terça-feira, 21 de janeiro de 2014

EXPECTATIVAS HUMANAS E O TEMPO DA VERDADEIRA FÉ

EXPECTATIVAS HUMANAS E O TEMPO DA VERDADEIRA FÉ
Jo 11.1-45
O relato feito por João da morte e ressurreição de Lázaro tem servido para que muitos creiam no Senhor, como o filho de Deus vindo em carne, e, também, na doutrina da ressurreição dos mortos. Este texto nos fala da onisciência de Cristo, fala-nos de seu poder sobre a morte, mesmo num caso como o de Lázaro - após 4 dias e já em estado de decomposição. Quando lemos este texto podemos perceber um turbilhão de sentimentos. O desespero das irmãs Marta e Maria, sua sensação de incapacidade diante da enfermidade, a desconfiança nos médicos que nada podiam fazer, a esperança e o envio de um pedido de socorro através de amigos para buscarem Jesus, o desejo dos amigos de ajudarem correndo até onde Jesus estava, a atitude tranquila de Jesus e o estranhamento por parte dos discípulos pelo fato de Jesus não ir imediatamente.
Dois dias depois Jesus resolve ir, e, a caminho, demora mais algum tempo. Se levarmos em conta o tempo que os amigos de Marta e Maria gastaram para chegar até Jesus, sua permanência por mais dois dias e, finalmente, a viagem sem pressa até Betânia, nas proximidades de Jerusalém, teremos, então, os 4 dias de Lázaro no túmulo.
Neste contexto quero considerar com vocês o tempo da ação de Deus em resposta às expectativas humanas.

DEUS NÃO TEM QUE AGIR PARA ATENDER OS ANSEIOS IMEDIATOS DOS HOMENS E SEUS PEDIDOS FÚTEIS

Chamo a primeira forma de querer que Deus aja de imediatismo, isto é, o desejo de ver as coisas acontecendo rapidamente, instantaneamente. Embora não gostemos, acabamos nos acostumando com comida instantânea. Uma das maiores redes de lanches do mundo tornou-se um colosso pela rapidez e não pelo sabor ou pelo valor nutritivo de seus alimentos. As empresas de tecnologia investem cada vez mais para que os consumidores gastem cada vez mais em equipamentos que, no final de um dia, lhes darão uma economia de alguns minutos. Tudo é instantâneo, imediatista, urgente. A sociedade moderna sofre da síndrome do coelho de Lewis Carol (Alice no País das Maravilhas).

MARTA E MARIA

Certamente a expectativa de Marta e Maria era que Jesus agisse imediatamente. Elas sabiam que tanto Jesus poderia dirigir-se até lá, como fez quando da ressurreição da filha de Jairo ou do filho da viúva de Naim como poderia simplesmente ordenar e tudo se resolveria mesmo à distância, como fez no caso da mulher de Tiro cuja filha estava endemoninhada, ou do servo do centurião que estava enfermo.

OS AMIGOS DE LÁZARO

Com certeza a expectativa daqueles que foram procurar Jesus era de que ele deixasse tudo o que estava fazendo e se dirigisse imediatamente para Betânia, para cuidar de Lázaro e consolar as irmãs. Eles demonstram esta expectativa e até uma certa pressão adjetivando Lázaro de “aquele a quem amas”, algo como se nós disséssemos “corra, afinal, ele é seu amigão”. É o que todos esperamos, quando há alguém enfermo e vamos à procura de uma pessoa capacitada para cuidar dele, queremos que as coisas aconteçam rapidamente, imediatamente. E é necessário que seja assim, muitas vezes apenas um minuto pode fazer a diferença entre a vida e a morte de uma pessoa.

