terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

MINHA OPINIÃO SOBRE O "SEU" DIREITO DE TER OPINIÃO

Era uma vez…
Espere, como assim era uma vez? A história não acabou. Embora um escrito de filosofia histórica do cientista político nipo-estadunidense Francis Fukuyama tenha decretado o fim da história em 1989, ele próprio foi obrigado a, 23 anos depois, admitir que a história o vencera – seu artigo era obsoleto, embora, com sua tese, ele houvesse entrado para a história que ele julgara morta.
O fim da história seria, também, o fim da narrativa, o fim da opinião, seria o estabilishment definitivo da censura porque ninguém mais poderia dizer nada – não haveria mais nada a ser dito, apenas a obediência a um sistema cíclico e viciosamente autossustentável.
Não acredito no fim da história, não acredito na censura, não concordo com um mundo onde as opiniões sejam pesadas por outros que possam dizer isso pode ou isso não pode. É impossível admitirmos que, numa democracia, haja quem queira impor ao outro a ditadura do discurso unificado – pode tudo a favor, mesmo que seja um discurso fabricado, e nada contra, mesmo que apenas catalogue e relate os fatos, pura e simplesmente.

Acredito num mundo onde você e eu podemos divergir radicalmente e, nesta divergência trocando opiniões, ambos crescerem em seus argumentos, e depois, ainda assim assentarmos à mesma mesa. Mas, no fim, se eu não gostar da sua opinião, posso, simplesmente, não mais perder tempo com ela, investi-lo em coisas que me interessem mais – mas ainda assim você terá pleno direito a defendê-la e, sabe de uma coisa, por discordar da censura, sempre defenderei o seu direito de expressá-la. Este é o mais sublime direito que você e eu temos: o de, simplesmente, ter opinião.

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