terça-feira, 4 de novembro de 2008

Homogeneísmo, praga contra a natureza humana

HOMOGENEÍSMO
Sei que esta é uma palavra relativamente desconhecida, mas ela significa a tendência a uma unificação de pensamento e práticas, tornando inaceitável e intolerável qualquer espécie de discordância. Isto já aconteceu mais de uma vez na história da humanidade e do cristianismo. Vejamos alguns exemplos: a Igreja cristã, ainda uma no ocidente, sob o império papal, punia com a excomunhão (praticamente uma morte religiosa) e a morte (ou um mandato para matar) a todos os que discordassem de suas idéias mesmo que estas não pudessem ser provadas como verdadeiras. E para quê? Detinha o poder e o monopólio da verdade. Era soberana absoluta das mentes, das consciências e dos impérios. Reis que ousassem se opor às suas idéias poderiam perder o trono se o papa da vez assim o desejasse (como o foi a excomunhão do imperador Henrique, que no inverno de 1077 foi obrigado a, despido, humilhar-se perante o paga Gregório VII às portas da cidade italiana de Conossa – oportunamente ele retomaria o direito ao trono, invadiria Roma e aprisionaria o mesmo Gregório, que morreu numa cela). Milhões foram os mortos em Cuba, na China, na Argentina, no Chile, na Itália, na Alemanha hitlerista, no Vietnã, no Camboja em nome do homogeneísmo.
Um outro exemplo é o que aconteceu em países da antiga cortina de ferro, mais especificamente na Rússia e Alemanha Oriental, quando os que não aceitavam a hegemonia do partido comunista. Já se perdeu a conta de quantos foram mortos na Rússia, na Alemanha, pelo motivo simples de desejar ter a sua opinião ouvida, reconhecida como válida pelo menos em seu direito de ser opinião, embora estando equivocada.
Se alguém acha que fogo não queima, deve ter o direito de por nele a mão. Se continuar achando, que sinta as conseqüências. Mas a ninguém deve ser retirado o direito de pensar. Não estou defendendo qualquer espécie de relativismo – o que é verdade é verdade, o que é um mal será sempre um mal (e o homogeneísmo é um mal), e uma mentira será sempre uma mentira, por mais bem contada e repetida que seja. E assim tem sido nos embustes do totalitarismo político, econômico e, especialmente, ideológico. Não considero a democracia o sistema de governo mais desejável. Não sou um democrata (o poder nãos mãos do povo é um risco enorme, haja vista o duplo mandato lulopetista, a meu ver, com a culpa do povo – sou um teocrata, que sabe que só verá a teocracia realizada no retorno glorioso do Senhor Jesus. Não creio numa teocracia humana, porque não seria uma verdadeira teocracia. Já se tentou no passado, e os resultados foram oligarquias, especialmente a mais danosa da história Cristã, a clerocracia – governantes religiosos que se achavam investidos de autoridade divina, assumindo prerrogativas de determinar o que se deve crer e fazer, mesmo à revelia do que o Senhor do mundo, da história e da Igreja já determinou.
Não é segredo para ninguém que considero o petismo, ou o real petismo, que é o lulopetismo, a pior praga que já apareceu no espectro político, moral e ideológico brasileiro (porque na economia o lulopetismo não existe). O lulopetismo é Lula no poder, acobertando e apoiando as ações "alopradas", "aéticas", "familiares" e 'bandoleiras" de seus asseclas, usando o aparato estatal para beneficiar seus amigos e comprar aliados, interpretando a lei e a ordem vigentes sob a ótica dominante. Um exemplo é a tentativa dos petistas de punir oficiais militares que, durante o período ditatorial no Brasil praticaram a tortura. A constituição prevê como imprescritíveis os crime de tortura e terrorismo, bem como levante armado contra a ordem institucional. Ademais, a Lei da Anistia previa perdão amplo e irrestrito, para os dois grupos (os terroristas e os torturadores). Acontece que os terroristas estão hoje no poder (Dilma, Minc, Tarso, Paulo Vanucchi e muitos outros) e querem que a lei seja revista com um viés político esquerdista e revanchista (e não interpretada como toda lei deve ser, de forma técnica) para punir seus opositores de três décadas atrás, mas que não seja revista contra eles mesmos. Oportunismo descarado e desavergonhado, característica principal do lulopetismo. O chefe