OS DISCÍPULOS

A expectativa dos discípulos também era semelhante, mas ao mesmo tempo tinham seu próprio entendimento do motivo pelo qual Jesus não foi imediatamente: era de conhecimento público (e Jesus já havia feito esta denúncia) que os judeus queriam mata-lo, e voltar para a Judéia, especialmente Betânia, muito próxima de Jerusalém, era um risco muito grande. Eles sentem-se mais calmos quando Jesus diz que a enfermidade de Lázaro promoverá a glória de Deus e que o próprio Jesus seria glorificado. Finalmente, à seu próprio modo, compreendem o motivo de Jesus não ter pressa: Lázaro estava apenas adormecido, e Jesus iria despertá-lo. Sequer questionam porque Jesus iria despertá-lo, e não outra pessoa qualquer? Marta e Maria não estavam lá, não eram suas irmãs e não podiam cuidar dele?
O texto nos diz que Jesus dissipa lhes as dúvidas ao afirmar: Lázaro morreu (v. 14), mas que eles não deveriam se preocupar, apenas crer, porque este era o propósito de Deus naquele momento. A reação dos discípulos, dentre eles Tomé, é de desânimo diante de um quadro desalentador: voltar para a Judéia, com os líderes judeus desejosos de matar a Jesus, entrar em Betânia após ter feito pouco caso da doença de Lázaro e, certamente, ter perdido o apoio dos poucos amigos que ainda confiavam nele significava a morte. E ele se resigna: vamos juntos, e também morreremos.

FRUSTRAÇÃO DE ANSEIOS IMEDIATISTAS

Quando os anseios imediatistas são frustrados, muitos se sentem frustrados também. E não é pequeno o número de pessoas que se frustram com Jesus porque ele não lhes atende de acordo com a agenda pessoal do homem. As palavras de Tomé (que, à semelhança dos judeus, tinham a expectativa messiânica de um reino terreno) indicam que ele havia desanimado, desistido, mas, que ainda assim, por consideração, acompanharia Jesus até o martírio.

O IMEDIATISMO NA IGREJA MODERNA

Constantemente vemos ou tomamos conhecimento de pessoas que pretendem serem ouvidas por Deus imediatamente. Dão ordens, exigem, determinam. E tem que ser para já, para hoje, para agora. Amarram e expulsam com a mesma desenvoltura, e, pior, dizem a Deus o que ele deve fazer, e, não apenas o que deve, mas quando e como. Lamentavelmente se esquecem que Deus é o Senhor, o todo-poderoso, e o homem apenas o vermezinho de Jacó (Is 41.14: Não temas, ó vermezinho de Jacó, povozinho de Israel; eu te ajudo, diz o SENHOR, e o teu Redentor é o Santo de Israel) e querem dar ordens a Deus, e, infelizmente, o desconhecimento de Deus (mesmo que tenham alguma forma de conhecimento teórico das Escrituras) tem levado multidões a ofenderem a Deus em sua ignorância de quem é Deus. Isaias, ao conhecer um pouco mais sobre Deus viu-se impelido a uma única atitude: prostrar-se.

DEUS NÃO DEIXOU DE AGIR SÓ PORQUE OS HOMENS ACHAM QUE A OPORTUNIDADE PASSOU

Outra forma de reagir à ação de Deus é o que vou denominar de visão condicional da graça de Deus. Esta visão é expressa tanto nas palavras de Marta quanto de Maria. Quatro dias depois da morte de Jesus (e elas certamente sabiam dos dois casos de ressurreição já mencionados anteriormente, ambos antes do sepultamento e imediatamente após a morte dos personagens) já não havia mais esperança.

MARTA E MARIA, DIFERENTES, MAS IGUAIS

Esta forma de ver as coisas é comum a Marta e a Maria - mulheres de temperamento diferente. Maria era contemplativa, gostava de ouvir o Senhor Jesus, observar o que ele fazia e dizia. Marta, porém, era mais ativa, mais dinâmica. Não pretendemos julgá-las, apenas observamos seu modo de ser.
Marta toma uma atitude imediata - assim que soube que Jesus estava se aproximando, correu ao seu encontro e expressa seu ponto de vista, sua maneira de crer. Ela diz a Jesus que não deixou de crer nele, não deixou de amá-lo, e que entende que já é tarde demais. Ela diz: “Jesus, se o Senhor estivesse aqui ele não teria morrido”.

