PERSONAGENS
ABEL E SETE
Gn 4.1-8; 25-5-8 [Gn 4.4]
Sabemos pouco sobre a primeira família. Depois de expulsos do paraíso se estabeleceram, passaram a cultivar a terra, cuidar de animais e tudo indica que prestavam algum tipo de culto natural a Deus. Não havia bíblia, a revelação escrita era desnecessária pois eles tinham as suas memórias.
Certamente Adão e Eva contaram das maravilhas do paraíso, para onde sonhavam voltar. Também compartilharam com seus muitos filhos e filhas da promessa de Deus a respeito de um redentor (Gn 3.15).
A bíblia destaca Caim e Abel, num primeiro momento, para mostrar que a atitude de um coração entregue ao Senhor e que o busca verdadeiramente (Jr 29.13) é que o faz voltar-se ao pecador (Jr 29.14).
Apesar da impiedade de seu coração, de seus atos rebeldes e violentos, e do crime cometido, essencialmente não há diferença entre Caim, Abel e Sete - todos os três eram igualmente pecadores (Ec 7.20).
Então, o que havia de diferente em Abel e Sete? Se eram, à semelhança de seus pais, pecadores, porque eles são retratados de maneira diferentes e são chamados de “justos”? Neles havia uma disposição do coração para buscar a Deus, para invocá-lo (Gn 4.25), e isto já com uma semente de espiritualidade não encontrada em Caim (Hb 11.4).
A morte de Abel caracteriza a primeira perseguição religiosa, a primeira ação de intolerância por causa do culto da história. Abel não fez nada contra Caim, mas o ímpio sempre tem algo contra o justo, porque o fato de Deus ter aceito Abel e sua oferta o humilha, mostra-lhe o que ele realmente é: um pecador, rejeitado por causa do seu procedimento ímpio (Gn 4.7).
Como muitos, Caim queria ser aceito à sua maneira, com suas ações sem transformação alguma. Mesmo advertido, continuou segundo o curso de seu coração corrompido. Achava que seria justo simplesmente por apresentar uma oferta - uma espécie de troca com Deus. Queria ser aceito pelo que fazia, mesmo que não tivesse fé em seu coração. Com a morte de Abel, a esperança de Adão e Eva volta-se para outro filho - Sete.
Não seria da semente de Caim que sairia o redentor, por isso Deus deu a Adão e Eva o terceiro varão, Sete. Caim, em sua impiedade, só geraria ímpios, que ficaram conhecidos como “filhos dos homens”. Sete, adorador do Senhor, daria origem a uma linhagem santa, que ficaria conhecida como “filhos de Deus”.
Não há razão para pensar que a promessa de Deus falharia - Deus não admite que seu nome seja envergonhado e tem levantado homens e mulheres piedosos para invocarem o seu nome, proclamarem sua graça e guardarem seus mandamentos.
A antiga luta entre os filhos de Deus e os filhos dos homens prossegue. As armas dos filhos de Deus devem ser espirituais, mesmo que tenham que enfrentar armas carnais (II Co 10.4-5).
Os filhos de Deus sempre andaram pela fé (II Co 5.7) e desta maneira conseguiram assombrosas vitórias (Hb 11.33-38).
As atitudes de Caim falam das obras da carne, injustiça e rebelião, conduzindo à morte.
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