terça-feira, 25 de novembro de 2008

PORQUE SOMOS PROVADOS? OU PARA QUE SOMOS PROVADOS?

PORQUE SOMOS PROVADOS? OU PARA QUE SOMOS PROVADOS?
Nas crises, já desisti de perguntar a Deus os porquês. O motivo? Simples: eu o reconheço como meu Senhor, e, como Senhor, ele tem todo o direito de fazer o que desejar com a minha vida, sem precisar dar qualquer tipo de explicação. Durante algum tempo insisti em perguntar o objetivo, o "para que". Também percebi que isto não é importante, uma vez que é meu dever confiar nele e aceitar o que ele tem para mim. Como na letra de um hino que diz "não sei se maus ou áureos dias vêm", eu "sei em quem tenho crido, e estou bem certo que é poderoso para guardar o meu tesouro até o dia final (II Tm 1.12)". Todavia, tenho aprendido que as provas, as crises, os momentos de luta produzem algumas conseqüências na vida dos cristãos.
Para que servem as provações na vida das pessoas e da Igreja? Quero iniciar afirmando que elas são instrumento de Deus para purificação. Se não fossem as provações a Igreja estaria ainda mais cheia de hipócritas. Deus permite que sejamos provados através das tentações somente até o limite em que podemos suportar (I Co 10.13). Se fôssemos provados até o limite da vontade do diabo seríamos destruídos através das provações, mas Deus nos prova para que sejamos aprovados, maduros, frutíferos. Para que Pedro pudesse fortalecer os irmãos, Deus permitiu que ele fosse joeirado como trigo (Lc 22.31-32). Por outro lado, se não fôssemos provados, se o cristianismo fosse uma religião "vida mansa" um número imenso de inconversos desejariam as bênçãos que Deus derrama sobre a sua Igreja – e o número de hipócritas aumentaria imensuravelmente.
Somos confortados com a verdade de que Deus é fiel e não permitirá que sejamos provados além das nossas forças. Ele provê uma saída triunfal das provações. As tentações são inevitáveis (Jo 17.15), e até mesmo desejáveis (embora na verdade não as desejemos), pois quando perseveramos nas provações somos aprovados e recompensados (Tg 1.12). Por isso, Jesus nos ensinou a orar diariamente para não cairmos em tentação. É uma oração preventiva.
Sendo assim, quais as conseqüências ou frutos que evidenciam o propósito de Deus (tornar-nos conforme à imagem do seu filho) em relação às provações que enfrentamos como crentes?
AS PROVAS REVELAM AS PROVISÕES DA GRAÇA DIVINA (I Co 10.1-4).
O apóstolo Paulo (que conhecia muito bem o que era ser provado por Deus pois muitas vezes foi açoitado, preso, acorrentado, humilhado, ameaçado de morte, e recebeu um espinho em sua carne para evitar a soberba) relembra que Deus demonstrou seu caráter provisor para com o povo de Israel em sua caminhada no deserto rumo à terra prometida (10.1-4). A experiência do deserto era necessária como provação para o povo de Deus (Dt 8.2-4). A disciplina de Deus em nossa vida é expressão do seu amor paternal (Dt 8.5).
O texto fala do maná que desceu do céu (Ex 16.35) e da água que brotou da rocha (Ex 17.6). A única forma de ter a fome e a sede saciadas no deserto era a providência divina. Deus permite experiências semelhantes hoje para que possamos reconhecer que dele procedem toda a boa dádiva e todo o dom perfeito (Tg 1.17). Só Jesus pode saciar a alma dos famintos e sedentos (Mt 5.6; Jo 6.32-35). Por mais difíceis que sejam as provações, quando perseveramos nelas aprendemos que a graça é suficiente e de que somos fortes na fraqueza (2 Co 12.7-10), como aprendeu Paulo!
Se Deus desejava que Paulo aprendesse, porque teria mudado de idéia quanto a cada um de nós? Seríamos menos necessitados de instrução que o apóstolo?
AS PROVAÇÕES REVELAM E REPROVAM A INCREDULIDADE - 10. 5-11