MARTA, UMA MULHER PRÁTICA

É a atitude natural de uma pessoa que quer ver as coisas acontecerem, e acontecerem rápido. Marta é o tipo de pessoa que, se as coisas demoram a acontecer, vai e faz. Sua praticidade faz com que ela veja as coisas como são, como se tornaram. E diz a Jesus que entende e aceita, mas que as coisas poderiam ter sido diferente se Jesus tivesse agido antes. Sua praticidade permite-lhe apenas fazer uma súplica velada, uma oração muito parecida com muitas que são feitas, confundindo conhecimento da doutrina da soberania de Deus com pedido sem veemência.
Marta sabia que, se Jesus quisesse, qualquer coisa poderia acontecer, inclusive a ressurreição de Lázaro, mas ela não ousa pedir. Ela permanece no pretérito condicional. Após conversar com Jesus ela vai chamar sua irmã, Maria - não sabemos o que lhe ia no coração, mas talvez a prática Marta esperasse uma atitude mais devocional, uma oração mais direta, mais “poderosa’ de Maria. Talvez esperássemos uma ação diferente, já que Maria era diferente de Marta. Era mais contemplativa, havia se dedicado mais a ouvir os ensinamentos de Jesus. Ela sabia mais, ela dedicara mais tempo, chegara mesmo a se humilhar publicamente, demonstrando seu carinho por Jesus lavando-lhes os pés com suas próprias lágrimas, e enxugando-o com seus cabelos quando ele fora “destratado” pelo fariseu Simão, que não lhe honrara quando de sua visita.

MARIA, UMA MULHER CONTEMPLATIVA

Mas Maria age da mesma maneira que Marta, da mesma maneira que as pessoas que estavam perto – todas desconsoladas, chorosas. Todas acreditando que se Jesus tivesse chegado antes Lázaro não teria morrido. É possível que alguns tenham esperado até o último minuto, antes de fechar a sepultura, pela chegada de Jesus, afinal, ele ressuscitara o filho da viúva de Naim a caminho do cemitério (Jo 11.37: Mas alguns objetaram: Não podia ele, que abriu os olhos ao cego, fazer que este não morresse?). Mas tal não aconteceu. E Maria também não tinha mais esperanças.

CRENTES, MAS NÃO A PONTO DE PEDIREM O IMPOSSÍVEL

É curioso que, embora dissessem crer no poder de Jesus para fazer qualquer coisa, até mesmo fazer Lázaro ressurgir dos mortos, nenhum deles ousa pedir isso a Jesus. Criam mais no impossível [afinal, Lázaro já havia sido sepultado há 4 dias, já cheirava mal e estava em decomposição). Mesmo diante do Deus dos impossíveis continuavam olhando para o que era impossível aos homens (Lc 18.27: Mas ele respondeu: Os impossíveis dos homens são possíveis para Deus). Preferem a certeza do “se tivesse sido” às promessas certeiras contidas nas palavras claras do Senhor Jesus: “Teu irmão há de ressurgir”. Não podemos nos esquecer que ele já dissera aos discípulos que a enfermidade de Lázaro, com sua consequente morte, era para a glória de Deus e de seu filho, diante dos homens.

OS CRISTÃOS NÃO CREEM MAIS NO DEUS DO IMPOSSÍVEL?

É muito comum percebermos que muitos cristãos não esperam qualquer forma de ação imediata de Deus em suas vidas. É como se o Deus que falou ao coração de Davi (Sl 27.8: Ao meu coração me ocorre: Buscai a minha presença; buscarei, pois, SENHOR, a tua presença) não falasse mais ao coração de seus outros filhos e não mais desejasse ser buscado. O mesmo Deus que abriu o mar para seu povo passar, que destruiu o exército de Faraó, derrubou as muralhas de Jericó e fez o sol parar ainda ama o seu povo, ainda age no meio do seu povo, ainda faz milagres extraordinários todos os dias – mas muitos incrédulos, membros da Igreja visível, acham que Deus agia, fazia, falava. Não pense assim de Deus, você não está fazendo justiça ao Deus imutável (Hb 13.8: Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre).

