedoria, foram incapazes de encontrar um método de salvarem-se [Rm 1.22-23: Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis], então eles devem ser humilhados em sua real loucura. Se fossem sábios se salvariam. Mas não o fazem, pelo contrário, se tornam ainda mais perdidos e, seguindo as sujidades de seus próprios corações, afundam-se cada vez mais em sua própria imundícia. E, ainda, se porventura conseguissem salvar-se, isso os levaria a um outro pecado, a jactância que podia ser encontrada entre os coríntios [I Co 5.6: Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda?] e não tinha qualquer valor diante de Deus [Rm 3.27: Onde, pois, a jactância? Foi de todo excluída. Por que lei? Das obras? Não; pelo contrário, pela lei da fé] pois como poderia um morto jactar-se sobre quem lhe dá vida [Cl 2.13: E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos], ou um perdido diante de quem o achou [Lc 19.10: Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido], o doente diante do médico que o cura [Lc 5.31: Respondeu-lhes Jesus: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes]? Mas é do jeito de Deus que os ímpios são transformados em santos, que os filhos são tornados em filhos do seu amor. Isso humilha o homem que se vê obrigado a olhar para si mesmo e dizer: eu não sou nada. Eu sou incapaz e inútil. E ao mesmo tempo ficar extasiado com a sabedoria de Deus [Rm 11.33: Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!]. Isso glorifica a Deus - e este é o alvo da criação: glorificar ao Senhor, seu Deus, seu salvador, o Deus forte [Is 10.21: Os restantes se converterão ao Deus forte, sim, os restantes de Jacó].

A MENSAGEM DA CRUZ É VISTA COMO FRAQUEZA PELOS HOMENS

Em seu argumento paralelista Paulo volta a focar o modo como os homens estavam vendo a maneira de Deus salvar os pecadores: a morte de Cristo na cruz, mensagem que deveria ser pregada em todo o tempo a todos os homens [Cl 1.28: ...o qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo]. Esta mensagem é rejeitada pelos homens, estava sendo menosprezada pelos coríntios e vista como fraqueza de Deus. O mundo greco-romano estava acostumado a admirar os grandes heróis mitológicos: Hércules, Perseu, Ulisses, Rômulo e Remo [míticos fundadores de Roma] com suas guerras e vitórias sobre todo tipo de inimigos. Admiravam os generais que faziam questão de alimentar esta androlatria com as marchas militares quando conseguiam grandes vitórias e traziam escravos, despojos e riquezas das cidades conquistadas. Admiravam os imperadores, que exigiam serem chamados de augustus, mais tarde incorporados aos nomes de alguns deles, que exigiam adoração e cultos públicos. Mas os cristãos adoravam, serviam e amavam, aos olhos dos gentios, um vencido, um derrotado, um fraco que nem sequer reagiu quando foi preso, não se defendeu quando acusado injustamente [Is 53.7: Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca]. Jesus diz a Herodes que poderia chamar em seu auxílio milhares de anjos [Mt 26.53: Acaso, pensas que não posso rogar a meu Pai, e ele me mandaria neste momento mais de doze legiões de anjos?], mas não o faz. Porque o caminho da vitória estava na cruz, pois só de lá, do alto da cruz, ele poderia olhar para o penoso fruto do seu trabalho [Is 53.11: Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre si] e, então, a Igreja do Senhor pode cantar a vitória sobre a morte, livre dos seus aguilhões [I Co 15.55: Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?]. A vitória que os homens são incapazes de alcançar com seus todos os seus poderosos exércitos é alcançada, sem arma alguma, por um Cristo traído na mais absoluta humildade na sua primeira vinda.

A FORÇA DOS HOMENS É MENOR QUE O PODER DE DEUS

Paulo estabeleceu um parâmetro para os cristãos coríntios pensarem: o que os poderosos deste século consideram loucura é a verdadeira sabedoria, e o que eles consideram sabedoria é, na verdade, uma tolice, algo totalmente inútil. A seguir, ele estabeleceu um novo desafio para eles refletirem. Entre os romanos, especialmente, havia a filosofia de que, se a diplomacia não funcionava, usava-se a força. Se não era pelo conhecimento [gnose], então, que fosse pelo esforço. Isto dá origem a todo tipo de distorção religiosa, como ativismo, legalismo, regras e valorização de feitos, chamados por Paulo em outras ocasiões de “boas obras”. Mas não são elas que conduzem à salvação, segundo Paulo. Não é o esforço que salva. O salvo se esforça [Ef 2.10: Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas] para agradar seu salvador. Não havia e continua não havendo no mundo força para levar o homem até Deus. Somente o poder de Deus pode fazer isso, e é exatamente este o ápice do pensamento de Paulo, mencionado nos versos anteriores: I Co 1.23-24: mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus]. Um dia um gnóstico moderno disse-me que a sua grande esperança e ser um com o divino. Perguntei-lhe o que isto significava e, após muitas explicações, a conclusão é que ele desejava ser o não ser, inexistir, numa variação do budismo e do fim lógico do espiritismo. Mas a mensagem da cruz era e é poder de Deus para salvação de todo aquele que crê. Os reis conquistam cidades, reinos e impérios. Depois de algum tempo só sobram escombros cujos resquícios fazem a alegria caçadores de tesouros, arqueólogos e salteadores. Mas o verdadeiro tesouro é Cristo [Cl 1.27: ...aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória]. É ele o poder, a fonte, aquele que dá o poder para a Igreja testemunhar [At 1.8: ...mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra]. A ânsia dos homens por serem poderosos - e as divisões existentes em Corinto eram tentativas de exercer poder sobre os demais, como entre os gentios. Mas o que importa é o poder de Cristo. O poder dos homens logo se esvai - mas o poder de Cristo é de eficácia eterna - produz salvação, transformação interior [I Co 6.11: Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus] e exterior [Ef 4.28: Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado] que se expressa de maneira prática e imediata [At 19.19: Também muitos dos que haviam praticado artes mágicas, reunindo os seus livros, os queimaram diante de todos. Calculados os seus preços, achou-se que montavam a cinquenta mil denários].

E A IGREJA DO SÉCULO XXI, O QUE TEM COM ISSO?

Sabedoria, conhecimento, poder, títulos ainda continuam sendo alvo dos cristãos. O coração dos homens não sofreu alteração nestes milênios. Desde que o homem desejou ser como Deus, numa ânsia de poder, e até os dias de hoje, o coração do homem continua o mesmo. E é exatamente por isso que temos que ser lembrados que não é por sabedoria segundo o homem, loucura do coração do homem que o homem obterá o que mais necessita, ainda que não saiba nem busque: a salvação de sua alma. Não é por força do homem, por seus esforços [Lc 16.16: A Lei e os Profetas vigoraram até João; desde esse tempo, vem sendo anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem se esforça por entrar nele], que homem algum conseguiu entrar no reino dos céus - mas pela justiça que há na fé [Hb 11.7: Pela fé, Noé, divinamente instruído acerca de acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a Deus, aparelhou uma arca para a salvação de sua casa; pela qual condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da fé]. É pelo poder e sabedoria de Deus, pela sua ação em nós que recebemos a dádiva da salvação, a bênção da comunhão e do conhecimento de Deus. Isto nos humilha, mas ao mesmo tempo é nossa fonte de alegria [Rm 7.25-8.1: Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado. Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus]

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