Todos passaram pelas mesmas provações e receberam as mesmas bênçãos. Mas Deus não se agradou da maioria deles (10.5) por causa de sua atitude de desconfiança e rebeldia, e por isso não chegaram à terra prometida, mas ficaram prostrados no deserto (Nm 14.29-30). O texto nos adverte quanto às conseqüências da rebeldia e da incredulidade (10.6, 11)! Os crentes (mesmo que uma pequena minoria) andam não pela visão pessimista, mas pela confiança nas promessas de Deus. Calebe e Josué acreditaram que aquela terra era de Deus, e que Deus lhes dava – o mesmo Deus que havia vencido os egípcios miraculosamente certamente venceria os adversários cananeus, muito mais fracos (na época, vassalos dos egípcios). Por acreditarem no poder de Deus foram os únicos daquela geração que saiu do Egito e que entraram em Canaã. Nenhum outro adulto nascido no Egito entrou na terra prometida – todos pereceram. Os demais, que entraram, nasceram ou cresceram no deserto! A incredulidade e rebeldia os privou das bênçãos, fazendo inclusive que os filhos (usados como desculpas para a incredulidade) amargassem 40 anos de sofrimento no deserto!
Sua incredulidade e rebeldia foi se manifestando durante os 40 anos de caminhada no deserto através de diversas atitudes concretas: cobiça (10.6; Nm 11.4), idolatria (10.7; Ex 32.4-6), imoralidade (10.8; Nm 25.1-18), desafios a Deus (10.9; Nm 21.5-6) e murmuração (10.10; Nm 16.41, 49). Foi por essas atitudes de rebelião e incredulidade que a maioria ficou prostrada no deserto! Os fatos registrados na bíblia estão ali como um memorial, advertindo-nos para evitarmos os mesmo erros (10.6 e 11). O nosso Deus é amoroso, mas é igualmente justo! A incredulidade é uma ofensa a Deus e Deus não deixa qualquer ofensa impune.
AS PROVAÇÕES REVELAM E APROVAM A FÉ NO DEUS VIVO
Os crentes de todas as épocas são igualmente exortados à vigilância para que permaneçam de pé e não caiam (10.12). As tentações (tanto quanto as provações) são comuns a todos os seres humanos. A fidelidade de Deus não permite que sejamos tentados além do nosso limite, mas provê para nós uma saída vitoriosa (10.13) – não ceder, mesmo que através da fuga, é uma vitória, como no caso de José, no Egito!
A perseverança na fé em meios às provações leva o verdadeiro crente a demonstração de abundante alegria, inaceitável e estranha para o mundo, mas para os crentes faz todo o sentido, porque estes sabem que, através delas, somos aprovados e nos tornamos frutíferos (Tg 1.2-4, 12; 1 Pe 1.6-9). As provações não são punições, assim como o fogo não é capaz de destruir o ouro, pelo contrário, purifica-o livrando-o das escórias e permitindo que brilhe mais intensamente. O crisol não destrói a prata, mas faz com que o metal seja revelado mesmo como prata. O mesmo acontece com o crente. Quando provado, o seu caráter brilha e ele manifesta a glória de Deus (Pv 17,3; Pv 27.21; Mt 5.16). A fé honra a Deus e Deus honra a fé!
CONCLUSÃO
Vale aqui lembrar um exemplo histórico: a marinha mercante inglesa estava tendo prejuízo porque muitos navios estavam se afundando por excesso de carga. O parlamento, então, aprovou uma lei que obrigava cada navio a ter um sinal no casco que indicava o limite de carga. Se a carga ficava aquém do limite, dava prejuízo por trabalhar com capacidade ociosa; se ia além do limite, dava prejuízo porque naufragava. Todos deveriam trabalhar no seu limite. Portanto, quando somos provados no limite de Deus, tornamo-nos maduros, frutíferos e felizes! Este é o nosso alvo!
Mas creio que as provas servem para muito mais que isso. Quem somos nós para esgotarmos o propósito eterno de Deus? Quem somos nós para intentarmos conhecer a mente de Deus.
Nas crises desista de perguntar a Deus os porquês. Reconheça-o como senhor, dono, como aquele que tem todos os direitos sobre a sua vida. Não se preocupe com o alvos de Deus – eles são os melhores para você, melhores até mesmo do que os que você pode estabelecer. Confie nele- e aceite de bom grado o que ele tem para ti – pois é sempre o melhor.

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