DEUS NÃO DEIXARÁ DE AGIR SÓ PORQUE OS HOMENS NÃO ESPERAM VER SUA AÇÃO

É outra forma de incredulidade, ou de manifestação da pequena fé. Tanto o imediatismo quanto deixar apenas no passado a possibilidade da ação do Senhor são erros que não andam sozinhos. Há um terceiro erro que chamo de incerteza utópica. A incerteza utópica é só uma máscara para a incredulidade pois não crê na ação do Senhor no tempo presente, não acredita que pode acontecer o impossível diante dos próprios olhos. Sob a alegação de que a fé é a certeza de algo ainda não concretizado (Hb 11.1: Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem) pode-se perfeitamente jogar a expectativa da realização de algo tão longe no futuro que seja impossível ver - e foi o que Marta e Maria mostraram.

A RESSURREIÇÃO COMO FONTE DE ESPERANÇA E DESÂNIMO

Elas criam na ressurreição - e estavam certas quanto a isto (I. Co 6.14: Deus ressuscitou o Senhor e também nos ressuscitará a nós pelo seu poder), porque, sem esta fé, nem mesmo poderiam ter o mínimo consolo a respeito da morte de seu irmão (I Co 15.19: Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens). Mas elas acreditavam na ressurreição, na benção futura, no dia glorioso do retorno do grande rei.

CREMOS QUE ELE VOLTARÁ

Isto não quer dizer que não creiamos neste grande dia. Na verdade ele é a grande expectativa de cada cristão verdadeiro, que tem em suas orações o anseio pela volta do seu Senhor. Mas colocar a esperança apenas no futuro não traz benefícios para o tempo presente. O reino já chegou, o crente já tem o paracleto, o consolador já guia os crentes rumo à verdade, hoje, agora. Já somos cidadãos do reino, o crente já pode dizer que Cristo vive nele (Gl 2.20: …logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim).

A FALTA DE FÉ E O POLITICAMENTE CORRETO

Marta e Maria, num ambiente “eclesiástico” foram politicamente corretas. Diziam crer nas promessas, crer numa realização futura de seus anseios de reverem o irmão, mas não ousavam dizer a Jesus, com todas as letras, o que todos ali pensavam, e que lhes ocupava a mente e lhes fazia doer o coração: “O Senhor não veio, Jesus. O Senhor demorou e ele morreu. Agora nem o Senhor conserta isso - já é tarde demais e nós já aceitamos conviver com esta perda - agora só na eternidade”.

A FÉ E O PRESENTE

Somente quando Jesus chama a atenção para os fatos presentes, para vivenciar a fé sem tirar os olhos de Jesus, mas no dia-a-dia, é que Marta, novamente, na sua praticidade, diz: “Não adianta, ele já está em decomposição, já cheira mal, deixa pra lá... Vamos voltar pra casa e chorar a nossa dor”. Os amigos de Jairo fizeram a mesma coisa, disseram-lhe para não incomodar mais a Jesus (Mc 5.35: Falava ele ainda, quando chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga, a quem disseram: Tua filha já morreu; por que ainda incomodas o Mestre?).

A FÉ DEIXADA NO PASSADO

A fé que só serve para o passado é inócua, não honra o poder nem a presença de Jesus Cristo. A fé que se limita a esta vida não é fé, é apenas utilitarismo, emocionalismo e moralismo. A fé que não se firma nos fatos do passado, não serve para o tempo presente mas se limita à uma expectativa futura se esquece da promessa da presença constante de Jesus com seus discípulos (Mt 28.20: …ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século) e com todos os que viessem a crer (Jo 17.20: Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra).

A FÉ É FONTE DE CERTEZAS ETERNAS

A verdadeira fé não se limita a espaços temporais, ela é eterna, alicerçada no que Deus fez e prometeu, vivenciada no presente e cheia de esperanças para o futuro, mas muitos cristãos modernos não acreditam mais na ação de Deus, e, para não admitirem, colocam as suas afirmativas sempre no futuro: Jesus virá, Jesus fará, quando Jesus vier. E se esquecem que aquele que fez está presente e faz. Não precisamos esperar as portas da eternidade se abrirem para termos a certeza do senhorio de Cristo sobre todas as coisas (Sl 8.6: Deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão e sob seus pés tudo lhe puseste). É fundamental que o coração do crente esteja repleto de fé no seu Senhor e salvador, que tanto pode agir de maneira extraordinária, imediata, como ensinar lembrando a história dos feitos de Deus ou, ainda, mostrando-lhes a necessidade de uma confiança simples, mas verdadeira (Mt 18.3: E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus).

