sábado, 18 de janeiro de 2014

SÉRIE PERSONAGENS: CAIM

PERSONAGENS

CAIM

Gn 4.1-26 [Gn 4.7]

Caim foi o primeiro homem a nascer sobre a terra. Seu pai era Adão e sua mãe Eva. Caim tinha um irmão chamado Abel. Segundo Gn 5.3-4 (Viveu Adão cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e lhe chamou Sete. Depois que gerou a Sete, viveu Adão oitocentos anos; e teve filhos e filhas) Caim teve outros irmãos e irmãs, mas Abel é o mais importante para esta lição. Lembremos que a forma de escrever dos hebreus não era linear, como a ocidental, e o relato de Gn 5.4 pode referir-se a, pelo menos, outras filhas de Adão e Eva nascidos enquanto Caim e Abel cresciam, o que é muito natural de se pensar. 
Quando Caim e Abel cresceram, trouxeram uma oferta a Deus. O sacrifício de Abel, pastor, foi uma ovelha e o de Caim, lavrador, foram frutos e vegetais que produziu. Pensadores alegoristas entendem que a oferta de Abel significava confissão pois implicava na morte de um ser “inocente”, enquanto que a de Caim indicava orgulho por seu trabalho, sentindo que não precisava de perdão. Não há nada no texto que favoreça esta interpretação, pois ambas as ofertas são lícitas e ordenadas, tanto a dos cereais (Ex 23.19) quanto de animais (Nm 18.17) - e não devemos nos esquecer da imutabilidade de Deus.
A ênfase do texto é no adorador, e não na oferta. Não é dito que Deus se agradou com a oferta de Abel, mas que Deus se agradou de Abel (Gn 4.4), mas rejeitou a Caim (Gn 4.5).
Eva acreditava que Caim seria o restaurador, aquele que derrotaria a serpente que a enganara e os reconduziria ao paraíso (Gn 4.1). Todavia, Caim é o primeiro “fruto” do casal após o pecado - e ao invés de restaurar a vida que haviam perdido, como fruto do pecado leva o primeiro casal à primeira experiência com a morte (Rm 6.23).
Ainda que o fruto do pecado pareça agradável, no fim ele é mortífero (Pv 14.12).
Diante da tentação, da oportunidade de pecar, só existem duas opções: resistir (Tg 4.7: Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós) e, se necessário, fugir (I Co 10.13) ou ceder (Tg 1.15).
Mas sujeitar-se a Deus é tudo o que o pecador não quer - Deus disse a Caim para mudar de procedimento e não deixar que o pecado o dominasse (Gn 4.7: Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo). Mas a rebeldia de Caim o fez ficar ainda mais furioso, ao ponto de tornar-se o primeiro assassino (fratricida) da história, matando seu irmão, Abel.
A bíblia diz que um abismo é apenas prenúncio de outro abismo (Sl 42.7): um coração sem o temor de Deus produz inveja, ira e assassinato. O coração de um assassino produz rebeldia, fuga e religiosidade, isto é, a tentativa de resolver o problema da “comunhão” criando um grupo social - no caso de Caim, a cidade de Enoque, na terra de Node, que tem o mesmo nome de seu primeiro filho (obviamente com uma irmã pois Eva é a mãe de  todos os viventes - Gn 3.20).
Apesar de sua inteligência (dele procederam pecuaristas, músicos, artistas, escultores, ferreiros), a descendência de Caim só não conseguiu uma coisa: encontrar o caminho do arrependimento, como seu pai. Os filhos de Caim foram denominados de “filhos dos homens” em contraste com os filhos de Sete, chamados de filhos de Deus (Gn 6.4).
Caim é um triste exemplo de pessoas que, mesmo advertidas pela Palavra de Deus, ignoram-nas, preferem seguir em sua pecaminosidade e estabelecem seu próprio modo de viver. Na prática, a rejeição da vontade de Deus significa a aceitação da condenação que Deus lança sobre Caim (Gn 4:15) e é entregue ampliada à sua geração (Gn 4.24).
Esta condenação só é retirada daqueles que creem em Jesus Cristo (Jo 3.36), este sim, o enviado por Deus, o verdadeiro descendente da mulher (Gl 3.16).

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