deles todos diz para não falarem publicamente, e continuam falando (mas nunca são repreendidos de verdade ou punidos porque na verdade apenas manifestam o que o lulopetismo é: uma máquina de favorecimentos a amigos e aliados). Veja o que disse o ministro da justiça lulopetista: "A posição da AGU (Advocacia Geral da União) foi uma posição profissional, técnica. Não há nenhuma postura do ministro (da AGU José Antônio Dias) Toffoli de que no caso de quem cometeu os delitos de tortura a anistia deva ser aplicada de maneira indiscriminada. Essa defesa técnica pode ser corrigida", desejoso de que "essa correção deverá ser feita de uma maneira técnica, adequada, negociada", acrescentando que "o Ministério da Justiça entra para colaborar nesse diálogo" embora o próprio ministro da justiça tenha sido o iniciador dos trabalhos revisionistas.
Em nenhum lugar o homogeneísmo se mostrou saudável. Há uma diferença importante entre a heteropraxia e a heresia. Discordar de um padrão vigente não é crime. Admitir que uma prática não é, necessariamente, impositiva é algo saudável – mas infelizmente o pensamento homogeneísta leva a considerar herege e inimigo aquele que não concorda com posicionamentos interpretativos e eletivos. Vamos mencionar um exemplo eclesiástico: a forma de ministração do batismo. Para muitos a única forma válida de batismo é a imersão e considera-se hereges e não cristãos os que discordem. Não pretendo discorrer sobre a forma, mas apenas exemplificar. O saudável tem sido reconhecer como irmãos em Cristo e dar as mãos na pregação evangélica aos batizados por imersão ou efusão (derramamento). Mas a maioria prefere rechaçar e destruir aquilo que Cristo estabeleceu mediante o preço do seu sangue e o derramamento do Espírito Santo.
Um dos mais graves problemas do homogeneísmo: pretende ser senhor das escolhas, mas atribui à coletividade a culpa pelos graves problemas que enfrentamos hoje. Alguém roubou? Culpe a sociedade que não lhe satisfez as necessidades (Nicolau, Maluf, etc.). Alguém matou? Culpa da sociedade que não lhe deu boas escolas (Pimenta Neves, diretor de jornal, assassino de Sandra Gomide). Que sociedade, esquerdotralha?
Ainda é necessário que o pensamento do homem seja levado cativo apenas aos pés de Cristo (II Co 10.5) e de ninguém mais. Os reformadores lutaram contra o escravismo intelectual, moral, político, econômico, mental e espiritual imposto pelo romanismo medieval. Os aliados lutaram contra o homogeneísmo político, econômico, militar e ideológico em meados do sec. XX. Ainda há quem lute contra o homogeneísmo patrulhador ideológico do lulopetismo. Em lugar nenhum o homogeneísmo é bem vindo. O povo brasileiro deu sinais de não aceitá-lo rejeitando a influência lulista em muitas cidades, especialmente São Paulo tendo perdido para aqueles que tentou demonizar (DEM), chamando-os de demos. O povo paulista, que prefere trabalhar a esperar as esmolas estatais preferiu os democratas aos petralhas. Seguindo o (bom) exemplo dos paulistas os gaúchos, paranaenses e muitos outros preferiram rejeitar o arrogante homogeneísmo lulopetista (como já foi dito, nenhum homogeneísmo, em ambiente algum, é saudável). Ninguém deve aceitar papas dizendo o que devo pensar ou fazer. Os lemas reformados (sola scriptura, solus Cristus, soli Deo gloria) também podem ser aplicados à nossa realidade, tanto civil quanto eclesiástica. O que foi dito por Lutero certa vez quando instado pelo poderio romano a rejeitar o que havia escrito e dito, deve ser bradado ainda com mais alta voz agora: somente mudo de opinião se convencido pela razão e pelas escrituras. Nunca por pressão (pessoal ou ideológica). Ainda é importante que cada homem adore a Deus segundo os ditames da sua consciência, tratando da sua vida em seus aspectos banais, ainda é desejável que cada um cuide da sua rotina, da sua família, da sua vida privada desde que esta não ofenda a Deus. É simplesmente imperdoável a boçalidade e a ignorância que pretende estabelecer um homogeneísmo moralmente inaceitável, eticamente miserável, impedindo o desenvolvimento da personalidade e a realização de escolhas conscientes ou não, bem como a aceitação das suas conseqüências.

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