A FÉ VIVA E VIVENCIADA NO DIA-A-DIA

Diante destas diversas manifestações de uma fé apenas aparente mas que, na verdade, são meras manifestações disfarçadas de incredulidade, Jesus chama, de maneira prática, tanto os seus discípulos (aos quais já advertira que a enfermidade de Lázaro era para que Deus e o próprio Cristo fossem glorificados), como de Maria e Marta (às quais já havia dito mais de uma vez que seu irmão ressurgiria dos mortos) e dos demais judeus (que duvidavam de seu poder em ressuscitar Lázaro, apesar de já ter curado um cego de nascença, algo nunca antes visto (Jo 9.32: Desde que há mundo, jamais se ouviu que alguém tenha aberto os olhos a um cego de nascença), para a vivência da fé de maneira real, diária.

A FÉ É PARA SER VIVIDA NO TEMPO PRESENTE

Diante da percepção que Jesus possui da natureza do homem (Jo 2.25: E não precisava de que alguém lhe desse testemunho a respeito do homem, porque ele mesmo sabia o que era a natureza humana) e de seus corações (Lc 5.22: Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse-lhes: Que arrazoais em vosso coração?) chama-os para fixarem sua atenção na maneira como deveriam crer, no momento presente e pergunta-lhes: "Onde Lázaro está?". Libertos de seu torpor atemporal, eles respondem: "Vem e vê".

A FÉ NÃO ESTÁ PRESA ÀS EXPERIÊNCIAS DO PRESENTE

Quando chegam diante do sepulcro, mesmo depois de 4 dias, Jesus ordena-lhes que abram o túmulo, que eles removam a pedra do lugar onde haviam disposto, após aguardar até o último instante, a sua expectativa de uma ação de Deus. Para eles não havia mais nada a fazer. Não esperavam que Jesus fizesse mais nada, queriam apenas lamentar as suas dores – e certamente os inimigos de Jesus se alegravam com aquele ambiente, pois já haviam decidido matar Jesus e quanto menos apoio popular ele tivesse, mais fácil se tornaria sua tarefa.

A FÉ SUPLANTA O DESESPERO

Quantas esperanças foram abandonadas, quantas vezes os sonhos são esquecidos simplesmente pelo fato de não se acreditar no poder de Deus. Mesmo diante da presença de Jesus, e da sua ordem para retirar a pedra, ainda assim oferecem objeções que justifiquem esta incredulidade. O problema não está, em absoluto, no que Jesus pode fazer – mas no que os pseudo crentes esperam que Jesus faça (ou não).

A FÉ SUPLANTA A INCREDULIDADE DOS CRENTES

Quantos simplesmente escondem a sua incredulidade dizendo que esperarão o agir de Deus no futuro, num "lindo porvir" que, na verdade, não esperam vir coisa nenhuma. Ser crente correto não é ser politicamente correto. Para não assumirem a sua incredulidade muitos dizem esperar que aconteça, mas vivem como se as promessas de Deus nunca viriam a se realizar. No fim das contas, vivem como se Cristo não voltasse, não podem afirmar que Cristo vive neles, nem podem exclamar "Maranata, vem Senhor Jesus Cristo". Mas, aqueles que observavam as ações de Jesus, ouvindo as ordens do mestre, mesmo vacilando, obedecem ao mandato de Jesus e o Senhor e abrem o túmulo. Contrariados, confrontados com sua incredulidade, incomodados com o olor que provinha do túmulo que abrigava um corpo em decomposição. Mas eles precisavam obedecer, pois somente através da obediência eles poderiam ver a glória de Deus.

OS FEITOS SURPREENDENTES DE JESUS ALICERÇAM NOSSA FÉ

Quando ninguém mais esperava qualquer ação da parte de Jesus, ele mostra que o imediatismo não reflete o tempo de Deus agir. Ele mostra também que, mesmo tendo agido no passado, ainda age. Seu poder não diminuiu. Aquele que é o alfa e o ômega não sofre alteração. Aquele que é o princípio, a origem e a causa, e o término, a razão e a finalidade de todas as coisas porventura deixaria de ter poder de causar ou levar a cabo suas intenções? Aquele que é o mesmo, ontem, hoje e eternamente não pode, então, sofrer qualquer forma de variação ou sombra de mudança (Tg 1.17: Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança). Da mesma forma que agiu antes, curando o cego de nascença, ressuscitando o filho da viúva de Naim, ou a filha de Jairo, Jesus mostra-lhes que ainda é o mesmo, ainda tem o mesmo poder, ainda tem o mesmo amor e interesse pelas ovelhas que lhe foram confiadas. Antes de qualquer outra coisa Jesus glorifica o pai, demonstra o propósito daquele momento, apesar de toda a dor que Marta, Maria e familiares tiveram que passar, era que cressem que ele era o enviado de Deus.

O PODER DE JESUS ALIMENTA A FÉ INDEPENDENTE DO TEMPO

Então, clama para que Lázaro saia do túmulo. Era mais uma das muitas frases "estranhas" de Jesus. Jesus disse a uma mulher que chorava a perda do único filho para que não chorasse – diz a mortos para que se levantem, como se mortos pudessem ouvir. E, nesta fala estranha, inesperada, Jesus demonstra o poder de Deus, a graça do Senhor da vida, capaz de levantar mortos, não importando quanto tempo a morte tivesse atingido o homem. Jesus coloca no coração dos seus discípulos, e dos que creram que, para Deus, nada é impossível, mesmo que o homem pense assim. E Lázaro, para surpresa de todos, mesmo depois de 4 dias, mesmo amarrado, pés e mãos, sai do túmulo. Lázaro, de pé, é a maior testemunha que aqueles homens podiam ter do poder de Deus e da intimidade de Jesus com o Pai. À partir deste testemunho vivo, ou melhor, revivido, alguns creram em Jesus. Vão tirar as ataduras de Lázaro, percebem que Jesus de fato era o enviado de Deus. Nem no passado, nem no futuro. A fé tem influência na vida do crente no presente, aguardando pacientemente o tempo e o modo de agir do Senhor.

A FÉ PRODUZ DIFERENTES REAÇÕES

João continua tratando da história da ressurreição de Lázaro e diz que alguns creram – não diz quantos, mas parece ter sido um número significativo. Mas também, outros, a despeito do que Jesus fez, de terem visto o mais absolutamente inesperado acontecer, mesmo sendo testemunhas oculares, preferiram rejeitá-lo ainda mais. Foram falar para aqueles que haviam decidido matar Jesus que se apressassem em fazer o que queriam fazer.

QUAL É A SUA REAÇÃO DIANTE DA VERDADE?

Duas reações possíveis. Alguns creram, outros odiaram Jesus. Você que está diante desta mensagem tem que tomar um posicionamento. Ou você crê, ou você o rejeita. Ou torna-se partidário daqueles que creram no Senhor Jesus ou posicionasse ao lado daqueles que não creram, apesar do testemunho eloquente da ressurreição de Lázaro. Não há jeito de você continuar a sua vida sem se posicionar em relação a Jesus, porque esta mensagem é um desafio a você, ao seu coração, para tomar um posicionamento a respeito de sua vida, de como você olha para Jesus. Discípulo ou opositor – o que você é, afinal?

Separe um tempo agora para colocar seu coração diante de Deus, peça para Deus sondar o seu coração – a Palavra de Deus diz que o coração do homem é enganoso e corrupto, impossível de ser conhecido pelo próprio homem, mas ele pode ser esquadrinhado por Deus, quebrado, transformado, restaurado e renovado. Mas peça para Deus lhe dar um novo coração. Para lhe dar uma nova perspectiva a respeito de Jesus, aquele a quem ele enviou. Creia, porque, se você crer, você receberá de Deus a maior das recompensas: a salvação de sua alma (At 16.31: Responderam-lhe: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa).

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